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Articulam Reencontro
de antigos funcionários
do jornal O Estado
de antigos funcionários
do jornal O Estado
Antigos funcionários do jornal O Estado, de Florianópolis-SC, a maioria jornalistas, se articulam para a realização de um grande Reencontro. Durante muitas décadas o maior e mais influente diário, tido por muitos como a maior escola de jornalista de Santa Catarina, o veículo acabou de maneira triste e melancólica. Mas deixou marcas e saudades por todos os que passaram por sua Redação, desde o tempo em que funcionou na rua Conselheiro Mafra com Padre Roma, depois na Felipe Schmidt e por último no bairro Saco Grande, mesmo local onde se realiza da Casa Cor.
A criação de um grupo no Facebook provocou a rápida adesão de dezenas de antigos funcionários do jornal, hoje espalhados por São Paulo, Rio de Janeiro e outros estados. O próximo encontro preparatório do “Reencontro” será no próximo dia 7 de abril. A seguir uma entrevista exclusiva com a jornalista Lena Obst, “cabeça” da iniciativa, onde fala do surgimento da idéia, as adesões e as motivações.
Como surgiu a idéia desse reencontro de jornalistas e outros funcionários que trabalham no jornal O Estado?
Na verdade a idéia de um reencontro dos profissionais que trabalharam no jornal O Estado é latente há bastante tempo. Todas as vezes que encontrei antigos colegas de redação ou que tinham contato com a redação, a gente expressou a vontade de reunir a turma, de tomar uma cerveja, de colocar o papo em dia, mas isto sempre ficava apenas na conversa. O diferente agora é que fizemos a coisa andar, ir para frente, acontecer.
O “gatilho” dessa movimentação foi o reencontro que tive com uma colega que atualmente está em Porto Alegre, a Márcia Camarano. Em conversas que tivemos no Facebook (FB), nestes primeiros meses de 2011, começamos uma verdadeira sessão “recordar é viver” e ela postou algumas fotos antigas de O Estado. A partir daí, a rede social do mundo virtual realmente exerceu suas funções de aproximar e de quebrar fronteiras. Lá em São Paulo, o colega Jorge Massarolo também viu as fotos, assim como o Bido (Alcebíades Muniz) as viu lá de Brasília. Quando percebemos, estávamos os quatro emocionados, falando do passado com muita saudade e carinho, falando da escola de jornalismo que tivemos no “mais antigo” e da vontade de rever as pessoas que fizeram parte de nossas histórias.
A conclusão era óbvia: precisávamos fazer alguma coisa. Como, entre os quatro, eu era a única que estava em Florianópolis, resolvi dar o primeiro passo. A partir de então, pode-se dizer que a ideia caminhou sozinha, reafirmando o sentimento de que há muito as pessoas queriam esse resgate.
Qual a motivação principal?
Sem dúvida alguma rever os amigos. Sei que agora muitas outras propostas e projetos estão caminhando paralelamente à organização do reencontro. Isso era inevitável, ao colocarmos um grupo de seres pensantes e comunicadores num mesmo lugar, num espaço de troca de informações. Certamente mais uma conquista nascida do resgate iniciado.
É importante destacar que a vontade de rever os colegas é independente das histórias pessoais e profissionais de cada um no jornal, dos problemas enfrentados com falta de pagamento, atrasos nos salários, falta de estrutura e tudo o mais. Todos lamentam a forma como foi encerrada a trajetória do jornal, mas todos reconhecem a importância que ele teve na vida de cada um.
Quem aderiu à iniciativa - qual o perfil?
A adesão foi surpreendente e rápida. Como eu tinha consciência de ser apenas um grão de areia na história do jornal, resolvi fazer contato com o Laudelino Sardá, por ser um profissional que acompanhou várias fases do “mais antigo” e porque, nos últimos anos, em todas as vezes que nos encontramos, falamos em como seria bom rever os jornalistas da época do jornal. Ele imediatamente adorou a proposta e me incentivou a apostar na ideia, prometendo ajudar no que fosso preciso e possível.
Depois disso, foi feito um encontro (dia 25 de fevereiro) onde estavam presentes eu, a Denise Christians, a Mylene Margarida, a Lúcia Lüchmann e a Mirela Vieira. Resolvemos fazer uma lista com os nomes dos colegas do jornal que lembrávamos e saímos de lá com cerca de 100 pessoas listadas. Depois, ampliamos um pouco mais o grupo e fizemos um segundo encontro (dia 10 de março), onde estavam presentes eu, a Mylene, a Mirela, o Hermínio Nunes, a Cláudia Sanz, o Ruy Baron, o Evandro Baron, o Vitor Louzado e a Débora Almada. A lista cresceu muito e chegamos a 300 colegas identificados.
Uma nova etapa de adesões veio através do facebook (FB). Criei o grupo do reencontro no FB às 6 horas da manhã de um domingo (dia 20 de março), com cerca de 40 pessoas que já tinha na lista de amigos na rede social. No final do mesmo dia já havia o dobro de pessoas se comunicando, enlouquecidas com a ideia e chamando outros a integrarem o grupo. Não dei conta de responder a todas as mensagens postadas e te confesso que cheguei a me assustar com a movimentação, com a empolgação das pessoas. Foi emocionante.
Atualmente, a página no FB anda sozinha, com novas pessoas entrando a cada dia. Não sei te dizer se há um perfil, pois temos colegas de todas as idades interagindo, gente de vários lugares do Brasil se conectando com a proposta, inclusive pessoas que já não trabalham mais no jornalismo, mas que fizeram bons amigos no O Estado. Portanto, se há algo unânime no grupo, é a vontade do reencontro mesmo.
Já existe algum formato do grande encontro?
A data já está definida: dia 28 de maio, no mês do aniversário do jornal, que era comemorado no dia 13 de maio. Decidimos isso no terceiro encontro realizado (dia 24 de março), no qual estavam presentes eu, Mário Medaglia, César Valente, Paulo Clóvis (PC), Flávio Sturdze, Celso Vicenzi, Denise Christians, Denise Lacerda, Rosane Porto, Mylene Margarida, Hermínio Nunes, Chico Faganello, Pedro Schmitt, Evandro Baron, Vitor Louzado, Lena Obst, Lúcia Py Lüchmann, Ivonei Fazzioni, Heloísa Dallanhol, Janine Koneski de Abreu e Bárbara Lino (estudante de jornalismo da UFSC que está fazendo TCC sobre o jornal).
Agora estamos buscando opções para o local, mas antes precisamos fazer o trabalho de localizar as pessoas que estão na lista, que já soma mais de 450 colegas. Também criamos comissões para fazer a coisa andar. Eu e a Mylene estamos na atualização da lista e na localização das pessoas. A Denise e a Rosane estão reunindo fotos e imagens para um audiovisual. O Celso Vicenzi está criando um anúncio-convite, em parceria com o Frank Maia, e o César Valente já topou ficar responsável pelas homenagens aos colegas que já faleceram. Outra decisão é que vamos nos reunir a cada 15 dias, para acompanhar a evolução dos trabalhos. Evidentemente, todos estão convidados a ajudar.
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