31.7.09

A CRÔNICA DO OLSEN

Olá, camaradas, salve!

O velho guru Paulo Francis costumava dizer que "nunca entendi o impulso que leva gente civilizada a unir-se a uma malta para gritar "abaixo isso ou aquilo"... A declaração foi em 1979...

Well, em 1971, John Lennon estava em Nova Iorque, como se observa aí em plena função, de agitar e conscientizar, em breve será pré-história também, porque ninguém mais irá sair de casa... As invectivas serão através de "blogs", aliás, como já se está fazendo...

Pessoas ocultas combatendo o mal oculto... Nõs fingindo que estamos empenhados e "eles" fingindo que se rendem...

Claro, haverá pequenas tréguas, quando mediante uma oferta de emprego e pequenas benesses, um e outro sairá da trincheira do lado de cá e deporá as armas, não sem antes fazer um "mea culpa", e a vida emsociedade, a dita convivência prosseguirá... hipócrita e canalha como sempre foi...

Deve existir um lugar bom para se estar, se você já o encontrou não me diga nada, não corte o meu barato, porque eu ainda estou procurando...

A música é essa.

A crônica é esta, cética, cinica e eficiente:

CERTEZAS DA DÚVIDA



Por Olsen Jr.
olsenjr@matrix.com.br

O título aí é um oxímoron. Uma figura de retórica que une duas idéias opostas formando um outro conceito. Metafórico se pretenderem. Também, nesse caso, um livro do Paulo Francis publicado em 1970.

Dito isso, não me ocorreu nada melhor, para falar de duas “instituições” emblemáticas da igreja católica: o limbo e o purgatório.

Já anunciei que não gosto de discutir religião, lembrei novamente de Francis comentando sobre Kierkegaard, afirmava: “Kierkegaard é o único filósofo idealista levável a sério. Colocando a questão da espiritualidade em termos de fé, e não de lógica, é irrespondível”. É nisso que creio: cada um cada um. Mas na semana passada recebi um e-mail (de alguém aparentemente esclarecido) que afirmava ser o limbo e o purgatório a mesma coisa.

Well, o que era uma “certeza” passou a ser uma “dúvida”, e fui atrás do conhecimento com gente da área. Então, o limbo que foi revogado pelo Papa Bento 16 (em uma única canetada, tão surpreendente quanto inesperada, em abril de 2007, o ato foi considerado uma espécie de reengenharia celestial) era um lugar, nem no inferno e nem no céu, para onde iam as crianças que nasciam mortas ou que morriam sem ter recebido o batismo (que as livrava do pecado original). Depois o tal lugar também era destinado (a sacanagem começou aí) aquelas pessoas que eram tidas como boas e justas, mas que tinham morrido antes da passagem de Jesus pela terra, coisa de louco, todo homem é igual “mas alguns são mais iguais do que os outros”, na frase do multimídia Nöel Coward quando uma mulher lhe disse, em 1928, que todos os homens são iguais.

Já o purgatório, como o nome sugere, era um lugar de “purgação” que antecedia a entrada no céu. Uma última oportunidade de purificação/conversão para as pessoas que ainda precisavam preparar-se para ter condições de se encontrar com o criador e finalmente ingressarem no paraíso.

Acredito que deu para entender...

Aliás, por livre associação de ideias, falando em paraíso, lembrei daqueles dois amigos, quase irmãos, inseparáveis mesmo e que gostavam muito de futebol. Eles haviam combinado que o primeiro deles que morresse daria um jeito de se comunicar com o outro avisando se no céu havia jogo de futebol.

Passado um tempo, um deles morreu. Depois de três dias, finalmente, o combinado foi feito e ele se comunica com o amigo aqui na terra, diz “meu caro, tenho duas notícias para te dar, uma boa e outra ruim: a boa é que não só tem futebol aqui no céu, como irá começar um campeonato nesse final de semana; a ruim é que você foi escalado para jogar no domingo”.

Quando se tratava de obsessão, o Freud tinha uma figura que acredito imbatível para descrevê-la, dizia que se deveria comportar como aquele artista que não hesita em queimar todos os móveis do estúdio para manter o modelo aquecido e realizar a sua obra. Assim é suponho que se portam aqueles que possuem fé, que acreditam em algo superior ou então, se permanece naquele nonsense preconizado pelo humorista e cineasta, Woody Allen, “E se tudo for uma ilusão e nada existir? Nesse caso, não há dúvidas de que paguei demais por aquele carpete novo”.

Ilustrações: João Carpenter.

30.7.09

PAULO DUTRA


Clemente Paulo Dutra, popular Paulo Dutra, fotógrafo, repórter-fotográfico, jornalista, grande amigo, será o homenageado especial com a medalha e diploma de mérito Dakir Polidoro, durante sessão da Câmara Municipal no próximo dia 4, terça-feira, às 19 horas.

Foi escolhido pela Associação Catarinense de Imprensa (ACI) e os vereadores, ao lado de outros profissionais do primeiro time do jornalismo catarinense: Ricardinho Machado (jornal), Maria Odete Olsen (televisão), Marcelo Fernandes (rádio), Cláudio Silva da Silva-Sarará (repórter fotográfico) e Jerry Bittencourt (repórter cinematográfico).

O Sambaqui na rede publica dois textos sobre Paulo Dutra.

O primeiro é o copião de uma entrevista que fiz com ele em 2007.

O segundo foi encaminhado por Valdir Alves, outro veterano da redação do jornal O Estado.


TEXTO 1

Anotações de entrevista com Paulo Dutra.
Restaurante Pitangueira (Sambaqui). Fpolis-SC
25 de fev de 2007, 10h30 horas. Celso Martins

O local foi sugerido por Paulo Dutra, que chegou de ônibus, na hora marcada. O restaurante ainda estava fechado, tivemos que arrumar as cadeiras, secar, ajeitar uma mesa.. “Queremos transmitir como o Paulo Dutra se vê como fotógrafo, não os folclores que cercam sua atividade”, esclareci.

Nasceu em 22 de junho de 1940 na maternidade Carlos Corrêa, filho de Paulo Cordeiro Dutra, oficial músico da PM, e Leonina Santos Dutra, dona Nina, ambos falecidos. Passou a infância e juventude perambulando pela região da praça Getúlio Vargas, onde morava uma tia. “A turma se reunia nessa praça, que eu conheço bem, conheço árvore por árvore”.

Quando tinha 14 anos o pai comprou três terrenos na rua Tomás João dos Santos, na região do Banco redondo, “uma chácara imensa”. Estudou nas escolas Jurema Cavallazzi, Antonieta de Barros e o ginásio no IEE. Chegou a iniciar o científico, mas sonhava ser piloto de avião, tendo obtido o brevê através de curso no Aeroclube de São José. “Tenho um primo que foi comandante de avião”, lembra.

Certo dia, em 1957, depois das aulas no IEE, ele e um grupo de amigos seguiram de bicicleta para o Estreito, passando pela ponte Hercílio Luz, onde ocorriam as primeiras locações do filme “O Preço da Ilusão”, primeiro longa-metragem produzido em Santa Catarina por Armando Carreirão. Paulo Dutra estava com 17 anos. Ele e os amigos pararam, deixaram as bicicletas de lado e ficaram observando a movimentação.

A certa altura, “alguém da produção me chamou”.

- Ei guri, quer ganhar uns trocados?

- Depende...

- Vai na venda comprar sanduíches para o pessoal.

Paulo Dutra foi, acompanhado por alguns amigos, voltou, entregou o pedido e ficou de conversa com o pessoal da produção do filme. Nos dias seguintes ele retornou ao mesmo local depois das aulas. Eliseu Fernandes, câmera, ensinou Paulo a deslizar um carrinho com câmeras sobre trilhos. “Ia pra aula e depois assistia as filmagens. Depois de algum tempo eles foram fazer locações em outras partes e eu seguia de carro com eles”, recorda.

Foi Eliseu quem o ensinou a revelar os filmes. “Revelávamos primeiro pedaços de uns 30 centímetros para conferir a qualidade da imagem”, observa. Quando não ia para as locações, dirigia-se ao TAC, onde o pessoal da produção estava concentrado. “Corria para o porão, onde foi improvisado um laboratório para a revelação dos filmes. Foi então que eu aprendi toda a química da revelação”. Eliseu dizia: “Esse guri vai longe”. Quando precisou de um assistente de câmera, chamou Paulo Dutra, que a partir desse momento aprendeu a operar e ler um fotômetro.

Armando Carreirão, que dirigia tudo, precisou de um fotógrafo de cena e consultou Salim Miguel. Chegaram um acordo quanto a Paulo Dutra, que recebeu de Carreirão uma Rolleiflex, com filmes de 6x6cm. “E ainda atuei como extra no filme”, destaca.

Quando as filmagens chegaram ao fim, Carreirão montou uma produtora de cine-jornal, sendo contratados como cinegrafista Paulo Dutra, Martinelli e um soldado da PM conhecido por Juca. “Fizemos mais de 50 filmes”, lembra. Passados alguns meses, Eliseu Fernandes convidou Paulo para fazer estágio de produção e cinematografia em São Paulo, o que incluiu passagens pagas pela Atlântica Cinematográfica e a Herbert Richard, quando se tornou cinegrafista.

“Mas o que eu queria mesmo era ser piloto de avião da Varig. Em Florianópolis voei muito de teco-teco, alugava no Aeroclube, que na época ficava onde é hoje o Kobrasol”, lembra. Deu muitos rasantes pelas baías de Florianópolis, para desespero de sua mãe. “Um dia tu vai morrer”, dizia dona Nina. Paulo ficava em pânico na hora de colocar o avião de volta ao chão. “Eu pegava o avião, levantava vôo, fazia o diabo lá encima, mas ficava apavorado ao aterrissar”, diz.

Ao mesmo tempo, Paulo continuava a pegar emprestada a Rolleiflex de Carreirão para fotografar casamentos, festas, batizados e “dava um bom dinheiro. Nos bailes de debutantes, eu fotografava no começo do baile e no final, na saída do clube, já estava com as fotos prontas para ser vendidas, tanto no Clube 12 como no Lira”. Foi então que largou de vez a aviação e se voltou para a fotografia.

FOTOJORNALISMO
Corria o ano de 1962 e Dominguinhos Aquino dirigia o jornal O Estado, na rua Conselheiro Mafra, esquina com rua Padre Roma, impresso no antigo sistema de composição com linotipo e uso de clichês para as imagens. “Eu disse que queria fazer fotos para o jornal e ele respondeu que o jornal não precisava. Eu insisti, pois havia casado e precisava de um emprego. Alguém de quem não lembro mais disse que podia fazer”.

Dominguinhos mandou que Paulo Dutra fotografasse os personagens do dia-a-dia na cidade, vendedores, ambulantes, pessoas comuns nas ruas, figuras populares. As fotos eram impressas na capa, com texto-legenda escrito na redação, mas Paulo não recebia pelos serviços. “Um dia disse que queria ganhar pelas fotos e Dominguinhos respondeu que eu devia pagar por ter as fotos publicadas e me mandou embora”, assinala.

No dia seguinte foi chamado de volta. Combinaram que Paulo receberia através de contra-recibo toda sexta ou no máximo sábado pela manhã – naquela época a sexta-feira ainda não era dia de festa. “Ele tirava um bolo de notas do bolso do paletó e me pagava”, destaca. Foi nessa época que conheceu o ex-governador Aderbal Ramos da Silva, também dono o jornal O Estado, para quem passou a fazer fotos de festas de batizado, casamento e outras.

Fotógrafo de Celso Ramos

“Um dia, já conhecido como fotógrafo de rua, que não tinha muito, estava na fila do cine Ritz comprando ingresso para a sessão das moças das 14 horas, quando apareceu um sujeito dizendo que me conhecia e pediu que comprasse ingressos para ele”, lembra.

“Eu tenho te olhado, precisava de um fotógrafo”, disse o estranho, entregando um cartão, pedindo que fosse a seu gabinete no dia seguinte. Era Fúlvio Vieira, assessor de imprensa do governador Celso Ramos. Paulo foi, sendo apresentado aos demais profissionais do setor, incluindo os fotógrafos Nilson Silva, Toló, Waldemar Anacleto e um seu irmão. Ele seria o quinto fotógrafo. “O Anacleto chefiava a fotografia e disse que não precisava. O Fúlvio teve que insistir, e dizer que queria, e eu fui aceito desse jeito”, recorda. “Comi pedra nas mãos do Anacleto... Mas depois de algum tempo ele me aceitou”.

Mais uma vez, trabalhava e recebia através de contra-recibo, até que um dia mandaram que fizesse fotos da formatura da primeira turma de oficiais da PM, onde aconteceu uma apresentação da esquadrilha da fumaça.

Sem querer, fotografou a colisão entre dois aviões, depois um deles em chamas. Um caiu. Paulo correu até a praça do Quiosque onde fotografou o comandante Trindade morto. As casas atingidas, inclusive a do general Rosinha.

Através de Ilmar Carvalho, as fotos foram enviadas para as revistas Manchete e Fatos&Fotos, onde foram publicadas. Isso abriu as portas e Paulo foi convidado para fazer testes na Manchete, no Rio, então funcionando na rua Frei Caneca. Paulo não foi, apesar da insistência de Ilmar e Salim Miguel.

Algumas semanas depois apareceu outro convite e, dessa vez, ele se mandou para o Rio, apresenta-se ao diretor geral da Bluch, Arnaldo Niskier.

Na época Paulo tinha uma Rolleiflex velha e uma Laica que acabara de comprar. "Eles mandaram que aposentasse as duas e me entregaram uma Rolleiflex nova, 35 mm, e uma Nikon (Nikomat). Se fossem roubadas eu teria que pagar".

Primeira pauta: cobertura da presença do navio-escola Sagres, da Marinha de Portugal, que estava no Rio.

Ficou alguns meses trabalhando sem carteira assinada, ou salário, tendo que pedir emprestado para conseguir se manter no Rio. Mais tarde ele foi chamado, a carteira assinada e os atrasados pagos. Com isso pode pagar os empréstimos que o chefe de fotografia da revista, Gervásio Batista lhe fizera e a pensão em que morava. Além disso, foi instalado no hotel Novo Mundo, ocupado por três anos.

1963-64 - Governo Jango. Paulo consegue um emprego como fotógrafo da presidência, depois foi para a Agência Nacional, deslocado para o Ministério da Justiça e retornou à presidência. Foi nesse emprego federal que ele se aposentou (UFSC).

Na Manchete trabalhavam Raul Caldas (repórter), Salim Miguel (revistas especiais), Beto Carreiro (comercial).

Paulo fazia matérias com Alexandre Garcia.

Tinha carnê da Varig, ia e voltava a Florianópolis.

Bloch dirigia pessoalmente o jornal - ia até a garagem verificar os tanques dos veículos e conferir os gastos de papel, filme e revelador no laboratório fotográfico.

Paulo foi para a Manchete em São Paulo, Belo Horizonte, Salvador.

Casado aos 21 anos com Liane Lamego, que tinha 15. O casal teve três filhos: Paulo Henrique Dutra é advogado trabalhista; a filha Ana Cláudia, mora em Monique, na Alemanha; Leila Beatriz trabalha na Casan junto com o marido. "Estão todos eles muito bem de vida", assegura.

Em 1975, Paulo foi transferido do Rio para Curitiba, instalando-se no hotel Lord. Retornava ao Rio quando a Manchete chamava - o quadro era de 54 fotógrafos, mas sempre havia algum de folga, férias ou em serviço.

Certa feita, o chamaram para ficar três dias no Rio, mas haviam se passado 30 e não era mandado de volta. Um dia encontrou Adolpho Bloch no elevador.

- E aí gaúcho? Porque toda essa tristeza? perguntou Bloch.

- Não foi gaúcho, sou de Santa Catarina.

- É a mesma coisa...

- Doutor, gostaria de aproveitar para dizer que estou há um mês sem ver a minha mulher. Me chamaram, mas não autorizam a volta.

- Não gosto de ver ninguém triste na minha empresa.

Bloch prometeu que ia resolver e mandou as passagens para que a esposa de Paulo fosse passar alguns dias com ele no Rio.

Paulo permaneceu por dois anos em Curitiba, até que o pai de Liane, doente, pediu que voltasse para cuidar da família, pois ele não teria muito tempo de vida.

Foi até o Rio, explicou a situação e sugeriu a criação de uma sucursal em Florianópolis. Diante da negativa, disse que ia sair da empresa, o que teria ocorrido, não fosse um encontro casual de rua com o engenheiro Colombo Machado Salles, então na direção do Departamento Nacional de Portos e Vias Navegáveis.

Paulo caminhava pelo aterro do Flamengo, quando um senhor de cabelos brancos parou o carro em que estava e saltou, dirigindo-se e ele e pedindo desculpas por não tê-lo recebido semanas antes. "Eu estava muito ocupado, mas peço desculpas", disse. "O senhor deve estar me confundindo com outra pessoa, pois eu nunca lhe procurei em seu escritório", respondeu.

De fato, Colombo o confundira com o lagunense Ivens de Castro Farias, mas deixou um cartão pedindo que Paulo o visitasse. Como surgiu esse problema na Manchete, ele o procurou cerca de 15 dias depois. O futuro governador de Santa Catarinense disse que era amigo de Bloch e tinha interesse em contar com os serviços de Paulo.

Poucos dias depois, foi chamado à sala de Bloch.

- Ô gaúcho...

- Não sou gaúcho...

Bloch revelou ter recebido um pedido de um grande amigo que ia assumir o Governo de Santa Catarina.

- Vai para Santa Catarina com essa carta e se apresente ao Colombo, disse Bloch.

Paulo custou a acreditar no que estava acontecendo e dois dias depois estava em Florianópolis, apresentando ao futuro governador a carta em que o fotógrafo era colocado à sua disposição, pelo dono da revista Manchete.

Quando Colombo assumiu, Paulo foi chamado, passando então a receber o quarto salário - um do jornal O Estado, outro da Manchete e um terceiro do Governo Federal. "Eles tinham interesse em mim, então permitiam que eu recebesse de quatro fontes", explica.

A proximidade de Paulo com Colombo logo causou ciumeira entre outros assessores e funcionários do Palácio. O governador interferiu e colocou Paulo sob suas ordens diretas. Permanecia na ante-sala de Colombo atento a qualquer chamado.

Passados os quatro anos, Paulo retornou a Manchete, passando a realizar viagens seguidas. "Chegou um ponto em que não podia mais sentir o cheiro da gasolina do avião", salienta. "Eu sempre tinha um conjunto de ternos limpos no armário, pois acontecia de num dia pela manhã estar na Rocinha e de tarde no gabinete de uma autoridade", lembra.

"Nunca achaquei nem chantagei ninguém".

Jornal da Semana. "Naquela época eu era o fotógrafo mais bem pago do sul do Brasil", lembra. E alugou uma sala no Ceisa Center para instalar uma agência de fotografia, próximo de onde funcionava o Jornal da Semana, dirigido por Paulo da Costa Ramos. Contratado com carteira assinada, Paulo Dutra se tornou o titular de uma sessão muito comentada na época, a Fototeca, publicando imagens de mulheres semi-despidas.

"Deu muito rolo. Um dia eu estava na praia da avenida Beira-Mar, quando passou pela calçada uma mulher sem calcinha. Fiz e foto e publiquei. Outra vez foi a Regina Bortolon com os seios de fora, fotos feitas no Canto da Lagoa, autorizadas por ela e publicadas. "Ela entrou com uma ação e ganhou dinheiro e um aparelho de telefone".

"Entrei e saí do jornal O Estado uma meia dúzia de vezes", lembra. A ultima foi em 1988, após uma prolongada e desgastante greve na redação, onde permanecera por 10 anos. "Um dia parei na frente do jornal e o Comelli me atacou, pedindo que voltasse, pois o jornal estava num momento difícil.” "Só saí quando cortaram o salário".

Atualmente [2007] Paulo Dutra monta um site na internet e que deve iniciar em maio ou junho. Seu acervo fotográfico está espalhado e quase todo perdido, mas o que restou será digitalizado e aproveitado no site. "Vou juntar fotos antigas com atuais".

Paulo carrega consigo uma câmera digital Digiart modelo 590, com 5.0 megapixels.

"Bem de vida eu não estou, mas vivo bem e viajo muito. Estou contente".


TEXTO 2

Redação do jornal O Estado, 1997.

Por Valdir Alves

Caro Celso!

O fotografo Ed Keffel ganhou notoriedade nacional e esgotou diversas edições de O Cruzeiro flagrando um disco-voador sobrevoando a Barra da Tijuca, naquelas priscas eras então, um puta interior. Recordo-me da história a propósito da defesa do que restou do patrimônio intelectual do jornal O Estado onde, possivelmente, esteja em seus escombros um famoso disco-voador dando rasantes na praia da Joaquina, passeio devidamente registrado pelo fotografo Paulo Dutra com produção de Túlio Carpes.

Na segunda feira a redação informada da existência de tal foto imediatamente começou a preparar uma super-edição, ou melhor, um super tiragem, pois havia convencimento que a posse do material inédito cairia no gosto popular e seria o centro das atenções em Santa Catarina e também por outras terras.

Foi uma tarde de muita expectativa onde todas as outras matérias foram, naturalmente, tratadas secundariamente. Quem poderia se interessar pelos duelos parlamentares se a Capital agora tinha um disco voador? Quem prestaria atenção nas promessas do governador garantindo uma ligação da serra ao litoral, via 282? O mundo seria discutido pela ótica de um objeto voador não identificado.

A tensão aumentou no começo da noite porque o Paulo se dizia muito temeroso em fazer uso do material. Seguiu-se uma dezena de reuniões de Sardá, chefe de redação, com Dr. Comelli, dono do jornal; com Marcílio, editor chefe e daí para cima e para baixo, até que ficou acordado que as fotos somente seriam entregues no dia seguinte.

O clima não foi diferente nos dias subseqüentes. Houve até aumento da expectativa, pois o assunto então ganhara as mesas do Chopão, Romalino, Braseiro e tantos outros botecos que ancoravam as peregrinações noturnas dos repórteres. Surgiam às versões, dúvidas – dependendo dos vapores da noite.

A catarse sucedeu três ou quatro dias depois. No começo de uma tarde quando tudo prometia se repetir, dois impolutos oficiais da briosa aeronáutica, chegaram ao jornal para tratar de um assunto de do maior interesse da segurança nacional que naquele momento estava sendo colocada em risco por fotografias de objetos que não tinham sido registrados pelos radares militares. As fotos precisavam ser entregues imediatamente.

O fotografo argumentou que não tinha o material a mão. Que havia deixado em outro local. Não tem importância, disse o cara que tinha uma estrelinha no ombro – o do macarrão no braço ficou todo o tempo em silêncio – temos uma guarnição aí fora que poderá acompanhá-lo em total segurança.

O Paulo percebeu o cheque-mate. Olhou para o Doutor com cara de menino lambão, arrumou-se na cadeira explicando que nas circunstâncias do ocorrido tinha tido a nítida percepção que fotografara um disco voador nas proximidades do costão da Joaquina, sob uma imensa nuvem escura de uma trovoada que se anunciava iminente.

Mas que aprofundando suas investigações foi sabedor que no mesmo horário seu amigo Túlio Carpes havia arremessado uma calota de automóvel sobre a praia, induzindo a imaginação do profissional. É claro que esta imaginação estava tecnicamente turbinada por uma boa meia-duzia de caipirinhas, embora este pequeno detalhe não tenha merecido referência durante a conversa. Também não foi dito que o Túlio teve que jogar a calota quase uma centena de vezes para garantir algumas fotos com qualidade de disco voador.

Com a segurança nacional fora de perigo, os milicos se recolheram à caserna, não sem antes fazer laudatória preleção sobre os perigos de determinados assuntos. O Paulo foi devidamente esconjurado e o mais antigo perdeu a oportunidade de ter vendido um milhão de exemplares, assim como tinha acontecido com a revista O Cruzeiro.

Quanto testemunho terá sido jogado fora? Quantas histórias terão sido perdidas? Não sei dizer. Sei apenas que a tua iniciativa buscando salvar o que resta é muito lovável. Meus cumprimentos e um abraço fraterno do
Valdir Alves.
NÃO CHORE POR MIM,
AMÉRICA-LATINA

Por Raul Longo
Especial para o Sambaqui na rede

Diz a TV Pública da Argentina que num agendado encontro entre Manuel Zelaya e Hillary Clinton (a Condoleezza Rice branca) será decidido o futuro da América Latina.

Segundo o repórter da TV Pública, nesse encontro os E.U.A. finalmente tomarão uma posição definitiva, orientando Zelaya a se conformar com a perda do cargo pela força e truculência dos interesses da Chiquita Brands (ex-United Fruit, UFCO) e para o qual foi democraticamente eleito por seu povo. Se não isso, Hillary reafirmará os compromissos assumidos por Barack Obama perante o mundo, garantindo a Zelaya o rompimento de relações com o espúrio governo golpista de Micheletti.

Tendo essa resposta, saberemos quem é Obama. Seja quem for e mesmo que este artigo somente seja lido após a resolução do impasse que indicará o futuro do continente, ainda assim acredito que sejam válidas alguma questões que nos reportam a nossa história recente:

Será Barack Obama o Eisenhower de hoje que, em 1954, armou um bloqueio naval contra a Guatemala e com 400 homens, entre mercenários e militares contratados no próprio exército guatemalteco, derrubou o governo democraticamente eleito de Arbenz Gusmán?

Arbenz não era marxista. Apenas um nacionalista que acreditava na melhor distribuição de renda para a modernização do capitalismo em Guatemala.

Ou Barack Obama é a nova versão de um John F. Kennedy? Também democrata, também jovem, também sorridente e com discurso anti-racista, condenando, em campanha, o antecessor e seu vice-presidente (Eisenhower e Richard Nixon) por terem impelido Fidel Castro ao apoio soviético quando lhe recusaram aliança, solicitada assim que vitoriosa a revolução contra Batista. Mas em abril de 1961 (Kennedy assumira em janeiro), com apoio das Forças Armadas dos Estados Unidos e da CIA, exilados cubanos ligados a Fulgêncio Batista tentam invadir a Ilha pela Baía dos Porcos.

Poderia Barack Obama ser uma versão de Lyndon Johnson? Através de seu embaixador no Brasil, Lincoln Gordon, apoiou o golpe militar de 1964 dispondo navios de guerra na costa brasileira para o caso de qualquer falha no plano de deposição de João Goulart.

É possível se imaginar de Barack Obama um Richard Nixon? Ordenará num telefonema o assassinato de Zelaya como Nixon pediu o assassínio do Salvador Allende do Chile. Por sinal, no mesmo ano em que seu Secretário de Estado: Henry Kissinger, promoveu o golpe do Chile, também o fez no Uruguai.

Coincidentemente Kissinger é muito próximo a Fernando Henrique Cardoso (ou vice-versa) que, então, também era assessor de Allende. Aliás, o judeu-alemão e norte-americano Henry Kissinger foi conselheiro de política externa de todos os governos norte-americanos desde Eisenhower até Gerald Ford, o sucessor de Nixon. E foi no governo Ford que Jorge Videla iniciou na Argentina uma das mais sangrentas ditaduras da história universal.

As ditaduras instauradas pelos Estados Unidos nos países latino-americanos foram tão cruentas que Jimmy Carter, sucessor de Ford, antes de assumir declarou que não as admitiria em seu governo. De fato, enquanto Carter governou nenhum golpe militar e político ocorreu nos países do continente, a não ser a vitoriosa revolução Sandinista que depôs uma das mais tirânicas, sangrentas e longa ditadura apoiada pelos Estados Unidos no continente: a de Somoza na Nicarágua. E o Canal do Panamá, tomado aos franceses por Theodor Roosevelt em 19O4, só foi devolvido em razão de um tratado assinado entre Carter e Omar Torrijos em 1977. Em 1981 Torrijos morreu em suspeitoso "acidente" aéreo.

Mas aí já era início do governo Ronald Reagan, durante o qual 7 mil soldados da Marinha, Aeronáutica e Exército norte-americanos, apoiados por 300 homens da Jamaica e de Barbados, invadiram a Ilha de Granada para lutar contra 1.500 soldados granadinos e 600 cubanos entre engenheiros e operários que construíam um aeroporto.

Em 1989 o vice de Reagan, ex-diretor da CIA e herdeiro de um dos maiores conglomerados de empresas dos Estados Unidos: George Bush, assume a presidência. Um dos principais negócios da família são os empreendimentos petrolíferos. As relações entre os interesses de Bush e o governo de Andrés Perez da Venezuela provocam sucessivos aumentos das tarifas de transporte naquele país, a despeito de ser um dos maiores produtores de petróleo do mundo, provocando em 1989 violentas manifestações populares e uma tentativa de golpe de estado. Preso durante 2 anos, um dos líderes vem a se candidatar à presidência para a qual é eleito em 1999: Hugo Chávez.

Já então os Estados Unidos eram governados por Bill Clinton, o único presidente democrata a conseguir reeleição na segunda metade do século XX. Clinton não promoveu golpes de estado, mas influiu diplomaticamente em apoio a diversos desastrados e corruptos governos liberais da América Latina que muito favoreceram aos interesses norte-americanos, sendo os mais notáveis Carlos Menem da Argentina e Fernando Henrique Cardoso do Brasil. Certamente as boas relações e negócios foram agenciadas pelo antigo assessor dos presidentes Republicanos: Henry Kissinger (um velho amigo de FHC) já então em hostes Democratas.

Será Obama um Bush negro?

Essa pergunta talvez seja respondida no encontro anunciado pela TV da Argentina. Talvez não. Pois se ao Bush presidente e dono de companhia de petróleo não importou a recomendação da ONU contrária a invasão do Iraque, que importará aos Bushes, donos da UFCO com o nome de Chiquita Brands, a resolução de um "negrinho" (conforme comentário de um alto escalão dos golpistas de Honduras) com uma Secretária de Estado aconselhada por Henry Kissinger?

Raul Longo
pousopoesia@ig.com.br
pousopoesia@gmail.com
www.sambaqui.com.br/pousodapoesia
Ponta do Sambaqui, 2886
88.051-001 - Floripa/SC
Tel: (48) 3206-0047

Fonte da ilustração: Site Rebelión, 28.1.2009.


*

Charge Maringoni/Carta Maior

Confira

Entrevista do cientista político Moniz Bandeira, publicada no jornal A Tarde (Salvador-BA), reproduzida por Carta Capita, com o título "O golpe em Honduras e os neoconservadores dos EUA". Segundo ele, os militares hondurenhos não dariam um golpe de estado se não contassem com respaldo de alguns setores, nos Estados Unidos, que se opõem à política exterior do presidente Barack Obama, sobretudo com respeito à Venezuela, Cuba e à América Latina, e querem criar-lhe dificuldades. Bandeira acha provável que setores da CIA e do Pentágono, que se alinham com os neo-conservadores, tenham dado o sinal verde para a derrubada do presidente Manuel Zelaya. Íntegra.

*

Fonte: Site da Rádio Globo Honduras.

Acompanhe pela Rádio Globo Honduras
os detalhes da resistência do povo hondurenho
ao golpe civil-militar naquele país da América Central.

29.7.09

Incêndio em Sambaqui

O fogo começou por volta das 17h30 de hoje (29.7), destruindo uma edificação no terreno de Roberto Lapa Píres, antigamente usada por um caseiro. No momento a casa estava desocupada e, segundo o proprietário, eram freqüêntes os ajuntamentos no local para consumo de drogas. Os bombeiros chegaram a tempo e impediram que o fogo se alastrasse pela vegetação, o que poderia ter conseqüências graves devido ao vento que soprava. O fotógrafo Ricardo Silva registrou os momentos iniciais do incêndio e cedeu as fotos para o Sambaqui na rede.





As fotos abaixo são minhas.
Mostram o estrago já feito e ação dos bombeiros.





Associação Catarinense de Imprensa
adere à campanha contra corrupção

A assinatura de um termo de cooperação com o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e Associação Catarinense do Ministério Público (ACMP), nesta quinta-feira (30/7), irá formalizar a adesão da Associação Catarinense de Imprensa (ACI) à campanha "O que você tem a ver com a corrupção".

A parceria entre as instituições objetiva potencializar a disseminação da campanha de mobilização e conscientização dos cidadãos para a construção de um Brasil mais justo. A assinatura do convênio será realizada na sede da ACI (Rua Victor Meireles, nº 55, 2º andar, Centro, Florianópolis), às 15 horas.

O termo será assinado pelo Presidente da ACI, Ademir Arnon, pelo Procurador-geral de Justiça em exercício, José Eduardo Orofino da Luz Fontes, pelo Presidente da ACMP, Rui Carlos Kolb Schiefler, e pelos coordenadores nacional e estadual da campanha, respectivamente os Promotores de Justiça Affonso Ghizzo Neto e Ricardo Paladino.

(Texto: Coordenadoria de Comunicação Social do MPSC)

Saiba mais sobre a campanha.
A HORA DO DESPERTADOR

Dakir Polidoro: A Hora do despertador, título do livro que o jornalista Moacir Pereira lança hoje (29.7) às 19 horas, na livraria Saraiva do shopping Iguatemi (bairro Santa Mônica). Sêlo da Editora Insular. Por coincidência, hoje é o dia em que se comemora os 160 anos da República Catarinense (Juliana), experiência repúblicana ocorrida em Laguna, em 1839, cidade onde Dakir começou a carreira no rádio.

28.7.09

LETRAS EM MOVIMENTO

Chico Pereira, diretor da série sobre os escritores de Santa Catarina.

Uma série documental inédita será produzida pela Academia Catarinense de Letras sobre os maiores nomes da literatura de nosso Estado. Uma produção audiovisual com formato moderno e envolvente, preparada para ser uma obra de ampla difusão. Idealizada para subsidiar o estudo, a apreciação e o estímulo a leitura da produção literária realizada em Santa Catarina , a serviço de escolas e pessoas interessadas em nossa literatura.

Autores consagrados - clássicos e contemporâneos - serão desvendados através de uma linguagem apoiada em roteiros atraentes, instigantes e reveladores, com cruzamento de análise crítica com a revelação da vida e da obra dos homens de letras do nosso estado, seus ideários e relevância para a arte da escrita.

A maior antologia visual já realizada sobre a cultura literária catarinense numa série de documentários que, na primeira fase do projeto que será produzido este ano, conta com a participação dos seguintes escritores:

Salim Miguel
Silveira de Souza
Júlio de Queiroz
Francisco José Pereira
Flávio José Cardoso

A Academia Catarinense de Letras será responsável pela distribuição dos DVDs da série “Letras Catarinenses” para a rede estadual de ensino, empregando, desta forma, os recursos artísticos audiovisuais que atendem a democratização do ensino e da informação que norteiam este século.


FICHA TÉCNICA

Título da série
LETRAS CATARINENSES

Formato
DOCUMENTARÍSTICO

Conteúdo
DOCUMENTÁRIOS SOBRE A VIDA E A OBRA
DE ESCRITORES CATARINENSES

Composição
CINCO DOCUMENTÁRIOS

Duração
30’ MINUTOS

Produto final
COLEÇÃO EM DVD

Produção
CAPTAÇÃO E EDIÇÃO EM HDV
(HIGH-DEFINITION VÍDEO)

“Letras Catarinenses” é produzido por Chico Pereira, da Conceito Comunicação e Idéias, realizador e produtor de documentários para SESCTV (canal a cabo, NET São Paulo) e diretor de programas de TV. Há sete anos em Florianópolis, realizou diversos programas de cultura, documentários e institucionais para a Assembléia Legislativa de Santa Catarina, SESC-SC, Tribunal de Justiça do Estado e trabalhos para produtoras da cidade.

É também diretor e roteirista de três documentários do programa “Santa Catarina em Cena” (RBS-TV-2006/2007). Dirigiu “Martinho de Haro, a Cidade Reinventada”, documentário para a Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes em 2007 e “Cruz e Sousa, o poeta simbolista do Brasil”, para a Secretária de Estado da Cultura, Turismo e Esporte em 2008.

Neste mesmo ano ganhou o concurso DOCTV IV, do Ministério da Cultura e realizou o documentário “Audácia”. Atualmente é co-diretor do programa CURTADOC, veiculado pelo SESCTV nacionalmente, um programa dedicado a produção de curtas-metragens e também prepara a série “Terra de Faróis” para o “Santa Catarina em Cena 2009”, a ser exibida ainda neste ano. Mais detalhes no site da Conceito Comunicação e Idéias.

27.7.09

Atenção colegas!

25.7.09

JORNALISTAS RESISTEM
AO GOLPE EM HONDURAS
O exemplo da Rádio Globo


Se de um lado os jornais El Heraldo e La Prensa nos deixam envergonhados da profissão, por outro, a resistência dos jornalistas, técnicos e demais funcionários da Rádio Globo Honduras, provoca orgulho. Única emissora contra o golpe e que continuam a fazer o bom jornalismo, se mantém no ar por dois motivos: as centenas de pessoas que cercam o prédio, criando uma barreira para evitar a entrada da Polícia e do Exército, e ação dos trabalhadores do setor elétrico que impedem o corte no fornecimento de energia.

Os jornalistas e a rádio começaram a ser assediados ontem (sexta, 24.7) e, bastou uma denúncia no ar, para as pessoas começarem a chegar. Vizinhos estão cedendo alimentação e água, tanto para os manifestantes, quanto aos profissionais da emissora. É uma situação emocionante e, quem ama a liberdade e luta contra as tiranias, vai ficar sensibilizado com a coragem dos que fazem a Rádio Globo Honduras.

24.7.09

LEVANTE EM HONDURAS

Tegucigalpa (Honduras), meados de julho.

ACOMPANHE

Rádio Globo (Honduras). Esta sob pressão pela posição contrária o golpe. Acompanhamento ao vivo da tentativa de retorno de Zelaya ao poder, com o apoio de dezenas de repórteres e de ouvintes que telefonam passando informações. No início da manhã de hoje (24.7) os locutores da emissora denunciaram que o governo golpista ameaça cortar o fornecimento de energia elétrica, o que interromper a transmissão.

A CNN transmite imagens e informações. Entradas ao vivo.

A Telesur também. No site da Telesur (Venezuela, ligada ao governo), informações com atualização permanente e link do sinal ao vivo da emissora. Apoio ostensivo a Zelaya.

La Prensa (Nicarágua). Jornal independente. Seus repórteres acompanham a comitiva de Zelaya e informam a redação. Atualização permanente.

Honduras Laboral. Reportagens sobre a resistência popular ao golpe.

A palavra do governo golpista: El Heraldo e La Prensa (Honduras).


A crônica do velho Olsen


Olá, camaradas, salve!

Antes que me perguntem sobre a eleição na Academia Catarinense de Letras, quero repetir as palavras do Millôr Fernandes, "A Academia Brasileira de Letras se compõe de 39 membros e um morto rotativo"... Mais ou menos, mas às vezes, invariavelmene, o tal morto pode ser teu amigo, como aconteceu agora, só que em Santa Catarina, a Cadeira nº 08 era do amigo, antropólogo, professor Silvio Coelho dos Santos...

Não deu, pela primeira vez na história, acredito, nenhum candidato venceu, quer dizer, ninguém fez os 20 votos necessários, no segundo turno fiz 14 votos e meu adversário 11 votos...

Haverá nova eleição em agosto ou setembro... Aviso aos torcedores, estou no páreo...

Levo um "fardo" comigo, sou um escritor... Ah! Tem gente na Academia que não suporta isso... Ah, ah, ah...

A música que ilustra a crônica foi gravada em 1971, depois da separação dos Beatles (oficialmente só aconteceria em 1972, por força de contrato) mas "os rapazes" já estavam gravando independentemente... Esta foi do George Harrison (o Ringo Starr deu uma força na bateria) e aí está "My Sweet Lord"... Posteriormente, no mesmo ano, Geoge emprestou a força de um solo de guitarra (da sua) para o Ringo gravar "It Don't come easy" (de matar) mas os outros não deixaram por menos, John Lennon gravou "Mother" e o Paul McCartney "Another Day"... Todas galgaram (galgaram é duca) os primeiros lugares nas paradas... Depois o Paul fez "Mary had a little lamb" (uma cançãozinha de ninar despretenciosa, mas que implacou) e o John matou a pau com "Power to the people"... E vai por aí...

Buenas, mas e a crônica?

Ah! Quase esqueço, está aí... Cutucando a ortodoxia católica (da qual faço parte, não da ortodoxia, mas dessa herança jesuítica como diria o Paulo Francis comentando a respeito do Vinícius de Moraes, deixa pra la) com humor...

Um abração e o carinho de sempre do poeta, viking, autoexilado na Lagoa da Conceição...

Até!

NÃO DISCUTO SOBRE ISSO!


Por Olsen Jr.
olsenjr@matrix.com.br

Religião e política, à mesa lá em casa, sempre foram assuntos proibidos. Sabia-se de antemão que ninguém chegaria a lugar nenhum, evitava-se assim a insalubridade das diferenças sendo confrontadas de corpo presente.

Continuo com a prática em minha própria vida. Tem situações, ditas de “foro íntimo” que ninguém tem o direito de “meter o bedelho”. O que não impede, naturalmente, de me divertir um pouco com algumas concepções manifestadas por alguns contemporâneos.

A tarde já ia a meio, estou no café lendo a “Ilustrada” da Folha, uma matéria sobre os Beatles, um dos meus vínculos com o passado (remember as 48 biografias deles lá na minha biblioteca) quando ouço na mesa ao lado, bem animada, alguém “requentando” um assunto que já esteve nas primeiras páginas algum tempo atrás, dizia: “sabem, uma das coisas que sempre me impressionou quando era criança, foi aquela história do “limbo”, não conseguia imaginar aquilo, o cara, sem ter cometido pecado nenhum, era condenado àquela coisa, ficava lá, toda a vida, nem para frente e nem para trás, aquela ideia de eternidade, de vazio, de dormência, nunca entendi...

Agora, outro dia, o Papa Bento XVI aboliu o tal limbo... Assim, de uma canetada, acabou com uma dúvida que carregava comigo da noite para o dia”...

Ouço algumas gargalhadas... Não sei como o tal assunto começou, mas presto atenção porque no fundo, também tinha aquele sentimento, aliás, eu mesmo poderia ter dito aquilo que o sujeito acabara de dizer.

Viajei um pouco no tempo, quando tinha seis ou sete anos e me preparava para a primeira comunhão. O Colégio “Bom Pastor”, em Chapecó, e a irmã Lucrécia dava as últimas instruções para a turma em uma espécie de sabatina, com direito a perguntas e respostas, era para sanar as dúvidas todas. Cada aluno apontava o dedo, levantava e perguntava. Bueno pensei também vou perguntar, era só para mostrar interesse pela matéria, afinal, naquele tempo a gente sempre fazia o que “eles” ou “elas” pediam, sem questionar muito, ainda mais em se tratando de religião.

Aí, imbuído daquela coragem insana dos leigos, digo para a irmã (tudo bem pensado e ensaiado antes, em pensamentos) “se para tomar a comunhão precisamos estar em jejum, então depois de receber a hóstia, devemos continuar em jejum”... A sala toda veio abaixo de riso, a irmã me deitou os dois olhos piedosos e dissimulou um riso observando a irmã Gilda, a diretora que acabara de entrar, e deu a sua explicação... Depois o Renato Breda me deu dois tapinhas nas cosas e afirmou que a pergunta tinha sido boa, a irmã que não entendera direito. Nada como ter um bom amigo, na verdade eu queria perguntar se o tempo de jejum antes deveria ser observado depois, quer dizer, o mesmo tempo, enfim...

Aí foi a minha vez de abrir um sorriso, só eu entendi, naturalmente.

A conversa na mesa ao lado ia mais animada do que aquela minha recordação passageira.

O sujeito que falara sobre o limbo deveria ser um humorista, era muito espirituoso com o que parecia uma impertinência da Santa Sé, argumentava com desenvoltura: “ora,
vejam bem, se o Papa pode liquidar com o limbo numa canetada, lembro na época que o argumento foi simples, afirmaram que era uma “visão excessivamente restrita da salvação” e concluíram como Deus é piedoso ele iria “querer que todos os seres humanos sejam salvos”, o Papa também poderia dar uma mexida geral, começando com aquela história do “pecado original”, pô! O cara já nasce com uma dívida com os senhores lá do paraíso... Risos... E isso sem contar aquela outra história do “purgatório” que deve ser uma espécie de condenação com juros e correção por nossas falhas espirituais, tais é louco”, concluiu enquanto a turma caia na gargalhada...

Sem humor não vai, por isso não discuto!

*
Conferência Municipal de Cultura

"Colegas, hoje, sexta-feira (24/07), às 17 horas, a Fundação Municipal de Cultura Franklin Cascaes estará promovendo a 2ª reunião preparatória da 2ª Conferência Municipal de Cultura (Florianópolis).

É muito importante que todos se façam presentes. Principalmente, entre outras questões, argumentar sobre a necessária definição do futuro Conselho Municipal de Cultura no ambiente da Conferência.

Vamos garantir que o mesmo seja DELIBERATIVO.
A reunião será na Casa da Memória (rua Padre Miguelinho, s/n, esquina com rua Anita Garibaldi, Centro).

Um abraço e até lá,
Murilo Silva."

*
AVISO

No final de semana o Sambaqui na rede vai comentar alguns detalhes da Operação Tijoladas no Mosquito, ou seja, o cerco que está se formando em torno do blogueiro Amilton Alexandre.

22.7.09

Secretarias de Cultura

Detalhe de um óleo sobre tela de Elias Andrade (Índio)

Por Amílcar Neves*

Por três vezes estive em visita a uma secretaria estadual de Cultura.

A primeira delas foi em 1988, no Paraná, quando recebi, pelo livro Relatos de Sonhos e de Lutas, ainda inédito na ocasião, o prêmio de 2o lugar no Concurso Nacional de Contos “Prêmio Paraná” daquele ano. A segunda oportunidade se deu dois anos depois, na mesma Curitiba, e lá estive para receber as deferências de 1o colocado no Concurso Nacional de Romance 1990; a obra premiada foi Desterro, Brasil, que ainda permanece inédita, recentemente finalista do nosso Prêmio Cruz e Sousa. No mesmo ano, por fim, outra viagem, agora por conta do 1o lugar no Grande Prêmio Minas de Cultura 90 - XV Prêmio Guimarães Rosa para os contos de Livro de Max e de outros seres mais, talvez o meu livro mais premiado até aqui e que, igualmente, continua inédito. Desta vez, convidada pelo governo de Minas, a Secretária de Cultura de Santa Catarina aceitou o convite e, num dos teatros de Belo Horizonte, fez a entrega do prêmio ao representante do seu Estado.

Na época, único momento na História, Santa Catrina possuía uma Secretaria de Cultura e sua titular durante todo o mandato, a Professora Zuleika Mussi Lenzi, entendeu ser atribuição do cargo prestigiar um escritor catarinense que conquistava um prêmio nacional - prestigiava pessoalmente, de fato, a Literatura e a Cultura feitas no Estado, sem mandar representante nem passar procuração. Na verdade, havia um apêndice naquela estrutura, chamado “e Desporto”, mas, lamentavelmente para os esportes, D. Zuleika vinha da área cultural e foi essa a ênfase que ela naturalmente colocou nas atividades da pasta.

Nessas três vezes em que visitei uma secretaria estadual de Cultura fui recebido como gente importante e pude conversar longamente e à vontade com os respectivos titulares, que dispensaram tempo e atenção a alguém que trabalhava em um assunto que lhes era inteiramente familiar: como se um plantador de soja em conversa com o seu secretário de Agricultura.

E este foi o ponto comum das três visitas: numa secretaria exclusiva, pura, o ar que se respira é o da Cultura, os programas e todos os esforços são direcionados à promoção cultural das pessoas do Estado. Sem contaminação com assuntos estranhos à atividade. Assim, a secretaria torna-se espontaneamente a casa de quem está envolvido com Cultura. E as coisas podem funcionar.


* Amilcar Neves, escritor. Crônica publicada na
edição de hoje (22.7) do jornal Diário Catarinense.
Reprodução autorizada pelo autor.


*
Sobre a República Catarinense (Juliana)

Disseram no Jornal do Almoço da RBS que hoje, 22 de julho de 2009, é o dia da proclamação da República Juliana. Não é verdade. Há exatos 160 anos as tropas comandadas por Davi Canabarro e Joaquim Teixeira Nunes, chegavam em Laguna, recebidas por levantes de apoio em Araranguá, Tubarão e Pescaria Brava (Laguna). Giuseppe Garibaldi estava entre as forças farroupilhas e conheceria Ana Maria de Jesus Ribeiro (Anita Garibaldi) por aqueles dias. A República Catarinense (ou Juliana, como é conhecida pejorativamente) foi proclamada uma semana depois, em 29 de julho de 1839.

*
Sobre o esquecimento do distrito de Santo Antônio de Lisboa na programação dos 22 anos da Fundação Franklin Cascaes:

Oi Celso,

A idéia da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes (FCFFC) é variar as comunidades que receberão eventos culturais, permitindo o acesso à cultura a um número cada vez maior de pessoas e localidades. Você tem razão. Na programação do aniversário da FCFFC, o Distrito de Santo Antônio de Lisboa não vai receber atividades, porém já está mapeado para integrar a programação do 16º Floripa Teatro – Festival Isnard Azevedo, que vai acontecer de 11 a 23 de agosto. Aliás, receberá um belíssimo espetáculo.

Quem vai se apresentar na comunidade é a Brava Companhia de Teatro (grupo de São Paulo), com o espetáculo “A BRAVA”, que é inspirado na história de Joana d’Arc, no dia 20 de agosto. Na montagem, a saga da heroína francesa é mostrada de forma épica, utilizando recursos como a música e a interação com a platéia, e referências da cultura popular e da cultura pop agregadas a situações cênicas que exploram o drama e um humor anárquico, para construir paralelos com os dias de hoje. O espetáculo foi indicado ao prêmio Shell de Teatro de São Paulo na categoria direção, e ao prêmio da Cooperativa Paulista de Teatro nas categorias dramaturgia, projeto sonoro e trabalho apresentado em rua. A comissão organizadora trabalha agora para garantir a estrutura para essa apresentação:

O Distrito de Santo Antônio de Lisboa também vai integrar em novembro o projeto 12 Cultural, uma proposta que será lançada no dia do aniversário de 22 anos da fundação (29 de julho) e que vai acontecer em diversos pontos da cidade (Ilha e região continental) no dia 14 de novembro (véspera da Proclamação da República). A intenção é levar 12 horas ininterruptas de atividades culturais a diferentes regiões de Florianópolis. Ou seja, como disse o idealizador do projeto, Tiago Silva, Coordenador de Eventos e Assuntos Comunitários da FCFFC, neste dia Florianópolis vai “Proclamar a Cultura”, idéia que foi prontamente abraçada pelo Superintendente da FCFFC, Rodolfo Joaquim Pinto da Luz e pela equipe da Franklin Cascaes. Nunca foi realizado algo assim na cidade.

O evento é inspirado na Virada Cultural de São Paulo e na Nuit Blanche francesa, e adaptado às características de Florianópolis. A programação começará ao meio-dia e prosseguirá até meia-noite, abrangendo música, folclore, artesanato, artes plásticas, teatro, literatura, dança, entre outras atividades mesclando o erudito, o popular e o contemporâneo. Serão sete palcos simultâneos neste primeiro ano, mas a meta é ampliar cada vez mais para que neste dia toda a cidade viva a cultura, inclusive incentivando a que museus, teatros, livrarias e outros espaços do gênero, localizados nas imediações desses palcos, também sejam integrados ao projeto, e ocupados com atividades nesse período.

Assim como terá palco no Norte da Ilha, outros serão montados na região continental, no Sul e no Leste. Na região central, a idéia é levar o 12 Cultural para o morro com palco no Morro da Caixa onde, entre outras atividades, haverá apresentação do projeto orquestra-escola e na avenida Beira-mar, que deverá conhecer a linguagem do hip hop (ou seja, o objetivo é promover a integração e o diálogo entre os diferentes estilos e linguagens artísticas. Esse é um dos projetos que estão sendo desenhados pela FCFFC pensando na democratização da cultura e na valorização da diversidade cultural do nosso município.

Dieve Oehme

21.7.09

Barbárie no século 21
PREFEITURA
PERSEGUE
ARTISTAS DE RUA



Atenção cidadãos do Planeta. Em Florianópolis, Estado de Santa Catarina, Brasil, os artistas de rua estão sendo perseguidos, proibidos de trabalhar, ameaçados com prisão. Advertidos a primeira vez, não poderão voltar às ruas. Se o fizerem terão que assinar um termo de ajustamento de conduta. Na terceira vez poderão ser presos. A iniciativa espelha muito bem a mentalidade do tipo de gente que nos governa. Triste a cidade que escorraça os seus artistas!

Abaixo um texto de Murilo Silva, filósofo, animador cultural e acadêmico de Direito sobre o exemplo de barbárie que acontece em Florianópolis.


Os "perigosos" mambembes do asfalto


Vejo o acender da luz sobre o palco, adornado de faixas brancas e pretas. Nas poltronas, uma platéia impaciente, vestida em armaduras de lata, com pés redondos de borracha. Está tudo pronto para o espetáculo. O artista, um olho no equilíbrio outro no olhar da audiência, exibe sua graça repetitiva. Escravo do tempo da sinaleira, o malabarista nem sempre consegue a bilheteria desejada.

Pois bem, a Prefeitura de Florianópolis agora está querendo acabar com o espetáculo, perseguindo os mambembes perigosos, ameaçadores da paz e da ordem. “A maioria deles são de fora”, dizem os administradores do Paço Municipal, que tanto vendem a imagem desta linda Floripa, lá fora.

Não faz muito tempo, placas encravadas no barro dos canteiros, cinicamente exibiam o alerta da prefeitura "Quem dá esmolas não dá futuro." Chega de hipocrisia. Tirem isto sim, as crianças das sinaleiras e os esmolentos profissionais. Usem os serviços de assistência social e dêem alternativa de trabalho e renda. A permanência dos mesmos completa o escárnio da miséria. E aquelas placas, agora em menor número, me fazem lembrar a tradicional e enjaulada recomendação zoológica para que não dêem comida aos animais.

Eu, dentro do meu carro, assistindo os malabares, pago satisfeito. Às vezes não pago, somente sorrio. Outras vezes, nem sorrio, apenas paro e passo. E os gnomos, inofensivos artistas da polis, continuam ali, apenas trabalhando.

Prefeito, o dinheiro é meu. E por favor, respeite o direito de livre expressão, garantido no ordenamento jurídico brasileiro.

Estações de esgoto da Casan
poderão ser investigadas
Denúncias de crimes ambientais contra a estatal.

Curso d'água em área da ETE do Rio Tavares.

O Movimento Municipal de Saneamento Básico e Ambiental de Florianópolis acaba de solicitar à procuradora da República Anaúlia Hartmann, que investigue as condições das diversas unidades do sistema de tratamento de esgotos em São José (Potécas) e Florianópolis, sobretudo na Ilha de Santa Catarina.

O pedido ao Ministério Público Federal (MPF) inclui denúncias sobre irregularidades nas estações de tratamento de esgotos do Rio Tavares (em obras, embargadas pelo ICMBio) e a de Canasvieiras, onde ocorre no mínimo o laçamento irregular de efluentes nos rios do Braz e Papaquara.

Os dois casos foram denunciados no Sambaqui na rede. Apesar da gravidade das denúncias, nenhum veículo de maior porte se interessou pela pauta e assim continuamos os únicos na abordagem do caso.

Abaixo o trecho final do pedido encaminhado ao MPF, onde são feitos os pedidos do Movimento. Algumas entidades comunitárias discutem o endosso da denúncia.

Desmatamento de área no Rio Tavares para construir a ETE.

[...] Diante das graves denuncias acima, nós do MOVIMENTO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO E ABIENTAL DE FLORIANÓPOLIS, solicitamos medidas deste Ministério Público Federal para apurar responsabilidades pelo desrespeito à Lei Ambiental, para tanto é urgente tambem que se manifestem nestas apurações o Ministério Público Estadual, Fundação Estadual de Meio Ambiente, IBAMA/ICMBio, Prefeitura/Conselho Municipal de Saneamento/Camara de Vereadores, Vigilancia Sanitária e CASAN. Frente aos fatos denunciados, de gravessímas repercussões ambientais, entendemos que esta em questão todos os demais instrumentos e relatórios de controle ambiental das estações de tratamento em operação na região de Florianópolis em suspeita, nesse sentido estamos solicitando que sejam feitas apurações minuciosas da gestão e controles tambem da Estação de Tratamento de Potécas, bem como das demais em operação na ilha (Aterro da Beira-Mar Sul, Saco Grande, Jurerê, Canasvieiras, Praia Brava, Rio Vermelho, Lagoa), com acompanhamento rigoroso dos órgão de fiscalização, licenciamento, Ministério Público, UFSC, UNIVALI e do Conselho Municipal de Saneamento.

No aguardo das análises ambientais e administrativas solicitadas, exigimos a completa paralização das obras e contratos vigentes, destacamos entre estes como prioritário a paralização do sistema (projetos e obras) de Ingleses, Barra de Sambaqui/Santo Antonio, Tapera/Ribeirão e Rio Tavares/Campeche, e dbem como de todos os contratos de Educação Ambiental deles decorrentes, por estarem em desacordo com a lei. Este foi o entendimento da Audiencia Pública, que não podemos ignorar sob pena inclusive de perdemos os recursos federais do PAC, sob responsabilidade dos titulares municipais, licenciadores e executores.

Assim sendo, na certeza de que estas denuncias e solicitações afetam os desdobramentos da politica municipal de saneamento, e que esta deve ser integrada a Politica Nacional de Saneamento Básico e Ambiental, estamos enviando cópia deste expediente aos promotores e avalisadores federais, de programas e projetos financiados com recursos a fundo perdido ou não, par que estes não se desresponsabilizam de qualquer fiscalização de acompanhamento que lhe é pertinente após seus licenciamentos e aprovação dos financiamentos, pois nos contratos entre municipios e união deve ser assegurado pelas partes, atraves de instrumentos de controle e gestão permanente, as garantias dos objetivos da Politica Nacional de Saneamento, sob pena dos titulares federais e municipais incorrerem em crime de responsabilidade politica e administrativa.

Destacamos por último, que ao fazermos tais solicitações, buscamos mui respeitosamente junto às esferas deste Ministério Público Federal, exercer nosso direito à participação, gestão e controle social, que estão definidas nos novos marcos regulatórios da legislação brasileira, na promoção da política pública municipal e regional de saneamento básico e ambiental, bem como no intuito de contribuirmos para a busca de soluções coletivas entre atores politicos, num ambiente pactuado pelo respeito e credibilidade mútua que requer o tema para a sua plena realização.

Portanto na firme convicção de que esta procuradoria do Ministério Público Federal-SC no cumprimento de suas funções se pauta também nos pressupostos da participação e controle social, desde já agradecemos sua atenção às nossas solicitações e nos colocamos à sua inteira disposição para os encaminhamentos necessários.

Florianópolis, 20 de julho de 2009

Atenciosamente,

Arquiteto LOURECI RIBEIRO
p/ Movimento Municipal de Saneamento Básico e Ambiental de Florianópolis

Com cópia para: Ministério Público Estadual, Fatma, Vigilancia Sanitária (estadual), Casan, Prefeitura de Florianópolis, Conselho Municipal de Saneamento, Camara de Vereadores, Ibama, ICMBio, SPU, CEF, SEAP, Ministério das Cidades, Casa Civil/PAC, Bndes.

As fotos foram anexadas ao pedido sem indicação de autoria.

20.7.09

CASAN
Crime ambiental confesso

ETE de Canasvieiras

Resposta do diretor regional da Casan Julcinir Gualberto Soares (abaixo) a um pedido de informações do vereador Márcio de Souza (PT), revela o lançamento de efluentes da Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) de Canasvieiras nos rios do Braz e Papaquara (foto). Os dois cursos d'água, conforme detalhes mais adiante, são enquadrados como Classe 1, não podendo receber nenhum tipo de dejeto.



Se a legislação em vigor não for apenas uma formalidade decorativa, a Casan está cometendo crime ambiente desde a inauguração da ETE de Canasvieiras em meados dos anos 1990. Uma leitura atenta do documento acima revela outros detalhes do que a Casan está fazendo. O gabinete do vereador Márcio de Souza elabora um dossiê para encaminhar ao Ministério Público.

Situação 1

RESOLUÇÃO do Conselho Estadual dos Recursos Hídricos (CERH) Nº 003/2007

Dispõe sobre a classificação dos corpos de água de Santa Catarina e dá outras providências.

Art. 1º - Enquadrar os cursos d’água superficiais do Estado de Santa Catarina, a seguir especificados, como CLASSE ESPECIAL, conforme classificação estabelecida pela Resolução Nº 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA:

XXXVI. Todos os cursos d´água da Ilha de Santa Catarina, exceto o Rio Tavares, a jusante da quota 02 (dois).

§ 1o Os órgãos ambientais e gestores de recursos hídricos, no âmbito de suas respectivas competências, fiscalizarão o cumprimento desta Resolução, bem como quando pertinente, a aplicação das penalidades administrativas previstas nas legislações específicas, sem prejuízo do sancionamento penal e da responsabilidade civil objetiva do poluidor. Fonte


Situação 2

Decreto 14.250

CAPÍTULO II

Da Proteção das Águas, do Solo, da Atmosfera e do Controle Sonoro
Seção I

Da Proteção das Águas
Subseção I

Da Classificação e Utilização dos Corpos de Água

Art. 8º. - É proibido o lançamento, direto ou indireto, em corpos de água, de qualquer resíduo sólido, assim como o vinhoto proveniente de usina de açúcar e destilaria de álcool.

Art. 11 - Nas águas de classe 1, não serão tolerados lançamentos de efluentes, mesmo tratados. Fonte

19.7.09

Começa a fase preparatória da 2ª
Conferência
Municipal de Cultura

Foto: Assessoria de Comunicação/FFC.

Evento deve acontecer setembro ou outubro de 2009. A primeira reunião foi na quinta-feira (17.7), coordenada pelo superintendente da Fundação Franklin Cascaes, Rodolfo Joaquim Pinto da Luz. A próxima será na sexta-feira (24.7), às 17 horas, na Casa da Memória (Centro). A Conferência Municipal resulta de diretrizes do Plano Nacional de Cultura que sugere a discussão do tema central Cultura, Diversidade, Cidadania e Desenvolvimento, Por essa proposta serão realizados debates em torno de cinco eixos temáticos: Produção simbólica e diversidade cultural; Cultura, cidade e cidadania; Cultura e desenvolvimento sustentável; Cultura e economia criativa; e Gestão e institucionalidade da Cultura.

Rodolfo Joaquim Pinto da Luz reafirmou aos participantes que a Fundação Franklin Cascaes está empenhada na construção de políticas públicas para a Cultura. Segundo ele, isso abrange não só a realização de uma conferência democrática e participativa, mas também a implantação do Fundo Municipal de Cultura e do Conselho Municipal de Política Cultural, que poderá ter o caráter deliberativo, consultivo e normativo. “Isso vai ficar definido nas atribuições. Estamos trabalhando intensamente para implantar essas medidas ainda em 2009”, disse.

A reunião teve a presença dos escritores Salim Miguel, Flávio José Cardozo, Amilcar Neves, Júlio Queiroz, Vítor da Rosa, Jair Francisco Hamms e Maria de Lourdes Ramos Krieger. Também participaram Murilo Silva, representando o Gabinete do Deputado Estadual Pedro Baldissera (PT) e César Floriano, representante da cultura no Plano Diretor Participativo, além de técnicos da FCFFC e da Secretaria Municipal de Administração (PMF).

Presença dos representantes da Ordem dos Músicos do Brasil; Polyphonia Khoros; Projeto Orquestra-Escola; Regional-Sesc; Fundação Catarinense de Cultura; Secretaria de Estado da Cultura; Fundação Cultural Badesc; Associação Cultural Panvision; Fundo Municipal do Cinema (Funcine); Cinemateca Catarinense; Mostra de Cinema Infantil; Curso de Cinema da UFSC; Academia Catarinense de Letras; Círculo Ítalo-Brasileiro; Associação Catarinense de Artistas Plásticos; Associação Nipo-Catarinense; Ordem dos Advogados do Brasil; Associação dos Artesãos da Feirarte; Associação Cultural Sol da Terra; Coordenadoria Municipal de Promoção da Igualdade Racial; Grupo Afro-Catarina; Associação de Mulheres Negras Antonieta de Barros; Aliança Francesa; Casa dos Açores; Barca dos Livros e Arquivo Histórico de Florianópolis.

(Baseado em texto de Dieve Oehme/17.7.2009. Assessoria de Comunicação FFC)

*
Esqueceram de nós (1)

Nenhuma localidade do distrito de Santo Antônio de Lisboa e imediações foi contemplada com qualquer atividade dos 22 anos da Fundação Franklin Cascaes. Nem de uma singela sessão do projeto Cinema nas Comunidades lembraram. Bacana!


*
Diploma de Jornalista
Santa Catarina está na luta!*

O Sindicato dos Jornalistas já mantinha uma luta constante em defesa da regulamentação profissional e desde o dia 17 de junho, quando da derrubada do diploma pelo STF, o SJSC ampliou esse trabalho. Desde então, organizou assembléias, reuniões e a busca de apoio no poder legislativo, traduzido com a aprovação de moções que reivindicam a volta do diploma.

Foram realizadas até o momento oito assembléias da categoria – Florianópolis, Concórdia, Criciúma, São Miguel do Oeste, Tubarão, Itajaí, Lages e Jaraguá do Sul – e em todas firmou-se a proposta de defesa intransigente da exigência de formação superior específica para o exercício da profissão. Algumas dessas cidades formaram as Comissões de Resistência e Luta dos Jornalistas de Santa Catarina, formadas por profissionais, estudantes e entidades aliadas a reivindicação da categoria. A próxima assembléia ocorre em Rio do Sul, dia 4 de agosto, e é possível que na mesma semana as reuniões também aconteçam em Blumenau e Joinville.

O presidente Rubens Lunge, que participou dos oito encontros, salientou que as assembléias têm sido significativas: “estamos nos fortalecendo e precisamos ampliar a luta em defesa do diploma, em defesa da profissão”. Destacou ainda o trabalho dos dirigentes do interior na busca de apoio entre os vereadores catarinenses.

Em outra frente, o SJSC acionou os parlamentares de SC em busca de apoio à luta da classe, resultando na aprovação de moções favoráveis ao diploma nas Câmaras de Chapecó, Concórdia, Coronel Freitas, Criciúma e Florianópolis. O Legislativo de Seara vota requerimento de igual teor na segunda-feira, dia 20/07. A Assembléia Legislativa de Santa Catarina também se engajou no processo com aprovações de duas moções.

* Texto da assessoria de comunicação do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina. Veja a matéria completa e as deliberações do Estado para a reunião nacional entre a FENAJ e os Sindicatos.

18.7.09

Caminho do Peabiru em
Santo Antônio de Lisboa


O último livro da jornalista Rosana Bond sobre o Caminho do Peabiru será lançado nesse sábado (18.7), das 13 às 17 horas, em Santo Antônio de Lisboa.

Local: Óptica Brasil (rua Cônego Serpa, 101).
Fone: (48) 3232 2250.


No lançamento em Sambaqui (foto, dia 26.6) Rosana recebeu dois poemas de Mário Osny Rosa, 75 anos, poeta e advogado. Ele veio de São José para entregar em mãos dois poemas escritos para aquela ocasião, reproduzidos a seguir. Um pouco da obra do sr Mário pode ser conferido em dois sites na internet - Poetas Advogados e Mário.Poetas Advogados.

Imagem do livro de Rosana Bond.


Poemas de Mário Osny Rosa


*
Cidadania - A participação do povo na política é o tema da palestra que o médico e vereador Ricardo Camargo Vieira (PC do B) profere hoje à noite (sábado, 18.7), na Barra do Sambaqui. Será às 20 horas, na Igreja Evangélica Assembléia de Deus (rodovia Isid Dutra, 1.220), ao lado da escola Marcolino José de Lima.