31.1.11

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Adiado sem explicações
o lançamento oficial do

novo Centro de Saúde


Endereço da nova unidade está incorreto,
segundo o historiador Sérgio Luiz Ferreira


Através de um e-mail lacônico e sem muitas explicações, a Secretaria Municipal de Saúde informa que o lançamento oficial do Centro de Saúde de Santop Antônio de Lisboa, previsto para o próximo dia 3 de fevereiro, foi cancelado, sem a indicação de nova data. Diz a mensagem encaminhada aos integrantes do Conselho Local de Saúde do distrito:

"informamos que foi necessário suspender o lançamento do CS Santo Antônio de Lisboa no momento e tao logo seja definida uma nova data entraremos em contato

Guerrero
--
Dpto de Formação e Qualificação Profissional
Secretaria Municipal de Saúde
Florianópolis-SC".

Endereço do CS

As informações transmitidas pela Secretaria Municipal de Saúde indicam que a nova unidade está sendo construída na Rodovia Nilta Franzoni Viegas. Sempre atento, o historiador Sérgio Luiz Ferreira corrige o nome correto do local da obra.

"Celso, a Rua Padre Lourenço recebeu este nome em 1918 juntamente com a XV de Novembro, Cônego Serpa (ele ainda era vivo e participou da festa de denominação e Senador Mafra. Padre Lourenço Rodrigues de Andrade nasceu em 1767 na Praia do Toló em Sambaqui, foi vigário de Santo Antônio, único deputado às Cortes de Lisboa em 1821 e primeiro senador de Santa Catarina de 1826 até sua morte em 1844. Em 1985, através da Lei 2.282, mudaram o nome da Rua Padre Lourenço para Rodovia Nilta Franzoni Viegas, mas a lei 5.849, de 2001 alterou novamente o nome, acrescentando o nome completo do Padre Lourenço Rodrigues de Andrade. Portanto, o nosso centro de saúde está sendo construído na Rua Padre Lourenço Rodrigues de Andrade.
abraço,
Sergio".


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CARNAVAL DO ZÉ PEREIRA
VAI AGITAR SANTO ANTÔNIO



Zé Pereira no Riberão. Foto: Julio Cavalheiro/ClicRBS

O centenário Carnaval do Zé Pereira, criado no Riberão da Ilha (Florianópolis-SC) em fins do século 19, também vai animar a festa em Santo Antônio de Lisboa. A novidade vai acontecer no domingo (6.3), à partir das 16 horas. O Zé Pereira é integrado por músicos da também centenária Banda de Nossa Senhora da Lapa do Riberão. "Nosso objetivo é promover uma integração cultural entre estas duas importantes comunidades tradicionais de Florianópolis", explica Edenaldo Lisboa (Feijão), coordenador geral do Carnaval de Santo Antônio de Lisboa.

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MISSA DE NAVEGANTES


Anote na agenda: dia 2 de fevereiro, às 17h30, missa na Capela Santa Cruz de Cacupé (Estrada Geral/Rodovia Haroldo Soares Glavan, s/n°). A celebração integra a programação da Procissão e Festa de Navegantes, cujo ponto alto será no dia 6.2 (domingo). Confira em postagem abaixo a programação completa.

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INICIADAS AS OBRAS DO
NOVO CENTRO DE SAÚDE



As obras já iniciadas do novo Centro de Saúde de Santo Antônio de Lisboa terão lançamento oficial no próximo dia 3.2, às 10 horas. A unidade está sendo erguida na rodovia Nilta Franzoni Viegas, s/n (ao lado do terminal de integração, fundos da Intendência).

29.1.11

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MÃOS PRO ALTO!
Criminalidade atua com

desenvoltura no distrito de

Santo Antônio de Lisboa



O cotidiano do distrito de Santo Antônio de Lisboa não é só de falta d'água e rede de esgotos inacabada: a violência cresce sob os olhares pasmos das autoridades sem recursos para agir, tornando o cidadão um quase-refém da criminalidade. Muitos já começam a "encastelar" suas casas, dotando-as de muros muito altos, cobertos por pregos e cacos de vidro, câmeras de vigilância, cães latindo a noite toda, vigilantes, sensores e alarmes, grades e outros equipamentos.

O relato abaixo do jornalista Áureo Moraes*, retrata a apreensão e o medo que começam a dominar as comunidades do distrito. Cenas como a que vamos conferir já se registram em estabelecimentos e residências do distrito de Santo Antônio de Lisboa, mas sem a presença de um jornalista para reportar a dramaticidade de um evento desse tipo.
(Celso Martins)

"Em quase cinco décadas de vida passei, no final da tarde de hoje, sexta-feira, por uma situação que nunca tinha vivido: fui assaltado a mão armada, às seis da tarde, enquanto aguardava para pagar a conta em um posto de gasolina na SC-401!!!

Voltava do centro da cidade quando parei para comprar cigarros. Faço isso todos os dias, no mesmo horário, no mesmo posto - o último antes da entrada do cacupé, onde moro. Em segundos, dois garotos - nem sei se não eram "dimenor" -, entraram, um deles com um 38 muito velho nas mãos e anunciaram o assalto. Foram direto no caixa, abordaram a mulher - que eu penso ser a gerente do posto. Pediram todo o dinheiro do caixa. Um deles, com a arma, ameaçou a mim e a outro cliente e exigiu o dinheiro que tínhamos. Nervosos e frágeis até, com um corpo miúdo, tal qual meu filho de 16 anos, tão rápido quanto chegaram, saíram... estavam em uma moto - cuja placa eu anotei e no mesmo instante passamos à polícia.

Reitero: eram seis da tarde. Eles chegaram sem capacete, sem esconder a placa da moto, em meio a mais ou menos 20 pessoas! Em minutos ameaçaram, intimidaram, assustaram cidadãos que pagam seus tributos em dia e que estavam de passagem. Assim que saíram, outros clientes que entraram na loja de conveniência e alguns dos funcionários do posto sequer perceberam o que, segundos antes, havia ocorrido. Logo após a fuga, uma cliente entrou com uma criança de, no máximo, 6 anos. Que risco!!

Enfim, amigo, é um desabafo. Quanta insegurança, fruto, talvez, da tal sensação de impunidade na qual se escoram estes meninos que, julgo, estavam sob efeito de drogas ou em direção a elas.

Em inúmeras idas a São Paulo e Rio de Janeiro, sempre que perguntado sobre violência, minha resposta foi, invariavelmente a mesma: nunca, nas cidades mais "violentas" do país, presenciei qualquer circunstância sequer próxima desta. No entanto, em Florianópolis, sexta-feira, 18 horas, em um posto de gasolina, vi uma arma a centímetros do meu peito".

*Aureo Moraes é jornalista e professor da UFSC (Florianópolis-SC), residente no bairro de Cacupé, distrito de Santo Antônio de Lisboa.

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A CASAN É MUITO BACANA

A gota acima é da semana passada

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CACUPÉ
HOJE É DIA DE BINGO

Festividade em 2010. Foto: Divulgação

28.1.11

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“É DANDO QUE SE RECEBE?”

Por Leonardo Boff*

Estamos em tempos de montagem de governos. Há disputas por cargos e funções por parte de partidos e de políticos. Ocorrem sempre negociações, carregadas de interesses e de muita vaidade. Neste contexto, se ouve citar um tópico da inspiradora oração de São Francisco pela paz “é dando que se recebe” para justificar a permuta de favores e de apoios onde também rola muito dinheiro. É uma manipulação torpe do espírito generoso e desinteressado de São Francisco. Mas desprezemos estes desvios e vejamos seu sentido verdadeiro.

Há duas economias: a dos bens materiais e a dos bens espirituais. Elas seguem lógicas diferentes. Na economia dos bens materiais, quanto mais você dá bens, roupas, casas, terras e dinheiro, menos você tem. Se alguém dá sem prudência e esbanja perdulariamente acaba na pobreza.

Na economia dos bens espirituais, ao contrario, quanto mais dá, mais recebe, quanto mais entrega, mais tem. Quer dizer, quanto mais dá amor, dedicação e acolhida (bens espirituais) mais ganha como pessoa e mais sobe no conceito dos outros. Os bens espirituais são como o amor: ao se dividirem, se multiplicam. Ou como o fogo: ao se espalharem, aumentam.

Compreendemos este paradoxo se atentarmos para a estrutura de base do ser humano. Ele é um ser de relações ilimitadas. Quanto mais se relaciona, vale dizer, sai de si em direção do outro, do diferente, da natureza e até de Deus, quer dizer, quanto mais dá acolhida e amor mais se enriquece, mais se orna de valores, mais cresce e irradia como pessoa.

Portanto, é “dando que se recebe”. Muitas vezes se recebe muito mais do que se dá. Não é esta a experiência atestada por tantos e tantas que dão tempo, dedicação e bens na ajuda aos flagelados da hecatombe socioambiental ocorrida nas cidades serranas do Rio de Janeiro, no triste mês de fevereiro, quando centenas morreram e milhares ficaram desabrigados? Este “dar” desinteressado produz um efeito espiritual espantoso que é sentir-se mais humanizado e enriquecido. Torna-se gente de bem, tão necessária hoje.

Quando alguém de posses, dá de seus bens materiais dentro da lógica da economia dos bens espirituais para apoiar aos que tudo perderam e ajudá-los a refazer a vida e a casa, experimenta a satisfação interior de estar junto de quem precisa e pode testemunhar o que São Paulo dizia:”maior felicidade é dar que receber”(At 20,35). Esse que não é pobre, se sente espiritualmente rico.

Vigora, portanto, uma circulação entre o dar e o receber, uma verdadeira reciprocidade. Ela representa, num sentido maior, a própria lógica do universo como não se cansam de enfatizar biólogos e astrofísicos. Tudo, galáxias, estrelas, planetas, seres inorgânicos e orgânicos, até as partículas elementares, tudo se estrutura numa rede intrincadíssima de inter-retro-relações de todos com todos. Todos co-existem, inter-existem, se ajudam mutuamente, dão e recebem reciprocamente o que precisam para existir e co-evoluir dentro de um sutil equilíbrio dinâmico.

Nosso drama é que não aprendemos nada da natureza. Tiramos tudo da Terra e não lhe devolvemos nada nem tempo para descansar e se regenerar. Só recebemos e nada damos. Esta falta de reciprocidade levou a Terra ao desequilíbrio atual.

Portanto, urge incorporar, de forma vigorosa, a economia dos bens espirituais à economia dos bens materiais. Só assim restabeleceremos a reciprocidade do dar e do receber. Haveria menos opulência nas mãos de poucos e os muitos pobres sairiam da carência e poderiam sentar-se à mesa comendo e bebendo do fruto de seu trabalho. Tem mais sentido partilhar do que acumular, reforçar o bem viver de todos do que buscar avaramente o bem particular. Que levamos da Terra? Apenas bens do capital espiritual. O capital material fica para trás.

O importante mesmo é dar, dar e mais uma vez dar. Só assim se recebe. E se comprova a verdade franciscana segundo a qual ”é dando que recebe” ininterruptamente amor, reconhecimento e perdão. Fora disso, tudo é negócio e feira de vaidades.

*Leonardo Boff é filósofo/teólogo e autor de
A oração de São Francisco
, Vozes 2010.
Texto encaminhado pela escritora Urda Alice Klueger.

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VOLTOU A FALTAR ÁGUA


As áreas mais altas do distrito de Santo Antônio de Lisboa estão sem água desde o início da semana. Nas partes baixas o produto coletado, tratado e distribuído pela Casan chega fraco e na madrugada.

27.1.11

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NOSSA SENHORA
DOS NAVEGANTES


Festividade em Cacupé
prossegue neste sábado



Procissão de Navegantes em 2010. Foto: Divulgação

PROGRAMAÇÃO

(Clique para ampliar)

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Formatura da Angelita


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Cineclube do Baiacu
APRESENTA

Os doces bárbaros


O Cineclube Pescadores de Cultura apresenta nesta quinta-feira (27.1) o documentário Os Doces Bárbaros, dirigido por Jom Tob Azulay, mostrando o sucesso do quarteto formado por Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa e Gilberto Gil. A versão a ser exibida hoje inclui cenas inéditas, com duas horas de música e entrevistas. O documentário também mostra a ruidosa prisão de Gilberto Gil em Florianópolis, em 1976, por porte de maconha, pouco antes do show no Clube 12 de Agosto.

A programação do Cineclube Pescadores de Cultura inclui os seguintes filmes:

O Prisioneiro da Grade de Ferro (3.2), O Lamparina (10.2), A Marvada Carne (17.2) e CineSamba 2 (24.2). As sessões acontecem todas as quintas, às 20h, na sede da Associação Cultural Baiacu de Alguém (Santo Antônio de Lisboa).
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SOLIDARIDADE
Campeche se mobiliza

contra mega-exploração


Por Elaine Tavares*

Ato de protesto contra os mega-projetos
e mega-show acontece neste sábado,

dia 29, 10h, na avenida Pequeno

Príncipe, esquina com a rua da Capela.


O Campeche, até os anos 70 do século XX foi um pacato reduto de famílias descendentes de açorianos, dadas à pesca, à agricultura de subsistência e à criação de gado. Nos anos 20, por ser rota de passagem da iniciante aviação transcontinental, entrou para a história como lugar de pouso dos aviões que seguiam para a Argentina, tendo sido criado ali um campo de aviação. Dentro de um destes aviões vinha, amiúde, o conhecido Saint-Exupéry, autor do imortal livro “O Pequeno Príncipe”. Por conta deste visitante ilustre, que acabou criando laços com uma das famílias locais, do patriarca Deca Rafael, o bairro é cheio de alusões à vida e à obra do escritor.

Nos anos 80, com o impulso das migrações de famílias vindas do interior de SC e de outros estados, o bairro cresceu, mas ainda mantendo a vida simples e pacata, com boa parte de suas ruas de areia e praia de beleza exuberante. Sempre foi um contraponto ao norte urbanizado, reduto de turistas. Essa peculiaridade fez florescer no Campeche e arredores um forte movimento comunitário que passou a exigir da municipalidade demandas que dessem conta da manutenção deste estilo de vida na região. Foi ali que teve vez a proposta do primeiro Plano Diretor pensado diretamente pelos moradores, que definia esta região do sul como um espaço de moradia e de vivência comunitária, sem o exagero dos espigões, dos grandes empreendimentos turísticos, da exploração imobiliária e da destruição da natureza.

Essa movimentação garantiu que a comunidade crescesse de forma mais lenta, vigiada de perto pelas gentes e pelos movimentos populares, alertas às tentativas de destruição. Mas, agora, na primeira década do século XXI, novas ondas de migrações, acompanhadas das ações de empreiteiros, começaram a mudar a paisagem e a vida do lugar. Empreendimentos de grande porte pipocam por todo lugar. Manipulando as leis ou mudando-as para seu benefício, nas famosas alterações de zoneamento patrocinadas por vereadores mal-havidos, são construídos grandes prédios que impactam de forma brutal a vida do bairro, desde a caótica mobilidade urbana até a falta de água. Estas questões já apareceram no novo processo de discussão do Plano Diretor vivido pela cidade há quatro anos e que acabou, abruptamente, virando em nada, com a prefeitura preterindo a proposta popular por outra formulada por um instituto privado.

Em 2010, a mídia florianopolitana, também ao sabor de gordos patrocínios, criou a fantasia de um recanto de paraíso, o chamado “riozinho”, que é um espaço na praia do Campeche onde deságua um pequeno rio local. Ali virou o ponto da temporada, com a presença de artistas globais e outros “ilustres” endinheirados. Este ano, o empreendimento que se criou ao lado do rio Rafael alugou parte das dunas – que tem sob seu poder - para a poderosa Skol, que anuncia shows de grande porte para o local. Com isso, a comunidade, retomando a luta travada desde os anos 80, tem denunciado as irregularidades e procura conscientizar os moradores para que mantenham a vigilância sobre a forma de vida que desde tempos muito remotos se decidiu empreender naquele lugar.

Desde o ano passado a comunidade observa um crescimento exacerbado que deverá provocar grandes impactos e, por conta disso, decidiu empreender novas mobilizações em defesa do seu modo de vida. Na última quarta-feira, representantes do movimento popular, que é bastante forte no Campeche, se reuniram e listaram os seguintes problemas a serem enfrentados:


1 - O processo do Plano Diretor participativo iniciado pelo prefeito Dário Berger colocou a comunidade, durante quatro anos, a pensar e organizar a vida local. Encerrado autoritariamente, abriu espaço para que os grandes empreendimentos começassem a conseguir licenças para construções de grande porte colocando em risco a sustentabilidade da região que tem um ecossistema frágil de dunas e restinga, não oferece saneamento básico, tem pouca reserva de água e sofrível mobilidade urbana, com ônibus em intervalos muito longos, além de poucas linhas em circulação. Também no que diz respeito aos caminhos que levam ao centro da cidade, a situação é muito ruim uma vez que há apenas uma saída, ocasionando infindáveis engarrafamentos.

2 – Um exemplo desta ocupação irracional é o projeto Essence, da empresa RODOBENS, que se anuncia na cidade como um lugar de sonhos. O condomínio está sendo erguido praticamente em cima das dunas. São 14 prédios de quatro pavimentos cada um, com garagem subterrânea e ático, o que configura, na verdade, seis andares. No total são 500 novos apartamentos que devem adensar a região com mais mil pessoas. A garagem do prédio, feita no subsolo, é uma armadilha perpétua, uma vez que a área onde está construída é inundável e certamente sofrerá com as chuvas torrenciais que costumam cair no verão.

3 - Dezenas de outros mega projetos estão aparecendo a cada dia, causando sérios transtornos. Um deles, próximo à praia, está há meses sugando o lençol freático, jogando água pura na rua, para conseguir secar o terreno que foi cavado para a construção de garagens subterrâneas. Nada disso parece constituir ilegalidade, mas a comunidade já não suporta mais ver o desperdício de água pura, elemento que é tão importante para a vida.

4 – A Casan iniciou no ano passado um projeto de construção da rede de esgoto, mas desde então a comunidade tem se manifestado contrária a proposta de uma rede que desemboque numa única estação de tratamento que some todo o esgoto da ilha para ser jogado, via emissário submarino, no mar do Campeche. Várias manifestações já foram realizadas e o plano diretor construído pela comunidade definiu por pequenas estações de tratamento em que parcelas da comunidade assumam a responsabilidade pelo seu esgoto, sem que seja necessário jogá-lo no mar. Essa tecnologia existe, é acessível e nada impede a municipalidade de usá-la. Mas, a prefeitura, assim como a Casan não são sensíveis aos desejos da população e seguem com seu projeto original. Esse ideia, ultrapassada e poluidora trará também graves impactos ambientais á comunidade.

5 – Não bastasse ficar surda à comunidade a Casan tem sistematicamente desrespeitado a lei ambiental construindo rede coletora sobre as dunas, onde se aglomeram algumas casas de gente rica, construídas de forma ilegal. Os canos estão desembocando na praia, também em flagrante ilegalidade.

6 – Ao mesmo tempo em que a Casan premia os endinheirados invasores das dunas, a Justiça utiliza de sua conhecida predileção pelos ricos e coloca abaixo um espaço comunitário que existia na praia desde a década de 80, reconhecido como espaço cultural e patrimônio do Campeche. O histórico Bar do Chico foi derrubado, às seis horas da manhã de um dia chuvoso, sem que a comunidade tivesse tempo para se organizar, uma vez que todas as outras tentativas haviam sido barradas pelo povo. Poucos meses depois, o empreendimento Essence, que se localiza no rumo do bar construiu um deck de madeira, ocupando o espaço do antigo bar, para seus “privilegiados” moradores. Por ação popular o deck foi derrubado, mas pode voltar.

7 – Também o direito de ir e vir e de ocupar a praia pública está cada dia mais limitado aos locais. É o caso da faixa de praia que tem início na Comunidade das Areias até o Bar Tropical, no Morro das Pedras. Em função de alterações de zoneamentos, feitas há décadas no Governo do Bulcão Vianna, os Condomínios que foram construídos ao longo de quase 2 kms de praia não respeitam a lei, a qual determina que a cada 200 metros deve haver saída para a praia. Assim, espaços públicos ganham caráter de propriedade privada, impedindo o acesso aos moradores. A rua Manoel Pedro Vieira está totalmente tomada por Condomínios, incluindo-se aí a mansão de praia do tenista Guga Kurten e o Hotel Morro das Pedras, erguidos sobre as dunas, assim como os condomínios. Isso afronta o direito de ir e vir, mas nada é feito contra esses que praticam apartheid social. A rua citada, onde está a casa do tenista, hoje conta com apenas duas saídas para a praia.

8 – As mudanças climáticas e a ação desordenada do homem, que levaram à destruição da praia da Armação, também no sul da ilha, se faz presente também no Campeche. Com as construções de luxo sobre as dunas, a paisagem muda e transforma o ritmo da natureza. Nos últimos anos, as ressacas no Campeche têm sido vorazes e várias casas, construídas irregularmente sobre as dunas, são atingidas. Alguns destes proprietários realizaram obras de enrrocamento (colocação de pedras ou cimento) na praia, visivelmente ilegais. Algumas delas, barradas posteriormente, oferecem sérios riscos aos banhistas, com pontas de ferro assomando pela areia e outras escondidas sob o mar. E para completar este cenário de completo desrespeito pela vegetação nativa, os invasores de dunas estão cobrindo-as com lonas de plástico. Estas atitudes isoladas e egoístas têm causado mudanças, inclusive com a diminuição da faixa de areia.

9 – O desrespeito ao terreno natural e aos olhos de água que abundam no Campeche leva a grandes tragédias como o alagamento sistemático de áreas com a conseqüente destruição de casas e bens. As soluções, em vez de melhorar, são cada vez mais atrapalhadas, como por exemplo a idéia de tubular o Rio Rafael, com a proposta de construir um prédio sobre ele, o que poderá ocasionar ainda mais alagamentos na região, com a água não tendo para onde escoar.

10 – Para fechar com “chave de ouro” o processo de destruição sistemática do modo de vida do Campeche, agora, com o conluio de empresários da área, sem ligação emocional ou cultural com o bairro, está sendo organizado um mega-show na praia, onde desemboca o rio Rafael, patrocinado pela Skol. Estes eventos, além de serem portas de entrada para o tráfico de drogas pesadas, mexem de forma visceral com a estrutura do bairro. O Campeche, da forma como está organizado hoje, com ruas estreitas e apenas uma avenida, não comporta um fluxo excessivo de carros. Tampouco tem condições de acomodar um estacionamento para todos os visitantes que virão para o show, além de não apresentar estrutura sanitária. Como a comunidade é tradicionalmente residencial, estes mega-eventos tendem a perturbar todo o modus vivendi do povo da região.


Por conta de todos estes pontos elencados aqui, a comunidade decidiu iniciar um processo de luta pela manutenção da qualidade de vida no bairro, fortalecendo os seguintes pontos:

1 – Exigir fiscalização rigorosa para todos estes empreendimentos que estão em andamento.

2 – Realização de estudo do impacto que esse adensamento populacional pode causar para o sistema de água, esgoto e transporte.

3 – Exigir imediata aplicação da Lei Municipal buscando a abertura de acesso à Praia do Morro das Pedras em toda a Rua Manoel Pedro Vieira.

4 – Moratória imediata para a construção de novos empreendimentos até que seja definido o Plano Diretor.

5 - Suspensão do mega-show promovido pela Skol por completa incapacidade estrutural do bairro em atender a uma demanda gigante de pessoas.


Visando esclarecer a comunidade e garantir mais apoio para estas lutas, acontece neste sábado, dia 29 de janeiro, às 10h, uma manifestação e panfletagem no cruzamento entre a Pequeno Príncipe e a rua da Capela. Todos os lutadores sociais da cidade estão convidados a para participar. A luta contra os mega-investimentos não é só do Campeche. Todo sul da ilha está ameaçado. A cidade como um todo está ameaçada. “Já basta de destruição”.

*Elaine Tavares é jornalista, titular do Blog da Elaine.

26.1.11

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Imagens de Santo
Antônio de Lisboa,

pavimentação da
rua e vista da sacada


Maricultura, pesca artesanal e recreação. Fotos: Celso Martins










Pavimentação da travessa
Jandira Pires da Cunha






Vista da sacada

25.1.11

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Garotada do Triunfo
consegue vitórias e

empate em Saudades


As quatro divisões de Triunfo continuam no páreo para chegar às finais da 7º Copa Saudades, após o empate do sub-15 e as vitórias dos sub-11, 13 e 15. Alguns atletas foram expulsos e um sofreu contusão. Confira os detalhes no site do Triunfo.

24.1.11

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PROCISSÃO DE
SÃO SEBASTIÃO

Barra do Sambaqui, 22.1.2011

Fotos: Celso Martins

Banda Amor à Arte










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Triunfo começa bem
na 7ª Copa Saudades


As divisões de base do Triunfo (Sambaqui) estrearam com o pé direito na 7ª Copa Saudades, iniciada ontem (23.1). O único tropeço ficou por conta do sub-13, que levou uma goleada. O sub-11, por outro lado, venceu de virada.

Sub-11
EC São José (RS) 2 x 3 Triunfo

Sub-13
EC São José (RS) 8 x 1 Triunfo

Sub-15
EC São José (RS) 0 x 1 Triunfo

Sub-17
EC São José (RS) 0 x 1 Triunfo

Hoje (24.1), as quatro categorias de base do Triunfo jogam contra o time da casa, o Saudades, a partir das 16 horas.

Mais detalhes no site do Triunfo.

23.1.11

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O ABRAÇO DE
FAUSTO WOLFF




Por Olsen Jr.

A vida tem os seus encontros e desencontros; sua espontaneidade, coincidências, acasos e surpresas, inúmeras situações que a torna verdadeiramente suportável.

Normalmente os fatos se dão quando você não os espera, não planeja, então parece que os Deuses conspiram para viabilizar momentos especiais.

As pessoas que convivem comigo sabem do grande apreço e da amizade que me ligava ao escritor Fausto Wolff (gaúcho de Santo Ângelo) um dos fundadores do semanário “Pasquim” e um dos jornalistas que melhor sabia escrever que este Brasil já abrigou. Por conta da estratocracia brasileira, esteve exilado em diversos países: na Dinamarca teve uma filha chamada Sandra Liberty a quem dedicou o livro “Sandra na Terra do Antes” quando foi comparado a Hans-Christian Andersen; na Grécia, na Itália onde lecionou literatura latino-americana. Por conta de suas andanças aprendeu a falar espanhol, inglês, dinamarquês, grego, italiano... A impressão que se tinha é a de que ele falava qualquer idioma, com o texto também mantinha essa empatia universal que caracteriza os escritores de grande talento.

Quinta-feira (19/01) estava na Kibelândia, tomando cerveja acompanhada de uma cachaçinha com butiá (bem tropical isso) pondo a prosa da semana e outras em dia quando o jornalista Sérgio Rubim resolve fazer o balanço de sua conta e vai até o balcão... Um rapaz que estava próximo quando ouviu “fecha a do Canga” indagou “é o Cangablog?” --- Sim, responde o Sérgio... “Gosto muito do teu Blog e até já fiz um comentário que foi postado lá, uma pichação na parede da Câmara de Vereadores e que transcrevi e também gosto das crônicas do Olsen Jr., aliás eu já tinha lido o romance “Estranhos no Paraíso” dele e que foi prefaciado pelo Fausto Wolff e cheguei a escrever para o Fausto e ele gentilmente me respondeu além de agradecer o contato e os elogios ao seu trabalho, afirmou que se eu encontrasse o Olsen era para dar um grande abraço nele porque era um homem bom e um grande escritor...

O Sérgio ouviu atentamente e disse “tem alguém sentado ali fora e você vai comigo dizer exatamente o que acaba de me dizer para ele”...

Estávamos sentados às mesas na calçada, mais de 15 pessoas, jornalistas, artistas plásticos, professores, interessados em literatura, os habitues, tinha acabado de chover e era agradável beber ali fora.

“Está aí o Olsen” afirma o Sérgio para o Abel Rocha – depois de contar toda a história para a turma – pode dar o abraço que o Fausto Woff mandou... Fotografa essa disse Ligia, uma amiga antecipando o momento... Foi um longo abraço, não fosse a minha herança nórdica, acredito que derramaria algumas lágrimas sabendo que o bom e velho Fausto tinha morrido em 05 de setembro de 2008... Mas como se sabe, os vikings não choram em público, mas agora aqui sozinho, nada me impede!

22.1.11

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Sambaqui

TEMPORAL EXPÕE
FRAGILIDADE DA

DRENAGEM PLUVIAL


Fotos Celso Martins. Manhã de 22.1.2011

PRAIA DO FOGO



RUA DURVAL PIRES DA CUNHA


TRAVESSA JANDIRA PIRES DA CUNHA
(Obras de drenagem e pavimentação)



ESTRADA GERAL DE SAMBAQUI
(Trecho Rod Gilson da Costa Xavier)



RUA OSVALDO DA ROCHA PIRES


VÁRIAS