2.2.12

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M E D I T A N D O2

Por EMANUEL MEDEIROS VIEIRA

A maioria das pessoas lê pouco
(quando lê)
desinteressadamente
desengajadamente
apressadamente
(Sem emoção, como estivessem consultando um catálogo telefônico)
“Pulam páginas”, pois estão desabituadas do prazer de ler no “livro” –
Apenas passam os olhos na internet.
Passam os olhos em tudo.
Saudosismo? Pessimismo?
Retêm pouco do que “leram”
(telegraficamente, superficialmente).

E o “navio não afunda”.
Não?
(com seus BBs, com seus programas de auditório, com todos os dejetos internalizados na cabeça – o império da droga, o mal tão banalizado).
Falar mal do capitalismo?
É coisa de “dinossauro”.
Querem nos dizer que o mundo dos financistas é o melhor dos universos.
(Eu sei, não é um poema.)
“Escreva coisas boas” – me pedem.
Cristo foi meditar no deserto – sabia o que estava fazendo.
(Longe do insensato mundo.)
E deslumbradas, desfilam as modelos tão passageiras,
as celebridades vãs – e os sorridentes corruptos com ternos bem cortados e celulares da
última geração (e todas as engenhocas eletrônicas).

Alguém chamou nossa era de “naufrágio metafísico” ou “deserto permanente.”
A idiotia e a futilidade como modelos de vida.
(“Ele está amargo, pessimista”– querem que sejamos “otimistas” – como se tal anseio fosse critério literário.)
Morte soberana, alegria passageira.
Castro Alves me contempla na praça que leva o seu nome – o mar ao fundo.
Ah, meu pai!
Ah, minha mãe!
Hás há morangos na cesta, pássaro cantando, cheiro de grama molhada – a vida.

(Brasília, fevereiro de 2012)

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Fotos: Celso Martins (2.2.2012)

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Foto: Celso Martins

SOBRE A CORUJA

Por João Felipe O. W. Martins

Trata-se de uma coruja buraqueira (ver), muito comum em campos de futebol... daí vem a expressão onde a coruja dorme, pois ela repousa geralmente sobre a trave.

Geralmente é um animal tranquilo, porém se você chegar muito perto do ninho, pode ser atacado. Elas ficam muito agressivas. Colega de time passou ao lado do ninho e levou na cabeça um apertão com umas unhas bem afiadas.

Trata-se de uma exímia caçadora. Come de tudo, principalmente camundongos, ratos e insetos. Também pode comer pequenos pássaros e répteis.

A espécie sofre muito com a passagem de carros e motos sobre seus ninhos, que destroem a entrada e acabam sufocando filhotes e adultos sob a areia/terra. Por isso é importante conscientizar as pessoas a não passearem com bugs, carros e motos em região de praia, restinga e ao lado dos campos.

*João Felipe O. W. Martins ébiólogo e colabora
com o Sambaqui na Rede e o Portal Daqui na Rede.

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