27.9.10

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CONSELHO COMUNITÁRIO
DA BARRA DO SAMBAQUI

Deca é eleito
para mais

um mandato


Outras: Chico Pereira grava Casas do Senhor em Santo Antônio de Lisboa - Dica de blog: Contestado, herdeiros da guerra - Uma eleição com sensação de vazio, por Raul Fitipaldi


Manoel Hercílio Marciano (Deca) foi confirmado na presidência do Conselho Comunitário da Barra do Sambaqui nas eleições realizadas ontem (domingo, 26.9), na Escola Desdobrada Marcolino José de Lima (Escola da Barra). A nova diretoria é composta por Vandir dos Santos (vice), José Carlos da Cruz e Ademir Caetano (1ª e 2ª secretaria) e Gabriel Lima e Maria Rosalina da Ventura (1ª e 2ª tesouraria). Também foram confirmados na eleição os diretores Edison Marciano (patrimônio), Elizangela Pereira (social, educação e saúde), Vardeli de Lima (meio ambiente e Célio Hercilio Marciano (cultura e esporte), além dos integrantes do Conselho Fiscal (Claudio Pereira, Jarbas Marciano Martins e Marcia da Ferreira da Cruz).



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CASAS DO SENHOR
Chico Pereira grava

novo documentário

para o
SC en Cena


Chico Pereira, o repórter cinematográfico Marco Nascimento e a
produtora Fernanda Schneider na igreja de Santo Antônio de Lisboa




Edson Luis (Velho Bruxo): acompanhando as gravações

Anézio Agenor de Andrade, provedor da Irmandade do Divino
Espírito Santo, conversa com Marco Nascimento antes da gravação


Fernanda



Cláudio Andrade depõe sobre a religiosidade na região de Santo Antônio



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NOS CAMINHOS
DO CONTESTADO


Confira as aventuras e pesquisas do administrador e acadêmico de jornalismo Gilead Maurício pelos caminhos do Contestado à bordo de uma moto.

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Uma eleição com
sensação de vazio


Ilustração: Uelinton Silva

Por Raul Fitipaldi (Portal DESACATO)

Esse conformismo que ocupa tudo, esse nonsense aspecto das gerações posmodernistas, essa eleição vadia onde nem o debate nem os candidatos valem a pena, esse instante de nada e de tudo que dura um minuto, essa felicidade inacabada e essa infelicidade que não termina. Uma eleição sem eleição e sem votantes conscientes, apenas uma massa quieta, governada, ponderada, moderna em gestos de cadavérica paz branca e em aceitação do individualismo mais procaz como valor de troca por trabalho, comida, moradia e um futuro apenas possível, descansa com baixíssimos percentuais de exceção e se cicatriza nas classes B e C do Brasil. Palhaços, oportunistas, corruptos, santos de aluguel, futebolistas, princesas da noite, fracassados e loucos se oferecem para Assembléias Legislativas e Congressos, pagodeiros para o Senado. Brasil Show-Business escolherá os novos atores em poucos dias. Dilma Roussef governará uma nave felliniana que vai a algum lugar parecido ao porto de aonde saiu. Em alto mar uma duvidosa e alegórica turma de criaturas não políticas, prepara-se para o festim romano. A mesa está servida no Brasil potência, sem ideologia, sem princípios e sem idéias. Um povo manso discorre à margem do oceano medíocre da política voyeurista, tosca e isolada do mundo real.

Disse-me um ex-militante da esquerda, que o trabalhador compreende que mesmo sem ter obtido muitos ganhos, e mesmo ainda tendo perdido algumas conquistas, há que dar continuidade ao modelo sintetizado pelas ações do Lula. Disse-me um ex - militante da direita, que está feliz com o governo Lula, que houve um crescimento da imagem do Brasil no exterior como nunca antes. Disse-me uma amiga estudante que vai anular o voto porque os políticos são todos iguais e não há política para os assuntos prementes. Disse-me um vizinho que vai esperar às últimas pesquisas no Estado para saber a quem votar, quem for primeiro pra governador leva seu voto, ele não vai perder, e para presidente: Dilma.

É fato que quem vota ou está satisfeito ou é contra, ou não lhe interessa em nada este processo. É fato que quem anula não está satisfeito e também não se interessa em nada por este processo. Uma eleição insossa, patética, inútil que não seja pela afirmação da autodestruição de uma direita conservadora, escravocrata e fascista que perde terreno no seu próprio campo e que tem no Serra a imagem deslavada da sua triste despedida. Para que uma direta ultrapassada onde as multinacionais e os grandes empresários podem ter uma centro esquerda de aspecto agradável, satisfatório, moderadíssima e conciliadora?

Esses caras quietos que andam como zumbis pela rua, pelas universidades, com as orelhas cobertas por botões musicais, os olhos dentro do display do celular, caçadores de endorfina e almoços comunitários, esses caras são os dirigentes daqui a 20 anos. Com qual projeto, com qual ideologia, com qual país, com qual planeta? Nada disso se discute nesta eleição, apenas não pagar a multa e seguir adiante, com os olhos, a boca, os ouvidos e o nariz tampados. Quietos como cadáveres impensantes predestinados à nada.

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