13.12.10

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NATAL COMUNITÁRIO
Santo Antônio de Lisboa

PROGRAMAÇÃO

Mais: Olsen Jr. na Academia


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ATIVIDADES NATALINAS
Santo Antônio de Lisboa (Florianópolis-SC)


Dia 14, quarta
Quarteto Lírico do Estúdio de Vozes
Teclado: Ricardo Ferraro Moritz
21h - Centro Histórico

Ceia de Natal Comunitária
Nos decks da praia, às 22h


Dia 17, sexta
Serenata de Natal
Tayone Mandelli e Grupo Vocal das Oficinas do Baiacu
Nas casas do Centro Histórico, às 21h


Dia 18, sábado
Missa da Comunidade, às 18h30
(Igreja de de N. S. das Necessidades)

Desfile de Natal em carros de boi
Na rua da Praia, ás 21h


Dia 19, domingo
Mário Moita - FADOS AO PIANO
Na Igreja , às 20h


Dia 24, sexta
Missa de Natal
Na Igreja de N. S. das Necessidades, às 20h30


Promoção: Associação de Moradores de Santo Antônio de Lisboa (AMSAL). Apoio: PMF, Associação Cultural Baiacu de Alguém, Clube Avante e Conselho Comunitário da Barra do Sambaqui.

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POR QUE ENTRAR
PARA UMA ACADEMIA?




Por Olsen Jr.*

Várias razões podem justificar (penso em Maquiavel) a vontade de se ingressar em uma academia, se o indivíduo não é um escritor, toda a explicação é perfunctória.

No meu caso é necessária. Tudo poderia ser resumido no seguinte: Decidi ser escritor aos 13 anos de idade. Não havia parâmetros na minha cidade (Chapecó/SC) para saber como um escritor atuava. Fui tocando a minha vida lendo sempre, e muito, até descobrir um caminho.

Comecei abandonando um curso de engenharia civil quando fui surpreendido fazendo um poema em uma prova de cálculo diferencial e integral II (dediquei o romance “Memórias de um Fingidor” a essa professora que me estimulou à não perder mais tempo com o raciocínio numérico); sou formado em direito (com especialização em nível de mestrado) porque acreditei que uma faculdade me daria maior respaldo para fazer o que pretendia e também porque precisava dar uma “satisfação” ao investimento que os meus pais fizeram para que me formasse em alguma coisa... Na verdade, eles sempre me apoiaram em tudo o que fiz e a conclusão de um curso superior foi um mero preciosismo...

Tornei-me jornalista por acaso, em plena vigência de um regime de exceção no Brasil, mas sobrevivi bem ao assédio das facilidades, isto é, nunca tive nenhuma...

Depois de 36 anos malhando esse “ferro frio” que é a literatura catarinense, escrito mais de 20 livros, a Academia parece um bom lugar para abrigar uma carreira literária que começou oficialmente em 1974 com a publicação de um poema num jornal universitário, não vejo contradição nenhuma nisso...

Sei que me distancio do imaginário popular do que se supõe deva “ser” alguém que pertença a uma academia literária. Sou um homem de ação, disso não abro... Também, nos finais de semana, gosto de vestir a camisa do meu clube, isso pode ser quase uma heresia no ambiente onde pretendo entrar, mas sei separar as coisas...

Tenho uma rotina de trabalho e escrevo diariamente com tempo para leituras e lazer o que é meio redundante porque o meu lazer são as leituras... Porém, desmitifico essa coisa do escritor ser um deus num Olimpo imaginário... Sou um cidadão comum e me confundo facilmente com a gente aí das ruas, aliás, o escritor foi o sujeito que inventei para melhor suportar o homem comum que eu sou.

Fiz da literatura a minha profissão de fé - talvez com uma vontade desmedida para fazer o que precisa ser feito – mas, ainda assim, alguém que nunca abdicou daquele objetivo definido aos 13 anos, o de escrever, acreditando que um escritor sempre fará com que esse mundo seja melhor!

*Oldemar Olsen Júnior é ficcionista, advogado e jornalista.
Crônica publicada na edição de hoje (13.12)
do jornal Notícias do Dia (Florianópolis-SC).
Reprodução autorizada pelo autor.

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