30.1.12

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P A N F L E T Á R I O

Por Emanuel Medeiros Vieira

Para Bailon Taveira Vila Nova

O país natal
O país moral –
declínio,
tudo à venda.

Sangrem, Demitam, Esfolem,
Mas deixem os bancos em pé
(e em paz)

(Soou panfletário – eu sei.)
E dizer que um dia a gente acreditou que tudo seria diferente.
Ficaram em algum sótão (ilha,, mar?), os sonhos juvenis?
E passam os dias, os meses, os anos – e então seremos pó – pó.


Sangrem, Demitam, Esfolem
Mas deixem os bancos em pé
(e em paz).

Internalizada é a dor dos que mais nada têm,, quieta – ninguém se importa.
(Não, não falarei em financismo, reino do capital – seria retórica piegas.)

“O que restará de toda essa nossa miséria? Afinal, só uma velha puta passeando com uma gabardina irrisória, num dique solitário, debaixo da chuva”.
(Samuel Beckett, A última gravação de Krapp
(Agradeço as “pilhagens” de “Dublinesca” – Enrique Vila-matas)

(Brasília, janeiro de 2012)









Imagens ao alcance do olhar. Fotos: Celso Martins

Um comentário:

Anônimo disse...

Belo poema. Tuas postagens sempre são uma agradável leitura.
Um abraço,
César