24.10.11

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Emanuel manda notícias
Olsen, Jobs e os Beatles
Imagens dos pinheirais


Traços da paisagem no Oeste. Irani-SC. Fotos: Celso Martins

STEVE JOBS E OS BEATLES

(Primeira parte)

Por Olsen Jr.

Recebo um texto de Renato Cruz, do “Estadão” falando do recém falecido Steve Jobs e associando-o a movimentos típicos da contracultura, afirmando que fez uma viagem à Índia (para conhecer o guru Neem Karoli Baba), participou de sessões de terapia do grito (no Centro Zen de Los Altos) e defendeu o uso do LSD afirmando que foi “uma das duas ou três coisas mais importantes que fez na vida”.

Coincidências à parte, a vida de Jobs (que nasceu em 1955) vem colada a existência dos Beatles...

Foi o dentista de George Harrison que estava com John Lennon (acompanhados de suas esposas) na primavera de 1965, quem adicionou uma droga no café de ambos, sem que soubessem, iniciando-os no ácido lisérgico... Eles acreditaram que estavam “ficando loucos”... Mas o “Dr. Robert” foi homenageado em uma bela canção.

Em 1968, os Beatles foram para Rishikesh, Uttar Pradesh, na Índia estudar Meditação Transcendental com o Maharishi Yogi.

Após a experiência no Ashram do Maharishi, os Beatles fundam naquele mesmo ano, a Apple Corporation (Apple Corps.) da qual a Apple Records viria a ser o braço melhor sucedido.

O primeiro disco com o novo selo, a maçã verde, foi um compacto com “Hei Jude” no lado “A” e “Revolution”, no “B” (está aqui comigo, em 45rpm). A boça era: no lado “A” a maçã estava inteira, no “B” ela vinha cortada ao meio.

Em 1970, John Lennon participou sob a orientação do Dr. Artur Janov, de uma experiência do autoconhecimento chamada de Teoria do Grito Primal. O grito como sugere a técnica para libertar o indivíduo de traumas de infância, no caso de Lennon, o abandono pelo pai e os distúrbios mentais da mãe. Daí saiu dois álbuns: “John Lennon/Plastic Ono Band” e “Imagine”, este último, um fenômeno de vendas.

A Apple Computer foi criada por Steve Jobs e outros, em 1976.

A Apple dos Beatles é britânica; a Apple do Jobs é norte-americana.

Neste momento só pretendi mostrar que embora Steve Jobs tenha feito como ninguém a ponte entre a contracultura beatnik (da qual fez parte tardiamente) que até hoje tem como referência a Livraria City Lights (fundada pelo poeta Lawrence Ferlinghetti ainda em atividade no alto de seus mais de 90 anos) em San Francisco e os nerds que deram origem à era digital (nas garagens do Vale do Silício) na California com um estilo de vida criativo e autossustentável, em termos de comportamento ele “bebeu” muito nos Beatles, tanto que chegou a nomear a empresa que ajudou a criar com o mesmo nome: Apple e, como se não bastasse, com o mesmo logotipo: uma maçã verde!






O papel de Tony Sheridan

O cantor britânico Tony Sheridan que foi o primeiro artista a tocar uma guitarra elétrica num programa ao vivo da TV britânica, final da década de 1950 e que excursionou com cantores norte-americanos, entre eles, Gene Vicent e Eddie Cochran e também em uma de suas exibições em Hamburgo, contou com uma banda de apoio que ganhou notoriedade, posteriormente, como The Beatles e por quem os “rapazes” como eram conhecidos, sempre tiveram apreço, gravou a música do folclore americano chamada “My Bonnie”...

O disco com outras composições incluindo Tony Sheridan e os Beatles saiu pela Polydor em 1961...

Esta relíquia que está aqui comigo, traz também a única música que os Beatles fizeram e que não tem letra, um solo de guitarra do George Harrison chamado “Cry for a Shadow”... (Mas essa já é outra história)...

Curioso é que foi por causa da música “My Bonnie” que o empresário Brian Epstein descobriu os Beatles...

Ele tinha uma loja de discos e se ufanava de ter tudo o que se procurasse, com o slogan “se não tiver, nós conseguimos”...

Logo depois da primeira excursão dos Beatles (acompanhando Tony Sheridan) em Hamburgo...

Houve uma procura avassaladora por uma música chamada “My Bonnie”, com os Beatles...

Aí, Mr. Epstein foi atrás, descobriu os quatro rebeldes num local chamado “Cavern Club” e o resto, bem o resto nós já sabemos...

Eles pegaram aquela música que todos cantavam na primeira aula de inglês do ginásio, para exercitar a pronúncia e para tornar o aprendizado mais fácil e, em ritmo de rock, está aí... (Olsen Jr.)

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EMANUEL
MANDA
LEMBRANÇAS


Dileto amigo Celso
(Emanuel Medeiros Vieira)

Chega de fundamentalismos.
O fundamental é a gente.


Queria fazer um relato da minha viagem (luminosa e bela) e de minha mulher à Europa.
Será apenas um resumo fragmentário e incompleto.
Foram 15 dias, de 4 a 18 de outubro. Chegamos na terça-feira, dia 18.
De ônibus, fomos de Lisboa a Paris.
Mas sem agonia, parando, dormindo em vários lugares, aprendendo, batendo perna (como andei!), amando.
Em Lisboa, estive pela terceira vez: bondes, caminhadas, Chiado, Rossio, Belém. Que beleza andar em ruas conservadas, em calçadões, visitando igrejas góticas.
No fundo, o estilo gótico, com aquela "imensidão" e a "altura" (algumas igrejas demoraram 200 anos para serem construídas) querem revelar a nossa finitude, a nossa “pequeneza” DIANTE DO INFINITO E DE DEUS.
Celso: fui convidado a falar na monumental Igreja de Santo Antônio, de Lisboa, perto da Catedral.
É claro: defendi o humanismo, o pluralismo e a tolerância.

Uma belíssima Procissão das Velas, em Fátima - que mesmo um marxista, como Luchino Visconti, gostaria de filmar.
Dormimos em Fátima. Depois, Braga, Nazaré.
E é de arrepiar: Santiago de Compostela.
Compostela é o terceiro maior centro de peregrinação cristã do mundo, depois de Jerusalém e de Roma.
A Catedral é do século XI, construída em homenagem ao apóstolo Tiago.
Uma cidade também universitária, com estudantes do mundo todo. Peregrinos chegando sem parar.
Belíssima e cosmopolita.
(Com 20 anos "de novo", gostaria de estudar lá.)
É monumental. Visitamos a cripta, onde estão só restados de São Tiago e seus discípulos.
Mais tarde: Oviedo, antiga capital das Astúrias.
Visitamos o belíssimo (pouco conhecido) Santuário de Covadonga.
Bordeaux, Tours (esta cidade, foi o principal centro religioso durante a idade Média, com peregrinações vindas para adorar a Tumba de Saint Martin) - porta de entrada ao Vale do Loir.
Paris: é preciso um texto especial.
Andando de metrô, a pé, de bonde, revistando um bairro que amei muito: Montmartre, as igrejas de Sacre Couer, Madaleine e outras.
Um belo passeio de barco pelo Sena.
Na primeira vez, aos 30 anos, fui no inverno europeu, fugindo da ditadura brasileira.
Mas, Celso (estás "também" em Santo Antônio): queria dizer que "discursei" na monumental Igreja de Santo Antônio, em Lisboa, perto da catedral da cidade, defendendo o humanismo e a tolerância.
Repito: Paris ficará para depois.
Bati muita perna e revistei um lugar que amei muito: Montmartre, caminhando muito também às margens do Sena, percorrendo a cidade de metrô, de ônibus de linha, de bonde. E sola de sapato...
Não esquecendo de Madaleine, da Sacre Coeur, do Louvre, hierarquizando os locais que me interessavam mais, lembrando da visita no inverno europeu de 1976.
É pouco e fragmentário o que escrevi? É.
Mas queria falar da luz que foi irradiada, da bênção que me foi propiciada. É pouco. Mas também "muito".
Perdoa, amigo, o lugar-comum: sinto cada vez mais que a vida é uma dádiva, mesmo tendo plena consciência desta finitude, das injustiças, da inveja e das deslealdades. Mas a gente se "blinda" e isso tudo fica menor.
Acordo e agradeço. Mais um dia! Mais um!
Quem enfrentou a ditadura militar e uma jornada hospitalar na qual se esteve desenganado, entenderá o que escrevo.

Repito Leminski: "Escrever é só uma das coisas que o ser humano sabe fazer. E eu me sinto mais humano depois disso." Um abraço fraterno e saudoso do Emanuel.

(Emanuel Medeiros Vieira - outubro de 2011)

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TAPIOCA
BALANÇA MAS NÃO CAI.
(NÃO?)


Por Emanuel Medeiros Vieira


O escândalo do ministro Orlando Silva e do PCdoB não acabará em pizza.

Vai acabar mesmo em tapioca...

(Rememorando: lembram-se quando o ministro pagou uma tapioca com cartão corporativo do governo?)

Orlando Silva pode continuar: mas será um “pato manco”, como se diz na política norte-americana, totalmente desmoralizado e fragilizado.

A pergunta que se faz sempre: o que leva um homem a renunciar à dignidade e à auto-estima para se manter no cargo?

Claro, o poder. Mas que poder?

Agnelo Queiroz – atual governador do Distrito Federal – a gente já conhecia bem.

Como lembra Janio de Freitas, a primeira trama para desvio de verba pública, por meio do programa Segundo tempo, é de seu período como ministro.

Durval Barbosa, o delator do mensalão do finado DEM, em Brasília, apresentou todas as provas de corrupção em primeira mão para Agnelo.

O que o levou a ficar calado, a não denunciar a quadrilha à Polícia Federal e ao Ministério Público? Mistérios...

É claro: a guarda pretoriana do PT desqualifica o acusador e não investiga as denúncias.

A sucessão de escândalos teria deixado a sociedade anestesiada?

Mas percebemos focos organizados de repulsa. Basta!

E O GOVERNO DA BAHIA...

O governador baiano, Jacques Wagner e sua equipe (que vivem no mundo virtual da propaganda maciça – ACM fez escola...) prometeram mundos e fundo aos baianos, sobre o circo da Copa do Mundo de 2014.

Wagner e companheirada ficaram mal após o anúncio da Fifa sobre as subsedes da Copa e da Copa das Confederações.l

Criou uma Secretaria Especial para a Copa (Secopa), vendeu a ideia de que a Fonte Nova era o estádio com a reconstrução mais avançada do País, fez a campanha Abre a Copa Salvador, realizou seminários em locais distantes do palco dos acontecimentos, como Juazeiro e Vitória da Conquista, como lembra o jornalista Levi Vasconcelos.

Resultado?

Salvador não foi escolhida sequer para os jogos da Copadas Confederações, em 2013, pela qual brigou para sediar a abertura.

Comentam que na Copa, a capital baiana terá três jogos de seleções mixurucas.

E o governador se gaba de sua amizade com Lula e Dilma...

Triste Bahia!

(Salvador, outubro de 2011)


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