29.1.11

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MÃOS PRO ALTO!
Criminalidade atua com

desenvoltura no distrito de

Santo Antônio de Lisboa



O cotidiano do distrito de Santo Antônio de Lisboa não é só de falta d'água e rede de esgotos inacabada: a violência cresce sob os olhares pasmos das autoridades sem recursos para agir, tornando o cidadão um quase-refém da criminalidade. Muitos já começam a "encastelar" suas casas, dotando-as de muros muito altos, cobertos por pregos e cacos de vidro, câmeras de vigilância, cães latindo a noite toda, vigilantes, sensores e alarmes, grades e outros equipamentos.

O relato abaixo do jornalista Áureo Moraes*, retrata a apreensão e o medo que começam a dominar as comunidades do distrito. Cenas como a que vamos conferir já se registram em estabelecimentos e residências do distrito de Santo Antônio de Lisboa, mas sem a presença de um jornalista para reportar a dramaticidade de um evento desse tipo.
(Celso Martins)

"Em quase cinco décadas de vida passei, no final da tarde de hoje, sexta-feira, por uma situação que nunca tinha vivido: fui assaltado a mão armada, às seis da tarde, enquanto aguardava para pagar a conta em um posto de gasolina na SC-401!!!

Voltava do centro da cidade quando parei para comprar cigarros. Faço isso todos os dias, no mesmo horário, no mesmo posto - o último antes da entrada do cacupé, onde moro. Em segundos, dois garotos - nem sei se não eram "dimenor" -, entraram, um deles com um 38 muito velho nas mãos e anunciaram o assalto. Foram direto no caixa, abordaram a mulher - que eu penso ser a gerente do posto. Pediram todo o dinheiro do caixa. Um deles, com a arma, ameaçou a mim e a outro cliente e exigiu o dinheiro que tínhamos. Nervosos e frágeis até, com um corpo miúdo, tal qual meu filho de 16 anos, tão rápido quanto chegaram, saíram... estavam em uma moto - cuja placa eu anotei e no mesmo instante passamos à polícia.

Reitero: eram seis da tarde. Eles chegaram sem capacete, sem esconder a placa da moto, em meio a mais ou menos 20 pessoas! Em minutos ameaçaram, intimidaram, assustaram cidadãos que pagam seus tributos em dia e que estavam de passagem. Assim que saíram, outros clientes que entraram na loja de conveniência e alguns dos funcionários do posto sequer perceberam o que, segundos antes, havia ocorrido. Logo após a fuga, uma cliente entrou com uma criança de, no máximo, 6 anos. Que risco!!

Enfim, amigo, é um desabafo. Quanta insegurança, fruto, talvez, da tal sensação de impunidade na qual se escoram estes meninos que, julgo, estavam sob efeito de drogas ou em direção a elas.

Em inúmeras idas a São Paulo e Rio de Janeiro, sempre que perguntado sobre violência, minha resposta foi, invariavelmente a mesma: nunca, nas cidades mais "violentas" do país, presenciei qualquer circunstância sequer próxima desta. No entanto, em Florianópolis, sexta-feira, 18 horas, em um posto de gasolina, vi uma arma a centímetros do meu peito".

*Aureo Moraes é jornalista e professor da UFSC (Florianópolis-SC), residente no bairro de Cacupé, distrito de Santo Antônio de Lisboa.

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A CASAN É MUITO BACANA

A gota acima é da semana passada

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CACUPÉ
HOJE É DIA DE BINGO

Festividade em 2010. Foto: Divulgação

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