28.2.10

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Imagens da semana
S A M B A Q U I










Vítima de um gavião.



Vereador Dinho, Sérgio Ferreira, Lindão, prefeito em
exercício João Batista Nunes, Regina e Zeneide (na frente).



Restauração do Casarão da ABS. Prefeito em exercício
vistoria as obras na próxima terça-feira (2.3).



27.2.10

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I N T E R V E N Ç Ã O


Por Emanuel Medeiros Vieira*

Tendo mais de 20 anos, a representação política no Distrito Federal (para a qual lutei e me arrependo), não trouxe qualquer benefício para Brasília.

Pelo contrário.

Escândalos, corrupção, cobiça, trapaças.

Tem sido um verdadeiro faroeste caboclo, espécie de gangsterismo do cerrado.

São tantas as tramóias, que consumiria muito papel citar exemplos do constante desrespeito ao cidadão honrado (que ainda paga pela péssima imagem dos políticos da capital) que aqui vive.

Apenas uma: pela denúncia de Durval Barbosa, parlamentares da base aliada (ligados a José Roberto Arruda) receberam cada um R$420 mil pelo voto favorável à aprovação do Plano Diretor de Ordenamento Territorial de Brasília (PDOT).

Como o PDOT foi aprovado por 18 votos a favor, essa conta fecha em R$7,5 milhões.

Segundo o delator do esquema de corrupção em Brasília, apenas um deputado distrital, evangélico poderoso de Taguatinga, teria recebido R$6 milhões para apoiar a eleição de Arruda.

(Como o barco afundou, os seguidores deste senhor o abandonaram.)

Ele deveria aceitar a delação premiada e contar tudo o que sabe. E tudo o que fez.


Agora, todo mundo se manifesta contra intervenção.

O maior jornal da capital vive fazendo editoriais contra, falando em golpe.

Porque recebe muito (mas muito mesmo!) dinheiro em verbas de publicidade.

A Câmara Legislativa (conhecida como a Casa dos Horrores), o Clube de Diretores Lojistas, a OAB daqui (cujo presidente pertence a um escritório de advocacia que defende Arruda), os empresários, a CUT, também o PT, o deputado Geraldo Magela, do PT, (que quer ser governador), os sindicatos, o senador Cristovam Buarque (que ficou mudo durante toda a crise): todos são contra.

Agnelo Queiroz, ex-deputado federal do PT (que saiu do PCdoB), que foi ministro dos Esportes e também aspira ser governador do DF, assistiu aos vídeos antes da sua divulgação.
E ficou caladinho.

Ele também é contra.

E Joaquim Roriz também é contra.

Ah, o Lula também não quer a intervenção.

(Que turma boa, hein?)

É estranho.

Todos unidos contra a intervenção.

Como tanta gente assim sendo contra a intervenção, o bom senso indica: ela deve ser o melhor caminho.

Por que a mamata iria parar?

Por que os cofres públicos parariam de sangrar?

Por que, no fundo, um interventor idôneo faria uma auditoria rigorosa nas contas do GDF.

Disso todo mundo tem medo.

A intervenção é a única saída.

Todos os poderes estão contaminados: é um processo de metástase.

Talvez ela não saia, porque a pressão é fortíssima – e de gente muito poderosa que, a rigor, manda no Brasil desde 1500.

*Escritor, morador de Brasília há 31 anos.

Emanuel em visita a Sambaqui. Inverno de 2009. Foto: CM.

25.2.10

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AS TAIS PLACAS

Praia do Toló. Foto CM em 24.2.2010.

A instalação de placas proibindo a ação dos DJ's de fim-de-semana com suas potentes caixas de som, e de churrasqueiras no chão das praias, gerou indagações, muitos ficaram perplexos. Robertinho Lapa Píres e o jornalista Raul Longo manifestaram-se indignados, encaminhando textos para o Sambaqui na Rede e o DAQUI Jornal.

A falta de divulgação da iniciativa gerou interpretações.

As placas foram implantadas a pedido da Associação de Bairro de Sambaqui, com o apoio do vereador Edinon Manoel da Rosa (Dinho, PSB) e o historiador Sérgio Luiz Ferreira, que o assessora na Câmara Municipal.

A primeira praia contemplada foi a do Índio (ou do Rola, referência a Raulino Andrade, pai de Elias Andrade; ou da Geraldina, mãe do artista plástico).

A praia seguinte foi a do Toló. Devido às chuvas e ao Carnaval, a praça Macário da Rocha e a Ponta do Sambaqui ficaram algum tempo sem as placas. Foi o que gerou a confusão, pois aparentemente a restrição se limitava à praia do Tolo (a praia do Índio fica mais distante e a frequência é bem menor). Na última quarta-feira (24.2), as placas já estavam instaladas na Ponta do Sambaqui. Outras duas vão ser colocadas na praça Macário da Rocha (podem até já ter sido postas).

A proibição de acampar é antiga e são raros aqueles que eventualmente armam suas barraquinhas no local. O uso de parafernália sonora, convenhamos, serve apenas para o deleite do DJ de fim-se-semana e seu grupinho, incomodando os demais. A restrição não inclui o uso de churrasqueira portátil, com uso de carvão levado de casa.

A seguir fotos de 24.2.2010 (quarta-feira). A situação é grave na Ponta do Sambaqui, onde árvores nativas estão sendo usadas nas churrasqueiras improvisadas. Bromélias e outras espécies também são danificadas ou destruídas.

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Praia do Índio






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Praia do Toló



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Ponta do Sambaqui

Onde as árvores viram carvão


















FISCALIZAÇÃO AUSENTE!
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Tempos Modernos
Amílcar Neves

Para que serve o jornalismo?

Fernando Evangelista

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Tempos modernos

Por Amílcar Neves

Curitiba, PR - Só foi saber depois, pelo registro da câmara de vídeo que vigia o salão de café: bem vestido, bem apessoado, bem enfastiado com essa vida de vendedor e executivo de nível médio, o sujeito entrou no recinto, dirigiu-se ao balcão central a fim de avaliar as ofertas para o desayuno, deu uma rápida varredura, absolutamente entediada, pelas mesas e pessoas que as ocupavam, maioria brasileños inquietos de fala alta e voz estridente, e encaminhou-se para uma das mesas. Casualmente, sua cadeira dava costas, encostadinhas, para o encosto da cadeira de Mirela.

Mirela decidiu passar o Carnaval em Buenos Aires com a mãe e conhecer essa que diziam ser uma das cidades mais elegantes, belas e charmosas da América do Sul. O feriadão e o câmbio favorável, essas coisas, estimularam a aventura. Compraram um pacote de preço bastante acessível, pago em vezes, que incluía o voo fretado e quatro pernoites em hotel da Calle Bartolomé Mitre, bem próximo ao Congreso Nacional argentino, na Avenida de Mayo (Madres de la Plaza de Mayo, essas coisas, ali bem perto): hotel simples, porém honesto, que não faz feio à sua classificação de três estrelas.

Mirela viu no vídeo do hotel o sujeito cumprir o trajeto descrito acima, sentar-se atrás de si sem servir-se de nada que o balcão oferecia, levar o braço para trás como quem ajusta um paletó ou reposiciona uma alça que ameaça cair, pegar pela alça sua (dela) bolsa com pesos, reais, dólares, documentos e cartões de crédito, levá-la para a frente (dele), erguer-se, encobrir a bolsa com uma pasta de couro e, sem pressa, atropelo ou ansiedade, deixar o recinto, o rosto impassível. Sentada à frente de Mirela e, portanto, de frente para o crime, Margot nada viu do que sucedia com a filha.

Os trâmites de polícia e queixa, mais o cancelamento dos cartões, tomaram-lhes toda a manhã. À tarde, em plena Avenida 9 de Julio apinhada de povo, um larápio puxou com violência o cordão de ouro e a alça da bolsa de Margot. Como os objetos e a vítima resistissem com sucesso ao assalto, o homem esmurrou o peito da mulher, prostrando-a ao solo.

Buenos Aires, outrora tranquila, apenas vem confirmar uma incômoda e reiterada impressão de que, lentamente, a humanidade retorna à barbárie e ao egoísmo, movida por decisões caprichosas tomadas por uns poucos nas grandes corporações e nos governos dos países poderosos.

*Amilcar Neves, escritor.
Crônica publicada na edição de ontem (24.2)
do jornal Diário Catarinense (Florianópolis-SC).
Reprodução autorizada pelo autor.

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Para que serve o jornalismo?


Discurso proferido por Fernando Evangelista*, paraninfo da turma de jornalismo da Faculdade Estácio de Sá de Santa Catarina, em fevereiro de 2010. Texto publicado originalmente em Nota de Rodapé.

Queridos alunos,

Conheço cada um de vocês e sei quanto empenho intelectual, físico e financeiro foi necessário para estarem participando desta cerimônia. É o coroamento de uma etapa, superada com dedicação, criatividade e talento. Vocês conseguiram.

Parabéns.

Hoje, porém, gostaria de falar de outra etapa, daquela que começará a partir desta formatura. Qual o significado de ser jornalista nos dias atuais? Para que serve o jornalismo no país em que vivemos? Qual é, afinal de contas, a missão que temos como jornalistas?

Que me desculpem os profissionais das outras áreas, mas o escritor Gabriel Garcia Marques tem razão: “o jornalismo é a melhor profissão do mundo”. Para quem é curioso, inquieto, para quem gosta de ouvir e contar boas histórias, para quem se interessa pelas coisas da vida, não existe profissão mais fascinante.

Mais do que um diploma, hoje vocês recebem um passaporte para o mundo.

O passaporte para revelar histórias não contadas, para contar histórias esquecidas, para investigar, para descobrir aquilo que à primeira vista ou à vista da maioria parece banal, mas que pode ser algo extraordinário. O jornalismo, não se esqueçam disto, nos dá a possibilidade de denunciar o que está errado e de anunciar o que pode ser.

E não é possível fazer isso sem ética – palavra tantas vezes usada sem distinção e sem critério, tão citada em discursos e tão esquecida na prática do cotidiano. Lembrem-se: a ética não é apenas um conceito filosófico, mas uma postura de vida. Ela exige que, desde já, vocês estejam dispostos a não abrir mão, em hipótese nenhuma, daquilo que Carl Bernstein, um dos repórteres do Caso Watergate, chamou de “a melhor versão possível da verdade”.

Como vocês sabem, esta busca pela melhor versão possível da verdade pressupõe persistência e coragem. É, obviamente, um percurso complicado, com obstáculos dos mais diversos, mas também muito gratificante.

Se me permitem algumas dicas: Não sigam pelo caminho mais fácil ou mais cômodo. Sigam o caminho que considerarem ser o mais justo, sempre. Não se deixem seduzir pelo poder, não se deixem contaminar pela arrogância. Não confundam equilíbrio com indiferença, nem ceticismo com cinismo. Ser ético é tomar posição.

Tomar posição não significa ver o mundo entre bons e maus, de forma maniqueísta. Pelo contrário, significa ir à raiz, saber contextualizar cada história e explicá-la de forma coerente e clara. Tomar posição é conhecer bem o chão que estamos pisando, para que as falsas aparências não nos enganem ou nos confundam. Tomar posição é estar encharcado de realidade.

E o nosso mundo, onde quase dois bilhões de seres humanos vivem privados dos direitos mais elementares, não deixa espaço para ilusões. O Brasil, apesar de alguns avanços nas últimas décadas, ainda é a terra da desigualdade, fruto da indecente concentração de riqueza e de renda. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, 10% dos brasileiros mais ricos detêm 43% da riqueza nacional, enquanto os 10% mais pobres, apenas 1%.

Tomar posição é, entre outras coisas, revelar essa realidade, quase sempre mascarada por números e estatísticas, às vezes equivocados, às vezes precisos, mas sempre frios e distantes. Essa realidade tem nome e sobrenome, tem história. E não é natural. Essa é a missão do jornalista, este é o grande desafio: Mostrar aquilo que as vozes oficiais tentam camuflar, fiscalizando o poder, seja ele qual for.

Infelizmente, há muito tempo, a mídia deixou de ser o quarto poder para, em muitos casos, se tornar um quarto no poder. Hoje, como vocês sabem, os principais poderes são o econômico, o político e o midiático – cada vez mais enredados um no outro. Santa Catarina é um exemplo emblemático, onde os principais veículos de comunicação estão nas mãos de uma única empresa, o que fere a Constituição, elimina a pluralidade de ideias e enfraquece a democracia.

Gostaria de contar para vocês, caros formandos, uma história que nunca contei em sala de aula e provavelmente nenhum de vocês conheça. É uma história que aconteceu com a minha família e está diretamente relacionada ao jornalismo.

Na virada do século, um magistrado conhecido por seu idealismo e por sua integridade, assumiu a presidência do Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Este mesmo magistrado, anos antes, havia implementado e coordenado a primeira eleição computadorizada da América Latina.

Como presidente do Tribunal de Justiça, este magistrado, entre outros tantos projetos, criou 50 Casas da Cidadania, projeto arrojado e inovador – buscando a conciliação e prevenindo litígios.

Este homem sempre soube que seria mais fácil fazer o jogo dos arrivistas, dar de ombros, ser indiferente. Porém, ele havia escolhido essa profissão para lutar por justiça, para seguir pelo caminho que considerava ser justo e nunca abriu mão disso. Agiu assim durante os 40 anos de sua carreira, incansavelmente.

Tempos depois de deixar a presidência do Tribunal, já aposentado, foi acusado de algo que não tinha feito, que jamais faria.

Este magistrado, Francisco Xavier Medeiros Vieira, é meu pai.

O mais dolorido dessa história, para mim, foi perceber que alguns jornalistas, alguns colegas, sem nenhum pudor, compraram e divulgaram a acusação infundada. O que valia era o espetáculo – mesmo que este espetáculo estivesse destruindo a reputação de uma pessoa honesta.

Então, como professor, como repórter, como alguém que já vivenciou uma injustiça por parte da imprensa, eu digo a vocês: jornalismo é a melhor profissão do mundo, mas não sejam ingênuos, investiguem sempre, não briguem com os fatos, duvidem, chequem as informações várias vezes e tenham sempre, sempre em mente, que vocês estão lidando com a vida e a história de outras pessoas.

Caros formandos, caros colegas: usem esta profissão - seja como repórteres, editores, blogueiros, assessores de imprensa, diagramadores, fotógrafos, pesquisadores, seja em que área do jornalismo for, para fazer luz sobre o nosso mundo. Façam que o jornalismo seja sempre um caminho para que se contem as histórias que precisam ser contadas.

E, mais importante de tudo, façam isso com paixão porque é este o segredo dos trabalhos bem feitos e dos profissionais bem-sucedidos. É a paixão que faz com que a gente ouse, desafie as probabilidades, surpreenda o mundo. É a paixão que fará, um dia, quando vocês estiverem bem velhinhos, dizer que tudo isso, a escolha desta profissão, esta vida inteira, valeu a pena.

Muito obrigado.

*Fernando Evangelista é jornalista. Entre outros eventos internacionais, cobriu a Operação Escudo Defensivo na Palestina em 2002; a guerra no Iraque em 2003; a guerra no Líbano em 2006 e o conflito entre curdos e turcos em 2007. É diretor da Doc Dois, produtora de documentários.

Outro texto do autor sobre o jornalismo no Observatório da Imprensa.

23.2.10

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Chapa única na
eleição da ABS

Rodrigues Viana (Lindão, foto) deve ser confirmado como presidente da Associação de Bairro de Sambaqui (ABS), na eleição do próximo dia 7 de março. Ele encabeça a única chapa inscrita para o pleito, apresentada momentos antes do encerramento do prazo de inscrições no último dia 20. Amanhã, quarta-feira (24.2), os integrantes da chapa e outras lideranças se reúnem à partir das 20 horas na sede da entidade para confirmar o programa da chapa.

Além de Lindão, a diretoria da chapa é integrada pelas seguintes pessoas: b) Vice-Presidência: Dóris Gomes (vice), Silvia D'eça Neves Luz da Conceição Blasi (secretaria), Marcelo Rocha (tesouraria) e Maria Helena Silva Rodrigues (relações públicas). O conselho fiscal é integrado por Giseli da Silva, Hélio Fausto e Leonardo Campos Gomes.

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Alésio deixa a UTI

Melhora o estado de saúde do ex-preso político catarinense Alésio Verzola. Na tarde de segunda-feira (22.2) ele deixou a UTI do Hospital de Caridade e foi instalado em um quarto. Segundo seus familiares, Alésio consegue se alimentar sozinho e conversa com as visitas. Residente em Sambaqui, Verzola foi um dos 42 presos da Operação Barriga Verde, desencadeada em 1975 contra os integrantes do então clandestino Partido Comunista Brasileiro (PCB), todos vítimas dos mais variados tipos de torturas físicas e psicológicas.

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Notícias da Anita

A jornalista Anita Martins (foto) acaba de deixar o monumento geológico e arqueológico de Uluru, no deserto australiano, onde esteve acampada nos últimos dias. A temperatura beira os 40ºC. Nesse momento ela está em Kings Canyon, próximo à cidade de Alice Springs, para onde ela retorna amanhã (24.2). Na quinta-feira (25.2) embarca num avião rumo a Darwin, no norte da Austrália, onde acampa por três dias no Parque Nacional Kakadu. Depois ela visita a área urbana de Darwin e no dia 7 de martço embarca para Bali (Indonésia).

Saiba mais sobre as aventuras da jornalista criada em Sambaqui no blog de Marcos Todeschini, postagens Aussie seen by a bloke, Terra do canguru e On the road.

Camila Stähelin, jornalista e historiadora que acompanhou Anita por boa parte do continente australiano e ilha das Tasmânia, já está de volta ao Brasil - descansa com seus pais em São José, próximo a Florianópolis. Ela passou o último final de semana na praia da Pinheira (Palhoça) e deve iniciar a qualquer momento as postagens de textos e fotos sobre suas experiências na terra dos cangurus.

Assim que puder, Anita volta a alimentar seu blog.

22.2.10

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Olsen lembra Sérgio Gonzaga
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O cinema de Luiza Lins em DVD

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Olsen, o cara!

Olá, camaradas, salve!

Já disse o que havia para ser dito e vocês vão entender...

Sobre a música, bem, o primeiro verso "Something in the way she moves"... É o nome e o primeiro verso de uma canção de James Taylor, de 1968...

George Harrison afirma que criou a música imaginando Ray Charles cantando-a...

Frank Sinatra cantou-a ao vivo e afirmou que era a melhor canção de amor feita nos últimos 50 anos (eles estavam em 1969)...

George Martin (o produtor e diretor musical dos Beatles) era um grande talento mas sempre subestimou o George Harrison... E desta vez não foi diferente, afirmou que a canção era fraca...

George que era intimidado e ofuscado pelos outros dois gênios dos Beatles (Lennon e McCartney) ofereceu a música para Jackie Lomax (do grupo The Undertakers) gravar... Também ofereceu para Joe Cocker...

George Martin voltou atrás e disse que tinha subestimado a composição...

Well, então os Beatles gravaram... Foi a primeira vez que o George Harrison emplacou uma
música no lado A de um disco dos Beatles... Competiçãozinha estranha aquela entre eles...

O John Lennon disse que "Something" era a melhor composição do disco...

O Disco, para quem não se lembra mais, foi o "Abbey Road" o último que "eles" gravaram antes de cada um cair na estrada em carreira solo...

Antes que me crucifiquem, tinha o disco "Let it Be" que foi lançado por último, mas foi gravado antes, e segundo o John, o tal disco "era muito Paul McCartney" e por isso, "eles" capricharam tanto nesse "Abbey Road"... Que é um puta disco... Ou melhor, é "duca"...

Ah! Quase esqueço, só mais uma coisa (lembrei do Vandré quando afirmou isso, acrescentando, "a vida não se resume em festivais"... Mas é outra história) a música "Something", do George Harrison é a música mais tocada depois do Yesterday, dos Beatles... No mundo...



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DIÁRIO DA PROVYNCIA VII

Por Olsen Jr.
olsenjr@matrix.com.br

ATÉ BREVE CAMARADA!

Soube da morte do amigo Sérgio Gonzaga na quinta-feira. Encontrei com sua filha Daniela, visivelmente abatida, num bistrô aqui na Lagoa da Conceição que costumo frequentar nas folgas da minha escrita, quando o trabalho andou bem.

Perguntei como estava, mas já sabia o que me iria responder, foi uma maneira de ganhar tempo para tomar a decisão de sair logo do local. Disse-me que o pai tinha falecido no sábado. Apoiei minha mão direita em seu ombro e, olhando dentro dos olhos dela exclamei, estou solidário... Ouvi um “obrigado” antes de me afastar. Ela estava acompanhada e, isso me deixou livre para buscar sozinho, as palavras que naquela hora tinham esvaziado a minha mente.

Na verdade só mudei de bar... Penso num poema de John Donne, um verso que dizia “... A morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte da humanidade”...

É uma purgação, todas às vezes que alguém que me é próximo morre, tenho de ficar sozinho, foi assim com a minha mãe, meu pai... Continua sendo com os amigos que partem sem se despedir... Sozinho não! Gosto de ver as bolinhas de gás carbônico que saem do fundo da taça de champanhe quando sobem rápidas e se espraiam ali na superfície do líquido gelado que vou ingerir em celebração a vida que sempre continua de outras maneiras.

Tínhamos muitos amigos em comum, Romeu Lourenção, Rosangela de Souza, Adolfo Dias, Valdir Alves... Houve um tempo em que nos reuníamos todas as semanas em minha casa para discutir cinema, literatura e política... Sempre tinha uma carne na churrasqueira, uma cerveja gelada, boa música e o descompromisso com a voragem do tempo, típico dos homens que vivem sozinhos. “Sozinhos sim, solitários não” como uma amiga fazia questão de repetir sempre.

Vindo de uma família tradicional, advogado por formação, mas com um espírito demasiadamente livre para se coadunar com uma vida metódica e presa aos ditames de uma existência padrão, mesmo em uma Capital, Sérgio decidiu morar, por algum tempo, no Rio de Janeiro onde conheceu muita gente de talento, famosa ou não, nas artes plásticas, na música, no cinema, na literatura e percebeu, culturalmente, o imenso espaço que separa o grande centro do interior do Brasil.

De volta à terra natal, o mundo parece menor. A sensação das possibilidades abertas, de tudo para ser feito, bastando só boa vontade, permitiu uma capacidade inesgotável para se adaptar em qualquer situação, mesmo as adversas. O que fazia do Sérgio um excelente parceiro para qualquer coisa em qualquer hora. Não hesitava em ir para a cozinha fazer a sua famosa “Galinha à Bocaina” (uma galinha metida à besta, recheada e refogada com cebolas inteiras) em panela de ferro; também em subir em uma cadeira e fazer um discurso para alguns membros de sindicato indecisos em tomar partido em alguma ação de caráter coletivo; da mesma forma que não relutava em afastar uma mesa da sala ou da copa e fazer uma demonstração de dança, ainda que fosse o rock’n roll (os Beatles que ele gostava) desde que alguém do sexo feminino topasse o desafio...

Falando nas mulheres, elas apareciam sempre... Umas mais outras menos... Cada uma que partia levava um pouco, deixavam também suas cicatrizes... Mas não havia amarguras e nem lamentos... Compreendia que esgrimir com os sentimentos também fazia parte da vida, e a vida – como se sabe – era para ser vivida e disso não podia queixar-se...

Menos de um mês atrás encontrei com o Romeu Lourenção, na Kibelândia, ele apareceu para buscar alguns quitutes para o Sérgio que – segundo ele – se recusava a comer... Lembrei do conto “O Artista da Fome”, do Kafka, em que o personagem – um jejuador – queria bater o recorde de permanência sem comer, mas afirmava que não tinha méritos nenhum pelo feito, uma vez que não gostava da comida mesmo, em outras palavras, porque não encontrara ainda a comida que o satisfizesse... Mas não era o caso, e ele estava tentando reverter o processo...

Bom ver dois amigos engalfinhados naquela empreitada, cada um com suas convicções, mas tentando sempre esticar aquele fio tênue da vida que nos separa do infinito...

Não estive lá nos momentos derradeiros, Sérgio e Daniela, mas fiquem certos de que seu pai foi um homem bom, um grande amigo e junto com vocês, também vou sentir a sua ausência!
DESTERRO, 20/02/2010.

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Curtas catarinenses
são lançados em DVD


4ª feira, 24.2


Premiados pelo Edital Curta Criança, do Ministério da Cultura, os curtas Campeonato de Pescaria, de Luiza Lins e Marco Martins, e O Mistério do Boi de Mamão, de Luiza Lins, rodados em Florianópolis e exibidos na TV Brasil para todo o país, chegam agora ao mercado em DVD. O lançamento ocorre na quarta-feira (24/2), às 19 horas, na Fundação Cultural Badesc, em Florianópolis.

Inspirados na cultura do litoral catarinense, as duas ficções abordam a infância. Segundo Luiza, lançar o DVD é possibilitar que mais crianças possam assistir aos filmes, que retratam a cultura, a geografia, e o sotaque das regiões onde os curtas foram rodados.

Com locações na Praia do Pântano do Sul e na Lagoa da Conceição, Campeonato de Pescaria mostra a realidade das crianças nativas, que brincam na rua, pescam e se divertem em meio à natureza. O filme narra uma aventura que acontece no litoral catarinense, quando a comunidade organiza um torneio de pesca para que as crianças se divirtam durante as férias.

Lançado em 2009, o filme foi realizado pela Lume Produções Culturais, empresa produtora da Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, em parceria com outras produtoras, como Orbital Filmes e Mídia Effects.

O Mistério do Boi de Mamão, lançado em 2006, foi rodado na Lagoa da Conceição. Inspirado no folclore do Boi de Mamão, uma brincadeira popular que acontece no litoral catarinense, o filme conta a história do menino Deni, torcedor do Avaí, que vive uma grande aventura ao tentar descobrir o sumiço do boneco do Boi de Mamão. A realização é da Lume Produções Culturais.

Os dois filmes, reunidos em um DVD duplo, serão vendidos em livrarias de Florianópolis e também no site: www.faganello.com por R$ 12,00. Comprando pelo site, o consumidor recebe em casa em qualquer lugar do Brasil sem custo adicional.


Cena de Campeonato de Pescaria.


O Mistério do Boi de Mamão.


O avaiano Deni e Lurdinha, personagens de O Mistério do Boi de Mamão.