20.12.10

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Flores da época 3. Foto: Saionara Campos

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TORCEDOR DO
INTERNACIONAL


Por Olsen Jr.*

Há 45 anos torço pelo Internacional. O que leva uma pessoa a optar por este ou aquele clube permite uma enciclopédia de motivos. Nascido em Chapecó, Oeste do Estado, foi tudo muito simples, o vermelho é a cor do sangue, no organismo humano isso representa a vida. Poético ou não, foi que bastou. Fiz a escolha livremente.

Quando o futebol brasileiro começou a se organizar, idos da década de 1970, foi o primeiro tri-campeão nacional. Em 1979 ganhou invicto (bem verdade que estava fácil, eram apenas 94 clubes) feito ainda inigualado no País.

Foi um Clube comum, com altos e baixos como todos apesar do “Rolo Compressor” da década de 1950 e daquele time fabuloso de 1975/1979.

A partir de 2002, com a entrada do advogado Fernando Carvalho como dirigente, passou a se transformar em uma Empresa e acumular títulos. Para se ter uma ideia é o único clube brasileiro que vem ganhando pelo menos um título internacional por ano, depois de 2006 (Campeão da Libertadores da América e Campeão da Copa do Mundo de Clubes – Fifa); 2007 (Recopa Sul-Americana); 2008 (Copa de Dubai); 2008 (Campeão Invicto da Copa Sul-Americana); 2009 (Campeão da Copa Suruga Bank) e 2010 (Bicampeão da Libertadores da América).

Nesta primeira década do século 21 ainda teve seis campeonatos gaúchos e o bicampeonato do Torneio Viña Del Mar-Chile

Com o maior número de associados pagantes (106 mil) da América Latina, uma folha de pagamento que beira os R$ 5,5 mil (só um outro brasileiro tem isso, mas lá não é o clube quem banca toda a folha) o maior revelador de talentos na área, com o melhor elenco de jogadores profissionais em atividade no País, frequentemente tem o adjetivo “poderoso” associado ao nome pela grande imprensa, também é o “mais” achacado quando perde uma competição importante...

Tudo isso me vem à cabeça, justamente pela derrota para um time africano nessa Copa do Mundo de Clubes em Abu-Dhabi, nos Emirados Árabes.

Foram cinco meses de preparação que culminou com um desastre. Teve seis oportunidades claras de gol (quatro só no primeiro tempo quando o jogo estava no zero a zero), os africanos tiveram apenas duas... Como explicar, não faço ideia, não sou da teoria do “bode expiatório” pela qual sempre se deve encontrar um “culpado”, o jogo é coletivo, mas no fim sobra para o técnico...

Todos os 22 jogadores da equipe congolesa do Mazembe, em termos pecuniários avaliados por uma instituição inglesa, não valiam o D’Alessandro do Internacional...

Com tudo isso, acredito, lembrei de uma frase do ex-lutador dos pesos pesados, Cassius Clay “Se você estivesse no meu lugar veria que é muito difícil ser humilde”.

Se consolar, só perde um título quem o está disputando, parabéns ao Mazembe!


*Crônica publicada na edição de hoje (20.12)
do jornal Notícias do Dia (Florianópolis-SC).
Reprodução autorizada pelo autor.



Flores da época 4. Foto: Celso Martins

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