20.4.10

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ILHA 70


A série que mostra a
cara de Florianópolis

Audiência na estréia foi de 49%.
Último episódio tem Novembrada,
Surf, Joaquina e Beto Stodieck.


Um dia Sandra Meyer comentou com o pessoal da Vinil Filmes a riqueza de eventos ocorridos na década de 1970 em Florianópolis. E que o fotógrafo Walmor de Oliveira dispunha de umas três dezenas de rolinhos de filme Super-8 de três minutos cada. Lembrou Beto Stodieck e suas colunas nos jornais locais - verdadeiro cronista da cidade nesse tempo, cujo trabalho foi resumido no livro de Fernanda Lago e Bêa Porto.

Foi assim que surgiu a sinopse do documentário Ilha 70, logo aceita pelo jornalista Anselmo Prada, coordenador do SC em Cena na RBS-TV. "Com a idéia da Sandra nas mãos fomos à Biblioteca pesquisar na fonte as famosas colunas do Beto", recorda o diretor de produção da série, Renato Turnes.

O documentário nos coloca de volta no tempo, frente a frente com as mudanças de hábitos e costumes, o vestuário, os cabelos, os bigodes e as barbas, as cores e os sons. da antiga Florianópolis. As pessoas entrevistadas são realmente as que fizeram as coisas acontecer naquela época ou as que acompanharam muito de perto. A edição executada com muita sensibilidade, valoriza as sonoras e imagens de época, levando a um documentário que flui naturalmente, cativa, emociona, prende nossa atenção do começo ao fim.

"Optamos por uma linguagem dinânica, ágil, mais ligada ao público jovem", salienta Turnes. "Tivemos cuidado na escolha das músicas, na edição e na estética apresentada, e também na definição dos recortes de temas". A qualidade da produção foi confirmada com a audiência obtida no primeiro programa: 49% dos aparelhos de televisão ligados naquele momento em Santa Catarina estavam sintonizados no Ilha 70 (RBS-TV). "Foi a maior audiência conseguida num SC em Cena", comenta Renato Turnes.

O último programa vai ao ar no próximo sábado (24.4), destacando o surf e a praia da Joaquina, a resistência à ditadura com cenas inéditas da Novembrada e, claro, um perfil do jornalista Beto Stodieck. "Nossa maior preocupação era a repercussão da estréia e que se revelou muito positiva", segundo Turnes, materializada em dezenas de mensagens eletrônicas, contatos telefônicos e pessoais.

IMAGENS DOS ANOS 70*

*Fotos encaminhadas pela Vinil Filmes. Quase todas (ou todas) são de Walmor de Oliveira.

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SC em Cena - Ilha 70 (primeiro episódio)



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SC Em Cena - Ilha 70 (segundo episódio)



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LANÇAMENTO

Acaba de ser lançada mais uma edição da revista Santa Catarina em História - Vol. 1, nº1 (2009) -, publicação semestral da disciplina de História de Santa Catarina do curso de História da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Contém artigos inéditos de alunos da disciplina e de professores.

Sumário

Editorial
Dossiê: Imigração alemã, identidade étnica e nacionalização
Carlos Eduardo Millen Grosso


Artigos
Reforma educacional “Orestes Guimarães” (1911 – 1930): medidas tomadas nas escolas estrangeiras, construindo a identidade nacional
Juliana Brocca Presa

“Por acaso, isso é Blumenau?”: Considerações sobre a formação da imagem das colônias do Vale do Itajaí no imaginário do imigrante
Cassiano Silveira dos Santos

Entre a bandeira nacional, o sigma e a suástica: o dilema dos imigrantes alemães em Santa Catarina
Marcos Vinícius Saturno Ribeiro

Nacionalismo e assimilação étnica alemã em Santa Catarina
Simoni Mendes

No tempo da nacionalização: um olhar histórico para a literatura
Renato Muchiuti Aranha

Historiografia catarinense: uma introdução ao debate
Cristina Scheibe Wolff


Resenhas

Resenha
Henrique Luiz Voltolini

Relatos de viagem
Relatório de Viagem - Lages/Laguna em 27 e 28 de setembro de 2008
Bruno Anderson, Fernanda Martins, Pamella Amorim Liz


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Sindicato dos Jornalistas discute a
palavra/crônica com Flávio Cardozo


Será no dia 28 de abril, 19h,
Plenarinho da Assembléia Legislativa


Por Elaine Tavares*

Este ano completam-se 40 anos da edição do livro Singradura, a primeira das tantas obras de Flávio José Cardozo, jornalista e escritor catarinense. São 20 contos que se unificam na temática homem-mar e no cotidiano da gente simples desta ilha de Santa Catarina. Figuras como o músico Mané Flor, Ti´Orquídea, uma negra lavadeira, Marinês, Marcelina e Marília, que protagoniza o conto que dá nome ao livro, passeiam pelas páginas e nos oferecem o drama e a alegria de viver aqui. Mas, ao mesmo tempo são histórias tão universais que poderiam acontecer em qualquer lugar do mundo.

A pena certeira de Flávio ao narrar estas vidas catarinas tem simplicidade e profundidade em equilíbrio. E nesse olhar sobre o dia-a-dia das gentes, concretizado em contos e crônicas, se revela o olho do jornalista. Aquele que vê a vida em movimento e que percebe a história humana em cada fato aparentemente comum da vida que escorre pelos dias.

O Sindicato dos Jornalistas, no projeto Círculo da Palavra, presta uma homenagem a este importante cronista catarinense e ao mesmo tempo busca um diálogo com estudantes e jornalistas, na discussão da crônica, gênero literário, mas também jornalístico, que tão bem Flávio usa para narrar a vida.

Para isso, realiza no próximo dia 28 de abril uma conversa com Flávio José Cardozo, às 19h, no Plenarinho da Assembléia Legislativa. A intenção é celebrar estes 40 anos da sua primeira obra e debater sobre a importância da palavra e da literatura no processo do fazer jornalístico.

O autor - Flávio Cardozo nasceu dentro do círculo do carvão, na pequena Lauro Müller, em 1938. Cursou Jornalismo na PUC/RS. Durante vários anos ocupou o espaço da crônica no jornal Diário Catarinense. Em 1965 venceu o Concurso Universitário de Contos em Porto Alegre; em 1967 o Concurso Nacional de Contos em Florianópolis; em 1968 o I Concurso Nacional de Contos em Curitiba; e em 1977 o Concurso Remington de Literatura no Rio. Seu primeiro livro de contos publicado foi "Singradura" (1970). Em 1978 lançou "Zélica e Outros". Ambos são ambientados na ilha de Santa Catarina, num tempo "mais ingênuo", em que a ilha ainda não era um pólo turístico agitado. O autor retrato com profundidade a condição humana e suas paixões mais elementares. Seus outros livros publicados são "Água do pote" (1982 - crônicas), "Sobre sete viventes" (1985 - crônicas), "Longínquas baleias" (1986 – contos), "Beco da lamparina" (1985 – crônicas), "Sofá na rua" (1988 – crônicas), "Tiroteio depois do filme" (1989 – crônicas) e "Senhora do meu desterro" (1991 – crônicas). Publicou também um romance, “Guatá”, que abre-se para o mundo mineiro, de onde saiu. Flávio José Cardozo é membro da Academia Catarinense de Letras.

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