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MATÉRIA DA MEMÓRIA
Por Olsen Jr.
Cinco pessoas à mesa. Na minha frente uma mulher, no lado direito outra mulher e um homem e à esquerda outro homem. Três pizzas tinham sido pedidas, duas salgadas, com vários sabores de acordo com o gosto de cada um e uma terceira, doce. No momento estamos tomando um vinho, acompanhado de água como deve ser. O vinho é o “Escudo Rojo”, amadeirado, forte de buquê generoso do país vizinho, a argentina...
Foi aquela associação que me trouxe a lembrança nas fotografias de um álbum de parede fixadas embaixo da escada que levava ao segundo piso, uma em que apareço sentado num banco de tijolos em uma Praça em Buenos Aires. Cabelos longos, barba escura, uma bolsa de couro marrom a tiracolo contrastando com a camisa jeans e ao lado meu filho, com uma camisa xadrez, brinca com o relógio de pulso e olha desafiadoramente para o futuro naquele momento determinado pela lente da máquina fotográfica manipulada pela mãe dele...
Havia perguntado para ela, minutos antes, se ela se lembrava de quando a gente levava aquela menina ali no colo? “Sim, afirma, e também jogava xadrez” disse, apontando para a fotografia em que aparece junto a uma mesa e a nossa filha com três anos, compenetradíssima faz o gesto de mover uma peça tendo aos fundos uma cópia que fiz de um Cartão de Natal dos Beatles em tamanho gigante e que parece vai abraçar as duas naquela mesa onde estão...
Olho então para ela, a mãe deles, que se movimenta ali na frente, tendo na parede lateral, um pôster em que aparece com um blazer branco, foto de meio corpo, num grande momento de sua carreira na televisão e lembrando a atriz americana Lauren Bacall...
Depois penso já se passaram mais de 30 anos... A barba e o cabelo embranqueceram. Aquele garoto se transformou em um empresário e a menina uma intelectual... Ambos casados e com suas próprias teses sobre a existência, religião e o mundo... Demos o exemplo e eles não se distanciaram, talvez aqui e ali, mas sem prejuízo morais para eles e o grupo, a família estava reunida para mostrar isso...
Semelhante àqueles clãs nórdicos de onde descendemos, os mais velhos, nós os pais, nutrimos uma satisfação interior (raramente demonstrada em público porque os vikings são econômicos em suas emoções) por todos terem seguido o seu próprio caminho... Assim, as reuniões são festivas, risonhas e repletas de afirmações que sugerem segurança e determinação...
Evito o termo “felicidade”, mas nada impede de estar alegre naquele momento quando uma gata persa que andava rondando a mesa desconfiada decide se aninhar no colo da dona da casa como a dizer, estou aqui e também faço parte da família!
Foi aquela associação que me trouxe a lembrança nas fotografias de um álbum de parede fixadas embaixo da escada que levava ao segundo piso, uma em que apareço sentado num banco de tijolos em uma Praça em Buenos Aires. Cabelos longos, barba escura, uma bolsa de couro marrom a tiracolo contrastando com a camisa jeans e ao lado meu filho, com uma camisa xadrez, brinca com o relógio de pulso e olha desafiadoramente para o futuro naquele momento determinado pela lente da máquina fotográfica manipulada pela mãe dele...
Havia perguntado para ela, minutos antes, se ela se lembrava de quando a gente levava aquela menina ali no colo? “Sim, afirma, e também jogava xadrez” disse, apontando para a fotografia em que aparece junto a uma mesa e a nossa filha com três anos, compenetradíssima faz o gesto de mover uma peça tendo aos fundos uma cópia que fiz de um Cartão de Natal dos Beatles em tamanho gigante e que parece vai abraçar as duas naquela mesa onde estão...
Olho então para ela, a mãe deles, que se movimenta ali na frente, tendo na parede lateral, um pôster em que aparece com um blazer branco, foto de meio corpo, num grande momento de sua carreira na televisão e lembrando a atriz americana Lauren Bacall...
Depois penso já se passaram mais de 30 anos... A barba e o cabelo embranqueceram. Aquele garoto se transformou em um empresário e a menina uma intelectual... Ambos casados e com suas próprias teses sobre a existência, religião e o mundo... Demos o exemplo e eles não se distanciaram, talvez aqui e ali, mas sem prejuízo morais para eles e o grupo, a família estava reunida para mostrar isso...
Semelhante àqueles clãs nórdicos de onde descendemos, os mais velhos, nós os pais, nutrimos uma satisfação interior (raramente demonstrada em público porque os vikings são econômicos em suas emoções) por todos terem seguido o seu próprio caminho... Assim, as reuniões são festivas, risonhas e repletas de afirmações que sugerem segurança e determinação...
Evito o termo “felicidade”, mas nada impede de estar alegre naquele momento quando uma gata persa que andava rondando a mesa desconfiada decide se aninhar no colo da dona da casa como a dizer, estou aqui e também faço parte da família!
Um comentário:
Setembro é o mês que marca o inicio da floração das orquídeas,da laelia purpurata. Esta é razão de meu pai ter aceito a sugestão do nome Lélia,dada pelo botânico Pe.Dr.Raulino Reitz, há sua filha que nascia naquele setembro primaveril,há 65 anos atrás.
Querido Celso, é uma gostosura passear por este sambaqui de memórias tão nossas,se deliciar com a crônica do último viking Olsen Júnior e poder te abraçar.
Viva,amigo!
Lélia
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