*
SÓ ACONTECE COMIGO
Por Olsen Jr.
Em 1938 o escritor Jean-Paul Sartre publicou o romance “A Náusea” que tinha o título original de “Melancolia”, mas que o editor resolveu mudar... Nele, o personagem Antoine Roquentin busca um sentido para a existência. Obra de gênio. O protagonista se sente um “nada”, de nada para nada, gratuito. Percebe que tudo no mundo é “gratuito”, não precisava “existir”... Não vou contar o livro... Li tudo umas dez vezes já... A impressão que tenho, é a de me sentir no fundo de um poço, dali não se pode passar, portanto, o melhor é sair logo, enquanto isso dói bastante... A consciência dói...
Mais tarde, em uma entrevista, afirma que “Enquanto houver uma criança no mundo passando fome, aquele livro não fazia o menor sentido”... Um blefe, claro. O livro existe independente de quem passe fome aqui ou ali. Mas qual era a ideia? Well penso o mundo está “explodindo” e um cidadão se dá ao luxo de escrever um livro cujo mote é alguém buscando um sentido para a existência, burguesamente o cara busca um “sentido para a existência”, se dá ao luxo até de ser um solitário... Porque não existe nada mais burguês do que o sujeito “escolher” a solidão como companheira...
Estou pensando nisso, agora neste Natal de 2010. Francamente, não me empolgo mais. Observo as pessoas correndo, correndo mesmo, como se houvesse uma grande urgência para se comprar determinados produtos ou fazer algumas “coisas” que não foram feita antes, mas precisam ser “ultimadas” nesse final de ano, é muito triste.
Ontem, fui almoçar com um amigo, na saída do restaurante, um calor desgraçado, nós caminhávamos lentamente, tudo parecia conspirar para dilapidar a energia, um desassossego violento, e passa por nós, na calçada, uma senhora com pacotes e uma garrafa térmica, ela passou entre eu e o meu colega, ofegante, mas rápida, digo espontaneamente “minha senhora, não importa aonde a senhora vá, ou o que vá fazer essa pressa não vai adiantar absolutamente nada, entendeu, nada”... Ela passou, fez de conta que não ouviu, foi até onde tinha de ir, e chegando lá, sentindo-se “segura”, voltou-se e com um olhar que deveria ter “carbonizado” qualquer mortal, me fulminou... Feia como era não tinha percebido já que a minha observação a pegou pelas costas, com um nariz adunco, tive a certeza naquele momento que a Madame Mim existia, as bruxas não são coisas de revistas em quadrinhos, elas existem mesmo.
E depois, o que foi constatado lá no “São Lucas”, um lugar que deveria abrigar menores infratores... Parecia uma masmorra de algum castelo medieval, um porão com fios elétricos desencapados, alternativa para infligir dor em alguém, o que foi aquilo que a promotoria pública tornou público? Palavra de escoteiro, o que era aquilo?
E você me vem falar em Natal?
Mais tarde, em uma entrevista, afirma que “Enquanto houver uma criança no mundo passando fome, aquele livro não fazia o menor sentido”... Um blefe, claro. O livro existe independente de quem passe fome aqui ou ali. Mas qual era a ideia? Well penso o mundo está “explodindo” e um cidadão se dá ao luxo de escrever um livro cujo mote é alguém buscando um sentido para a existência, burguesamente o cara busca um “sentido para a existência”, se dá ao luxo até de ser um solitário... Porque não existe nada mais burguês do que o sujeito “escolher” a solidão como companheira...
Estou pensando nisso, agora neste Natal de 2010. Francamente, não me empolgo mais. Observo as pessoas correndo, correndo mesmo, como se houvesse uma grande urgência para se comprar determinados produtos ou fazer algumas “coisas” que não foram feita antes, mas precisam ser “ultimadas” nesse final de ano, é muito triste.
Ontem, fui almoçar com um amigo, na saída do restaurante, um calor desgraçado, nós caminhávamos lentamente, tudo parecia conspirar para dilapidar a energia, um desassossego violento, e passa por nós, na calçada, uma senhora com pacotes e uma garrafa térmica, ela passou entre eu e o meu colega, ofegante, mas rápida, digo espontaneamente “minha senhora, não importa aonde a senhora vá, ou o que vá fazer essa pressa não vai adiantar absolutamente nada, entendeu, nada”... Ela passou, fez de conta que não ouviu, foi até onde tinha de ir, e chegando lá, sentindo-se “segura”, voltou-se e com um olhar que deveria ter “carbonizado” qualquer mortal, me fulminou... Feia como era não tinha percebido já que a minha observação a pegou pelas costas, com um nariz adunco, tive a certeza naquele momento que a Madame Mim existia, as bruxas não são coisas de revistas em quadrinhos, elas existem mesmo.
E depois, o que foi constatado lá no “São Lucas”, um lugar que deveria abrigar menores infratores... Parecia uma masmorra de algum castelo medieval, um porão com fios elétricos desencapados, alternativa para infligir dor em alguém, o que foi aquilo que a promotoria pública tornou público? Palavra de escoteiro, o que era aquilo?
E você me vem falar em Natal?
*
Notícias do Baiacu
Pré-Reveillon no dia 30 (quinta-feira) a partir das 21 horas, com animação da banda Quebra Com Jeito. Ingressos: R$ 15,00 e R$ 10,00 (com a camiseta dos anos anteriores do Baiacu).
Cineclube
O Cineclube do Baiacu entrou em recesso no último dia 17. As atividades reiniciam em 20 de janeiro de 2011, às 20h30. “… porque o isola, graças ao silêncio e a escuridão, do que podemos chamar de seu habitat psíquico, o cinema é capaz de pôr o espectador em êxtase melhor do que qualquer outra expressão humana … É o melhor instrumento para exprimir o mundo dos sonhos, das emoções, do instinto. Em todos os filmes, bons ou maus, além e apesar das intenções dos realizadores, a poesia cinematográfica luta para vir a tona e se manifestar.” Luis Buñel, A poesia do cinema, 1955.
Bateria
A todos os ritmistas e parceiros do Baiacu: os ensaios da bateria começam no próximo dia 14 de janeiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário