3.7.11

.

Emanuel? Itamar!
Olsen? Gripe com arte!

*

Esperando o frio chegar

Os órgãos de previsão do tempo indicam muito frio nos próximos dois ou três dias. Neste momento (meio dia, 3.7) estamos com uma sensação térmica por volta de 7ºC, conforme o Ceptec-INPE. O Ciram-Epagri prevê temperaturas abaixo de 5ºC no litoral.

*
I T A M A R



Por Emanuel Medeiros Vieira


Para Marcelo Tadeu Vieira de Córdova – sobrinho, afilhado de Crisma
e sempre amigo, que se “encantou” em 28 de junho.



Não, quero monumentalizar a figura de Itamar Franco, falecido no sábado, 2 de julho.

Mas QUANDO A POLÍTICA NACIONAL PARECE UM VALHACOUTO DE PATIFES E DE CORRUPTOS, a morte de um homem de bem, que exerceu altos cargos com dignidade, gera um sentimento de orfandade.

Sem nostalgia: poucas vezes na história do país, percebemos a predominância de tanta gente má e indigna, que se serve da política e não serve ao país.

Sim, orfandade.

Não me interessam alguns falsos discursos ideológicos que, muitas vezes, são mecanismos compensatórios para aproveitadores.

Queremos homens de bem!

Queremos gente de caráter!

Sou deu uma geração que ainda acompanhou o trabalho de Ulysses Guimarães e de Tancredo Neves.

Fui amigo de Chico Pinto, de Luiz Travassos e – na Ilha –, de Adolfo Dias, de Roberto Motta, de Jarbas Benedet, de Alberto Albuquerque e de tantos outros homens honrados.

Vai-se Itamar, corajoso, decente e polêmico.

Quem fica?

No Senado?

José Sarney, Romero Jucá, Gim Argello, Ideli Salvatti (quando voltar) e outros exemplos de “devoção à causa pública”.

E citei poucos!

É de causar asco!

Lembro das palavras de Carlos Castãneda (para que o desânimo não se irradie): “SABEMOS QUE NADA PODE TEMPERAR TANTO O ESPÍRITO DE UM GUERREIRO QUANTO O DESAFIO DE LIDAR COM PESSOAS INTOLERÁVEIS EM POSIÇÕES DE MANDO.”

(Salvador, julho de 2011)

*

GRIPE COM ARTE

Ilustração: Uelinton Silva

Por Olsen Jr.

Um dia você acorda gripado. Sabia por determinados sintomas que a virose estava instalando-se, mas não tomou providência nenhuma e aconteceu. Aí, duas atitudes sensatas, a primeira é a de ficar em casa para não disseminar ainda mais o vírus evitando contaminar outras pessoas e a segunda, se a doença tem um ciclo, o melhor é tirar proveito do que for possível sem maldizer o que poderia ter sido feito e não foi.
Cabeça pesada, abulia e uma coriza impertinente embotando qualquer iniciativa para o trabalho, então, tome um banho, o velho Vick VapoRub (mentol, cânfora e óleo de eucalipto) para desobstruir as narinas e vá dormir.
Desperto algumas horas depois com fome. Chove lá fora e está frio. Não há indícios de que a situação vá se alterar. Você sabe que está sozinho e uma eventual mortificação não muda nada, então, mãos à obra. Um incenso indiano lá na sala pode melhorar o astral; jazz e blues para elevar o espírito e claro vamos preparar algo para o poeta.
Lembrei da dobradinha do Bar do Paulinho, para uma emergência como esta... Fui coligindo os ingredientes, um tomate médio sem pele e sem sementes, meia cebola, duas cabeças de alho (quase 20 dentes), oliva, manteiga, loro, tinha quase uma xícara de arroz branco (substituiria o pão) e fui dispondo tudo...
Refogo um pouco de alho, cebola e o tomate no azeite, mais uma colher de manteiga, adiciono cheiro verde que tenho sempre (ainda que congelados) um pouco de água quente, deixo no fogo até obter um molho consistente onde ponho a porção da dobradinha que irá descongelar em fogo brando...
Em outra panela, refogo o restante do alho, frito o arroz junto (receita da Dna. Nica), adiciono água quente, um pouco de sal e deixo cozer em fogo baixo.
Com uma colher de pau vou mexendo a dobradinha até se misturar com o molho. Adiciono um vidro de feijão branco da Hemmer e jogo três folhinhas de loro devidamente maceradas que farão a diferença. Antes de servir, um fio de azeite (receita dela), pimenta do mestre Fedoca e dispenso o ovo cozido picado da decoração final...
Descubro uma garrafa remanescente de vinho do Porto, um Messias de uva Tawny... Sei que deveria tomar um ou dois cálices após a refeição, mas quem sobreviveu a um naufrágio não precisa mais racionar a água... Também não esqueci a sobremesa, uma lata de leite condensado fervido em banho-maria (duas horas e meia), receita da Dna. Nica fazendo o melhor doce de leite do mundo...
Lembro naquele neste dia deveríamos celebrar os 13 anos do nosso grupo de estudos, pessoas que se reúnem quando dá, para falar de arte, música, cinema, literatura e que não tem outro compromisso a não ser com este diletantismo. Sem cobranças é o lema, e tem dado certo afinal, quando se quer se pode, então aqui, longe da turma, proponho um brinde a Ela!


*

C E N A S
INVERNAIS

Fotos: Celso Martins
















*

Crônica casual
Praia Comprida/Caminho dos Açores


Nenhum comentário: