17.6.11

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SARAIVADA
Emanuel e os documentos secretos
História do Tempo Presente
Jornalismo com recortes da Internet


Ponta do Sambaqui. Foto: Celso Martins

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DOCUMENTOS SECRETOS

Por Emanuel Medeiros Vieira

O SIGILO DOS DOCUMENTOS
CONTINUARÁ ETERNO?


A verdade continuará encoberta?

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) anunciou que será retirado o regime de urgência do projeto sobre o sigilo dos documentos públicos.

Em entrevista publicada no jornal “O Estado de São Paulo”, no dia 13 de junho, a ministra das relações institucionais, Ideli Salvatti afirmou que o governo Dilma Rousseff apoiará as mudanças no texto para atender a Fernando Collor (PTB-AL) e José Sarney (PMDB-AP).

Os dois senadores defendem a possibilidade de sigilo eterno de documentos ultra-secretos.

A retirada da urgência fará com que a proposta fique nas mãos de Collor, presidente da Comissão de Relações Exteriores, sem qualquer pressão de tempo para votação.

A discussão sobre o sigilo tem como base uma proposta enviada pelo então presidente Lula ao Congresso ainda em 2009, chamada de “Lei de Acesso à Informação”.

Para a historiadora Célia Costa, a manutenção do sigilo eterno representa o “atraso total” na política brasileira de acesso à informação.

“Nenhum segredo justifica privar a sociedade (de informação)”, ressaltou.

“Não reconheço Collor como alguém que tenha a competência de avaliar a competência de avaliar essa questão”, afirmou a militante baiana Diva Santana, do Grupo Tortura Nunca Mais.

“São documentos gerados por agentes públicos. Não deveriam ser incluídos entre os que precisam de sigilo”, reforçou.

A declaração do presidente do Senado, de que os documentos podem “reabrir feridas” foi contestada pelo atual presidente do Grupo Tortura nunca Mais na Bahia, Joviniano Neto: “Ao contrário do que disse Sarney, para cicatrizar uma ferida, é preciso conhecê-la e tratá-la”, assinalou.

“A maior seqüela da tortura é a falta de reconhecimento social desse sofrimento”, afirmou.

A idéia do sigilo permanente é um retrocesso lastimável.

“É uma inversão do processo de construção democrática”, reforça o historiador Carlos Fico, da UFRJ.

Seria um novo bloqueio à liberdade de busca de expressão e esclarecimento, ainda mais num momento em que aspira-se à Comissão da Verdade, que se empenhará em abrir arcanos da ditadura militar.

Por que sonegar documentos fundamentais ao esclarecimento de controvérsias institucionais?

É bíblico: só a verdade nos libertará.

Toda a justiça busca o não-esquecimento: não se pode permitir que o olvido apague do espaço público o que aconteceu..

É fundamental usar a memória como sinal de alerta permanente.

(Salvador, junho de 2011)

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Gaivota preocupada com a duplicação do
trecho norte da SC-401. Foto: Celso Martins


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História do Tempo Presente
Prorrogado prazo de
incrições de trabalhos


Foi prorrogado o prazo para inscrições de propostas de trabalhos para o Seminário Internacional História do Tempo Presente foi prorrogado até a próxima segunda-feira (20.6). O evento ocorrerá entre os dias 7 e 9 de novembro de 2011, na Universidade do Estado de Santa Catarina, Udesc, em Florianópolis (SC).
Para inscrever os trabalhos os sócios da Anpuh pagam R$ 50,00 e os não associados R$ 75,00. O pagamento ocorrerá após a aprovação dos mesmos. Estão isentos do pagamento os professores de educação básica da rede pública de Santa Catarina.
A abertura do evento no dia 7, às 10 horas, terá a presença do renomado historiador francês François Dosse (Universidade de Paris XII), com a conferência “História do Tempo Presente e Historiografia”. No dia 9, às 19 horas, será a vez de Michèle Lagny (Universidade de Paris III), que falará sobre “História do Tempo Presente e Audiovisual”.

Mais sobre o Seminário

Contato
seminariohtp@gmail.com

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Cotação da bolsa preocupa a gaivota do Dandão. Foto: Celso Martins

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Jornalismo com recortes
capturados na Internet


Por Celso Martins

Sempre que posso ajudo os alunos de Jornalismo e História em seus trabalhos de conclusão de curso. Afinal, acumulando coisas escritas e imagens ao longo de três décadas de exercício profissional, acabei dono de um apreciável acervo da vida catarinense nesse período.
Atendo a todos com a maior boa vontade, indicados ou não por professores conhecidos e amigos. Vários atuais jornalistas e historiadores podem atestar isso. Pois foi com essa fama que atendi uma ligação telefônica de uma acadêmica de Jornalismo, indicada por um amigo. Disse que estava fazendo seu trabalho final do curso sobre a ditadura civil-militar de 1964 em Florianópolis através do jornal O Estado.
- Eu gostaria de saber como posso conseguir os recortes, disse a moça.
- Recortes? Você está querendo saber da coleção do jornal...
- Me disseram que você tem os recortes.
- ...existe uma coleção completa na Biblioteca Pública.
Seguiram-se uns segundos de silêncio, quebrado pela moça.
- Mas não existe nada na Internet?
- Do meu acervo não tem nada, mas podem existir outros, não sei...
A moça do outro lado da linha, mal-agradecida, despediu-se, certamente indignada, quase desligando o telefone na face do freguês..
Voltei aos meus afazeres pensando que ela estaria querendo receber em casa, via internet, os recortes já selecionados do jornal O Estado dos anos 1960 a 1980, as fontes certamente centrais do tema do TCC dela. E fiquei imaginando coisas, como uma futura jornalista em busca de matéria, usando telefone e internet para montar as matérias que vamos ler no dia seguinte.

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Pensando o tema do TCC. Foto: Celso Martins

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