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Garça em Santo Antônio de Lisboa. Foto: Celso Martins
Dois ilustres escritores
Emanuel Medeiros Vieira encaminha o porma "Passado", dedicado a Luiz Fernando Galotti, falecido recentemente. "Meu primeiro livro foi lançado em 29 de setembro de 1972 na livraria Cruz e Sousa", que pertencia a Galotti, lembra Emanuel. "E a Vera Linhares [falecida] ajudou no preparo do lançamento".
Oldemar Olsen Júnior, o nosso Olsen Jr., andou por Florianópolis tratando de reformas em sua casa na Lagoa da Conceição e conversou com alunos do Colégio Maria Luiza de Melo, o popular Melão, em São José. Antecipou a crônica "Sua majestade o canário".
Gaivota na Ponta do Sambaqui (Sambaqui). Foto: Celso Martins
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SUA MAJESTADE O CANÁRIO
Por Olsen Jr.
Não é segredo para ninguém que os animais exercem um determinado fascínio sobre as pessoas. Desde tempos imemoriáveis estes seres, ditos irracionais, acompanham o gênero humano. Alguns destes espécimes como lembrou um amigo bem humorado, até se adaptaram melhor ao mundo que certos indivíduos que conheço, mas é outra história.
O fato é que esta afetividade transplantada para o plano prático fez com que domesticássemos determinadas espécies para o nosso convívio, seja por razões impostas pelo trabalho, para fins bélicos, alimento, negócios, sociabilidade e até ocupações lúdicas...
Por que estou lembrando isso?
Certos fatos e acontecimentos estão tão incorporados em nossas vidas que, muitas vezes, não percebemos as dificuldades que envolveram nossos antepassados considerando a iniciativa que vai desde a captura de determinadas espécies de animais até o seu condicionamento para pô-las a disposição do convívio humano para os fins a que destinasse.
Assim, a docilidade de um gato (seja de que raça for) aninhado em cima de um sofá na sala dificilmente evoca sua ancestralidade com os egípcios e a civilização que engendraram... Um cachorro abanando o rabo para receber um afago do dono raramente provoca um sentimento de gratidão pelos povos asiáticos que os trouxeram para o nosso convívio... Do alimento para a caça, guarda e companheirismo, quem sabe quem chegou primeiro? Talvez a sobrevivência mesmo, arrisco.
Mas no lugar onde estou morando agora, Rio Negrinho (Norte do estado de SC) uma das primeiras coisas que me chamaram a atenção, andando por aí, foi à ausência de cachorros nas ruas. A sensação é a de que os proprietários dos cuscos gostam deles o suficiente para não permitir que fiquem soltos por aí a mercê de um destino aventureiro que, aliás, não condiz com uma sociedade de colonização alemã.
Outra constatação, a propósito foi uma amiga quem me alertou. Como ela gosta muito de bichos e sempre conviveu com gatos desde a infância (na casa dela sempre havia pelo menos dois) disse-me que era muito raro perceber a presença de um destes bichanos em qualquer local. Daí insuflado pela curiosidade comecei a reparar em todos os lugares por onde andasse se havia algum gato... Nada... Mesmo em casas habitadas por gente idosa onde tal incidência é quase rotineira, nem sinal daqueles animais assim tão limpos e delicados e inofensivos como sempre fazia questão de afirmar a minha amiga que, a bem da verdade tinha um em casa com o curioso nome de “Pacato”, segundo ela, a inspiração para nomeá-lo veio do seriado “He-Man” da televisão.
Lembro que nos fizemos a mesma pergunta: “o que será que houve com os gatos (estávamos nos referindo aos felinos, evidentemente) desta cidade?
A pergunta permaneceu no ar durante alguns meses... Outro dia encontro com esta amiga e comentamos sobre aquele fato inusitado, foi quando ela começou a rir... Aí foi a minha vez de ficar intrigado... “Qual a graça?” – Indago, sem entender... “Descobri a razão da quase ausência dos gatos na cidade” – Disse ela, fazendo um breve suspense para apimentar o que iria dizer... “Estou ouvindo” – brinquei enquanto esperava pelo desfecho daquele enigma. Descobri a resposta, começou ela, por puro acidente. Dia destes, comentei com um morador antigo aqui da terra, que não tinha visto nem um gato nas imediações... Ele sem se constranger, simplesmente disse: “Ninguém tem gato em casa porque há muitos criadores de canários na cidade... E aqui o canário é rei!”... Rimos juntos... Lembrei do Lauro, meu barbeiro que coleciona troféus ganhos pelos seus canários, mas agora já é outra história!
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A música que ilustra o texto poderia ser esta...
Do grupo “The Troggs” que pontificou na década de 1960 (só para variar)...
Eles emplacaram muitos sucessos, a maioria no ano de 1966 quando assinaram contrato com o mesmo empresário do “The Kings”...
Continuam na estrada até hoje...
Antes que esqueça, “Troggs” é a abreviatura inglesa para a palavra trogloditas...
Vai com o carinho de sempre do poeta... (Olsen Jr.)
Por Emanuel Medeiros Vieira
Do grupo “The Troggs” que pontificou na década de 1960 (só para variar)...
Eles emplacaram muitos sucessos, a maioria no ano de 1966 quando assinaram contrato com o mesmo empresário do “The Kings”...
Continuam na estrada até hoje...
Antes que esqueça, “Troggs” é a abreviatura inglesa para a palavra trogloditas...
Vai com o carinho de sempre do poeta... (Olsen Jr.)
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Gaivota na praia das Flores (Sambaqui). Foto: Celso Martins
PASSADO
Por Emanuel Medeiros Vieira
Em memória de Luiz Fernando Gallotti – que muito fez pela cultura de
Florianópolis e pelo avanço do conhecimento e da democracia.
Para os que ainda sonham.
“Atiramos o passado ao abismo, mas não nos debruçamos para ver se ele está morrendo.” (William Skakespeare)
“Quando chover no seu desfile, olhe para cima e não para baixo. Sem a chuva, não existiria o arco-íris.” (G. K. Chesterton)
Para os que ainda sonham.
“Atiramos o passado ao abismo, mas não nos debruçamos para ver se ele está morrendo.” (William Skakespeare)
“Quando chover no seu desfile, olhe para cima e não para baixo. Sem a chuva, não existiria o arco-íris.” (G. K. Chesterton)
O passado caiu no abismo.
Caiu?
Escorre o Tempo – sempre.
Deixamos tudo para depois.
Ele – o Tempo – não.
Tudo já foi dito (lembrado): um trapiche, um menino, um velho – e o mar.
“Redundante, repetitivo”.
São sempre os mesmos – os temas.
(Álibi compensatório).
O pai sereno no caixão.
Só captamos fragmentos de uma vida.
A baía azul, a regata – o útero materno.
O Passado será sempre um país estrangeiro.
Ossadas de um menino?
Ou um sonho irrevogável – algo de ti ficará.
Obrigado, amigo!
(Salvador, setembro de2012)
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Placa no Gambarzeira (Santo Antônio de Lisboa).