18.9.10

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Sambaqui rejeita estaleiro na
Baía Norte de Florianópolis


Mais:
Sem ajuda oficial Festa do Divino rende lucro
Emanuel Medeiros Vieira e o mito de Sísifo


Dóris Gomes, vice-presidente da ABS

Depois da Daniela e de Jurerê Internacional, foi a vez de Sambaqui dizer não ao Estaleiro OSX na Baía Norte de Florianópolis. O ato iniciado às 16 horas na praia das Flores foi marcado pela instalação de bandeiras pretas em protesto contra o empreendimento, discursos de lideres comunitários e apresentação do Boi de Mamão e do Pau-de-Fita de Sambaqui.

Apesar do forte vento, dezenas de pessoas se reuniram para condenar o estaleiro que pode causar danos irreversíveis à pesca, à maricultura e ao turismo, afetando as bases sócio-econômicas e culturais das comunidades no entorno das baías de Florianópolis. A iniciativa da Associação de Moradores de Sambaqui (ABS) teve o apoio do Movimento em Defesa das Baías de Florianópolis.

Apenas um vereador, Ricardo Camargo Vieira, prestigou o evento. O próximo passo será a realização de uma manifestação no Centro de Florianópolis, antes das eleições, visando incluir o tema no debate eleitoral - até o momento o empreendimento não foi discutido por nenhum candidato, partido ou coligação. (C. M.)

Link para o abaixo-assinado contra
a instalação do estaleiro em Biguaçu.


Fotos: Celso Martins













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Sem ajuda oficial
Festa do Divino

termina com lucro


Novo casal festeiro terá desafio pela frente

A última Festa do Divino Espírito Santo e Nossa Senhora das Necessidades de Santo Antônio de Lisboa (Florianópolis-SC), foi realizada sem nenhum tipo de apoio público e mesmo assim gerou um lucro de cerca de R$ 40 mil. A informação foi dada pelo provedor da Irmandade do Divino Espírito Santo, Anézio Agenor de Andrade, na última sexta-feira, durante uma festa de confraternização dos organizadores do evento.

Os recursos para a organização dos festejos foram obtidos com o comércio local, doações de particulares, atividades gastronômicas (Cozindo, Risoto e Farinhada), rifa de uma motocicleta (Nildomar dos Santos Freire, Nildão, ganhou o prêmio), , bingo, barracas e o tradicional Peditório do Divino. Ao todos foram arrecadados quase R$ 98 mil, com despeda de pouco mais de R$ 58 mil. A superintendente da Fundação Franklin Cascaes, Roseli Maria da Silva Pereira, anunciou a destinação de R$ 10 mil. "Tivemos dificuldades em operacionalizar o repasse, mas isso foi superado", disse ao Sambaqui na Rede.

Outro saldo da última Festa do Divino foi o recorde batido pelo casal festeiro Ivo Manoel de Oliveira e Rute Braga de Oliveira: 87 novenas realizadas em Cacupé, Praia Comprida/Caminho dos Açores, Santo Antônio, Barreira, Sambaqui e Barra do Sambaqui, garantindo o sucesso dos festejos. Desafio que passa a ser enfrentado nos próximos dias pelo novo casal festeiro, Manoel José Pereira Filho e Maria Ana Martins Pereira. (C. M.)

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Sobre o Mito de Sísifo


Nascido na mitologia grega, há várias versões sobre Sísifo, que foi o fundador de Éfira, que mais tarde veio a chamar-se Corinto.

Ele era considerado o mais astucioso dos homens, mas incorreu na cólera de Zeus.
Este lhe impôs no inferno o castigo de ter de rolar até o alto de uma colina uma grande pedra para baixo; essa tarefa recomeçava incessantemente, numa punição eterna.

Albert Camus escreve uma obra célebre sobre o tema, intitulada “O Mito de Sísifo”, que marcou várias gerações (pessoalmente, li esse livro várias vezes), quando o estudo da mitologia e da filosofia era respeitado e valorizado em nossas universidades.

Para muitos, seria ele a metáfora do herói estóico, Sofre o maior dos castigos: ter de rolar até o alto de uma colina uma grande pedra para baixo e, além disso, precisa recomeçar essa tarefa sem parar.

Essa obrigação, dever ou danação, lembra a noção do absurdo.

Para muitos existencialistas, o absurdo é a evidência que desperta.

Quer dizer, mesmo que Deus não exista, que o homem seja finito, que a justiça e o bem raramente triunfem, a missão dos viventes não é inútil.

Significa que o mérito de uma obra é tê-la feito.

Simplesmente isso: tê-la realizado.

Que não se espere gratidão, que não se conte com a valorização alheia por posturas dignas num mundo corrompido.

E preciso ter uma ética pessoal, calcada não na retórica, mas na vida.

Isto é, é preciso ser autêntico.

Por isso Camus, encerra sua bela obra afirmando: “É preciso imaginar Sísifo feliz”.

Então, a vida não é justa, nem injusta. Simplesmente é.

Não caberia dizer: “ele é tão bom, não mereceria sofrer”.

Porque não adianta.

Com estoicismo, é preciso estar preparado para tudo. Essa é a lição que fica.

Num mundo pós-utópico, absolutamente fragmentado, em que a ânsia da totalidade nunca é concretizada, no qual reina o desencanto, e também a resignação e a passividade, a capacidade de resistirmos com ética e honra, se torna, talvez, nossa missão maior neste planeta.

Formou-se uma comunidade de consumidores, não de cidadãos.

Em um mundo árido, carente de ideais maiores, o mito de Sísifo torna-se cada vez mais atual.


Noutra versão, Zeus revoltado com Sísifo, ordenou que Tânatos o matasse.

Sísifo usando sua astúcia, acorrentou Tânatos (gênio masculino que personificava a morte, irmão de Hippos, o sono), de tal maneira que ninguém mais morria.

Seria, o mito de um homem eterno, não finito.

O próprio Zeus teve de compelir Sísifo a libertar Tânatos, que novamente em sua função de pôr termo à vida das criaturas humanas, matou sem demora Sísifo.

De volta à terra, depois de voltar do inferno (Hades), Sísifo viveu, nessa versão, até a extrema velhice. (Emanuel Medeiros Vieira, Brasília, setembro de 2010)




2 comentários:

Anônimo disse...

Foi muito produtiva a manifestação!! me surpreendi com numero de crianças... isso é bacana!!! claro pq teve o lado do boi de mamão ,pau de fita cultura local... é o vento tava demais mesmo... ,mas nada como boa vontade para lutar pela ilha... meu filho adorou tudo viva o futuro!!!!!fora oxs!!!!

Anônimo disse...

Adorei o manifesto!!!! força SAMBAQUI!!!!