26.9.11

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ESPECIAL

Olsen Jr. em dose dupla,
Amílcar Avaiano Neves,
Ostetto no Rock in Rio,
PALESTINA!


Imagem encaminhada sem indicação de autoria.

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"Em algum lugar deste planeta
está um bom texto que escrevi"

Olá, camaradas, salve! A história tem antecedentes, mas vou sintetizar... Dormi bem ontem, acordei no meio da manhã, e escrevi a crônica... Jornal do “interior” tem disso, você pode enviar o texto até o meio dia da véspera... Ocorre que, por razões outras, não fiz os comandos certos e ao fim e ao cabo, não registrei o texto... Coisa rara, acho que é da idade... Comecei a trabalhar o texto... Nunca fiz isso na vida... Escrevo e deu... Hoje, quase três horas depois de começar a crônica (levo ou levava cerca de trinta minutos para aqueles 2.600 caracteres) e para minha surpresa o texto sumiu... Chamava-se “Cidadão Comum” e versava sobre a “felicidade”... Claro, tenho a linha básica em mente, inclusive a principal metáfora... Parece conversa de pescador... Quando você pega um grande peixe (e não fotografa) ninguém acredita... Deixa estar (Let It Be, diriam os Beatles)... Passei um dia “chateado”... Mas, o texto deve estar aí... No cosmos... Quem sabe o encontre... Ou (re)encontre... Tempo esgotado, tive de pegar um outro, de um livro que se chama “Tu Viverás Também” que deve ser publicado em novembro deste ano... Foi escrito em 2005... Julguem vocês... Continuo “P” da vida... Não suporto ser dominado pela “máquina”... Em algum lugar deste planeta está um bom texto que escrevi... Sobre a “felicidade”, agora posso confessar, assunto que não domino, mas quem o domina? Só se vive... E quem vive não tem a menor noção do que se trata... Quando se perde o momento, sim... Mas daí não conta mais... Difícil... Vai então, o outro... Neste, a identificação plena... Com o abraço nórdico do poeta! OBS.: A música era a do outro texto... Mas ficou... de Mike Maxfield (1963) do grupo “The Dakotas”... A melhor versão é esta, dos “Incríveis”, do Brasil... Criaram até um concurso para o melhor “cover” da música... Nem perto... Constatem... Até! (Olsen Jr.)




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CONVERSA DE CACHORROS


Por Olsen Jr.

"Sou um vira-latas. Já me acostumei com o nome. O que quer dizer isto? Que não tenho pedigree. Sou o resultado de um sem número de cruzamentos sem qualquer outra orientação que não o instinto. A exemplo de um herói brasileiro, aquele que não tinha caráter, isto me empresta uma certa distinção. Quer dizer não ter um estilo também é um estilo. Estou há dois dias sem comer, lembro disso enquanto vou trotando por esta calçada, neste bairro nobre da cidade. Espere, nunca vi isto aqui antes. Por que aqueles meus parentes estão lá do outro lado da tela de arame. Estranho. Vou latir para eles. O que vocês estão fazendo, presos? "Não sei", responde um deles, o mais forte, um Bulldog de pelagem brilhante, concluindo "sempre estivemos aqui". Lembrei da minha fome e perguntei: o que vocês comem aí dentro? "Estas pastilhas em forma de biscoitos e que chamam de ração", interfere um Beagle, querendo fazer parte da conversa. Mas é só isso, então? Nem um ossinho de costela, um naco de carne de picanha com uma pontinha de gordura? "O que é osso? O que é picanha? O que é gordura?", fala aos trancos um Dobermann. Levaria muito tempo para explicar e estava curioso em conhecer mais sobre aquela vida ali dentro. O que fazem durante o dia? Eles pareciam estar preparados para responder, todos falaram ao mesmo tempo e deduzi que, fora o ensinamento de dar a pata dianteira para o dono ou tratador, ou então, pular por dentro de um círculo de metal pendurado num suporte de ferro, ou então arreganhar os dentes para atemorizar os incautos, o que mais faziam era andar dali para cá, de cá para lá, mostrando sempre os pêlos bem escovados e reluzentes, puro exibicionismo, penso, gratuito. Vocês namoram? Fazem sexo? Eu queria saber tudo, mas era inútil, pareciam filhotes crescidos. Eram leigos nos assuntos da vida, viviam uma supra-realidade, limpa, higiênica, bonita, metódica, disciplinada, um mundo só deles. Vocês nunca pensaram em sair daí, em ser livres? Grito antes de ir embora a tempo de ouvir um Collie desdenhando a sugestão "ser livre implica em correr riscos, ser dono do próprio nariz impõe muita responsabilidade e aqui dentro temos tudo"... saio rápido, olhando para os lados com medo da carrocinha, o mundo inteiro para descobrir e a iniciativa para fazê-lo quando bem entendesse. Agora, por exemplo, iria até a casa do poetinha, na Lagoa, onde sempre tinha uns ossos guardados do último churrasco, pena que não houvessem mais “ poetinhas”, e a vida seria bem melhor, mais intuição e menos razão, é o que, afinal, estou fazendo agora.

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Milton Ostetto
no Rock in Rio



Confira as fotos


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Inquirindo o futuro

Por Amílcar Neves*

Ando cá com minha Matemática fazendo contas. A gente faz contas para prever o futuro. Por exemplo, para saber quanto dinheiro vai sobrar no fim do mês. Ou faltar. A resposta correta é a segunda: sempre falta dinheiro antes do fim do mês. A primeira alternativa é apenas uma hipótese acadêmica, para dar a impressão de que a gente examina todas as alternativas do problema. Se sobrasse dinheiro no dia 30, enfim, isso não seria um problema, mas um assombro.

Encerrada agora a 10ª rodada, julgo que se tem aqui um bom ponto de avaliação do Brasileirão 2011. Dez jogos em 38 é praticamente um quarto do Campeonato, a metade do primeiro turno. Dá para se ter uma ideia do que está acontecendo e fazer alguns cálculos com base mais sólida, mais fundamentada. Com menor risco de erros, portanto.

Com o apoio da Matemática, a primeira conclusão a que se chega é que dificilmente o Avaí será Campeão este ano (lembremo-nos que, em maio, chegamos muito perto do título da Copa do Brasil). Essa dificuldade nasce da comparação com o Campeonato Catarinense deste ano, muito embora tenhamos começado o estadual em condições bem mais precárias do que este início de nacional: lá, só fomos fazer o primeiro pontinho na 5ª rodada, num empate a la Seleção Brasileira, de 0 a 0, com o Metropolitano. Já aqui, pontuamos na tabela bem antes, ainda na 4ª rodada, em empate a la Avaí, de 2 a 2, com o América de Minas.

Digo bem antes porque são 20 times agora contra 10 no estadual, o que, calculado direitinho, nos dará o primeiro ponto no Catarinense como se tivesse ocorrido apenas na 10ª rodada, comparativamente falando. Ainda assim, mesmo com este início mais promissor no Brasileirão, o título não está fácil de ficar, este ano, em mãos azurras.

Cálculos bem feitos podem nos ajudar a esclarecer esta afirmação. Com a humildade que é característica da gente desta Ilha e deste Estado - porém com a determinação inquebrantável dessa mesma gente de alcançar seus objetivos -, o Avaí iniciou o certame em último lugar na tabela, a única posição que permite o máximo crescimento possível, matematicamente falando, dentro da competição. Em 10 jogos, avançamos duas posições. Mantido esse ritmo de evolução, e não há nada que invalide essa justa expectativa, subiremos oito posições até o derradeiro jogo, o que nos dará a 12ª colocação e uma vaga na Copa Sul-Americana - o retorno.

Contas à parte, o que acho mesmo é que vamos superar em muito esses números, conservadores demais para as gloriosas tradições avaianas. Cobrem isso de mim lá em dezembro, não se esqueçam!


*Amilcar Neves é avaiano, engenheiro mecânico e escritor com 8 livros de ficção publicados. Texto escrito para a Revista Oficial do Avaí F. C., nº 13, agosto de 2011. Reprodução autorizada pelo autor. A partir de 1.8.2011, é um dos seis candidatos à Cadeira nº 32 da Academia Catarinense de Letras, cuja eleição, em primeiro e segundo turnos, ocorrerá dia 26 de setembro próximo.

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PALESTINA

O pedido de reconhecimento do Estado Palestino apresentado à ONU se constitui num momento histórico para a humanidade, independente da posição pró ou contra a iniciativa. Cria um fato novo cenário político internacional, num momento de grandes transformações no mundo árabe, onde notórios tiranos são destronados ou ameaçados.
Este momento interessa a intelectuais e estudiosos, aos professores e analistas, aos jornalistas, ao cidadão comum (que acompanham o noticiário) e, também, aos que pretendem ingressar nas universidades.
Neste sentido fizemos uma coleta na internet dos principais documentos e reflexões gerados da iniciativa palestina: 1) As íntegras em inglês e traduções para o português dos discursos do presidente Mahmoud Abbas e da “resposta” do primeiro ministro israelense Benjamin Netanyahu; 2) Link de uma edição especial da Carta Maior sobre o tema.


Abbas na ONU

Íntegra em inglês (PDF). Fonte: ONU. Tradução de Augusto Calil (Estadão de São Paulo).


Reação de Israel

Transcrição do discurso de Benjamin Netanyahu. (Tradução: Baby Siqueira Abrão/Middle East correspondent). Íntegra em inglês (Ministério das Relações Exteriores de Israel)


CARTA MAIOR

Especial sobre a Palestina e o pedido de reconhecimento junto à ONU.

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