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OPORTUNISMO
HINO DE SANTA CATARINA
HINO DE SANTA CATARINA
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O Hino de um
Estado de Graça
Por Rogério Guilherme de Oliveira
Estado de Graça
Por Rogério Guilherme de Oliveira
O projeto de decreto legislativo sobre a mudança do hino do Estado de Santa Catarina poderia ser considerado uma daquelas iniciativas parlamentares que visam, primeiramente, ao acesso midiático e não ao interesse público? Um celeuma como este pode render bem mais que muito assunto árido e urgente, suplicado por uma população carecente do atendimento ao seus interesses, fundamentalmente, públicos.
Alegam os críticos que nosso hino não reflete a "alma catarinense", que se trata de um hino de difícil assimilação sobre a abolição da escravatura e com viés republicano. Não conseguem, se quer, ler linhas e entrelinhas, depois de formada sua opinião contrária à exaltação contida no poema de Horácio Nunes Pires em favor dos, sempre, tiranizados - sejam os negros de outrora, sejam, também, as demais minorias massacradas atualmente.
Aqueles que defendem o hino cívico catarinense têm-lhe apreço, sobretudo, porque foram marcardos por audições que celebravam o amor ao Estado onde cresceram e construíram suas vidas. Amor que fortificou a crença na possibilidade da realização de seus sonhos, alguns decantados de forma tão poética em cada uma das quatro estrofes do hino que converte os habitantes desse estado ideal em cidadãos.
O projeto de alteração do hino faz-me pensar que cada catarinense o percebe segundo suas vivências e expectativas. Aquele que vive a plenitude de suas necessidades atendidas terá mais dificuldade em se sentir tocado pela mensagem explícita textual - talvez seja preciso um exercício profundo de empatia para com aqueles que sofrem, caladamente, as ausências do Estado...
E os críticos querem uma letra que exalte as belezas naturais do estado: um hino turístico, talvez. Esquecem-se que não há méritos em herdar essa riqueza - méritos há em sua preservação.
Por que não nos voltarmos para as possibilidades que o hino oferece sem custos, de graça? Há uma riqueza a ser explorada e que não causa esgotamento nenhum de recursos, muito pelo contrário! Imagine que semeadura a disseção de seu texto poderia inspirar nas mentes férteis de nossos estudantes - em especial da rede pública de ensino -, sempre ávidos por novas e fantásticas experiências que não a simples repetição sem reflexão. Imagine...
Particularmente, ao extrapolar o contexto histórico das palavras cantadas, prefiro me ater à mensagem perene de liberdade, igualdade, justiça e de fraternidade que o nosso hino cidadão encerra.
A segunda estrofe, quase nunca cantada, prescreve dois caminhos para exterminar o preconceito: "pela força do direito e pela força da razão" - o poeta, em 1892, já conhecia a fórmula. A terceira estrofe, também frequentemente omitida, canta o fim das regalias, das diferenças, e enaltece a ousadia do povo catarinense - acredito que Deus abra um sorriso divino quando seus filhos conseguem ousar diante dos desafios cotidianos que lhes apresenta.
A letra do Hino do Estado de Santa Catarina nos obriga a ir além do óbvio, do geralmente aceito, das impossibilidades impostas. Ir além das palavras e buscar, sempre, o essencial. Não é à toa que temos este hino. Ele ainda grita que há algo a ser feito, a ser seguido. Quem tem ouvidos que ouça: "IRMÃOS SOMOS TODOS E TODOS IGUAIS!"
Alegam os críticos que nosso hino não reflete a "alma catarinense", que se trata de um hino de difícil assimilação sobre a abolição da escravatura e com viés republicano. Não conseguem, se quer, ler linhas e entrelinhas, depois de formada sua opinião contrária à exaltação contida no poema de Horácio Nunes Pires em favor dos, sempre, tiranizados - sejam os negros de outrora, sejam, também, as demais minorias massacradas atualmente.
Aqueles que defendem o hino cívico catarinense têm-lhe apreço, sobretudo, porque foram marcardos por audições que celebravam o amor ao Estado onde cresceram e construíram suas vidas. Amor que fortificou a crença na possibilidade da realização de seus sonhos, alguns decantados de forma tão poética em cada uma das quatro estrofes do hino que converte os habitantes desse estado ideal em cidadãos.
O projeto de alteração do hino faz-me pensar que cada catarinense o percebe segundo suas vivências e expectativas. Aquele que vive a plenitude de suas necessidades atendidas terá mais dificuldade em se sentir tocado pela mensagem explícita textual - talvez seja preciso um exercício profundo de empatia para com aqueles que sofrem, caladamente, as ausências do Estado...
E os críticos querem uma letra que exalte as belezas naturais do estado: um hino turístico, talvez. Esquecem-se que não há méritos em herdar essa riqueza - méritos há em sua preservação.
Por que não nos voltarmos para as possibilidades que o hino oferece sem custos, de graça? Há uma riqueza a ser explorada e que não causa esgotamento nenhum de recursos, muito pelo contrário! Imagine que semeadura a disseção de seu texto poderia inspirar nas mentes férteis de nossos estudantes - em especial da rede pública de ensino -, sempre ávidos por novas e fantásticas experiências que não a simples repetição sem reflexão. Imagine...
Particularmente, ao extrapolar o contexto histórico das palavras cantadas, prefiro me ater à mensagem perene de liberdade, igualdade, justiça e de fraternidade que o nosso hino cidadão encerra.
A segunda estrofe, quase nunca cantada, prescreve dois caminhos para exterminar o preconceito: "pela força do direito e pela força da razão" - o poeta, em 1892, já conhecia a fórmula. A terceira estrofe, também frequentemente omitida, canta o fim das regalias, das diferenças, e enaltece a ousadia do povo catarinense - acredito que Deus abra um sorriso divino quando seus filhos conseguem ousar diante dos desafios cotidianos que lhes apresenta.
A letra do Hino do Estado de Santa Catarina nos obriga a ir além do óbvio, do geralmente aceito, das impossibilidades impostas. Ir além das palavras e buscar, sempre, o essencial. Não é à toa que temos este hino. Ele ainda grita que há algo a ser feito, a ser seguido. Quem tem ouvidos que ouça: "IRMÃOS SOMOS TODOS E TODOS IGUAIS!"
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Enviado por Zeca Pires
"A família Nunes Pires e todos os descendentes de Horácio Nunes Pires, autor da letra do Hino de Santa Catarina (que juntamente com a música do genial José Brazilício de Souza são os autores do hino catarinense), estão se mobilizando juridicamente para processar o Deputado Gilmar Knaesel que não satisfeito em mudar o nosso belo hino, quer manter a música tirando apenas a letra de uma obra onde os autores já não estão mais por aqui. Imaginem mudar apenas a letra da Marsellesa (hino da França), por exemplo ou mesmo de qualquer música, sem a devida autorização. Segundo o cineasta Zeca Nunes Pires, 'Gilmar Knaesel já fez um grande desserviço à cultura catarinense, se aproveitando politicamente e financeiramente da Lei de Cultura criada pelos artistas e ainda quer fazer mais trapalhada'". (Cacau Menezes)
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Após o escrito
Este homem que arenga a mutação do Hino de Santa Catarina foi secretário de Cultura do Estado, mas é um ignoto acabado de nossa história, das sutilezas da constituição cultural que instituímos e das biografias dos ancestrais (pois os temos) com seus feitos e defeitos. É nítido que o cara-pálida busca faturar sufrágios, platéia. E de lambujem o bacana chuta um dos paus da nossa barraca. (Celso Martins)Sobre Horário Nunes Pires.
Ouça o Hino.
Ouça o Hino.
Hino do Estado de Santa Catarina
Letra: Horácio Nunes
Música: José Brazilício de Souza
Sagremos num hino de estrelas e flores
Num canto sublime de glórias e luz,
As festas que os livres frementes de ardores,
Celebram nas terras gigantes da cruz.
Quebram-se férreas cadeias,
Rojam algemas no chão;
Do povo nas epopéias
Fulge a luz da redenção.
No céu peregrino da Pátria gigante
Que é berço de glórias e berço de heróis
Levanta-se em ondas de luz deslumbrante,
O sol, Liberdade cercada de sóis.
Pela força do Direito
Pela força da razão,
Cai por terra o preconceito
Levanta-se uma Nação.
Não mais diferenças de sangues e raças
Não mais regalias sem termos fatais,
A força está toda do povo nas massas,
Irmãos somos todos e todos iguais.
Da liberdade adorada.
No deslumbrante clarão
Banha o povo a fronte ousada
E avigora o coração.
O povo que é grande mas não vingativo
Que nunca a justiça e o Direito calcou,
Com flores e festas deu vida ao cativo,
Com festas e flores o trono esmagou.
Quebrou-se a algema do escravo
E nesta grande Nação
É cada homem um bravo
Cada bravo um cidadão.
Fontes: Do Livro: "A Águia da Tua Bandeira" de Theobaldo Costa Jamundá
1988, Editado pela Secretaria de Estado da Educação.
*Adotado pela Lei 144 de 6 de setembro de 1895, no Governo de Hercílio Pedro da Luz.
Retirado do site do Governo do Estado de Santa Catarina.
1988, Editado pela Secretaria de Estado da Educação.
*Adotado pela Lei 144 de 6 de setembro de 1895, no Governo de Hercílio Pedro da Luz.
Retirado do site do Governo do Estado de Santa Catarina.
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CONFETE
CONFETE
"Amigo Celso
O português Carlos Mota (mora no Porto) é um leitor constante do teu blog.
Olha a curta mensagem abaixo - um elogio ao teu trabalho (também).
Vê e lê sempre o blog e não deixa de comentar (diretamente para mim).
É um humanista, preparado - conheci-o numa viagem cultural a Portugal, em junho de 2009.
Foi o nosso guia.
Feliz semana!
Abração do Emanuel*
*Devemos, eu e Célia, ficar em BSB até o final do mês.
Quero mostrar algo deste velho Goiás para ela - ir de ônibus a Caldas Novas (vendi o carro aqui). E de ônibus, ela conhece mais...
Deveremos volta à Boa Terra na primeira semana de abril". (Emanuel Medeiros Vieira)
O português Carlos Mota (mora no Porto) é um leitor constante do teu blog.
Olha a curta mensagem abaixo - um elogio ao teu trabalho (também).
Vê e lê sempre o blog e não deixa de comentar (diretamente para mim).
É um humanista, preparado - conheci-o numa viagem cultural a Portugal, em junho de 2009.
Foi o nosso guia.
Feliz semana!
Abração do Emanuel*
*Devemos, eu e Célia, ficar em BSB até o final do mês.
Quero mostrar algo deste velho Goiás para ela - ir de ônibus a Caldas Novas (vendi o carro aqui). E de ônibus, ela conhece mais...
Deveremos volta à Boa Terra na primeira semana de abril". (Emanuel Medeiros Vieira)
UM POEMA
Maravilha. E as fotografias são deliciosas, de locais paradisíacos ...
Um abraço amigo
Carlos Jorge Mota
Maravilha. E as fotografias são deliciosas, de locais paradisíacos ...
Um abraço amigo
Carlos Jorge Mota
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Um comentário:
VAMOS FAZER UMA CAMPANHA CONTRA A REELEIÇÃO DO "DEPUTADO GILMAR KNAESEL" ou para qualquer cargo público. Faça um político de carreira trabalhar, nao o reeleja!!!
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