31.5.10

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Risoto da Gincaponta
I M A G E N S

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Emanuel Medeiros Vieira
escreve da Bahia

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A crônica de Amílcar Neves

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RISOTO DA GINCAPONTA
30.5.2010



















Marcelo Rocha (cozinha) e Rodrigues Viana (organização).

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EMANUEL
DE VOLTA

AO BATENTE



Amigo Celso
Daqui da Bahia, sem frequência sistemática, mas com alguma regularidade, gostaria de enviar algumas colaborações para o sambaquinarede.
Como é ano eleitoral, penso ficar mais "quieto" no terreno da mísera política que nos foi dada viver, inclusive pelas barbaridades que vejo no governo do PT daqui, que veio para combater o carlismo, e está recrutando quadrados da oligarquia ou manteve no governo muita gente da turma do ACM.
O Luiz Henrique chega a parecer mais comedido...
O PT daqui quer umar usina nuclear para ser instalada na Bahia (!!!), fazer a ponte Salvador-Itaparica- tal obra seria um escárnio ao humanismo, à ecologia e ao meio ambiente.
Todos os ecologistas e humanistas como João Ubaldo, que é de Itapirca, condenaram o projeto e o Jacques Wagner desqualificou o escritor nos termos mais grosseiros.
Então, começarei enviando poemas.
Vários foram premiados, mas fica entre nós.
Anexo um que é uma sátira à corrupção (premiado), "Paráfrase do Padre Antônio Vieira".
Lê e vê o que achas.
Se quiseres manter aquele esquema do ano passado, "disseminando" o que remeto para blogs amigos, fica ao teu critério.
Darias um retorno?
Feliz semana, bom trabalho.
Abração saudoso e fraterno do teu amigo velho, Emanuel

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PARÁFRASE
DO PADRE
ANTÔNIO VIEIRA

O ladrão que furta para comer não vai para o

inferno, mas para a cadeia.

Os outros, de maior calibre, furtam sem temor nem

perigo.

Os elevados, furtam e enforcam.

Os que roubam e despojam povos – e esperanças –

recebem comendas e prebendas.

São promovidos, enaltecidos, empregam a prole,

festejam e são festejados – e sorriem.

O anônimo rouba um homem.

O maior – íntimo dos palácios – rouba cidades e reinos.

Emanuel Medeiros Vieira

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CRÔNICA
Briga de turma


Por Amílcar Neves*

É sempre assim: tem a nossa turma e a turma deles. A nossa turma é melhor do que a deles: nós sabemos o que fazemos, nós somos mais fortes, nós nos defendemos mutuamente. Por isto não podemos admitir que eles tenham um canivete suíço como o nosso, de mil funções e um milhão de utilidades, mesmo que o deles seja fabricado na China e comprado no Paraguai. Simplesmente porque, com uma arma tão sofisticada nas mãos, eles vão acabar nos atacando e machucando um dos nossos. E basta deixá-los fazer isso uma única vez sem lhes dar uma resposta enérgica, dura e imediata para eles se acharem os maiorais. Daí a imaginarem que podem nos subjugar e mandar em nós é um passo muito pequeno. Por isso é importante mantê-los sob pressão constante e impiedosa (é simplesmente uma questão de sobrevivência da nossa turma), é fundamental encurralá-los sob a ameaça da nossa ira implacável. Reafirmar nosso controle é vital. Faz muito bem, da mesma forma, dizer que eles são radicais, fundamentalistas, primitivos e bárbaros. Isto cria um clima e acaba por intimidá-los e acuá-los um bocado. Fazendo assim, garantimos a segurança da nossa turma, a integridade do nosso pessoal e a possibilidade de trocarmos figurinhas com eles estritamente segundo os nossos termos e regras, impedindo-os de tentarem nos explorar nesse ou em quaisquer outros negócios.

O único problema de comandar a nossa turma é que a molecada cresce e sempre tem um ou outro indisciplinado que se acha suficientemente grandinho para dar opiniões e ter ideias próprias, e é necessário então enquadrá-lo sem tirar seu estímulo, forçoso baixar-lhe a crista para que brigue ao nosso lado sem fazer perguntas inúteis. Se a gente não fizer assim, deixando muito claro e transparente quem é que manda nesta porcaria aqui, a quem é que se deve reverência, gratidão e obediência incondicionais, vai acabar de um desses moleques se achar no direito de sair por aí a conversar com os caras da turma deles (a qual não vale nada e só não eliminamos da face da Terra por uma questão de humanidade), a negociar uma forma de evitar essa briga tão importante para nós e tão esperada, como se fosse um deles infiltrado traiçoeiramente entre nós.

Digam aí: se fosse com vocês, vocês iriam aturar uma afronta dessas, uma insolência desse tamanho, um desafio de tal porte à liderança da turma? Nem no inferno, não é mesmo?


*Amilcar Neves é escritor com sete livros de ficção publicados, diversos outros ainda inéditos, participação em 31 coletâneas e 44 premiações em concursos literários no Brasil e no exterior. Crônica publicada na edição de 26.5.2010 do jornal Diário Catarinense (Florianópolis-SC). Reprodução autorizada pelo autor.

30.5.10

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ESPECIAL

Temporadas de tempestades
Jarbas Bonetti
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T E M P O R A I S
Esperidião Amin

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Até a próxima
temporada

de tempestades



Por Jarbas Bonetti*

Os moradores da Ilha de Santa Catarina observam com preocupação o avanço do mar sobre diversas construções, particularmente nas praias da Armação e da Barra da Lagoa. Mas o que está causando esse fenômeno e por que esses locais são os mais afetados?

Primeiramente é preciso considerar que as praias são "sistemas dinâmicos".

"Sistemas" porque compreendem não apenas a faixa de areia onde se toma banho de sol, mas também a duna frontal e a porção submersa que fica entre a zona de arrebentação das ondas e a linha d’água. Ao longo dos setores desse sistema as areias se movimentam continuamente, acumulando-se na porção submersa após eventos de tempestade e retornando ao setor emerso durante períodos de tempo bom. Assim, quando se obstrui o trânsito das areias, por exemplo, pela construção de um molhe na porção submersa ou de uma casa em área originalmente ocupada por duna, é possível que se rompa o equilíbrio da praia e passe a ocorrer erosão em alguns pontos e acúmulo de areia em outros.

Em condições naturais, como na praia de Moçambique, em episódios de tempestade o mar avança sobre as dunas, retira material dali e o deposita no setor submerso da praia. Se a partir de então predominarem ondas "de tempo bom" essas areias irão retornar e a duna voltará a engordar. Por outro lado, se o trecho de duna estiver ocupado por uma construção essas areias não estarão mais disponíveis e as ondas atingirão diretamente as casas e restaurantes ali localizados. Diz-se que há um déficit de sedimento.

Praias também são "dinâmicas" porque se modificam constante e naturalmente, sem necessariamente haver a intervenção humana. Essa "instabilidade" ocorre porque elas são compostas por material solto (a areia) que pode ser transportada com facilidade de um local para outro pelas correntes geradas pelas ondas e pelas marés. Além disso, são feições de vida curta se considerarmos o tempo geológico. Sabe-se, por exemplo, que há 120.000 anos o nível do mar estava cerca de 120 metros abaixo do atual e que há apenas 5.100 anos ele estava quatro metros acima da posição que ocupa hoje.

Em nosso litoral, o principal agente da erosão instantânea das praias são as tempestades formadas sobre os oceanos. Sua previsão é difícil e o número de eventos que acontecem por ano é variável. Durante o outono e inverno há uma intensificação na formação dos chamados ciclones extratropicais, sendo comum a incidência de ondas grandes nesses períodos. O que aconteceu nestas últimas semanas foi a ocorrência de uma importante sequência de tempestades, o que impediu a retomada do perfil habitual da praia (o retorno da areia) após a primeira grande “ressaca” ocorrida no início de abril. Assim, as porções emersas das praias atingidas estão com pouco sedimento e seus níveis rebaixados, facilitando ainda mais a ação das ondas sobre os alicerces e estruturas rígidas de contenção.

É importante frisar que não são todos os trechos de praia da Ilha de Santa Catarina que estão sofrendo com essa erosão. Os setores mais atingidos são os que se encontram voltados para leste, que foi a principal direção de incidência das ondas recentes. Desta forma, nem todos os trechos das praias da Armação e Barra da Lagoa estão sentindo os efeitos das tempestades. Em diferentes episódios, anos atrás, ondas de nordeste castigaram trechos localizados mais ao sul dos locais atualmente sob risco, promovendo a queda de postes e destruição de muros. Ainda, em outros momentos praias como a Daniela, que se manteve inalterada nas últimas semanas, foram duramente castigadas.

Mas o que fazer? Infelizmente não muito de imediato... Preventivamente deve-se evitar a instalação de estruturas físicas próximas à linha de costa. Mesmo que haja uma aparente estabilidade no local, eventos extremos e mudanças climáticas podem modificar os regimes de ondas e de formação de tempestades, promovendo o avanço do mar em várias dezenas de metros, sobretudo se a duna for ocupada e sua vegetação suprimida. Emergencialmente, compreende-se a tentativa de contenção pela colocação de sacos de areia e rochas na frente das construções, mas essas medidas são paliativas e pouco eficientes a médio prazo. O posto salva-vidas da Barra da Lagoa, que sofreu um grande reforço estrutural um ano antes de tombar é um bom exemplo de que isto não funciona. Aliás, embora ofereça alguma proteção temporária, pedras e muros tendem a promover a diminuição da faixa de areia na sua frente, pois as ondas que incidem sobre eles retornam com mais força, levando consigo os sedimentos para a porção submersa da praia.

Uma medida que tem apresentado eficiência razoável em várias partes do mundo, incluindo algumas praias do Brasil, é a alimentação ou engordamento da faixa de areia. Para tal, areias são dragadas do fundo marinho e distribuídas sobre a área que está sofrendo erosão. Poderia ser uma solução para setores com erosão crônica, como a praia da Armação, mas é uma tarefa custosa e que requer estudos detalhados para que dê bons resultados. Principalmente, é necessário constante monitoramento e manutenção periódica, com a colocação de mais areia de tempos em tempos.

Portanto, o combate à erosão é uma medida que deve ser tomada administrativamente pelo poder público e com a perspectiva de continuidade e garantia de aporte regular de dinheiro para a sua condução. Ou isso, ou as cenas que vimos recentemente continuarão a se repetir na próxima temporada de tempestades, ainda que em outros locais.

*Prof. Dr. Jarbas Bonetti. Coordenador do Laboratório de Oceanografia Costeira. Departamento de Geociências. Universidade Federal de Santa Catarina. Texto elaborado para o jornal Leste da Ilha (Barra da Lagoa) que autorizou sua publicação no Sambaqui na Rede.

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T e m p o r a i s

Por Esperidião Amin*

Tenho acompanhado as aflições e o drama. Contudo, ele não é inédito. Apesar dos aspectos agudos do drama, vale considerar o anexo.

Para leitura e reflexão:
Os recentes incidentes climáticos dão idéia de que estão ocorrendo coisas que "nunca tinham acontecido".

Não é bem assim. As páginas anexas (320 a 322, extraídas da Obra Completa do nosso primeiro historiador, publicada pelo Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina) referem-se a temporais ocorridos na nossa Ilha de Santa Catarina e no nosso litoral, narrados por Manoel Joaquim de Almeida Coelho, em sua obra "Memória Histórica da Província de Santa Catarina" (parte da citada Obra Completa), impressa pela Typographia Desterrense, de José Joaquim Lopes, em 1856.

Os temporais descritos aconteceram em 1811, 1830 e 1838. Dois deles (1811 e 1838) foram "lestadas", o que reforça e explica o temor que o vento de leste infunde na "Manezada" que tem memória. O de 1830 foi um "furacão" de vento da parte do sul, tendo durado poucos minutos (o primeiro "Catarina"???). Quanto à ajuda federal (imperial, na época), também há alguma coisa "contemporânea" ou "atual".

Grande abraço Esperidião Amin

PS1: Se lerem com atenção, perceberão, ao final, que dos 40 contos anunciados pelo governo "central", a pedido de Jerônimo Coelho (ah! a imprensa...), só foram enviados 20 contos, os quais tiveram..."outra destinação" (certamente mais proveitosa!).

*Esperidião Amin Helou Filho foi prefeito de Florianópolis e governador de Santa Catarina. Professor da Universidade Federal de Santa Catarina.

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Destruição na Praia da Armação (Florianópolis-SC). Fotos: Celso Martins.

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3° - Temporais*


Além das enfermidades que acabamos de referir, tem a Província passado por alguns outros transes bem sensíveis, dos quais sabemos de uns por havermos presenciado, e de outros por notícias que nos transmitiram pessoas de todo crédito. No ano de 1811, em quarta-feira de cinzas, foi a Ilha de Santa Catarina, e quase toda costa da Província acometida de um tão forte temporal de chuva e vento da parte de leste, que arrasou a lavoura, destruiu e conduziu ao mar todas quantas pontes haviam, além de muitos outros estragos.

No ano de 1830, pela madrugada do dia 15 de abril, foi a cidade do Desterro e toda a Ilha e continente fronteiro acometida de um furacão de vento da parte do sul, tão rijo, que trouxe à praia quantos navios se achavam ancorados no seu porto; o mar cresceu de maneira que, impelido do vento, fez chover ainda nos lugares mais elevados água salgada, houve quem atribuísse a um terremoto; durou porém poucos minutos, o que, certamente foi uma fortuna; porque, a continuar por mais algum tempo, ficaria a cidade rasa; a lavoura da Ilha e seus subúrbios da terra firme ressentiu-se tanto, que desde então (assim o crêem muitos habitantes) aparecem diversas enfermidades nas árvores e outras plantas. É este temporal pois que se atribui à escassez de frutas e outros males da lavoura.

No ano de 1838, nos dias 9, 10 e 11 de março foi a Ilha, e toda a costa da Província acometida de um temporal de chuva e vento .da parte de leste tão rijo, que abriu enormes rasgões pelos morros, quase toda a lavoura ficou rasa; todas quantas pontes haviam desaparecido; na capital rebentaram olhos d'água mesmo em terrenos muito elevados, algumas casas foram arrasadas e conduzidas ao mar pela força das águas; na Freguesia de Nossa Senhora das Necessidades, mais conhecida por Santo Antõnio, desapareceu a casa, aliás bem construída, do tenente Joaquim José da Silva, e conjuntamente com ele ficou sepultada toda sua família composta de onze pessoas; na Várzea do Ratones outra casa com a família de João Homem teve a mesma sorte; em outros lugares da província consta que houveram outras vítimas. O mar tornou-se, em grande distáncia da terra, vermelho de muito barro que recebeu; e mal se viu boiar em algumas partes animais, ou a fortuna de muitos lavradores. Muitas famílias ficaram reduzidas a penúria e miséria. Embarcação houve no porto da cidade, que virou a quilha por cima. No último dia, porém, permitiu a Suprema Providência que começasse a acalmar o temporal, e só assim porque a continuar por mais 48 horas, de certo apareceriam depois sobre a costa, especialmente da capital, só montões ou ruínas, e tal qual edificio. Mal se pode calcular o prejuízo da Província, e menos julgar do valor das terras que se tornaram inúteis. Por Decreto da Assembléia Legislativa da Província n° 89 de 7 de abril desse ano foi a Càmara Municipal favorecida com um suprimento para reparar os estragos mais sensíveis; e o digno deputado à Assembléia Geral Jerônimo Francisco Coelho pode ali obter que o Governo Imperial mandasse repartir pelos habitantes, a quem o temporal reduzira a penúria, 40 contos de réis; infelizmente, porém, é sabido que só vieram 20 contos, e que estes mesmos tiveram outra aplicação, mui distinta daquela que foram destinados.

* Texto de Manoel Joaquim de Almeida Coelho encaminhado por Esperidião Amin.

28.5.10

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RISOTO DA
GINCAPONTA

Domingo, (30.5), 12h

*
Estudantes
e militares

nas ruas

da cidade

(Texto e fotos)

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Risoto da Gincaponta


Todos sabem que não é fácil realizar ações quando não se tem muitos ou quase nenhum recurso e quando também não se pode contar com o poder público.

É por isso que a A.B.S (Associação do Bairro de Sambaqui) está realizando o I Risoto de Frutos do Mar da Gincaponta Mirim com o intuito de arrecadar fundos para premiar as equipes que participaram dessa Gincana, que foi realizada em fevereiro passado e que acontece há 18 anos em nossa comunidade, resgatando a cultura e os valores de nossa gente de diverssas formas. Então estamos convidando à todos a participarem e ou colaborarem da forma possível na realização e sussesso desse evento, pois será com a sua contribuição que consiguiremos atingir nosso objetivo.

Agradeço à todos,

Rodrigues Viana
Presidente da ABS


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Aniversário
DÓRIS GOMES

Aos Amigos e simpatizantes,
Vou comemorar o meu aniversário - quase enta - neste domingo (30 de maio) no "Risoto de frutos do mar" da ABS (almoço) que se realizará no Baiacu em Sto. Antônio. Teremos música ao vivo e um bolo pra cantar os parabéns.
Conto com a tua presença, bjos, Doris.

PS - O convite (R$15,00) pode ser adquirido na hora, mas é bom reservar, pois alguém pode ficar na mão.

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Transporte coletivo
ESTUDANTES
CONTRA O
AUMENTO


Imagens 2/3
27.5.2010

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2 - Momentos tensos


Por Celso Martins (texto e fotos)

O aparato foi o de sempre: cães, cavalaria, muitas armas e cassetetes, dezenas de viaturas. Os manifestantes se concentraram em frente a Catedral Metropolitana, sendo imediatamente cercados por cerca de 500 policiais militares, incluindo membros do Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT), segundo o comandante do 4º BPM, tenente-coronel Newton Ramlow. Segundo ele, havia uns mil manifestantes. "O movimento está diminuindo", disse. Isso significa que cada dupla de estudante foi guardada por um policial.

Ao deixar a Catedral os manifestantes seguiram pelas ruas centrais, mas só aquelas permitidas pelo aparato policial. Estavam interditadas vias como a Mauro Ramos e a Beira-Mar Norte, o Ticen e os acessos às pontes. Isso limitou o espaço dos manifestantes, que buscaram formas de burlar a repressão. Uma delas foi correr, dando um cansaço em muitos policiais, como o próprio Ramlow que, na esquina das ruas Vidal Ramos com Esteves Júnior e Álvaro de Carvalho, ofegava.

Esse foi um dos locais onde ocorreram momentos de tensão e confronto rápido, tendo sido usada uma arma Taser por um policial. Na frente do QG da PM, na rua Visconde de Ouro Preto, PMs e estudantes também se estranharam. O tenente-coronel Ramlow passou uma descompostura pública na tropa que, segundo ele, não deveria ter investido contra os jovens. Os manifestantes responderam com rojões, pedras e até uma laranja. Nas correrias pela rua Felipe Schmidt, orelhões e lixeiras foram danificadas ou destruídas. Muito lixo ficou espalhado.

Nos momentos finais da manifestação os integrantes do Pelotão de Patrulhamento Tático tomaram a frente dos estudantes, entre a Praça 15 e o Ticen, tendo nos lados mais policiais e atrás a cavalaria. No Ticen a cachorrada latia - rotwaleys e pastores, contidos por policiais. Pelo rádio, Ramlow disse mais ou menos assim: Coloquem todos eles sentadinhos aqui na frente do terminal.


Carta rasgada

Os policiais agiram com o respaldo do promotor de Justiça Alexandre Herculano Abreu, que encaminhou uma recomendação à PM sobre como proceder durante as manifestações. Eles deveriam usar “os mecanismos legais possíveis” para evitar a obstrução das centrais, as pontes, avenida Beira-Mar Norte, a Beira-Mar Sul e o túnel Antonieta de Barros. "A cidade não pode se tornar refém de qualquer movimento social, mesmo sendo justo o movimento. O direito da locomoção não se sobrepõe aos direitos e a segurança da coletividade", destacou Abreu.

O promotor que sugere o confinamento das manifestações sociais às imediações da praça 15 de Novembro, informa ter instaurado um inquérito civil com base nas informações da PM sobre o agravamento da situação. Caso os manifestantes não sejam contidos, os mesmos deverão ser identificados e elaborado um relatório a ser encaminhado ao Ministério Público para providências. Alexandre Herculano Abreu está à frente da promotoria de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania. Sua recomendação foi lida durante a manifestação de ontem (27.5) e rasgada em seguida.

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ESTUDANTES
CONTRA O

AUMENTO


Imagens 1/3
27.5.2010

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1 - Momentos líricos

Ato contra o aumento das passagens reuniu pouco
mais de mil estudantes. Concentração foi transferida
do Ticen para a frente da Catedral Metropolitana.

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Segue: Os estudantes e os militares.