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T E M P O
(E os 15 minutos de fama)
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T E M P O
(E os 15 minutos de fama)
Por EMANUEL MEDEIROS VIEIRA
“Um homem sensato acreditará que é mais importante o que o
destino lhe concedeu do que o ele lhe negou.” (Baltasar Gracian)
destino lhe concedeu do que o ele lhe negou.” (Baltasar Gracian)
Vivemos num tempo de enorme velocidade e de escassa concentração.
Tudo parece descartável, como as engenhocas eletrônicas que tantos amam.
Pois se você não tem uma vida interior profunda, vai buscar no “exterior” o que não consegue dentro de si.
Tem medo de sua própria interioridade.
Buscará o que não tem de si, “saindo de si mesmo”, em festas e baladas contínuas, em drogas de todas as espécies.
Não digo nada de novo? Eu sei. Parece platitude sentimental? Paciência.
É o chamado mecanismo de alienação (no conceito usado por Marx).
“Transfiro” para a vida dos outros (celebridades, cantores famosos) a minha própria vida. Renuncio a ela.
Cristo se recolheu no deserto para pensar.
Buda também.
E apesar de todo o maquinário, poucas vezes as pessoas pareceram tão solitárias e tão pouco solidárias.
É preciso começar lá de baixo.
É necessário educar nossos filhos desde cedo.
Não há milagre. É trabalho lento, paciente, difícil. Que não cessa.
Mas as pessoas preferem os tais 15 minutos de fama.
E depois? O que resta?
As meninas querem serem modelos, garotas do “Fantástico”, e os garotos jogadores de futebol.
É importante que nos fixemos em outro tipo de “tempo” (que fica internalizado através da memória).
Um tempo que deixe para os jovens o que Italo Calvino deixou escrito sobre essa “rapidez” deste milênio:
O tempo que importa é esse: “O tempo que flui sem outro intento que o de deixar as ideias e sentimentos se sedimentarem, amadurecerem, libertarem-se de toda a impaciência e de toda contingência efêmera.”
(Salvador, outubro de 2011)
Um comentário:
Texto muito bonito, simples e tocante.
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