30.4.11

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Sessão Viking
OLSEN Jr. EM
DOSE DUPLA




Olá, camaradas, salve!

Estou "curtindo" um ócio "merecido"... Lendo, bebendo, vadiando...

Por isso as crônicas são extraídas do meu próximo livro a sair em junho (se o Patrão lá da última envernada - como diria o meu pai - permitir)...

Assim, vamos pondo em dia o texto com a semana...

Um abração e o carinho de sempre do poeta!

*

Amanhã seremos um deles (*)

Por Olsen Jr.

Então ela me disse: "Estou com 50 anos"... permaneci esperando pela conclusão, ela continuou "no começo fiquei deprimida"... veja o lado positivo, afirmei, para acrescentar um pouco de humor na história, com esta idade o poeta Álvares de Azevedo já estava morto há 29 anos, Casimiro de Abreu há 27, Castro Alves há 26, Jules Laforgue há 23, Garcia Lorca há 23... rimos um pouco daquele consolo cronológico e começamos a lembrar de outros que haviam morrido na casa dos 30 anos: Cesário Verde 31, Arthur Rimbaud 37, Fagundes Varela 34, Alexandre Pushkin 38, Dylan Thomas 39, Cruz e Sousa 35, Antônio Nobre 33, Augusto dos Anjos 30, Maiakovski 36... gostamos da brincadeira e continuamos com aquele exercício, até para não pensar em nossas respectivas idades e com o que estávamos fazendo com ela.

A casa dos 40 tinha sido a pior, eu pretendia sair inteiro dela, lembrei: Gonçalves Dias morreu com 41 anos, Gerard Nerval 47, Alex Felix Arvers 44, Charles Baudelaire 46, Albert Camus 47, Scott Fitzgerald 44, Franz Kafka 41, D.W. Lawrence 45, Antônio Maria 43, Edgar Allan Poe 40, Robert Louis Stevenson 44, Oscar Wilde 46, Anton Tchecov 44, Gogol 43, Glenn Müller 40, Alfred de Musset 47... cansamos.

Na verdade, "puxar pela memória" como diria minha avó, além de exaustivo, era também um aproximar-se de um encontro que procurávamos adiar, isto é, encarar de frente a nossa própria vida, o que tínhamos feito com ela, um comparativo com tudo o que havíamos planejado quando decidimos "ser" escritores e com o que, de fato, tínhamos conseguido com aquele planejamento. Não deixa de ser frustrante. Real, mas frustrante. Ou talvez, frustrante porque era real, enfim, estávamos ali, olhando um para o outro sem saber o que fazer com os 50 anos dela e os 48 meus.

De qualquer maneira, ela afirma "já não me incomodo mais, assumo o que sou e o que tenho"... é um bom começo, fiquei imaginando, porque nunca tinha parado para pensar naquilo. Aí, ela lembrou "não serve muito de consolo saber que com a minha idade, Jack London já estava morto há dez anos, até porque não fui eu quem escreveu "A Paixão de Martin Eden"... e nem eu, acrescento, ter a consciência de que com a minha idade John Lennon já estava morto há oito anos, porque nunca vou ser um beatle... fizemos pouco de nossa espirituosidade e, acredito, a conversa nos fez bem, porque ela estava rindo quando foi embora.

(*) Uma palhinha do livro “Tu Viverás Também”, a sair em junho.

*

"Que país é este?" (*)

Por Olsen Jr.

A expressão aí em cima (denotando indignação) foi do político mineiro Francelino Pereira, posteriormente, foi título de um livro de humor do Millôr Fernandes, e em seguida, título de um livro de poemas de Afonso Romana de Sant'Anna, também , música do Legião Urbana. Do discurso político passando pelo humor, pela poesia e pela música, estava faltando a crônica, êi-la então.

Ouço no rádio do Hägar (é um poderoso "gol mil" que me leva a todos os bares, quero dizer, lugares) fiel escudeiro, uma conclamação para o "Chevrolet test drive show". Se não conhecesse o alcance do aparelho, poderia supor que estivesse no Estados Unidos ouvindo um programa em edição bilíngüe. Mais tarde, leio no "Estado de S. Paulo" que o SP Fashion Week foi um tremendo sucesso. Na semana anterior, o governador do Estado de Santa Catarina, LHS, na praia da Vila, em Imbituba, para quem quisesse ouvir, havia garantido mais uma etapa do WCT-World Championship Tour de surfe, nem vou comentar o campeonato irmão Hang Loose Pro Contest.

Tem um restaurante aqui perto de casa que serve uma comida mal feita e insossa a qual dá o nome pretensioso de fast food, também, se você preferir comê-la em casa, o serviço de entrega do boçal chama- se delivery. Para quem pretende trabalhar no local, o proprietário exige que faça um test drive porque, segundo se soube, cansou de ser autuado por motoristas inabilitados. Nos finais de semana, oferece uma oportunidade para os clientes virtuosos da música, numa reunião a qual se deu o nome singelo de jam session. Está claro que tudo é planejado, adrede, num prazo limite conhecido na intimidade como dead line, e por tudo isso, os garçons têm o maior orgulho do que fazem, são legítimos work class hero.

A universidade tem dado a sua contribuição na área, porque lá não se escrevem artigos, mas sim, papers... Mas é outra história. O que é bom lembrar, ou não é demais fazê-lo, é que um idioma como o nosso, que consegue arrolar mais de cem sinônimos para a palavra dinheiro, mais de 200 para a palavra imbecil e mais de 300 para prostituta, não deveria submeter-se assim a uma língua estrangeira que resolve tudo com apenas 50 mil vocábulos. Somente uma ignorância apropriada pelo imaginário coletivo permite que se gaste tanto, em tamanha permissividade, para se obter tão pouco, it's not true?.

(*) – Outra “palhinha” do livro de crônicas “Tu Viverás Também
com edição prevista para o mês de junho.


29.4.11

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E N D E R E Ç O




Por Emanuel Medeiros Vieira


Perdi (perdemos) o endereço de Deus.
Perdi (perdemos)?
Estará no bolso da calça, na segunda gaveta, no trapiche da Praia de Fora,
no Parque da Redenção, na Praça Castro Alves, na esquina da São João com
a Ipiranga?

Perdi o endereço de Deus.
Estará escondido na clandestinidade, dormindo em quartos com cheiro de mofo – Neocid
para as pulgas –, ou nos interrogatórios no DOPS?
Nas fugas apressadas?
Perdemos o endereço de Deus,
mas temos todos os aparelhos eletrônicos,
da China, do Paraguai, do Estados Unidos.

E sempre quereremos mais, mais,
cerveja gelada anunciada pela loira gostosa, o carrão com a estrela da TV,
o último produto – ansiedade perpétua, e continuaremos ansiando:
e quando chegar a noite, desmoronaremos.

Mamãe no fogão de lenha – tainha frita.

Papai – terno preto, chapéu, relógio de algibeira – vai ao mercado.

Turíbulos, matracas, incenso, a catedral escura: é tempo da Paixão.

(Das paixões).

Alfredo David sorri e toca na barba, Pepe gargalha e também ri,
Giocondinha e Luiz fazem um brinde,
Patrícia oferece um café,
José escreve um artigo – óculos fundo-de- garrafa.

Cassinha – com aqueles olhos azuis – abre os braços,
quer todos na mesa para o lauto almoço,
Tio Luizinho beija mamãe.

E lembro o poeta: ”Nós, que vamos morrer,exigimos um milagre”.

Vulneráveis, tão mortais, e o mar nos espera.

O tempo de Deus não é o nosso, diz Miriam,
Cida faz um rosbife, Adélia borda, Terezinha prepara um piquenique,
Dorinha convida para o churrasco domingueiro,
Lourdes me dá um dinheirinho para a o cinema de domingo,
Ondina reza, Gracinha vai para o convento
(quero abraçar todos os meus irmãos homens),
ah, tantos domingos
Cine São José, Cine Rox, Cine Ritz,
empadinha com guaraná-caçula
na Gruta de Fátima.

Perdemos o endereço de Deus.
Peregrino para achá-lo:
estaria escondido em Brusque?

Vou atrás: pensões, viagens, portos, trens,
Paris, Berlim, Belém.

Estaria Ele escondido na Igreja São Francisco,
em Salvador?

No meio daquele Barroco, não consigo não chorar.

Ando, vejo o mar, o Pelourinho,
lembro de todos os pés que ali pisaram,
escravos gemendo,

Getúlio dá um tiro no coração, Jânio renuncia,
Jango enxuga o rosto,
Golpe Militar– foram 21 anos de minha vida.

Um arco- íris, uma gaivota, o “Miramar”,
Colégio Catarinense, um poema, Segunda Época em Matemática,
Padre Werner me confessa e me pacifica.

Onde encontrarei o endereço?

Deus, Deus, Deus!

Estará no paletó que deixei na lavanderia?

E espero – como se estivesse no SUS de todos os aflitos,
num INSS onde os peritos sempre indeferem os pedidos.

E escasseia o tempo,
Breve encontraremos algo – sim, encontraremos algo.
Deus, Deus, Deus:
sorrio, pois posso Contemplá-lo na Clarice – engatinhando pela casa,
no Lucas– sorrindo no berço,
é maio na Ilha, outubro em Brasília – e começam as chuvas,
em Salvador contemplo a estátua do poeta Castro Alves,
e – sempre – o mar.

Célia sorri para mim – amor.

A luz que emana dessa manhã, seguirá comigo – para sempre.

Há um caminho por onde passo/e outro que passa por mim//Um anda por meus passos/e não tem fim.//O outro é onde meus passos/perderam-se de mim.

(Salvador, abril de 2011)

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A Fosfateira de Anitápolis
e algumas das sete pragas



Na recente decisão do TRF em relação à Fostareira de Anitápolis, o magistrado autor da sentença diz: " E, na hipótese de ser possível a instalação, que o poder público determine medidas compensatórias a serem pagas pela indústria. Entre elas estariam a construção de hospitais, postos de saúde e custeio de assistência farmacêutica."

Para o ativista cultural e ambiental Lúcio Dias da Silva Filho "isso é muito assustador", ou seja, "autorizar a implantação da fosfateira admitindo isto é o mesmo que concordar em viabilizar e instalar um projeto contra a vida, contra o meio ambiente, contra a qualidade de vida". Prossegue afirmando que "se esta hipótese for acatada", "quem aceitar estará concordando com uma usina de doenças e mortes. Durante uma verdadeira guerra é que se implantam hospitais, postos de saude e se custeia a industria farmaceutica. As razões são óbvias: haverá feridos, doentes, mortes em grande quantidade. Não podemos aceitar tal hipotese".


27.4.11

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AS ARTES
DAS NOSSAS

RENDEIRAS



A produção das rendeiras de nossa região está sendo comercializada no Casarão da ABS (Ponta do Sambaqui) de terça-feira a domingo das 13 às 18 horas. Confira os detalhes no site DAQUI na Rede.
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As Santas pernas (de fora),
por Amílcar Neves


Guantánamo: Crime contra
a civilização
e Agregar,
por Emanuel Medeiros Vieira



Canto do Moreira. Ratones. Florianópolis-SC. Foto: Romualdo Litânio

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GUANTÁNAMO:
CRIME CONTRA

A CIVILIZAÇÃO



Por Emanuel Medeiros Vieira

A permanência da prisão de Guantánamo é um escárnio e um crime contra a civilização e contra a democracia.
Os 779 documentos publicados por diversos jornais e pelo site WikiLeaks, revelam com detalhes inéditos até onde foi a arbitrariedade no trato com suspeitos de terrorismo, e a existência da mais perversas torturas.
Em nome da democracia?
Guantánamo é um crime contra a humanidade.
Não esqueçamos que Obama, em sua campanha, prometeu fechá-la.
Muitos inocentes passaram e têm passado anos na prisão, sem qualquer denúncia formal e sem qualquer prova contra eles.
Um taxista foi preso porque conhecia bem o Afeganistão.
Um garoto de14anos foi vítima de sequestro.
Também foi preso um homem de 89 anos com demência senil.
Bastava ser muçulmano para ser encarcerado.
Os documentos revelam também os manuais usados pela CIA, com diretrizes que tornavam quase impossível a um inocente mostrar que não era extremista.
Dos 212 afegãos que passaram pela prisão, quase metade era de gente ou completamente inocente ou forçada a trabalhar para o Talibã, ou transferida para Guantánamo sem nenhum motivo que constasse nas fichas de avaliação das forças norte-americanas.
Uma centena de prisioneiros foi diagnosticada com depressão, psicose e doenças similares.
Ficou claro que agentes norte-americanos se basearam fortemente em depoimentos obtidos sob tortura.
Eles eram instruídos a tratar qualquer muçulmano como apoiador da Al Qaeda.
E falam em democracia e em defesa da civilização!
Até quando?
Repito: até quando?
Triste é a humanidade que se fecha em conchas e no individualismo mais feroz.
“Compre e seja feliz”: é o modelo que querem nos impor.
Parecem nos dizer: ”Esqueçam o resto, cuidem-se apenas de si mesmos!”
É o reino dos consumidores (para poucos), nunca dos cidadãos.
Não somos ilhas.
Um crime cometido contra um ser humano também é praticado contra mim.
Soará retórico? Eu sei.
Porque “humanismo” é uma palavra que caiu no esquecimento?

(Salvador, abril de 2011)

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A G R E G A R

Poema de Emanuel Medeiros Vieira*



“Não Matarás”: não basta.

Teu mandamento será este: farás tudo para que o outro viva.

É vero sim o que quero:

não me importa o estoque de teu capital, Brasil,

mas tua capacidade de: amar

lavrar

aspirar

compreender.

Esse estatuto de miséria não é o nosso,

e a tecnologia da última geração não me sacia:

meu coração navegador quer mais.

A Ética – cuspida, debochada, no reino do simulacro,

Virou produto supérfluo porque não tem valor contábil.

Tempo dessacralizado e sem utopia:

a esperança é um cavalo cansado?

A aventura acabou no mundo?

Seremos apenas meros grãos de areia na imensa praia global?

Habitantes de um mundo virtual neste mercado sem cara?

Soará pomposo, eu sei:

não deixemos que nos amputem a alma

(e que acolhamos o outro).

Ser gente: não mera massa abúlica, informe, com os olhos colados

no retângulo luminoso de todas as noites.

O tempo é apenas dos alpinistas sociais?

Sou bom porque apareço, não apareço porque sou bom.

Na internet a solidão é planetária.,

mas do abismo – fragmento – irrompe um menino eterno,

e sentes o cheiro de uma manhã fundadora.

(A Morada do Ser é mais importante que o poder/glória.)

E o poema resiste,

singra a eternidade,

despista a morte,

seu estatuto não é mercantil.

Já não esqueces o essencial:

Na estrada de pó e de esperança, acolhes o outro.


*Este texto obteve o Primeiro Lugar no Concurso Nacional de Poemas, promovido pela Associação de Cultura Luso-Brasileira, de Juiz de Fora, Minas Gerais, sendo contemplado com a Medalha de Ouro “Jacy Thomaz Ribeiro.” O tema do concurso foi “Solidariedade: Por um Mundo Melhor.”

*
Santas pernas (de fora)

Por Amílcar Neves*

Depois que passou pela banca de revistas e jornais, onde se demorou bisbilhotando a capa das publicações expostas para inteirar-se das novidades do mundo, do Brasil e das telenovelas (em especial destas, embora não o admita nem no íntimo de si próprio), a primeira pessoa que João Osório encontrou na rua foi o primo Manoel Osório, mas nem lhe ocorreu de perguntar, ainda que apenas socialmente, o que o outro fazia em Tubarão, no Sul do Estado, onde não era visto há décadas. Percebia-se que João Osório vinha furioso, botando fogo pelas ventas, como se dizia em sua época.

Indignado como andava, o tipo de pessoa que não gostaria de encontrar, assim no fervor do seu inconformismo, era exatamente alguém como Manoel Osório, com sua mania sempre irritante de tudo questionar, querendo avaliar o outro lado das questões ainda que ele próprio não concordasse com tal face alternativa das demandas. Assim, contrariado, João Osório precisou conter-se ao falar com o primo distante, ao invés de, no ímpeto da sua revolta, descarregar logo todo o caminhão, entornar logo todo o caldo, dar vazão logo a toda a sua fúria santa.

Como todos sabemos, a frondosa família Osória espalha rama pelo chão em todos os municípios da Região Sul de Santa Catarina, assumindo em cada cidade postos de mando nas letras e nas artes, no poder temporal e no espiritual, nas associações, nos sindicatos e nas cooperativas. Todos eles tradicionalmente advogados formados nas melhores casas de ensino do ramo, são Osórios prefeitos, vereadores e deputados, donos de rádio, jornal e televisão, juízes, promotores e procuradores, prosadores, pensadores e poetas, pintores, escultores e diretores de teatro, professores, diretores e inspetores escolares, padres, bispos e pastores. Em resumo: onde houver uma parcela de poder em todo o Sul, lá haverá, brilhante, uma mente Osória assumindo o comando. Menos em Imbituba, terra dos Bittencourt, onde Osório algum jamais se criou.

- Posso estar errado, primo - foi logo dizendo João Osório -, e é até possível que esteja, mas foi essa a educação que recebi do grande Camargo Osório, meu distintíssimo pai, que Deus o tenha. Posso estar errado, mas não consigo enxergar o meu erro quando me vejo perplexo ao dar de cara, já na primeira página de um jornalão do Rio ou de São Paulo, com a foto de uma mulher de vestido vermelho curto com rasgo na altura da coxa até lá em cima, no meio de uma celebração da Paixão de Cristo. Por que ela faz isso? Há intuito sexual nessa vestimenta ou ela não percebe a provocação do ato, vestindo uma roupa assim sem atentar para os efeitos que causa ao redor, para o desrespeito às coisas de Deus e da religião?

Contendo-se no limite extremo das suas possibilidades, João Osório toma ar com dificuldade e desabafa:

- Pois ainda outro dia, meu caro primo, no velório do nosso pranteado tio Honorato Osório, lá estava Honorinha Osória, sua filha já casada, de minissaia e blusa decotada chorando o passamento do pai. Aquilo é roupa para um velório, Manoel Osório? Diga-me lá: com aquele corpão ela não desconfia que estará levantando pensamentos pecaminosos e olhares gulosos por todo o recinto? Não se dará conta de que exala sexo por todos os poros deixados visíveis? E o respeito ao pobre pai, finado ali à frente, onde é que fica?

João Osório tosse profundamente antes de concluir:

- E o respeito a todos nós, pobres homens, pobres mortais, que nada poderemos fazer naquele momento, naquele local de dor?

*Amilcar Neves é escritor com oito livros de ficção publicados, diversos outros ainda inéditos, participação em 32 coletâneas e 44 premiações em concursos literários no Brasil e no exterior. Crônica publicada na edição de hoje (27.4.2011) do jornal Diário Catarinense (Florianópolis-SC). reprodução autorizada pelo autor.

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ESTAREMOS LÁ!

"Caríssimas amigas, estimados amigos,

O meu livro Se Te Castigo É Só Porque Eu Te Amo (teatro), editado pela Letras Contemporâneas e apoiado pelo Edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura, da Fundação Catarinense de Cultura, será lançado no próximo dia 29 de abril, sexta-feira, às 20h30, na Barca dos Livros, em frente aos trapiches da Lagoa da Conceição, em Florianópolis.

Gostaria muito de abraçar pessoalmente, na ocasião, cada um de vocês. E, claro, ninguém está obrigado a comprar o livro que, com 80 páginas, tem o preço de R$ 20,00. O que vale é conhecer as acolhedoras instalações da Barca e bater um bom papo numa noite muito agradável.

Espero vocês lá. De coração,

Amilcar Neves".

26.4.11

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NOTA A IMPRENSA

Farol de Santa Marta
recebe Encontro Ativista


Durante os dias 21, 22 e 23 de abril, no Farol de Santa Marta, em Santa Catarina, estiveram reunidos representantes ativistas de ONGs atuantes no Estado e no Rio Grande do Sul.

Tal encontro objetivou apresentar relatos dos acontecimentos e situações-limite vividas por diversas comunidades.

A abertura do evento ocorreu na manhã de sexta (22), quando João Batista Andrade da ONG Rasga Mar falou sobre os impactos e ameaças ao lugar, explicando que os avanços destinados a “melhorias” no turismo local, podem, na verdade, ampliar as agressões na paisagem e qualidade de vida dos habitantes nativos do Farol de Santa Marta. Foram apresentadas imagens da realidade do ambiente natural e urbano que esta sendo descaracterizado pela aprovação e ampliação de novas casas.

Os impactos do lançamento de esgotos na Prainha, além dos resíduos sólidos expostos de forma incorreta nas ruas do lugar são impactos visíveis. Existem também, aqueles associados à idéia de aventura, o tráfego de veículos motorizados (4X4, quadriciclos, motos) que acabam prejudicando a paisagem e colocando em risco a vida da fauna e flora, depredando os sambaquis milenares que lá estão expostos, além da invasão de dunas e praias que estão causando conflitos intensos entre turistas, ambientalistas e outros usuários do ambiente.

As demandas dos ativistas presentes a este evento, de uma forma em geral, tiveram o mesmo destaque, existindo uma avaliação de que as agressões estão ocorrendo em nome de um progresso “ficcional” e que, em detrimento da qualidade de vida ambiental e das comunidades, está atropelando as leis e até mesmo ameaçando a vida de ambientalistas que estão no “front” das ações judiciais contra empreendimentos impactantes e que desconsideram a necessidade de legalidade e de precaução contra futuros danos, previstos pela “própria” legislação em vigor, mas flexibilizada por decisões políticas que colocam em risco a população.

Este enfoque, da realidade vivida pelas pessoas que militam em suas bases contra a agressão ambiental, foi apresentada por ativistas que trouxeram provas incontestáveis de crimes ambientais e sociais que estão ocorrendo, com conhecimento público, de autoridades e da mídia, mas que não surtem o efeito necessário para barrar estas agressões, pela “estratégia” de rotularem estas obras e investimentos de “interesse social”, quando em verdade, os interesses são meramente econômicos e exploratórios, sem considerarem os impactos na vida das populações circunvizinhas.

Em situações “diferentes” do habitual, os ativistas do Movimento Içarense pela Vida (MIV) conseguiram mobilizar as comunidades e segmentos representativos para manterem controle sobre a exploração de carvão, quando se uniram ativistas ambientalistas, produtores, comerciantes e cidadãos comuns que impediram a aprovação de leis que iriam prejudicar a comunidade de Içará, no sul de Santa Catarina.

A necessidade de criação de uma Rede informativa, comunicativa e de coalizão dos ativistas, também foi pautada no evento, que respaldou a continuidade dos encontros para que possam ampliar as ‘ações em rede’ que poderão dar voz aqueles que estão lutando contra verdadeiros “titãs” da economia e da política que estão avassalando ambientes naturais em troco de dinheiro e poder.

O evento, que teve a presença de ativistas da ONG Rasga Mar, Movimento Içarense pela Vida, ONG Os Verdes de Tapes, ONG Eco & Ação, Associação da Micro-Bacia de Volta Redonda, ONG Sócios da Natureza, RELIPLAM, Montanha Viva, MOSAL, AMECA, Associação de Pescadores Artesanais do Cabo de Santa Marta Grande e como convidadas as instituições da Polícia Ambiental de Laguna, na pessoa do Major Jefer Fernandes e da Chefe da APA da Baleia Franca, Maria Elisabeth Carvalho da Rocha, que representaram os órgãos estaduais e federais em Santa Catarina.

As deliberações e a Carta do evento, serão divulgadas para a Rede de Mídia ambiental e no Blog da Rede de Ativistas para ser mantido um canal de comunicação e informação destinada a agregar novos integrantes e ampliar a visibilidade das lutas locais e regionais que são realizadas nas entidades ativistas do RS, SC e PR.

O próximo encontro, que será decidido de forma virtual com os 12 fundadores da Rede de Ativistas, trará novas possibilidades de organização para a proteção não só do meio ambiente, mas também proteger aqueles que militam na preservação e conservação da natureza.

CO – Comissão Organizadora do 1º Encontro Regional de Ativistas Ambientalistas.




Cenas do Encontro. Foto: Rasgamar

25.4.11

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I M P E R D Í V E L


O grupo PIANO VOCI leva o resultado de sua pesquisa em composições para voz e piano ao Teatro da UBRO. O grupo reúne músicos atuantes no cenário da música erudita em Santa Catarina. São eles: as sopranos Cláudia Todorov e Rute Gebler (ex professoras do CEART), o barítono Schäfer Junior, o tenor Rogério Guilherme e a pianista Bernardete Castelan Povoas (professora do CEART). O grupo traz na bagagem uma vasta experiência musical, que abrange a música de câmara em diferentes formações, ópera/opereta e música coral, como na montagem de espetáculos e outras ações cênico-musicais.


Programa

Christoph Willibald Glück - O Del mio Dolce Ardor
Stephano Donaudy - Sento Nel Cuore
Antonio Lotti - Pur Dicesti o Bocca, bocca Bella
Francesco Durante - Danza, danza, Fanciula Gentile
Felix Mendelssohn - Aus Athalia Op. 74 e Herbstlied Op. 68 n. 4
Franz Schubert - Ständchen
Edvard Grieg - Je T’Appartens
Elegie – Jules Massenet
André Campra - Chanson Du Papillon
Georg Friedrich Händel – Ombra mai Fu – (ÓperaXerxes)
Mozart - Vedrai Carino - (Ópera Don Giovanni), La ci Darem La Mano - (Ópera Don Giovanni) e Papageno e Papagena – (Ópera A Flauta Mágica)
Giacomo Puccini – Tutti i Fiori - (Madame Butterfly) e Quando m’em vo soletta - (La Bohéme)

22.4.11

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Santo Antônio de Lisboa
(Florianópolis-SC, 21.4.2011)

A CEIA DO
SENHOR E
O LAVA-PÉS



Imagens da Missa da Ceia do Senhor e da cerimônia do Lava-Pés, conduzidas pelo pároco padre Edinei Rosa Cândido, quinta-feira (21.4), na igreja de Nossa Senhora das Necessidades e Santo Antônio (Santo Antônio de Lisboa) . (CM)


Origens e motivações
da Ceia e do Lava-Pés


Com a Missa da Ceia do Senhor, celebrada no entardecer de quinta-feira, a Igreja dá início ao chamado Tríduo Pascal e recorda a Última Ceia. Nesta, Jesus Cristo, na noite em que vai ser entregue, ofereceu a Deus Pai o Seu Corpo e Sangue sob as espécies do Pão e do Vinho. Entrega-os aos Apóstolos para que os tomassem, mandando-lhes também oferecer aos seus sucessores.
Nesta Missa faz-se, portanto, a memória da Instituição da Eucaristia e do Sacerdócio. Durante a missa ocorre a cerimônia do Lava-Pés que lembra o gesto de Jesus na Última Ceia, quando lavou os pés dos apóstolos. (Por Zulmar Faustino, jornalista da Arquidiocese de Florianópolis)





























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CURTO-CIRCUITO

BAC 8 x 0 AVANTE

Time do Avante que perdeu do BAC em partida válida pela Interligas.
O resultado elimina o time de Santo Antônio de Lisboa da competição


Um demônio chamado Kleyffer

É ele: 19 anos, 61 quilos, 1,67 de altura. Craque da Interligas 2010


Kleyffer comemorando o quinto gol


Olha ele ai de novo





O demonio nã0 desaparece

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Cobertura comunitária

Repórter mirim Eduardo Pauli atuando na pista
para a rádio comunitária FM 93.3 de Biguaçu

Veterano Rogério Pucci entrevista o técnico Cabral do Avante.
A cobertura teve a narração de Gil Delavi e Zebra na operação

Confira a crônica do jogo no
Portal de Notícias DAQUI na Rede