3.3.12

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DÁ-LHE EMANUEL
(com fotos da região)




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TRANSCREVENDO,
MEDITANDO
(“PILHANDO?)


Por EMANUEL MEDEIROS VIEIRA

PARA O DR. SÉRGIO ZYLBERSZTEJN

Sem despedida, foi-se a juventude.
O passado é um país estrangeiro – disse L.P Hartley.
Mas é um novo dia – bênção.
Escuto o canto dos pássaros,
Reinvento a infância – uma pipa no céu”, um arco-íris, bolinha de gude.
O pai na cabeceira mesa, uvas de janeiro, a mãe no fogão de lenha (ela e sua silenciosa ternura).

“A memória dos que envelhecem (...) é o elemento básico na construção da tradição familiar”. (...) (Pedro Nava, em “Baú dos Ossos”).

Prosa poética, poema, mera transcrição?
Sou livre no que escrevo?
De tudo um pouco, como armarinho de miudezas – uma ponta de estoque afetiva.

(O amigo a quem dedico o texto ajudou a salvar a minha vida. Estaria aqui sem ele e sua equipe?)

O que é o tempo? – indago sempre.
O que é o tempo?, reitero.

“Se nada sobrevivesse, não haveria tempo futuro, e se agora nada houvesse, não existiria o tempo presente. De que modo existem aqueles dois tempos – o passado e o futuro –, se o passado já não existe e o futuro ainda não veio?
Quanto ao presente, se fosse sempre presente, e não passasse para o pretérito, já não seria tempo, mas eternidade”.
(Santo Agostinho, “Confissões”)

Meu barco esteve à deriva (não mais agora) – sigo as manhãs – até ao porto (ou à ilha azul).
Cheiro de grama molhada, outros pássaros – mais.

Feliz?
Outrora/agora.

(Brasília, março de 2012)

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Direto de Brasília-DF
CASA DOS HORRORES
(OU DO TERROR E
DOS ESPANTOS)


Por EMANUEL MEDEIROS VIEIRA

Para Clarice Lucas – que aqui nasceram.

A Câmara Legislativa do Distrito Federal é também conhecida como a “Casa do Espanto”, do “Terror” ou dos “Horrores”.
Talvez seja mais do que isso.
Muitos dos que lutaram (com a polícia nos seus calcanhares) pela representação política no DF, estão profundamente arrependidos. Como eu.
Não falo dos que adoram sinecuras, estimulam o nepotismo e favorecem os apaniguados.
Sua postura é uma afronta às pessoas dignas que aqui vivem e labutam.
É comum que se generalize para todos os habitantes de Brasília, o erro de certos corruptos e corruptores.
Ela é estigmatizada pela podridão de certos alguns. E a maioria vem de fora...
Até o dia 28 de fevereiro, ERAM PAGOS 13ª, 14ª e 15ª SALÁRIOS AOS DEPUTADOS DISTRITAIS.

Desde o final de semana, os brasilienses se manifestaram nas redes sociais contra o pagamento do benefício.
As ações na internet foram incentivadas pelo movimento “Adote um Distrital”.
Milhares de mensagens foram enviadas aos deputados.
Há dois dias, ocorreu uma expressiva manifestação em frente à Câmara Legislativa.
A pressão foi grande.
Muitos “prometiam” devolver as benesses, mas só “prometiam” para a mídia.
Quer dizer, muitos distritais não oficializavam nenhum ato de renúncia à sinecura –, não apresentaram requerimentos de renúncia de ajuda de custo à Diretoria de Recursos Humanos da Câmara Legislativa.
Um jornal da cidade realizou uma pesquisa e 97% dos eleitores se manifestaram contra o pagamento dos benefícios extras aos deputados distritais.
PELA PRESSÃO POPULAR, OS DISTRITAIS VOTARAM A FAVOR DO FIM DO BENEFÍCIO.
Resmungando, mas votaram. Sob pressão.
Por insuspeitado espírito de justiça? Claro que não.
Todos os cidadãos que pagam o salários dos deputados, por meio de impostos, estavam indignados.
Dizer que a Câmara Legislativa local visou dar representatividade política aos habitantes da cidade, foi a desculpa para justificar um cabide de empregos e a criação de uma casta de privilegiados. Na teoria, seria algo nobre. Na prática, revelou-se um horror.
A “Casa do Espanto” nunca fez falta à Brasília, pois não criou até hoje nada de bom para os habitantes do Distrito Federal.
Desde que ela foi criada, tanto ato nefasto foi praticado pela Câmara Legislativa, que um leitor de um diário da cidade se manifestou: “a cada dia fico mais enojado ao ler algo sobre ela.”
Qual a velha lição (re) aprendida? É PRECISO ESTAR SEMPRE DE OLHOS BEM ABERTOS. Em relação às assembléias legislativas também...
Por favor, não me venham com o álibi compensatório de que minha postura não serve a “democracia”. A corrupção serve? Chega desse tipo de álibi e de mentira!
Se a Câmara “desaparecesse” (que sonho!) nenhuma falta faria à cidade.
(Roriz, Arruda e Agnelo: as pessoas de bem do Distrito Federal e do Brasil não mereciam essa trinca.)

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Fotos em 3 de março de 2012. Na área. Por Celso Martins

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