31.3.11

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Lendo Emily Dickinson


Poema de Emanuel Medeiros Vieira*
Para Célia de Sousa

Poderia ser 1830,
quando nasceste,
mas é 2008,
chuvoso domingo de março,
não publicaste livro em vida (o que menos importa).
“Ela chegou afinal, mais ágil porém a Morte
Havia ocupado a casa:
A pálida mobília já disposta,
Junto com sua palidez metálica” (...).
Só poeira e esquecimento,
nada dura,
Felicidade efêmera – ler teus poemas, Emily.

O domingo fluindo,
tempo: linha reta de eterna agonia.
Não existe presente, só passado.
Nem futuro.
A namorada de 1968 jaz num cemitério de aldeia.
“Empoeirado se mostra o mundo
Ao nos deitarmos para morrer”.
Sim: “Tão longe da compaixão quanto a queixa
Tão frio às palavras quanto a pedra.
Tão insensível à Revelação
Como se meu ofício fosse nada.”
O empenho diário é inútil?
(Para os outros.)
Ah, cidade que me atirou seu presságio
adverso.
Terá termo a espera?
Deve-se matar a morte que sobre nós se abate.
(Peço desculpas aos poetas que pilhei:
confluências.)
Aqui jaz a inocência:
a morte não existe, nós é que morremos.

*Emanuel Medeiros Vieira nasceu em 31 de março de 1945, em Florianópolis-SC,
e reside atualmente em Salvador-BA, onde comemora a passagem dos 66 anos de idade.
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Infantil e juvenil do Triunfo
intensificam os treinamentos


Fotos: Celso Martins

Jovens atleta s treinaram quarta-feira na Ponta do Sambaqui

Rafael Linhares, preparador físico das categorias de base do Triunfo





Lucas Justino, treinador dos goleiros









Confira mais informações no site DAQUI na Rede.

28.3.11

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Emanuel Medeiros Vieira
e Amílcar
Avaiano Neves


Foto: Celso Martins

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Refazer, reconstruir sempre

Por Amílcar Neves*

Certa ocasião (era fevereiro de 2008), publiquei em minha coluna das quartas-feiras no Diário Catarinense uma crônica falando das virtudes do Avaí de então: uma equipe que "atua afinadíssima, com padrão de jogo, alternativas de ataque, muita técnica, muita garra e muito entusiasmo". O time era disparado o melhor do campeonato catarinense, e só não levantou a taça por esses azares que dão graça ao futebol. Acontece que, de forma inesperada e improvável, havíamos perdido em casa, no domingo, exatamente para o nosso rival maior, aquele que mora do outro lado das pontes. Foi um 3 a 0 que levou muita gente ao desânimo, temendo já a repetição do que vinha ocorrendo há anos: a falta de conquistas e títulos.

Naquela quarta-feira o jogo seria em Tubarão. Um bom resultado era fundamental para reerguer o moral de jogadores e torcedores. De manhã, o primeiro telefonema que recebi veio da Nesi Furlani, Diretora Social do Avaí: gostara muito da crônica e me dizia que já ligara para Gravatal, onde o time estava concentrado, pedindo ao técnico Sergio Ramirez que desse uma espiada no texto. À noite, na entrevista coletiva após uma retumbante vitória, Ramirez falou sobre a crônica, citando o nome do autor, que ele queria conhecer pessoalmente.

Meses depois, com a tão almejada classificação à Série A já bem visível no horizonte das possibilidades concretas, encontro em uma praça de alimentação da cidade os zagueiros Cássio e Rafael. Falamos da importância do acesso à primeira divisão do futebol brasileiro: importância para o clube, para os próprios jogadores e, especialmente, para o dedicado, apaixonado e sofrido povo que torce pelo Avaí. Antes, porém, me apresentei, e um deles lembrou (nunca se saberá ao certo se o Cássio ou o Rafael, gêmeos univitelinos, idênticos em tudo, inclusive no vistoso futebol):

- Claro, aquela crônica sobre o riacho rápido e impetuoso que o professor leu para nós antes do jogo!

Ele se referia à citação feita ao torrente Avahý, o arroio em cujas margens se deu a batalha da Guerra do Paraguai que leva o seu nome, a qual batizou o clube de futebol fundado em 1923.

Pois essa surpreendente "corrente de água muito rápida e impetuosa" tem que ser constantemente refeita e reconstruída: após cada campeonato, após cada insucesso e, mesmo, após cada vitória. Como se faz agora, com o retorno do técnico Silas. Para manter "muita técnica, muita garra e muito entusiasmo". E assegurar muitas conquistas. Sempre.

* Texto escrito para a Revista do Avaí nº 11, março de 2011. Amilcar Neves é avaiano e escritor de crônicas, contos e romances, com oito livros publicados. Reprodução autoriza da pelo autor.

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Óleo sobre tela vendido no Pelourinho
(Salvador-BA). Reprodução: Celso Martins


SALVADOR: 462 ANOS
(E a voz dos criadores

que celebraram a cidade)



Por Emanuel Medeiros Vieira


Para Célia de Sousa (companheira baiana e querida), Martha Mansinho, Rita Nery (estimadas comadres, também nascidas na Boa Terra), e para todos os amigos de São Salvador da Bahia


Primeira capital do Brasil, São Salvador da Bahia comemora 462 anos em 29 de março.

Bela, agitada, caótica, desigual, mítica e real, também degradada pelos podres poderes, mas cuja beleza e grandeza conseguem resistir ao desmazelo.

A POESIA NUNCA ABANDONOU A CIDADE,

MESMO QUANDO A CIDADE ABANDONOU A POESIA.

Mesmo dessacralizada, a voz dos poetas (que sempre enxergam na escuridão), sempre esteve presente, como em Gregório de Mattos (1636-1695), alcunhado como o “Boca do Inferno”:

“Que falta nesta cidade? Verdade. Que mais por sua desonra? Honra. Falta mais que se lhe ponha? Vergonha” (palavras que devem valer para tantas cidades do Norte do Sul...)

Quando quero contemplar o que há de mais bonito na cidade, vou à Praça Castro Alves, e fico olhando o mar. Olhando, olhando.

Mais bonito? Talvez não. Há outros lugares também belíssimos, como a Ponta do Humaitá, a vista que se tem na Avenida Contorno, e o próprio pôr-do-sol no Farol da Barra.

E outros lugares que por esquecimento não cito.

Caymmi falava da “terra do branco mulato, a terra do preto doutor”.

Outros poetas quando querem situar a Salvador, dizem que ELA FICA ENTRE O MAR E A POESIA.

Marcelo Nova a define como a “cidade do axé, a cidade do horror.”

Uma das capitais com mais negros no mundo.

A poesia é o antídoto aos tiros (do subúrbio, dos bairros pobres e abandonados);

Alguém definiu os tiroteios como a “batucada contemporânea”.

“Sinto saudade de mim e da cidade que eu palmilhava”, evoca a poeta Myriam Fraga.

“Dentro de mim há duas cidades: uma é a metáfora e a outra é real”, reconhece.

Me toca muito a pluralidade da cidade: da paisagem, das pessoas, das etnias.

Waly Salomão (1943-2003) escreveu: “Não há salvador que salve este armengue da sua paulatina ou desbragada corrosão. Não pressinto remissão possível, oh! sagrada senhora para este cidade-presépio da colina”.

Celebrar uma cidade, é também revelar suas mazelas: a visão estreita e apequenada dos alcaides, os vis interesses econômicos de tantos edis com seus suspeitos planos diretores feitos pelas construtoras e pelos podres poderes, que estão acabando com toda a Mata Atlântica (basta ver a que está acontecendo na “nobre” Avenida Paralela).

“Bahia que padece de usura e quer fazer torre de toda altura” (Tom Zé).

A beleza resiste. Mas alguns locais exalam odores fétidos. Há sujeira. E há a lindeza de tantas peles morenas.

A cidade é – como diz Hélio Pólvora –, “um prolongamento do indivíduo, que cria uma cumplicidade, uma empatia, um sentimento de amizade, amor e, circunstancialmente, de ódio, uma mistura disso tudo.”

Há cantores e poetas esquecidos da mídia. São sempre os mesmos que são lembrados. Não importa. Eles continuam criando.

Citei muito Essa era exatamente a minha intenção: lembrar Salvador através da boca daqueles que a cantaram, e meus olhos se lembrarão de becos, vielas, mares, ladeiras, igrejas – tantas.

E ando muito – e fico pensando em todos os pés que pisaram antes, e “escuto” o gemido dos escravos no Pelourinho.

Tantos pés, tantas vidas.

É preciso nunca esquecer daqueles que vieram antes de nós, e a ancestralidade atravessa a nossa pele: não somos um só, somos todos, não somos ilhas.

Paro em capelinhas para orar e meditar, recordando versos de Myriam Fraga, que fala no “beijo salobro das praias, beijo doce das nascentes, brejos, atalaias...” (...)

Termino com Rosa Passos, cantora e compositora: “Vem na brisa um cheirinho de alecrim, canta um grilo, sinto a vida, tudo está dentro de mim. Mês de março em Salvador, verão está no fim, todo o mato está em flor e eu me sinto num jardim.”

Viva Salvador!

(Na Primeira Capital do Brasil, no mês de março de 2011)

25.3.11

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Marina da Rocha, sub coordenadora da cooperativa
Rendeiras de Sambaqui. Foto: Celso Martins


Confira no Portal Noticioso DAQUI na Rede

Criada a cooperativa Rendeiras de Sambaqui (Cultura) - Casarão da ABS vira Centro de Cultura e Museu Etnográfico de Sambaqui (Geral) - No tempo das marombas, por Paulo Ricardo Caminha (Memória)

24.3.11

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COMUNIDADE DO
ALTO CAIEIRA
QUER AUDITORIA
EM OBRAS DO PAC


Mais:
Emanuel Medeiros Vieira

e as usinas atômicas


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Moradores do Alto Caieira, em Florianópolis, onde se desenvolvem obras do PAC, acabam de divulgar manifesto exigindo auditoria na aplicação dos recursos do programa. E anunciam grande mobilização para o próximo dia 28. Confira a íntegra do documento distribuído pela União Florianopolitana das Entidades Comunitárias (Ufeco).

"Venha apoiar a mobilização por moradia digna,saneamento básico, direito à urbanização, direito à cidade

A nossa luta é pelo direito de ter DIREITOS


NÓS, moradores do Alto da Caieira e demais comunidades, após muitas tentativas sem solução, decidimos pela mobilização das comunidades e por esta manifestação em forma de passeata que, neste dia 28 de março, segunda-feira, inicia às 16 horas na Igreja da Caieira e vai até a sede do Ministério Público Federal. Ali será entregue ao Procurador Chefe, Dr. André Bertuol, e à Dra. Analúcia Hartmann, um documento com as reivindicações da comunidade, especialmente no que diz respeito aos direitos básicos de habitação, lazer, água e saneamento básico das pessoas que moram nas comunidades do Maciço do Morro da Cruz.

Hoje há dezenas de pessoas vivendo sob o regime de aluguel social. Desalojadas de suas casas por estarem situadas em áreas de risco, essas famílias moram em imóveis locados pelo Município de Florianópolis. O chamado aluguel social perdura há muito meses sem qualquer previsão de solução. Além do aluguel social queremos solução definitiva para as questões relativas à moradia nos morros da Capital, com a construção das casas prometidas e previstas no Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC.

Ainda mais urgentes são os encaminhamentos que se referem às casas em situação precária, que correm risco de desabamento. Por falta de soluções concretas uma tragédia poderá ocorrer, em face da omissão dos poderes públicos sobre o tema.

Apesar da existência de recursos federais do PAC, a comunidade é mantida sem informações detalhadas sobre os contratos, sua execução, gerenciamento, prazos, valores gastos e demais dados essenciais para a participação social nessas obras públicas. Aliás, grande parte das obras está parada, tendo os recursos, ao que tudo indica, sido quase na totalidade pagos para as empresas contratadas. Há baixa qualidade na execução e execução parcial, além da paralisação de obras em certas áreas.

Assim, requeremos transparência e obediência, por parte da Administração Municipal, aos princípios da publicidade, moralidade e legalidade, e uma auditoria, pelo Tribunal de Contas e pelo Ministério Público, nas obras do PAC.


QUEREMOS MORADIAS!
QUEREMOS ÁGUA E LUZ!

QUEREMOS SANEAMENTO BÁSICO!

QUEREMOS URBANIZAÇÃO DAS VIAS DE INTERNAS DA COMUNIDADE!

QUEREMOS TRANSPARÊNCIA NA EXECUÇÃO DOS CONTRATOS DO PAC, COM EFETIVA PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE!

QUEREMOS AUDITORIA JÁ!
"

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USINA NUCLEAR (1)

Imagens do acidente com a usina nuclear japonesa

GOVERNADOR INSISTE EM
USINA NUCLEAR NA BAHIA


Por Emanuel Medeiros Vieira

Não, não pretendo me tornar repetitivo e redundante.

Mas o assunto é muito sério. Envolve a preservação da vida humana.

(Uma indagação necessária: por que aqueles que condenam qualquer ameaça ao meio ambiente – e fazem muito bem – em Santa Catarina, calam-se diante da intenção do governador Jacques Wagner, do PT, de instalar uma usina nuclear na Bahia?

Por que? São portadores de uma ética seletiva? Não vale para os catarinenses, mas aceita-se Nordeste. Se o governador é do PT, temos de nos calar? É assim?

Creio com, Bachelard, que para que alguém creia em mim, eu preciso antes acreditar. Eu mesmo. Isso se chama de autenticidade. Não aprendi a ideia de Justiça através da via partidária ou porque é “modismo”.)

O governador Jacques Wagner confirmou na quarta-feira (23 de março) a intenção de abrigar uma usina nuclear na Bahia.

No mesmo dia, os governantes do Piauí, Sergipe e Pernambuco admitiram a necessidade de repensar a expansão nuclear para o Nordeste.

“Não mudei não”, afirmou Wagner.

Como assinala Rebeca Lerer, ativista antinuclear, o acidente de Fukushima, no Japão, deixa claro que quando se trata de energia nuclear, não há segurança nem transparência.

Os governantes da Alemanha e China estabeleceram moratória aos projetos nucleares em seus países por conta do desastre no Japão.

“O Programa Nuclear Brasileiro criado durante a ditadura militar é caro, inseguro e protegido por leis de sigilo. A fora como o programa é gerenciado demonstra extrema falta de respeito e de responsabilidade com a população. Quanto mais dinheiro público for investido nessa tecnologia, maiores serão os riscos para todos os brasileiros”, afirmou André Amaral, ativista antinuclear e diretor da EcoGreens.

Desde 1964, os cristãos brasileiros celebram a Campanha da Fraternidade no período da Quaresma. É tempo de oração, de olhar e de agir.

Este ano a Campanha tem por tema a “fraternidade e a vida no planeta”, que como ressalta Dom Orani, Arcebispo do Rio de Janeiro, “questiona a nossa vida e nossas opções, quando verificamos que ‘a criação geme em dores de parto’ (Romanos 8,22), supondo a coragem de acolhermos ao chamado à conversão para uma vida mais sóbrio humana”.

A tragédia no Japão não pode nos deixar inertes.

Já existem dados sobre a elevação do nível do mar, aumento de temperatura e a possibilidade de alteração no regime dos ventos.

Como observam vários especialistas, no Brasil temos a alternativa do uso de tecnologias mais limpas, como a solar e a eólica.

Insisto: nossa indignação não pode ser seletiva.

Espero que os ambientalistas de Santa Catarina – mesmo que simpatizante do partido dominante–, protestem contra a intenção do governador Jacques Wagner de instalar uma usina nuclear na Bahia.

O Nordeste pode.

Pode?

Se fosse no Sul, os ambientalistas do PT não estariam protestando , caso o governador fosse de outro partido?

Não podemos enfiar a cara na areia.

Pelos nossos valores, pela credibilidade que acreditamos possuir, precisamos tomar uma posição. Ou não?

Então, façamos como avestruz e enfiemos nossas cabeças na areia.

A omissão revela um profundo desrespeito ao povo nordestino.

E ao brasileiro.

Se assim não agirem, depois não venham falar em direitos humanos, pois estão sendo preconceituosos e portadores de uma moral seletiva.

Que a omissa e pálida oposição, também assuma uma posição.

Como diria o Conselheiro Acácio – inesquecível personagem de Eça de Queiroz –, a função da posição é opor-se.

(Salvador, março de 2011)

23.3.11



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FLORIANÓPOLIS 285
Longe do Centro

Lagoa da Conceição na altura da atua avenida Osni Ortiga


Daniela


Ponta Grossa (Praia do Forte) e Jurerê

Sambaqui


Lagoinha do Leste



Sul da Ilha


Lagoa


UFSC


Lagoinha


Fonte: Banco de Imagens - Casa da Memória - FCF-FC


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Zico, a ave e o
casal no trapiche






Praia das Flores (Sambaqui). Início do outono de 2011. Fotos: Celso Martins

22.3.11

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Justiça Federal nega
anulação da compra

de A Notícia pela RBS


A Justiça Federal julgou improcedente a ação civil pública do Ministério Público Federal (MPF) para anular a aquisição do jornal A Notícia, de Joinville, pela RBS e para reduzir o número de emissoras de televisão sob controle do grupo. O juiz Diógenes Tarcísio Marcelino Teixeira, da 3ª Vara Federal de Florianópolis, entendeu que a compra do jornal foi considerada regular pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e que os serviços de radiodifusão foram concedidos a pessoas jurídicas distintas, com quadro societário diverso. A sentença foi proferida ontem (segunda-feira, 21/3/2011) e cabe recurso.

Sobre a aquisição do jornal A Notícia, ocorrida em 2006, o juiz observou que o processo administrativo do Cade não contém “qualquer irregularidade a ser proclamada, porquanto não se descortinou na ocasião qualquer infração à ordem econômica, com formação, por exemplo, de oligopólio”. O Cade aferiu a circulação de cada um dos periódicos de Santa Catarina, verificando que o mercado é disputado por vários jornais, pertencentes ou não ao Grupo RBS. A operação de alienação do controle acionário de A Notícia também teve manifestação favorável do MPF, subscrita por procurador regional da República.

Acerca dos serviços de radiodifusão, o juiz afirmou que não foi demonstrada ofensa à legislação que veda a concessão de mais de duas emissoras à mesma empresa. “Como bem colocado na contestação da União, não houve a concessão (...) à ‘família Sirotsky’, e sim a pessoas distintas, com quadro societário diverso”, concluiu Teixeira. O juiz não aceitou, ainda, o argumento de dominação do mercado da área. “É público e notório que outras empresas atuam no mercado, filiadas a grandes redes nacionais, (...) havendo entre todas as emissoras, ao que se sabe, a sadia disputa por fatias do mercado publicitário e pela audiência dos telespectadores”.

A ação também requeria o juízo estabelecesse, com fundamento na Constituição, percentuais da programação local da radiodifusão televisiva, que expressassem a cultura local. Para o juiz, o dispositivo constitucional ainda não foi regulamentado, não sendo possível impor a obrigação. “O Judiciário atua meramente como legislador negativo, não podendo atuar de forma positiva para, invocando qualquer princípio constitucional, estabelecer percentuais de programação televisiva sem base legal”, explicou Teixeira.

Fonte/texto: Seção de Comunicação Social/Justiça Federal em Santa Catarina

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Conversa-vai, conversa vem
1º REENCONTRO

Jornal O ESTADO




Quatro jornalistas reunidas num bem regado conversa-vai, conversa-vem, tiveram a idéia de promover encontro de antigos profissionais do jornal O Estado, sobretudo os da Redação. Lá estavam Lena Obst, cabeça de tudo, Denise Christians, Lúcia Py, Mirela Vieira e Mylene Margarida. Alguns e-mails foram enviados com a idéia, logo acatada. No último domingo Lena abriu um grupo no Facebook (Reencontro O Estado) que, até meados da tarde desta segunda-feira (21.3) contava com mais de 100 integrantes.

O fenômeno da rápida adesão de antigos jornalistas a um grupo na rede social, nos fez lembrar o que aconteceu há pouco com a postagem de fotos do abandono do acervo fotográfico de O Estado em meu blog Sambaqui na Rede. No referido blog recebo quando muito cinco ou seis comentários das postagens, apesar dos cerca de 400 acessos diários (média). Pois nesta parei de contar o numero de comentários passou de três dezenas. Foi surpreendente a reação das pessoas frente o abandono do acervo fotográfico, a deterioração do espaço físico onde se produziu um dos melhores veículos que existiu em Santa Catarina.

Jornal presente no dia-a-dia da população, identificado. A certa altura de seu Rancho de Amor à Ilha, por exemplo, o poeta Zininho refere: “Ilha da velha figueira/onde em tarde fagueira/vou ler meu jornal”. Qualquer jornal? Não! Ele se refere ao jornal O Estado, o “mais antigo”, inicialmente na rua Conselheiro Mafra, depois Felipe Schmidt e a partir da década de 1970 no bairro do Saco Grande, às margens da SC-401 (atual Casa Cor). Para muitos foi uma escola de jornalismo, anterior ao surgimento do primeiro curso na UFSC, em 1979, servindo de campo de prática a recém formados e de efetivo exercício a experimentados profissionais.

A mobilização visando organizar algum tipo de reencontro de antigos colegas já teve um segundo sarau, com a adesão de Evandro Baron, Cláudia Sanz, Rui Baron, Déborah Almada, Hermínio Nunes e Vitor Louzado, conforme relato de Lena Obst. O próximo happy hour de "esquenta" será quinta-feira (24.3), no Botequim da avenida Rio Branco, a partir das 19 horas. “Levem fotos (do tempo de redação) e boa idéias”. Fala-se na elaboração de um livro, a edição de um vídeo e da adesão do Sindicato dos Jornalistas ao projeto.


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