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P A I S A G E N S
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CHIMARRÃO E
BANANAS FRITAS
Por Olsen Jr.*
BANANAS FRITAS
Por Olsen Jr.*
A seção de cartas do leitor às vezes revela assuntos “palpitantes” como este. Ocorre que estamos bulindo com hábitos e costumes e isso, igualmente, é muito pessoal e decorrente de uma cultura vivenciada por este ou aquele e que também possui o seu nicho próprio.
O que favorece a rusga é a nossa posição de juiz, de arbitrar o que é “certo” ou o que é “errado” num comportamento. Temos as regras da etiqueta que socializam o quanto possível alguns hábitos, mas isso só vai até o estereótipo. Uma normalização estipulando o que um indivíduo deveria tomar ou comer no café da manhã ou mesmo no almoço ou jantar e que fosse estendida a todas as pessoas seria ridícula. Ah! Sem contar o que se consome entre uma refeição e outra e no caso do chimarrão até antes da primeira refeição do dia, ou do almoço, ou no final de tarde.
As pessoas, isso é lógico, assimilam no comportamento, hábitos que fazem bem, que nos deixam em paz com o “cosmos” e levam estes hábitos para onde for. É o que se conhece como transplante de cultura, tomando-se aqui a cultura em sentido sociológico significando modo de vida, comportamento, costumes...
Uma cultura nunca é imposta apenas assimilada. Tampouco, tem a ver com política ou execução de leis. Hábitos e costumes são subprodutos de referências, exemplos pobres originam imitações paupérrimas, o que naturalmente, não justifica e nem redime a insolência de um país cretinizado pelas elites e elitizado pela cretinice: tudo é Brasil.
O chimarrão é uma maneira tão boa quanto qualquer outra de você se encontrar com você mesmo ou de compartilhar a solidão com outras pessoas. Afirmar que é anti-higiênico é de uma pobreza que não vale a tinta que se gasta para mencionar a inconveniência da observação.
E a banana frita? Quem não gosta de uma banana frita? Se você estiver com muita pressa, o que te impede de levar esta guloseima e comer pelo caminho? Não se faz isso com churros ou sorvetes? O que se pede e se espera é que o comensal após desfrutar do seu prazer jogue a embalagem, o guardanapo ou o que se constitua o resíduo do que consumiu, em uma cesta de lixo, só.
Em público só é ruim fazer sexo, imagino.
Agora, já desgarrado de alguns hábitos sem poder compartilhar a cuia de mate, ou de ter a dona Nica, minha mãe, para fazer uma bananinha frita antes de ir para a escola, só me restou o espumante que bebo quando estou triste, quando estou alegre, quando estou sozinho, quando estou acompanhado, para celebrar ou apenas para mostrar que estou vivo, afinal, como lembrou o jornalista Zózimo Barroso do Amaral, “Enquanto houver champanhe, há esperança.”
O que favorece a rusga é a nossa posição de juiz, de arbitrar o que é “certo” ou o que é “errado” num comportamento. Temos as regras da etiqueta que socializam o quanto possível alguns hábitos, mas isso só vai até o estereótipo. Uma normalização estipulando o que um indivíduo deveria tomar ou comer no café da manhã ou mesmo no almoço ou jantar e que fosse estendida a todas as pessoas seria ridícula. Ah! Sem contar o que se consome entre uma refeição e outra e no caso do chimarrão até antes da primeira refeição do dia, ou do almoço, ou no final de tarde.
As pessoas, isso é lógico, assimilam no comportamento, hábitos que fazem bem, que nos deixam em paz com o “cosmos” e levam estes hábitos para onde for. É o que se conhece como transplante de cultura, tomando-se aqui a cultura em sentido sociológico significando modo de vida, comportamento, costumes...
Uma cultura nunca é imposta apenas assimilada. Tampouco, tem a ver com política ou execução de leis. Hábitos e costumes são subprodutos de referências, exemplos pobres originam imitações paupérrimas, o que naturalmente, não justifica e nem redime a insolência de um país cretinizado pelas elites e elitizado pela cretinice: tudo é Brasil.
O chimarrão é uma maneira tão boa quanto qualquer outra de você se encontrar com você mesmo ou de compartilhar a solidão com outras pessoas. Afirmar que é anti-higiênico é de uma pobreza que não vale a tinta que se gasta para mencionar a inconveniência da observação.
E a banana frita? Quem não gosta de uma banana frita? Se você estiver com muita pressa, o que te impede de levar esta guloseima e comer pelo caminho? Não se faz isso com churros ou sorvetes? O que se pede e se espera é que o comensal após desfrutar do seu prazer jogue a embalagem, o guardanapo ou o que se constitua o resíduo do que consumiu, em uma cesta de lixo, só.
Em público só é ruim fazer sexo, imagino.
Agora, já desgarrado de alguns hábitos sem poder compartilhar a cuia de mate, ou de ter a dona Nica, minha mãe, para fazer uma bananinha frita antes de ir para a escola, só me restou o espumante que bebo quando estou triste, quando estou alegre, quando estou sozinho, quando estou acompanhado, para celebrar ou apenas para mostrar que estou vivo, afinal, como lembrou o jornalista Zózimo Barroso do Amaral, “Enquanto houver champanhe, há esperança.”
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BOI DE MAMÃO
Grupo Folclórico
Alivanta meu boi
movimenta a Ponta
Grupo Folclórico
Alivanta meu boi
movimenta a Ponta
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Apresentação aconteceu no final da tarde de domingo (16.1) na praça Macário da Rocha, na Ponta do Sambaqui, como parte do Projeto Verão da Fundação Franklin Cascaes. O Grupo Alivanta meu boi (Ingleses, Florianópolis-SC), divulgou o dvd Boi de Mamão - Cantos&Contos, com sons e imagens (R$ 10,00). Saiba mais.
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Um comentário:
Caros amigos,
O Presidente do IBAMA se demitiu ontem devido à pressão para autorizar a licença ambiental de um projeto que especialistas consideram um completo desastre ecológico: o Complexo Hidrelétrico de Belo Monte.
A mega usina de Belo Monte iria cavar um buraco maior que o Canal do Panamá no coração da Amazônia, alagando uma área imensa de floresta e expulsando milhares de indígenas da região. As empresas que irão lucrar com a barragem estão tentando atropelar as leis ambientais para começar as obras em poucas semanas.
A mudança de Presidência do IBAMA poderá abrir caminho para a concessão da licença –- ou, se nós nos manifestarmos urgentemente, poderá marcar uma virada nesta história. Vamos aproveitar a oportunidade para dar uma escolha para a Presidente Dilma no seu pouco tempo de Presidência: chegou a hora de colocar as pessoas e o planeta em primeiro lugar. Assine a petição de emergência para Dilma parar Belo Monte –- ela será entregue em Brasília, quando conseguirmos 150.000 assinaturas:
http://www.avaaz.org/po/pare_belo_monte/97.php
Abelardo Bayama Azevedo, que renunciou à Presidência do IBAMA, não é a primeira renúncia causada pela pressão para construir Belo Monte. Seu antecessor, Roberto Messias, também renunciou pelo mesmo motivo ano passado, e a própria Marina Silva também renunciou ao Ministério do Meio Ambiente por desafiar Belo Monte.
A Eletronorte, empresa que mais irá lucrar com Belo Monte, está demandando que o IBAMA libere a licença ambiental para começar as obras mesmo com o projeto apresentando graves irregularidades. Porém, em uma democracia, os interesses financeiros não podem passar por cima das proteções ambientais legais -– ao menos não sem comprarem uma briga.
A hidrelétrica iria inundar 100.000 hectares da floresta, impactar centenas de quilômetros do Rio Xingu e expulsar mais de 40.000 pessoas, incluindo comunidades indígenas de várias etnias que dependem do Xingu para sua sobrevivência. O projeto de R$30 bilhões é tão economicamente arriscado que o governo precisou usar fundos de pensão e financiamento público para pagar a maior parte do investimento. Apesar de ser a terceira maior hidrelétrica do mundo, ela seria a menos produtiva, gerando apenas 10% da sua capacidade no período da seca, de julho a outubro.
Os defensores da barragem justificam o projeto dizendo que ele irá suprir as demandas de energia do Brasil. Porém, uma fonte de energia muito maior, mais ecológica e barata está disponível: a eficiência energética. Um estudo do WWF demonstra que somente a eficiência poderia economizar o equivalente a 14 Belo Montes até 2020. Todos se beneficiariam de um planejamento genuinamente verde, ao invés de poucas empresas e empreiteiras. Porém, são as empreiteiras que contratam lobistas e tem força política –- a não ser, claro, que um número suficiente de cidadãos se disponha a erguer suas vozes e se mobilizar.
A construção de Belo Monte pode começar ainda em fevereiro. O Ministro das Minas e Energia, Edson Lobão, diz que a próxima licença será aprovada em breve, portanto temos pouco tempo para parar Belo Monte antes que as escavadeiras comecem a trabalhar. Vamos desafiar Dilma no seu primeiro mês na presidência, com um chamado ensurdecedor para ela fazer a coisa certa: parar Belo Monte. Assine agora:
http://www.avaaz.org/po/pare_belo_monte/97.php
Acreditamos em um Brasil do futuro, que trará progresso nas negociações climáticas e que irá unir países do norte e do sul, se tornando um mediador de bom senso e esperança na política global. Agora, esta esperança será depositada na Presidente Dilma. Vamos desafiá-la a rejeitar Belo Monte e buscar um caminho melhor. Nós a convidamos a honrar esta oportunidade, criando um futuro para todos nós, desde as tribos do Xingu às crianças dos centros urbanos, o qual todos nós podemos ter orgulho.
Com esperança,
Ben, Graziela, Alice, Ricken, Rewan e toda a equipe da Avaaz
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