29.4.10

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TRANSFERIDO
O I RISOTO DA

GICAPONTA


A A.B.S informa que o I Risoto da Gincaponta Mirim que seria realizado dia 1º.5 na sede do Baiacu de Alguém, foi transferido para o dia 30.5 no mesmo lugar e horário. (Informaçãode Rodrigues Viana, presidente da Associação do Bairro de Sambaqui-ABS).


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Plano Diretor

MANIFESTAÇÃO HOJE
NA FRENTE DO MINISTÉRIO

PÚBLICO FEDERAL


O Fórum da Cidade e UFECO convidam para mobilização em frente ao ministério Público Federal hoje (29.4) a partir das 17 horas, no prédio novo do órgão em frente ao Instituto de Educação, na avenida Mauro Ramos.

Faremos também a entrega de um documento que está sendo elaborado - abaixo uma minuta em aprovação solicitando uma repactuação do PDP e da mediação do Ministério Público Federal e também ao Centro de Apoio da Moralidade Administrativa .

Vamos marcar um encontro com Rodolfo Pinto da Luz para propor uma renegociação pela volta do NGM. Caso o IPUF não nos receba ou não concorde com os termos, iremos solicitar publicamente que o MPF se posicione e tome a iniciativa de entrar com ação imediata paralisando os inconstitucionais encontros marcados pelo IPUF para a próxima semana.


MINUTA DO DOCUMENTO

Venha Participar da Manifestação sobre o Plano Diretor em frente ao Ministério Público Federal, HOJE. Vamos apoiar que o Plano Diretor volte a ser PARTICIPATIVO através da reativação do Núcleo Gestor, legitimamente eleito pelas comunidades para fazer o controle e acompanhamento de todas as etapas do Planejamento da Cidade.

O restabelecimento do Nucelo gestor foi a proposta aprovada pela população na ATA da Plenária Popular instalada no TAC, no dia 18 de março, e assinada por mais de 500 particpantes, quando a manifestação popular não permitiu a realização de uma farsa de Audiência Pública Participativa.

Quem foi que tirou o P do Plano Ditetor PATICIPATIVO? Foi o prefeito quando desativou por sua vontade o Núcleo Gestor.

Quem não se lembra das Audiências Públicas que elegeram seus representantes? Todos se lembram, porém o prefeito esqueceu .

Como O PREFEITO IRÁ GARANTIR A SUA REIVINDICAÇÃO COMUNITÁRIA nas dezenas de oficinas que ele estará promovendo na próxima semana se:

- Ele não garante a legitimidade das representações eleitas;

- Não garante a legitimidade das leituras comunitárias já aprovadas em Audiências Públicas nos 13 distritos e 8 subdistritos, aprovadas pelas comunidades;

- Não legitimou as diretrizes advindas desta leitura comunitária numa Audiência Pública Municipal DELIBERATIVA;

- Desrespeita sistematicamente a Lei Federal 10. 257, do Estatuto da Cidade que garante os instrumentos de participação!


O Núcleo Gestor Municipal em Autoconvocação Reivindica :


1. A participação efetiva de representantes do MPF e/ou MP-SC como mediadores na repactuação para reconduzir o processo para sua necessária legalidade (ajuste de conduta);

2. Suspensão e revisão de todos os atos unilaterais efetuados pelo Poder Público Municipal e sem controle social por parte do NG-PDP, em especial o Decreto n° 8056 (que constitui Comissão Especial para apresentação e revisão do anteprojeto do Plano Diretor em datas específicas em 10 Regiões);

em vista da retomada de uma coordenação compartilhada para o processo do PDP com efetiva participação do Poder Público Municipal no NG-PDP;

4. A garantia de acesso público a todos os estudos, análises, diagnósticos, relatórios técnicos e mapeamentos pertinentes à elaboração do PDP.

5. A apresentação de uma metodologia efetivamente participativa para ser validada junto ao NG-PDP, com respectivos planos de ações, orçamentos e cronogramas que permitam a retomada segura e organizada dos trabalhos, bem como o controle social necessários.

6. Garantia de regras e procedimento previamente pactuados em regimento específico para o evento (conferência ou similar) onde deve ser aprovada a proposta do PDP para só então ser submetida à Câmara Municipal, conforme previsto no Art.10 [ELC1]* da RESOLUÇÃO Nº 25, CONCIDADES, do Ministério das Cidades


*ELC1

Art.10. A proposta do plano diretor a ser submetida à Câmara Municipal deve ser aprovada em uma conferência ou evento similar, que deve atender aos seguintes requisitos:

I – realização prévia de reuniões e/ou plenárias para escolha de representantes de diversos segmentos da

sociedade e das divisões territoriais;

II – divulgação e distribuição da proposta do Plano Diretor para os delegados eleitos com antecedência de 15

dias da votação da proposta;

III – registro das emendas apresentadas nos anais da conferência;

IV – publicação e divulgação dos anais da conferência.

28.4.10

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A CRÔNICA DE
AMÍLCAR NEVES


ALERTA
Sistema de esgoto


O ESTALEIRO

Eduardo Bastos


Ensaio de fotos na
Ponta do Sambaqui

Celso Martins


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AS EVIDÊNCIAS

Ilustração: Uelinton Silva.

Por Amílcar Neves*

Houve época - uma época romântica, com um certo charme na desonestidade, uma certa ingenuidade no Mal, uma certa aura de justiça social no bandido que roubava do rico para dar ao pobre, um certo código de ética entre os contraventores que propugnava pela vitória tanto quanto reconhecia a derrota, quando fosse o caso -, pois houve essa época em que bastava a declaração de um homem decente e honesto, e os policiais eram no geral decentes e honestos acima de qualquer dúvida, para incriminar sem saída um sujeito pego no contrapé, como se diz dos goleiros que tomam uma bola que passa rente ao pé de apoio sem que possam fazer nada para impedir o vazamento da sua meta.

(Talvez jamais tenha havido uma época assim, mas gostamos de acreditar que sim, que naquele tempo as coisas eram de uma forma tão melhor, em tudo, que vocês nem imaginam.)

Essa terá sido, sem dúvida alguma, uma época sem ditadores, posto que as ditaduras inapelavelmente subvertem todas as regras da socialização, do convívio harmonioso entre as pessoas de bem - e quase todas o são, enfim. As ditaduras separam as pessoas em boas e más, sem graduações intermediárias, o que, de fato, facilita sobremaneira as decisões e os julgamentos (em geral sumários e inapeláveis), aquela história de que estará forçosamente contra mim aquele que não estiver comigo, de que você é ARENA ou MDB, de que ou amamos o Brasil ou temos que deixá-lo, de que alguém é democrata (em plena ditadura?) ou então corrupto e subversivo.

Um dia alguém apareceu com a novidade presenteada pela moderna tecnologia: um aparelho de fita cassete que cabia no bolso, tinha microfone embutido, funcionava com pilha e não fazia ruído enquanto gravava conversas sorrateiramente. Pronto: foi esse sujeito que jogou no mais absoluto descrédito a bastante palavra de um homem honesto e decente; o relato deste cidadão já não mais se fazia suficiente, urgia apresentar a prova incontestável, a irrefutável fitinha magnética.

A evolução das espécies chegou às filmagens com som e imagem perfeitos e aos meliantes que, flagrados ao porem dinheiro na cueca, na bolsa e na meia, ou em assalto ao caixa da loja de conveniências, vêm jurar, sem ruborizar (coisa caída em desuso há décadas), que é mentira, que tudo não passa de uma montagem de inimigos e desafetos para incriminá-los e desmoralizá-los - e ficamos todos por isso mesmo.


*Amilcar Neves é escritor com sete livros de ficção publicados, diversos outros ainda inéditos, participação em 31 coletâneas e 44 premiações em concursos literários no Brasil e no exterior.
Crônica publicada na edição de hoje (28.4) do jornal Diário Catarinense (Florianópolis-SC). Reprodução autorizada pelo autor.

*

ALERTA-ALERTA-ALERTA

O sistema de coleta e tratamento de esgoto do distrito de Santo Antônio de Lisboa pode atrasar ainda mais ou mesmo ficar inviabilizado.

A continuação da implantação da rede através da Praia Comprida/Caminho dos Açores está num impasse, pois o prefeito Dário Berger exigiu pessoalmente que o asfalto seja integralmente recolocado após a obra.

A Casan se dispõe a refazer apenas o trecho que for aberto para a implantação dos equipamentos. Os setores jurídicos da Casan e Prefeitura estão numa queda de braços.


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Bandeira Azul X Bandeira Preta
Como ficará

certificação

pós estaleiro?


Por Eduardo Bastos*

Abaixo, reproduzo artigo do advogado Eduardo Bastos, de Santa Catarina, sobre uma situação que me parece um tanto semelhante com a que está acontecendo aqui pelo sul da Bahia. Leiam e tirem sua próprias conclusões:

Bandeiras tem um significado e um simbolismo histórico todo especial. Servem como elementos de distinção entre nações, usadas para emitir algum alerta, trocar informações, como forma máxima de expressão de poder e soberania. De tão importante existe até um estudo sobre elas conhecido como vexilologia. Mas não irei me ater sobre isso especificamente. De um modo generalista pretendo rapidamente enfocar a um fato no mínimo curioso mas revestido de muita importância.

Em dezembro de 2009 tremulou no ” céu” da internacionalmente conhecida Jurerê a BANDEIRA AZUL. Fruto de um trabalho que envolveu poder público consultores, sociedades, ong. Essa árdua conquista simbolizou o resultado de um trabalho exaustivo de vários segmentos, com o um fim bem específico: permitir um salto de qualidade do local e consequentemente uma maior valorização do Bairro, ainda que indiretamente. Um vitorioso projeto merecedor de todo crédito.

Nesse sentido, segundo consulta realizada no site oficial da certificadora http://www.blueflag.org/ várias são as condicionantes impostas para que determinado local obtenha a tão sonhada certificação que por certo traz considerável valorização ao entorno. Dentre algumas delas podemos citar o item QUALIDADE DA ÁGUA. Por este requisito a: a praia deve cumprir integralmente a amostragem da qualidade da água e requisitos de freqüência, respeitar plenamente as normas e requisitos para análise da qualidade da água, b) não deve haver nenhum resíduo industrial, águas residuais ou descargas de águas residuais relacionados deverão afetar a área da praia, c) a praia deve cumprir os requisitos de Bandeira Azul para o parâmetro microbiológico de bactérias fecais coli (E.coli) e enterococos intestinais estreptococos, etc.

Pois bem, em 17 de abril de 2010 tremulou na praia da Daniela, a BANDEIRA PRETA. Várias por sinal. Ao contrário da azul que simboliza alegria, boa balneabilidade a da DANIELA é um alerta daquilo que poderá vir também a ocorrer com a co-irmã Jurerê caso o Projeto do estaleiro Osx em Biguaçu venha se consolidar.

Isso porque o empreendimento a ser instalado entre três unidades de conservação federal, necessitará da abertura de um canal passando muito próximo a praia da Daniela, consabidamente ameaçada por um processo denominado erosão costeira, e que segundo Parecer Técnico do órgão ICMBIO poderá gerar transtornos irreversíveis na localidade.

Dentre os impactos identificados no EIA, verifica-se que 16 mostram relação direta e indireta mais evidente com a conservação da biota das unidades de conservação e espécies ameaçadas de extinção, além de interferências sobre a pesca, extrativismo e maricultura locais: alteração da qualidade da água marinha, alteração da circulação hidrodinâmica, aumento do risco de erosão praial, perda de hábitat, afugentamento, perturbação e mortalidade da fauna aquática, perturbação de cetáceos, risco de introdução de espécies exóticas no ambiente, risco de contaminação da biota aquática pelo efeito residual das tintas anti-incrustantes, risco de contaminação da biota aquática em casos de vazamentos ou derramamentos de óleo, risco de alteração no padrão de circulação de ovos e larvas entre as unidades de conservação, interferência na atividade pesqueira e restrição do espaço de pesca, interferência nas áreas de maricultura e realocação dos cultivos, aumento da pressão sobre unidade de conservação, incremento populacional, risco de intensificação de ocupações irregulares e criação de um pólo naval

Tanto assim o é que o posicionamento do órgão federal- ICMBIO- foi pela inviabilidade do empreendimento.

Isso sem contar na recomendação emanada pelo Ministério Público Federal no sentido de que os interessados suspendessem o processo de licenciamento e que o órgão de licenciamento estadual-FATMA- se abstivesse de prosseguir no processo de licenciamento. Pelo visto não houve atendimento.

Discussões jurídicas a parte, importa saber se o contundente parecer do ICMBIO, tem como ser alterado, caso o empreendedor deseje, diante de tantas complicações, notadamente no que se refere a questão legal, em executar o projeto em área ambientalmente sensível.

O resultado desse projeto, caso seja viabilizado, poderá ser sentido não apenas na Daniela, cujos reflexos certamente o serão prioritariamente, mas também na linda Jurerê, cuja proximidade, e por também ser banhada pelo mesmo oceano e sujeitas as mesmas correntes marítimas, não pode se mostrar indiferente.

Em jogo, a qualidade de vida e a balneabilidade da praia da Daniela, do Forte, das praias de Governador Celso Ramos, mas também a continuidade do Projeto Bandeira Azul em Jurerê Internacional.

Antes que seja tarde, melhor a Comunidade que mora no loteamento exemplo se posicionar. Do contrário pode pedir emprestada uma das bandeiras pretas que estão hasteadas na Daniela e trocar pela Bandeira Azul da praia de Jurerê. Um trabalho de vários anos pode ser posto por terra, ou melhor, água abaixo, pois em termos ambientais as fronteiras inexistem e o longe é logo ali, bem perto.

*Eduardo Bastos é advogado.

*
PONTA DO SAMBAQUI






Raul Longo, com novo visual.







Javier Caro (Chavo): artista e artesão do primeiro time.

27.4.10





T R Â N S I T O

Desvio pela rua Padre Rohr
passa a valer em 3 de maio

CONFIRA AS MUDANÇAS

*
Leia também:
A escritora Rosana Bond
no
Círculo de Leitura da UFSC

*

Trecho da rua Padre João Alfredo Rohr
(nome do Pai da Arqueologia catarinense).


Um pouco de ordem no caos

O trânsito de Sambaqui e Barra do Sambaqui não será mais desviado pela rua Padre Rohr a partir de amanhã (28.4) como chegou a ser anunciado através de faixas.

A alteração se deve a um complemento da obra rede de esgotos na altura dos restaurantes Deck e Bate Ponto, em Santo Antônio de Lisboa, sob a responsabilidade da empresa Itajui.

Em princípio o desvio passaria a vigorar amanhã, por 45 dias (se não chover), com base em uma autorização do IPUF após consulta a um mapa.

Trecho ao vivo da rua Pe Rohr em 25.4.2010.

Uma reunião realizada hoje (27.4), às 8 horas, na Intendência do Distrito de Santo Antônio de Lisboa, serviu para colocar um pouco de ordem na casa.

O encontro mobilizado pelo presidente do Conselho Comunitário da Barra do Sambaqui, Manoel Hercílio Marciano (Deca), contou com representantes da Associação de Bairro de Sambaqui (ABS), o intendente Maurício Meurer, os engenheiros Luiz Américo Medeiros (secretário adjunto) e Daniel Fernandes (Obras-PMF), além do representante da empresa Itajauí, engenheiro Arthur Larocca, moradores, e o vereador Edinon Manoel da Rosa (Dinho, PSB).

Célio Marciano, Meurer, Deca e o secretário adjunto Luis Américo.

Resumo das medidas

Mapa situando a rua Pe Rohr.


1) As alterações no trânsito vigoram a partir do dia 3 de maio próximo (45 dias - previsão).

2) Será feita uma operação tapa-buraco na rua Padre João Alfredo Rohr.

3) Caminhões e demais veículos pesados (fora os ônibus) terão que transitar exclusivamente pela rua João Alfredo Rohr (ida e volta).

4) O trânsito de veículos pequenos no sentido Sambaqui e Barra do Sambaqui a Santo Antônio será pela estrada geral (rodovia Rafael da Rocha Pires), em meia pista. O acesso a Sambaqui e Barra será feito exclusivamente pela rua João Alfredo Rohr. (Ítem corrigido em 28.4.2010 às 14h50)

5) Guardas municipais e funcionários da Itajuí deverão orientar o trânsito e os motoristas, sobretudo em dois pontos críticos da rua João Alfredo Rohr e nos acessos.

6) Os usuários dos coletivos vão ter que desembarcar antes do local da obra e seguir a pé até o outro lado para apanhar novo ônibus.

7) Caso as medidas não se mostrem viáveis na prática, as alterações necessárias vão ser feitas, através de nova reunião com representação da comunidade.


Cena da reunião de hoje na Intendência.

Engenheiro Arthur Larocca (Itajauí).

*

Escritora e jornalista
Rosana Bond participa

do Círculo de Leitura


Rosana num lançamento em julho de 2009 em Sambaqui, onde reside.

Por Paulo Clóvis Schmitz*

A escritora e jornalista Rosana Bond, autora de mais de 20 livros sobre conflitos na América Latina e a saga dos povos ameríndios, é a convidada da edição de abril do Círculo de Leitura, evento mensal que ocorre na UFSC. Paranaense radicada há muitos anos em Florianópolis, ela estará na Sala Harry Laus da Biblioteca Universitária nesta quinta-feira, dia 29, às 18h, para falar de seu trabalho, de suas leituras, dos autores prediletos e das pesquisas que vem fazendo para embasar o segundo volume de “O caminho de Peabiru”, que segue as trilhas que ligavam o litoral sul do Brasil aos altiplanos peruanos nos primeiros séculos da colonização do continente.

Com passagens pelas redações de O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo, Jornal de Brasília, RBS TV, O Estado e Tribuna da Bahia, além de haver colaborado com as revistas Veja, IstoÉ e Planeta, Rosana Bond trocou o jornalismo pelos livros nos anos 90, tornando-se pesquisadora nas áreas de História e Geografia. Também se voltou ao público infanto-juvenil, publicando “A magia da árvore luminosa”, “Crescer é uma aventura” e “O senhor da água”.

Entre seus livros mais conhecidos estão “Nicarágua: a bala na agulha” (1985), “Sendero luminoso: fogo nos Andes” (1991), “A civilização inca” (1993), “O caminho de Peabiru” (1996), “A saga de Aleixo Garcia, o descobridor do império inca” (1998), “Peru: do império inca ao império da cocaína” (2004), além de uma edição reformulada e ampliada de “A saga de Aleixo Garcia” (2005).

Esta obra defende que o português Aleixo Garcia teve contato com a avançada civilização inca em 1524, oito anos do espanhol Francisco Pizarro, tido como o descobridor do império situado na área ocupada hoje pelo Peru. O livro de Rosana Bond acompanha os passos do aventureiro lusitano, cuja expedição teria saído da Ilha de Santa Catarina (que os índios carijó chamavam de Meiembipe), passado pelo Paraná, Paraguai (ele é considerado o descobridor daquele país) e pela Bolívia, até chegar aos Andes peruanos. Ele era sobrevivente de um naufrágio próximo à Ilha e salvou-se nadando até a terra firme, onde travou contato com os indígenas, através dos quais ficou sabendo do caminho que levava até o El Dorado e suas riquezas em ouro e prata.

Numa linha idêntica, “O caminho de Peabiru” consumiu 14 anos de pesquisa da jornalista e mostra os trajetos que partiam do litoral brasileiro rumo aos Andes, compondo a mais importante via transoceânica do continente sul-americano antes de Colombo. No livro, ela também relata o massacre dos povos indígenas pelo invasor espanhol, a partir do século XVI, pondo fim a uma civilização avançada, que tinha notórios conhecimentos sobre medicina fitoterápica, astronomia, engenharia, matemática e irrigação de áreas desérticas.

O contato com os índios, um hábito que ajudou a jornalista a escrever “O senhor da água”, ainda é constante. Numa entrevista recente, ela disse que os moradores de aldeias próximas a Florianópolis estão lhe ensinando “a ser gente civilizada”, passando-lhe noções história indígena, arqueologia, astronomia, linguística e até agronomia.


O CÍRCULO

Criado pelo poeta Alcides Buss, o Círculo de Leitura é um projeto que permite ao convidado e aos presentes discutirem informalmente sobre os livros que estejam lendo, as leituras do passado e as influências de outros autores sobre o seu trabalho. Escritores e jornalistas como Salim Miguel, Oldemar Olsen Jr., Fábio Brüggemann, Inês Mafra, Mário Pereira, Maicon Tenfen, Cleber Teixeira, Dennis Radünz, Rubens da Cunha, Renato Tapado, Raimundo Caruso, Nei Duclós, Marco Vasques, Zahidé Muzart, João Carlos Mosimann, Mário Prata e Tabajara Ruas foram alguns dos participantes das etapas anteriores do projeto.


BREVE ENTREVISTA

Como tomou contato com a leitura, na infância? O ambiente familiar era propício ao convívio com os livros?
Rosana Bond – Criada pelos avós paternos e maternos, em Curitiba, até os 10 anos eu lia os gibis mais comuns naquele tempo, como Fantasma e Mandrake, além de clássicos como “Cinderela” e os livros de Monteiro Lobato. Mas o contato mais proveitoso foi com a literatura oral, porque minha avó materna era filha de índios e gostava de contar histórias bem brasileiras. Por isso, personagens como Saci Pererê, Negrinho do Pastoreio e Pedro Malasarte povoaram minha cabeça desde cedo. Os outros avós me presenteavam com disquinhos contendo músicas das historinhas do Gato de Botas, Pinocchio e a Senhora Baratinha. Portanto, mesmo sem biblioteca em casa, havia um ambiente propício para o contato com a leitura. Também comecei a escrever muito cedo, e lembro que no primeiro ano a professora já elogiava meus textos, falando alto para a classe sobre a qualidade das redações que fazia...

Aos 13 anos, fui morar com meu pai e a madrasta em Londrina (PR), e aí foi um banho de literatura, porque eles tinham uma boa biblioteca, liam muito e me incentivaram a fazer o mesmo.

E depois, na adolescência e juventude, quais foram as experiências mais marcantes?
Rosana – Na adolescência, peguei um gostinho pela poesia, lendo Thiago de Mello, Fernando Pessoa e até Camões. Na idade adulta, voltei aos poetas, mas me concentrei nos latino-americanos e espanhóis, em nomes como Pablo Neruda, Cesar Vallejo, Alfonsina Storni, Rubén Darío e Rafael Alberti. Antes disso, na juventude, já havia saboreado a prosa de Julio Cortázar, Gabriel García Marquez e Aldous Huxley. Marcou-me muito a obra de Bertrand Russel, em especial “Por que não sou cristão”, que me fez chorar, mas também me atraíram as histórias de detetives de Conan Doyle, Edgar Alan Poe, Georges Simenon e Dashiell Hammett.

O segundo choro veio com Dee Brown e seu “Enterrem meu coração na curva do rio”. Devorei quase toda a obra de José María Arguedas, Jack London, Alejo Carpentier e Jorge Amado, sem falar no “Quixote” de Cervantes, lido no espanhol quinhentista. Isso me ajudou a entender um pouco os homens daquela época e a linguagem dos documentos com que iria trabalhar em minhas pesquisas sobre o continente americano.

Quais são as leituras do momento?
Rosana – Estou lendo uma coletânea de textos maoístas da década de 70 que foi reeditada em 2003. Outra leitura é o artigo “Os incas e a paisagem: organização geopolítica e religiosa do território pré-hispânico”, de um professor e antropólogo da Universidade de Salta, na Argentina, que vai subsidiar o volume dois do meu livro “O caminho de Peabiru”.

Como vê a relação dos jovens de hoje com a leitura?
Rosana – Vejo que os jovens, em regra, leem pouco e mal, ou seja, leem muita porcaria. Os catálogos das editorias nacionais, salvo exceções, parecem privilegiar conteúdos de puro entretenimento. O sistema dominante determina o que, como e se as pessoas vão ler.

Qual é a influência da Internet sobre a leitura? Ela estimula ou inibe o contato dos jovens com os livros?
Rosana – A internet pode ajudar ou atrapalhar. Vejo a rede como uma ferramenta, que pode construir ou destruir uma vocação para a leitura. Ela é um suporte, apenas. Não imagino um predomínio do livro virtual no curto prazo. O papel é mais prático para o leitor, além de ter um encanto, uma magia especial. No médio prazo, podem surgir equipamentos que substituam o livro e que podem, até, ser úteis para o planeta, porque vão reduzir o corte de árvores para produzir papel.

Seus livros tratam, basicamente, de temas ligados ao continente latino-americano. O que explica a preferência por esta parte tão esquecida pelo mundo, e particularmente pelos brasileiros?
Rosana – Sou meio gauche, remo contra a maré, e alinho-me entre aqueles poucos que não se rendem ao predomínio da cultura norte-americana ou europeia. Gosto de olhar para os nossos vizinhos, para o mundo latino, para os ameríndios antigos e atuais. Já viajei muito e até morei um tempo em outros países da região, cobrindo guerras e mantendo contatos com índios de distintas tribos. Hoje, continuo estudando esses povos e ainda viajo até eles quando posso, mesmo sem a freqüência de antigamente.

*Paulo Clóvis Schmitz /Jornalista na Agecom-UFSC.

26.4.10

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PMF se reúne com moradores
para discutir o caos no trânsito


Rua Padre Rohr pode receber todo o trânsito de Sambaqui e Barra
do Sambaqui, mas não está preparada para suportar tantos veículos.



A situação do sistema viário da região de Sambaqui será discutido na manhã desta terça-feira (27), às 8 horas, na sede da Intendência (ao lado do Tisan). O anúncio do fechamento da estrada geral (rodovia Rafael da Rocha Pires) e o desvio do trânsito pela rua Padre Rohr, foi feito através de duas faixas sem assinatura colocadas em frente à igreja de Santo Antônio e na praia das Flores, no Sambaqui.

As mudanças no trânsito a partir de amanhã (28.4) vão se estender por 45 dias, "se o tempo ajudar", disse um funcionário da empresa Itajuí. Todo o trânsito será desviado pela rua Padre Rohr que, conforme mostrado com fotos aqui no Sambaqui na Rede, não está em condições de atender a demanda sem transtornos. Devem estar presentes as lideranças comunitárias de Sambaqui e Barra do Sambaqui, representantes da secretaria municipal de Obras e o intendente Maurício Meurer, entre outros.

O vereado Jaime Tonello, comentando para o Sambaqui na Rede o drama na região, escreveu: "Situação triste a da nossa cidade. O caos se instalou em toda a administração municipal. Ninguém resolve mais nada. Ninguém tem o comando de determinar a solução dos problemas que afligem a população. Estamos sem cérebros planejadores da cidade. O que se verifica é oportunistas e palpiteiros sendo pagos para fazerem tentativas descabidas com o caos em que se encontra a cidade, além de serem contrários às diversas manifestações de sugestões de solução dos problemas originadas pela experiência de muitos munícipes. Farei uma manifestação na tribuna a respeito da situação e espero que não venham a dizer que o problema está na chuva que vem ocorrendo etc."

Estrada geral de Sambaqui: pavimentação lenta.

Lixo na Barra

A comunidade da Barra do Sambaqui permaneceu uma semana sem coleta de lixo. Foi preciso a intervenção do Conselho Comunitário local para que a Comcap tomasse providências. Hoje (26.4.), no final da tarde, dois caminhões da empresa responsável estiveram no bairro coletando alguma coisa.
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AVISOS E RECADOS



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25.4.10

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Drama em 3 atos

CAOS PERMANENTE
NO SISTEMA VIÁRIO


Dois atos indignantes
e um ato relaxante



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ATO 1

A PAVIMENTAÇÃO
DA ESTRADA GERAL






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ATO 2

O DESVIO
PELA
BARRA



Rua João Alfredo Rohr.




















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ATO 3

RELAXAMENTO





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NOTÍCIAS DO DIDI

Jornalista Valdir Alves
ganha um sopro de vida



"Todo listo!

As células tronco foram implantadas, o procedimento transcorreu normalmente, já andei ensaiando uns passos de salsa, as aparências são as melhores possíveis. Acabo de ser liberado pelos médicos e na próxima semana estarei pousando na Ilha. Talvez seja o psicológico, mas a verdade é que já estou me sentindo bem melhor. A gratidão por tanto carinho será eterna. Espero que em breve possamos voltar à uma boa mesa e, se Deus Baco desejar, para um bom vinho.

Beijos celulados do

Valdir Alves".