30.11.11

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E M A N U E L
M E D E I R O S
V I E I R A

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OLSEN (imortal) Jr.


Uma gaivota diz: O Emanuel vai tirar férias nos pampas.
A outra: E o Olsen vai pegar no batente no Planalto Norte.
Foto: Celso Martins

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RESTOS MORTAIS


Por Olsen Jr.

Tinha 14 anos quando tomei conhecimento da existência do poeta Cruz e Sousa. Estava na Escola Agro-Técnica Lysímaco Ferreira da Costa em Rio Negro, no Paraná e o livro era da editora Nova Aguillar, obras completas. Fiquei só na poesia: Broquéis, Faróis, Últimos Sonetos e o Livro Derradeiro.

Foi amor à primeira vista. Todo o meu tempo livre era dedicado a ler e reler aqueles poemas... Até o professor Venceslau Muniz me por nas mãos o “Eu”, de Augusto dos Anjos (assunto para outro dia).

Dois anos depois, em 1972 já em Curitiba prestando vestibular para arquitetura, na prova de português caiu uma interpretação do soneto “Vida Obscura”, do livro “Últimos Sonetos”. Acertei a questão relativa ao texto e me senti orgulhoso por ser catarinense e por perceber que todos os meus colegas tinham feito uma leitura equivocada do poema. O poeta faz a descrição do sofrimento de alguém e através de uma metáfora remetendo, no paroxismo, a crucificação de cristo, descreve os seus últimos momentos... Ele se referia (e foi a resposta certa) a um amigo... Na condição de artífice sei que ele estava imaginando a própria morte, claro, se esta alternativa estivesse nas respostas teria criado um impasse. A maioria dos candidatos foi ludibriada pelo verso “sei que cruz infernal prendeu-te os braços” e assinalou a resposta que aludia a Jesus Cristo...

Em 1994 fiz uma ponta no filme “Alva Paixão”, da diretora Maria Emília em que trata da vinda do corpo de Cruz e Sousa, que morreu em Minas Gerais, para o Rio de Janeiro num vagão de trem de transporte de animais. A mulher Gavita veio junta.

Faço o fiscal da estação ferroviária que recebe o corpo do poeta. Aquela cena me marcou, não só pelo fato de quase ter perdido a falange do polegar da mão direita prensado na porta emperrada de um vagão de trem no interior de Rio Negrinho onde as locações se deram, mas pela interpretação da Zezé Mota (assunto para outro dia) que fez Gavita, a mulher de Cruz e Sousa, também pelo realismo da situação. Hoje podemos ver com a clareza facultada pelo distanciamento histórico, um dos maiores poetas brasileiros, seu maior simbolista, morto com tuberculose na mais completa miséria que sofreu durante toda a sua vida a discriminação de seus contemporâneos, que foi protelado em cargos públicos e até da Academia Brasileira de Letras por um mestiço chamado Machado de Assis, que a história lhe faça justiça longe da literatura, trasladado num vagão de transporte de animais é dose. Nem na morte lhe deram compaixão, foi um maldito até o fim.

No dia 29 de novembro de 2007, depois de uma batalha que levou mais de 30 anos, finalmente o governo do Estado de Santa Catarina consegue resgatar os restos mortais do Sr. João da Cruz e Sousa.

Trazido agora de avião e depois por um caminhão do corpo de bombeiros, uma mala de aço contendo uma urna de madeira com os restos mortais do poeta que finalmente volta para casa, recebidos no Palácio Cruz e Sousa, bela construção arquitetônica com o seu nome, com direito a um coral entoando música clássica, louvado por autoridades acadêmicas e políticas, a promessa de um grande Memorial em sua homenagem onde se possam recitar poemas, onde sua obra nunca será esquecida e onde as lembranças de seu calvário serão sepultadas junto.

Foi diferente hoje, não era mais a cena de um corpo chegando em situações precárias numa estação do interior, era o poeta mesmo, mais de 100 anos depois, recebido em sua terra natal, o filho de escravos alforriados, o “ser humilde entre humilde seres”... Aquele para quem o “... mundo foi negro e duro”... O cidadão que chegou “... Ao saber de altos saberes”, “tornando-te mais simples e mais puro”...

Estive lá num canto observando tudo a distância, não suporto que me vejam emocionado em público, de poeta para poeta com a mesma dor, estava precisando de um trago, saí dali rumo ao mercado público, “... E neste conciliábulo mundano/ Pelos botecos da vida, confesso:/É solitário que eu me sinto humano!”.

Requiescat in pace!

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PS

Olá, camaradas, salve!

Nos próximos dias encaminharei quatro textos para serem usados economicamente (à razão de um por semana) porque estou mudando o meu domicílio (provisoriamente ou não) para a cidade de Rio Negrinho (Norte do Estado)... E preciso concentrar-me nesta tarefa...

Mudar é sempre difícil...

Não sei porque pensei nisso... Uma corda estendida no meio do abismo sem rede de proteção... Só a imaginação de um escritor permite afiançar que no outro lado (de onde estou não se pode enxergar nada) pode haver um novo Paraíso...

Como o conquistador Pizarro que mandou incendiar as caravelas também sei que não posso mais recuar...

Pensem em mim como o sujeito que não desistiu...

Como lembrou o teatrólogo inglês Tom Stoppard “A vida é um jogo, com todas as chances contra você. Se fosse uma aposta, você não se arriscaria”.

Não gosto de jogo porque repudio o blefe e, portanto, pago pra ver...

Aproveitando o sesquicentenário do nascimento do poeta Cruz e Sousa e algumas lembranças quando estive lá observando a chegada da urna que trouxe os seus despojos...

Fui... A música é esta em contraposição ao obscurantismo que cercou a sua vida de poeta, negro, maldito...





É difícil encontrar um cover dos Beatles que me agrade...

Tem exceções, o caso de “With a Little Help From My Friends”, com o Joe Cocker, é uma delas...

E esta interpretação de “Here Comes the Sun”, composição de George Harrison numa fase crítica do Fab Four...

Composta no jardim da casa do amigo Eric Clapton...

Julie London fez um bom trabalho...
(Olsen Jr.)



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NOVAS CARTAS BAIANAS

A BAHIA NO CENSO
I B G E

Por Emanuel Medeiros Vieira

Houve avanços.

O resultado do Censo de 2010, na Bahia, apresentado pelo - Instituto Brasileiro de Geografia e estatística – IBGE –, detectou alguns avanços em quatro quesitos para a Bahia: saneamento, analfabetismo, taxa de fecundação e distribuição de renda.

Mas ainda assim, a Bahia é o Estado brasileiro co o maior número de analfabetos em números absolutos. São 1.729.297 baianos, com a idade superior a 15 anos, que não sabem ler nem escrever, o que equivale a quase 16,6 da população baiana.

Em todo o Brasil, os índices chegam a 9,6 da população, ou seja, 13.933.173 analfabetos.

O Instituto também demonstra que a população baiana está envelhecendo. Se hoje, há quatro crianças para cada idoso, se mantida a taxa de natalidade (ainda alta nas áreas mais pobres), em 2028 haverá um idoso para cada criança.

Em relação à distribuição de renda, a diferença entre os mais pobres baianos para os mais ricos é de 157 vezes.

É desigualdade obscena.

“Ainda contamos com uma das mais baixas rendas per do país”, interpretou um analista.

Pela primeira vez na historiado Brasil foi confirmado que a população brasileira (191 milhões de habitantes) é formada por maioria de pretos e pardos.

É nas regiões Norte e Nordeste que está a maior concentração deles.

E pretos e pardos continuam em desvantagem socioeconômica

Salvador a tem a maior população negra do Brasil.

Os aspectos religiosos devem ficar outro texto.

Quando, na década de 70, a cidadã baiana Maria Escolástica da Conceição do Nazaré, mais conhecida como Mãe Menininha, declarou ao recenseador que era católica, a yalorixá mais famosa do Brasil (como lembra Marjorie Moura), reproduzia o padrão cultural das pessoas da religião – e no questionário da época não havia a opção candomblé.

E no de2010, não constava ”religião”.

Marcos Rezende, do Coletivo de Entidades negras (CEN) e ogã do Terreiro Oxumaré, muitos recenseadores de 2010 eram evangélicos, e alguns destes teriam se recusado a entrar em espaços do candomblé.

Para Hamilton Borges, tal falto é um reflexo do ódio religioso associado aos racismo.

Segundo ele, “as práticas do candomblé são demonizadas por séculos de perseguição, e é natural que as pessoas tenham dificuldades de assumi-las.”

(Salvador, novembro de 2011)

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PROBIÇÃO1(...)

“Cumpri contra o destino o meu dever.

Inutilmente? Não, porque o cumpri.”

(Fernando Pessoa)


“A verdade Vos Libertará”

(Dos Evangelhos)

Por Emanuel Medeiros Vieira

FILHA DE RUBENS PAIVA FOI PROIBIDADE FALAR POR PRESSÃO DOS MILITARES NA CERIMÔNIA

DE INSTAURAÇÃO DA COMISÃO DA VERDADE.

Vera Paiva (conhecida como “Veroca”), filha do deputado Rubens Paiva, assassinado pela ditadura militar e cujo corpo nunca foi encontrado, foi impedida de falar pelos militares na cerimônia de instalação da Comissão da Verdade.

A senhora Dilma – “xerife”, “faxineira”, ”durona”, “autoritária” – tão forte (com os fracos?) não disse nada? Não reagiu? Ficou por isso mesmo?

Não, não reagiu. Ficou tudo por isso mesmo. Como é costume no Brasil.

Ela sabe que é Comandante- em- Chefe das Forças Armadas?

O governo se “ajoelha” aos militares com repulsiva subserviência e quer o nosso respeito?

A claque que a aplaudiu na cerimônia não quis intervir?

Quem ainda manda no Brasil são os militares – afora os banqueiros e as grandes corporações?

Se duvidarem do afirmado acima, consultem Frei Betto, que foi muito amigo de Lula.

Uma comissão que começa “ajoelhada” aos militares e com medo deles, será de “ verdade”?

Ou um simulacro?

E nós somos os radicais.

Ser radical é buscar as coisas pela raiz – já dizia o velho Marx.

Tudo isso é fruto da transição negociada (Tancredo, Sarney, FHC – o Patriarca da Dependência –, Lula e os donos do poder), medrosa, feita com panos quentes para não incomodar ninguém.

E o Uruguai e a Argentina dão um exemplo de coragem, punindo os torturadores.

Quantos combatentes devem estar se remexendo no túmulo pela covardia dos atuais donos do poder? E pela corrupção disseminada. Mas este é outro assunto.

Entendo o que disse um estudante espanhol, para o qual foi perguntado se não votaria nas eleições de domingo passado. Ele respondeu:

“Para que votar? Os governos mudam, mas os bancos ficam os mesmos.”

(Salvador, novembro de 20110)


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(Republicação. Revisado e ampliado)

COMISSÃO DA VERDADE2

COMISSÃO DA VERDADE
(SERÁ DA VERDADE?)


Por Emanuel Medeiros Vieira

PARA TODOS OS COMBATENTES DA DITADURA, VIVOS E MORTOS.

Para Clarice e Lucas, meus filhos, para que nunca se esqueçam

Para Célia

Para minha família

A presidente Dilma Rousseff sancionou(em 18 de novembro de 2011) as leis que criam a Comissão da Verdade e de Acesso à Informação.

No presente texto, nos deteremos na Comissão dita da Verdade.

Suportaremos a verdade?

AQUI E LÁ

Em 28 de outubro de 20011, o tribunal oral federal número 5 da capital argentina anunciou as sentenças de 28 militares acusados de 86 casos de crimes contra a Humanidade realizados na Escola de Mecânica da Armada (ESMA) – talvez o maior centro de torturas de presos políticos que já existiu em nuestra América –, o maior local clandestino de detenção da ditadura militar argentina (1976-1983).

Estimativas de organismos internacionais como a Anistia Internacional indicam que a ditadura argentina assassinou 30 mil civis.

Um tribunal de Buenos Aires condenou em 26 de outubro de 2011 o ex-militar Alfredo Astiz, de 59 anos , à prisão perpétua por crimes contra a humanidade.

No Uruguai, a Câmara dos Deputados aprovou o fim da anistia aos militares que atuaram durante a ditadura no país entre 1973 e 1985.

O Senado do país vizinho já havia a provado o fim da prescrição dos crimes contra os direitos humanos cometidos durante o regime militar, o que pode abrir casos para novos processos contra militares reformados.

Além de eliminar a prescrição dos crimes, o projeto também declara como crimes de lesa-humanidade os delitos cometidos durante a ditadura. Dessa forma, a nova lei elimina a lei de caducidade sobre o princípio punitivo do Estado, sancionada em 1986.

Para nossa vergonha, que exemplo luminoso os dois países citados dão para nós e para nossos governantes!

AQUI

A criação da Comissão da Verdade é motivo de comemoração?

Não creio.

“O que deveria ser motivo de comemoração para aqueles realmente preocupados com o legado da ditadura e com os crimes contra a humanidade cometidos neste período será, n o entanto, razão para profundo sentimento de vergonha”, observou lucidamente Vladimir Safatle.

E mais um exemplo de tristeza, impunidade e infortúnio.

Como lembra o citado analista, pressionado pela Corte Interamericana de Justiça, que denunciou a situação aberrante do Brasil quanto à elucidação e punição dos crimes de tortura, sequestro, assassinato, estupro e ocultação de cadáveres perpetrados pelo Estado ilegal que vigorou durante a ditadura militar, o governo brasileiro precisava mostrar que fizera algo. Esse “algo” é tal Comissão da Verdade – tão cheia de dedos e acovardada perante os militares.

A presidente, atemorizada e com medo de mencionar o seu passado –ela sabe que é Comandante Supremo das Forças Armadas? –, na cerimônia da sanção da lei, aplaudida pela sua conhecida claque, e disse que não haveria “revanchismo”.

Revanchismo, presidente?

De quem?

Sei que essa gente – deslumbrada com o poderzinho que tem e que gosta de se achar importante – apoiará a presidente e esquecerá todos os que combateram a ditadura (não é, Luiz Travassos?).

Somos mortais!

Nessas horas, a gente conhece as pessoas.

A tal comissão terá representantes dos militares, ou seja, daqueles que deveriam ser investigados.

Ela, a comissão para “inglês ver”, motivo de vergonha para o Brasil no mundo inteiro, investigará também crimes que porventura tenham ocorrido no período 1946-1988.

Como interpreta Safatle, um país que, na contramão do resto do mundo, tende a compreender exigências amplas de justiça como “revanchismo” não tem o direito de se indignar com a impunidade que se dissemina em vários setores da vida nacional.

“Aqueles que preferem nada saber sobre os crimes do passado, ainda estão intelectualmente associados ao espírito o que procuram esquecer.”

“O povo brasileiro tem o direito de saber, por exemplo, que os aparelhos de tortura e assassinato foram pagos com dinheiro de empresas privadas, empreiteiras e multinacionais que hoje gastam fortunas para falar de ética. Ele tem o direito de saber quem pagou e quanto.”

De uma verdadeira Comissão da Verdade (e não um simulacro de verdade), esperava-se que ela expusesse os crimes cometidos e “o vínculo incestuoso entre militares e empresariado.

Vínculo que “ajudaria a explicar o fato da ditadura militar ter sido um dos momentos de alta corrupção na história brasileira –basta lembrar casos como Capemi, Coroa Brastel, Lutfalla, Baugarten, Tucurui, Banco Econômico, Transamazônica, Ponte Rio-Niterói, Relatório Saraiva (não é, senhor Delfim Neto?), entre tantos outros.

“Quanta verdade o Brasil suporta?

JUDICIÁRIO

Como observou Fernando de Barros e Silva, não há o menor risco de uma figura influente ou endinheirada ser condenada por crime de corrupção pela justiça brasileira.

“O aparato legal do país opera de uma maneira seletiva e distorcida provê justiça de menos para o conjunto da sociedade, sobretudo para os mais pobres, e zela demais pela impunidade de quem está por cima da carne seca.”

Seria um Judiciário que afaga “descaradamente” (a expressão é do articulista) investigados que possuem poder político u econômico?

Sinceramente, foi essa sensação de impunidade, um dos motivos que me levou e vários colegas de geração, formados em Direito na Universidade Federal do Rio Grande do Sul –UFRGS –, em 1969, a desistirem desta profissão.

Podem rir! Foi por idealismo!

Felizmente, outros muito honrados (inclusive, vários familiares), continuaram tentando a melhorar o Judiciário nacional.

NOVAMENTE: A COMISSÃO

Serão 7 os integrantes da dita Comissão da Verdade.

“Dois anos para investigar as violências a direitos humanos desde o fim da ditadura de Getúlio parecem brincadeira, mas foi um artifício para restringir a atividade que é a razão de ser da comissão”, detectou Janio de Freitas.

O jornalista lembra que só para a procura dos assassinados do Araguaia criaram-se sucessivas missões e comissões no governo Lula, reduzidas à inutilidade por interferência militar.

Será por essa interferência (profundo medos militares) que a dita Comissão da Verdade – além de não poder punir, criada cheia de temores – não terá a dignidade para investigar o passado e investigar crimes futuros?

INFELICIDADE DO STF

A decisão do STF sobre a Lei da Anistia foi uma derrota daqueles que querem saber a verdade Como observam alguns juristas, não é possível afirmar que os servidores do regime de exceção cujo comportamento se destinava a manter o funcionamento desse mesmo regime, praticaram crimes políticos.

A Lei da Anistia trata de crimes conexos aos políticos.

Os delitos de tortura citados são conexos aos crimes políticos já definidos?

Não. O conceito de conexão entre crimes está previsto nas leis processuais brasileiras. Há conexão quando os crimes são praticados pelas mesmas pessoas, ou coma mesma finalidade, ou se os delitos são praticados no mesmo contexto de tempo e de lugar e a prova de um deles interfere na prova do outro.Nada disso ocorre com os delitos praticdos por agente da repressão, como observam Dalmo de Abreu Dallari, Perpaolo Cruz Bottini e Igor Mamasauskas.

“Os atos de tortura não ocorreram no momento do crime político, no calor do combate.

Foram ações sistemáticas, planejadas, regulares, realizadas sobre vítimas já detidas, sob a custódia dos agressores.”

Não se busca “revanche”, esse lugar-comum sempre adotado pela direita brasileira.

“Não se acredita que a incidência do direito penal terá o condão de reparar o sofrimentos das vítimas, seus familiares, amigos e de toda a comunidade que acompanhou tais atrocidades.

A Comissão– nos moldes em que foi gestada para não melindrar os militares– será uma vitória dos defensores da impunidade.

Radicalismo? Ser radical é buscar o real sentido – buscar a raiz.

Sectarismo é outra coisa.

“Da Comissão da Verdade não se exige mais do que uma comissão de verdade, que não se preste a farsas.”

Pessimismo meu? Quem conhece a nossa história ou que viveu a ditadura (na pele), só poderá repetir: Triste Brasil!

(Mantendo, gramscianamente, o pessimismo da inteligência e o otimismo da vontade.)

Quer dizer, nunca desistindo!

Como alguém já constatou, a solidão profunda do homem pós-moderno mergulha em uma perda de referência, já que o passado se espalha como pó ao vento.

“A consequência inelutável disso é o enfraquecimento da idéia de futuro”.

Hannah Arendt já havia constatado, ainda no meio do século XX, que o sinal mais expressivo da privatização do público é a perda do interesse pela imortalidade.

CONTRA O OLVIDO E PELA MEMÓRIA COMO ALERTA PERMANENTE!

(BRASÍLIA E SALVADOR, DE MAIO DE 2010 A NOVEMBRO DE 2011)


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