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Emanuel Medeiros Vieira:
Violência,
agronegócio e
desmatamento
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A Bahia não é
só Ivete Sangalo
Emanuel Medeiros Vieira:
Violência,
agronegócio e
desmatamento
*
A Bahia não é
só Ivete Sangalo
*
Desmatamento1
VIOLÊNCIA,
AGRONEGÓCIO E
DESMATAMENTO
Por Emanuel Medeiros Vieira
Desmatamento1
VIOLÊNCIA,
AGRONEGÓCIO E
DESMATAMENTO
Por Emanuel Medeiros Vieira
Que seja um lugar-comum, mas é preciso repetir (já que poucos escutam): a terra está doente e ameaçada.
É preciso cuidar do ser humano e do planeta inteiro.
Como lembra Dom Tomás Balduíno, a violência não acontece apenas nas chamadas áreas do “atraso” brasileiro.
O professor Carlos Walter Porta Gonçalves, da Universidade Federal Fluminense (UFF) – citado pelo prelado –afirma que “ela é mais intensa nos estados onde a dinâmica sociogeográfica está fortemente marcada pela influência da expansão dos modernos latifúndios (autodenominados agronegócios). É no Centro Oeste e no Norte que as últimas fronteiras agrícolas são conquistadas ás custas do sofrimento e do sangue dos trabalhadores e dos que os apóiam.”
Ele lembra que o agronegócio necessita permanentemente incorporar novas terras e para isso “lança mão de todos os mecanismos de que dispõe: os de mercado, os políticos e a violência.”
E, é claro, a violência é alimentada pela impunidade – fenômeno plenamente assimilado pelas instâncias do poder judiciário.
A Comissão Pastoral da Terra (CPT) tem uma tabela dos assassinatos e julgamentos de 1985 a 2011: são 1580. Só um mandante se encontra na prisão.
O desmatamento da Floresta Amazônica em maio deste ano foi de 165 quilômetros quadrados.
Se comparado com os 96 quilômetros quadrados desmatados no mesmo mês do ano passado, o dado representa um aumento de 72%.
As informações são do Boletim Transparência Florestal, divulgado no dia 17 de junho, pelo Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
O documento também apontou a emissão de 2,8 milhões de toneladas de dióxido de carbono.
De acordo com a pesquisadora Sanae Hayashi, o aumento do desmatamento se deveu à expectativa de aprovação da reforma do Código Florestal.
A anistia aos desmatadores, proposta pelo novo texto, p ode implicar em maior destruição da floresta ao flexibilizar as regras para as áreas de preservação permanente nas propriedades rurais.
Não, não é um problema de “ecochatos”. Mas do Brasil e da humanidade inteira.
Um planeta não cuidado é um planeta doente. Faz diminuir a biosfera.
Mesmo que corra o risco de parecer alarmista, creio que é a própria espécie humana que está em jogo,
(Salvador, junho de 2011)
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Novas Cartas Baianas
POBRE BAHIA
Novas Cartas Baianas
POBRE BAHIA
Por Emanuel Medeiros Vieira
Não, não se enganem com a visão estereotipada e midiática: a Bahia não é só Ivete Sangalo, Daniela Mercury, bandas de pagode e de axé, carnaval, “macumba para turista”, e à pasteurização dos melhores valores.
Essa visão falsa serve ao turismo banalizado e à própria exploração sexual de crianças e de adolescentes.
A real? A BAHIA VERDADEIRA? É a da concentração de renda. Da desigualdade. Da miséria.
(Lógico, há o “sagrado” e a beleza não comercializados – que poucos enxergam.)
Exagero?
Dados divulgados pelo IBGE, de 2010, informam que 2,4 milhões de baianos, ou 17,7% da população do Estado, estão em situação de miséria, pois vivem com uma renda mensal per capita de até R$ 70.
É o Estado com maior contingente de pessoas com essa faixa de renda: 14,8% dos miseráveis do País estão na Bahia, de acordo com informações do site Bahia notícias.
A Bahia é a sétima economia brasileira.
E grande parte de sua população vive abaixo da linha da pobreza.
Os mais pobres temem perder o Bolsa-Família.
Nessa época de São João – festa tão enraizada no Nordeste – lembro do grande sanfoneiro Luiz Gonzaga: uma esmola para o homem que é são, ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão.
A esmola não gera dignidade.
Não querendo ideologizar minha fala, não seria melhor para população do semi-árido baiano e de outras regiões se o governo criasse programas para facilitar o desenvolvimento?
E quando, nos meus textos, insisto na condenação à corrupção, qualificando-a de crime contra a vida, muitos dizem que é visão de pequeno burguês ou de moralismo “udenista”.
É que não conhecem a região.
(Salvador, junho de 2011)
Um comentário:
Para o texto: "Violência, agronegócio e desmatamento".
Às custas dos interesses dos gananciosos (ambição é necessária para o crescimento do ser humano e sou a favor, mas a ganância que "quer tudo" a "todo custo" é cruel, nefasta!) o Brasil vai se perdendo... em si mesmo, pela violência infligida aos pequenos e pela impunidade que protege os poderosos dos agronegócios!!!
Lamentável e muito triste o que o ser humano faz, se destruindo...
Parabéns, querido amigo escritor Emanuel Medeiros Vieira, pelo texto!
Abraços,
Eduardo Luchini Vieira
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