21.1.10

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DÁ-LHE OLSEN!


Olá, camaradas, salve!

Tive alguns "probleminhas" com este "com puta dor"... De repente sumiu tudo da tela... levei tempo e consegui "recuperar" os e-mails a partir do dia 02 de dezembro...

Tenham paciência então, vou responder a todos, palavra de escoteiro, um a um nem que seja com apenas duas linhas...

Vou começar algo novo... Contarei tudo com o tempo... Do jeito que um dos meus "Gurus" fazia...

Sem as "peias" de um falso moralismo estimulado pelo vínculo com um jornal diário (do qual estou liberto agora) posso dizer o que bem entender de quem bem entender...

A música aí fala da vaidade... You're So Vain...

Faz sentido ou não, depende do usuário...

Vai:





Com o carinho de sempre, do poeta!

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DIÁRIO DA PROVYNCIA I

Por Olsen Jr.

Nunca escondi de ninguém as influências que tive no meu fazer jornalístico. Acredito que no livro “Confissões De Um Cínico”, elas estão escancaradas.

O editor, e também poeta, Joel Gehlen se deu ao trabalho de computar, diz a propósito da obra: “...Este é um livro radical, implacável, provocativo e vigilante, retrato inequívoco do cronista. Aliás, para um autor que confessa ter recebido todas as influências possíveis, de Gregório de Matos a Bocage; de Swift, Twain, Rabelais, Voltaire, passando por H.L. Mencken, Jorge Jean Nathan, William C. Fields, Ogden Nash, Bernard Shaw, Woody Allen e Art Buchwald até Paulo Francis, bem, não era de se esperar que oferecesse refresco”.

Mas não esqueço o Groucho Marx, Ambrose Bierce, Noël Coward, Aparício Torelly (o Barão de Itararé) de onde todo o humor brasileiro descende, Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto) e Millôr Fernandes, onde este termina e o outro começa.

Houve um tempo em que pensei que iria fazer humor.

O casamento entre o humor e a filosofia era algo a ser perseguido. Como disse o Bertrand Russel “O truque da filosofia é começar por algo tão simples que ninguém ache digno de nota e terminar por algo tão complexo que ninguém entenda”.

Ou, para simplificar, voz populi, perde-se o amigo, mas não a piada.

Estou repassando isso mentalmente enquanto me lembro da reunião de ontem. Foi na casa de um professor universitário de nossa gloriosa UFSC (aqui se pronuncia, em bom manezês, Uféiiisqui – Universidade Federal de Santa Catarina) e foi um convescote interessante. Uma tertúlia de indivíduos – ditos de esquerda – o que se depreendia pelo jargão nas conversas. Não fosse pelo fato de conhecê-los daqui e dali, diria estar em um museu. A palavra que mais ouvi foi “burguesia”, dita no sentido pejorativo de uma classe a ser extirpada do planeta. Curioso é que estávamos fazendo um churrasco onde se observava além do trivial, uma ovelhinha uruguaia, picanha, maminha, costela... E a uma profusão de bebidas, incluindo espumante argentino uma deferência minha, tequila mexicana, bondade do anfitrião, e uísque Jack Daniels e cervejinhas tantas, de outra classe, dita média (ou mérdea, como lembrava sempre o amigo escritor João Antônio) que de indigente não tinha nada.

Questão de nomenclatura. Filhos remediados da classe média fazendo pouco de suas próprias origens. Berço é destino.

Digo que está para nascer ainda um “comunista” que recuse um bom salário mensal, férias, décimo terceiro e décimo quarto, possibilidade de uma casa, carro na garagem e viagens por aí, ainda que pseudo-culturais porque no fundo (ou só na superfície mesmo) é o que todo mundo ambiciona... Mas para isso é necessário financiá-lo e dinheiro como se sabe é coisa de capitalista... Ninguém me contestou. O duro para alguns indivíduos é que “eles” sabem quando alguém lhes adivinha as segundas intenções antes que nos revelem as primeiras... É sempre alguém tentando derrubar alguém pela mesma razão e fins... A peça do Sartre “A Engrenagem” nunca esteve tão atual.

O cineasta Vittorio de Sica costumava dizer “Toda a indignação moral, na maioria dos casos, é 2% moral, 48% indignação e 50% inveja”.

Está aí o Paulo Francis me cutucando, diga a eles que “não há país democrata que não seja capitalista”... Mas era incrível o grau de intolerância no grupo com relação as diferenças, começando por preferências clubísticas, as mais populares delas e nem precisava chegar as “convicções” ideológicas, as mais pernósticas dentre elas...

Falando nisso, acredito que o papo só engrenou quando alguém me instigou em declinar como me “definia” ideologicamente... Well, afirmo, na década de 1970 tive de confessar em um interrogatório no 23º BI que era “marxista” e mesmo acrescentando que era da “tendência Groucho” (fazendo alusão a um dos irmãos Marx da conhecida família de humoristas norte-americanos) ainda assim pastei um bocado...

Hoje, sinceramente, gosto muito do Woody Allen...Risos.

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