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Amílcar Neves, Emanuel Medeiros Vieira, Olsen Jr., Olsen Jr., Amilcar Neves, Emanuel Medeiros Vieira, Emanuel Medeiros Vieira, Olsen Jr., Amílcar Neves Amílcar Neves, Emanuel Medeiros Vieira, Olsen Jr., Olsen Jr., Amilcar Neves, Emanuel Medeiros Vieira, Emanuel Medeiros Vieira, Olsen Jr., Amílcar Neves
Cruz lateral da igreja de Nossa Senhora das Necessidades e
Santo Antônio. Santo Antônio de Lisboa. Foto: Celso Martins
Santo Antônio. Santo Antônio de Lisboa. Foto: Celso Martins
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Santa Maria Magdalena, Serv
Por Amílcar Neves*
Por Amílcar Neves*
O assinante de jornais Joaquim Maria dos Reis Alves mora nas cercanias da Universidade Federal, em um bairro que pode ser a Trindade, o Pantanal, o Cór'go Grande, a Carvoeira ou a Serrinha. Sabe-se, no entanto, que sua casa fica na Servidão Santa Maria Magdalena do Cordeiro Santíssimo de Deus, Serva Humilíssima de Jesus. O nome é muito grande para as placas de rua, tanto quanto o foi na época em que as pessoas mandavam cartas pelo Correio: nunca houve envelope que suportasse tal tamanho, que abrigasse tamanho comprimento de nome.
Necessitou-se, assim, abreviar o nome da ilustre homenageada, o que desencadeou uma furiosa polêmica entre a vizinhança, circunstância que acarretou inimizades perpétuas e leais: Magdalena Cordeiro de Jesus, por exemplo, foi denominação execrada por Omero Luíz Anjos Santo, decano dos professores de Português das primeiras séries colegiais e morador do local: "Há de ser, então, Madalena Ovelha, em respeito ao idioma pátrio!", respeito que ele não perdoa ao pai ter faltado quando foi registrá-lo em cartório.
O único assunto que sempre foi unanimidade entre os moradores a partir do sexto mês da sua inauguração é a permanência da casa de swing no final da ruela, já na subida do morro, fazendo fundos com uma reserva silvícola permanente tal como instituído pelos edis da Capital em sessão marcada por grande euforia tanto do povo quanto dos seus representantes - esta talvez até maior do que aquela, o que causou profunda espécie.
A explicação para o fenômeno chegou tempos depois, quando confirmou-se o que todos ali já sabiam: às vezes na sexta-feira noite alta, às vezes no sábado, quando o jornal do dia seguinte já está na rua, reúnem-se ali, naquela casa no fim do caminho, políticos municipais, estaduais e até federais para decidirem, nas salas mais ou menos reservadas ou nos salões de atividades grupais, sobre os assuntos de maior interesse da população. Com a reserva florestal aos fundos da casa, preserva-se de vizinhos inconvenientes o sigilo das altas deliberações republicanas ali tomadas e que somente começarão a ser divulgadas na segunda-feira, quando já serão assunto antigo e superado na pauta da avidez por escândalos de parte do respeitável público.
Dona Therezinha Cardozo Gonçalvez, conhecida nas redondezas como Dona Zezezé, é uma entusiasta da casa no fim da servidão: "Uma bênção, criatura! Segurança total aqui. Qualquer cristão pode deixar a porta da casa aberta com dinheiro vivo solto em cima da mesa que ninguém ousa bulir nele! Pois hão de querer qualquer confusão ou contratempo tanto os donos do parque de diversões quanto os seus ilustres fregueses?" Feito porta-voz, ela fala o que toda a vizinhança pensa e sente.
O que muito incomoda o assinante Joaquim Maria dos Reis Alves tem a ver justamente com isso. Aos sábados, ao retornar da sua caminhada diária com a bicicleta (uma ofensa sofrida pelo nervo da perna direita impede-o de pedalar, mas não de andar), ele passa com as rodas do veículo por cima do jornal de domingo caso ninguém o tenha recolhido e só aceita lê-lo, como faz toda manhã, ao alvorecer do dia seguinte. E então reclama que as notícias da véspera, as deliberações da honorável casa ali adiante e que todo o mundo já conhece de ouvir falar (ou de ter presenciado), não são confirmadas pela edição dominical da folha local.
À tarde, cada domingo, ele senta e, em letras cultivadas por aulas de caligrafia, escreve sua carta de protesto para o jornal.
Necessitou-se, assim, abreviar o nome da ilustre homenageada, o que desencadeou uma furiosa polêmica entre a vizinhança, circunstância que acarretou inimizades perpétuas e leais: Magdalena Cordeiro de Jesus, por exemplo, foi denominação execrada por Omero Luíz Anjos Santo, decano dos professores de Português das primeiras séries colegiais e morador do local: "Há de ser, então, Madalena Ovelha, em respeito ao idioma pátrio!", respeito que ele não perdoa ao pai ter faltado quando foi registrá-lo em cartório.
O único assunto que sempre foi unanimidade entre os moradores a partir do sexto mês da sua inauguração é a permanência da casa de swing no final da ruela, já na subida do morro, fazendo fundos com uma reserva silvícola permanente tal como instituído pelos edis da Capital em sessão marcada por grande euforia tanto do povo quanto dos seus representantes - esta talvez até maior do que aquela, o que causou profunda espécie.
A explicação para o fenômeno chegou tempos depois, quando confirmou-se o que todos ali já sabiam: às vezes na sexta-feira noite alta, às vezes no sábado, quando o jornal do dia seguinte já está na rua, reúnem-se ali, naquela casa no fim do caminho, políticos municipais, estaduais e até federais para decidirem, nas salas mais ou menos reservadas ou nos salões de atividades grupais, sobre os assuntos de maior interesse da população. Com a reserva florestal aos fundos da casa, preserva-se de vizinhos inconvenientes o sigilo das altas deliberações republicanas ali tomadas e que somente começarão a ser divulgadas na segunda-feira, quando já serão assunto antigo e superado na pauta da avidez por escândalos de parte do respeitável público.
Dona Therezinha Cardozo Gonçalvez, conhecida nas redondezas como Dona Zezezé, é uma entusiasta da casa no fim da servidão: "Uma bênção, criatura! Segurança total aqui. Qualquer cristão pode deixar a porta da casa aberta com dinheiro vivo solto em cima da mesa que ninguém ousa bulir nele! Pois hão de querer qualquer confusão ou contratempo tanto os donos do parque de diversões quanto os seus ilustres fregueses?" Feito porta-voz, ela fala o que toda a vizinhança pensa e sente.
O que muito incomoda o assinante Joaquim Maria dos Reis Alves tem a ver justamente com isso. Aos sábados, ao retornar da sua caminhada diária com a bicicleta (uma ofensa sofrida pelo nervo da perna direita impede-o de pedalar, mas não de andar), ele passa com as rodas do veículo por cima do jornal de domingo caso ninguém o tenha recolhido e só aceita lê-lo, como faz toda manhã, ao alvorecer do dia seguinte. E então reclama que as notícias da véspera, as deliberações da honorável casa ali adiante e que todo o mundo já conhece de ouvir falar (ou de ter presenciado), não são confirmadas pela edição dominical da folha local.
À tarde, cada domingo, ele senta e, em letras cultivadas por aulas de caligrafia, escreve sua carta de protesto para o jornal.
*Amilcar Neves é escritor com oito livros de ficção publicados. A partir de 1.7.2011, é candidato à Cadeira nº 32 da Academia Catarinense de Letras. Crônica publicada na edição de hoje (27.7) do jornal Diário Catarinense (Florianópolis-SC). Reprodução autorizada pelo autor.
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O ano de 1918 em Petrogrado. 1920.
Por Petróv-Vodkin (1878-1939).
Editorial de Artes Aurora. Leningrado (URSS), 1985.
Reproduções: Celso Martins
Por Petróv-Vodkin (1878-1939).
Editorial de Artes Aurora. Leningrado (URSS), 1985.
Reproduções: Celso Martins
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A CIGARRA E A FORMIGA,
R E V I S I T A D A S
Por Olsen Jr.
A CIGARRA E A FORMIGA,
R E V I S I T A D A S
Por Olsen Jr.
Depois que se aprendeu a administrar impulsos, controlar emoções, absorver indelicadezas sem revidar, ser paciente com o aprendizado dos outros, tolerante com as deficiências ao redor e com as próprias, em suma, aceitar os seres vivos como eles foram feitos e como se formaram... Então começamos a tirar o melhor que a vida oferece porque isso é sabedoria, a súmula de uma existência.
Penso nisso enquanto ouço várias estultices vindas da mesa próxima. Percebo tudo como parte da vida... Por que “eles” deveriam estar conversando sobre o que eu gostaria de ouvir? E quem sugere que este meu silêncio também não pode estar causando constrangimento na mesa em que estão?
Estava me sentindo como a cigarra, duvidando da própria arte... Na fábula “A cigarra e a formiga”, em sua versão clássica.
Durante o ano, enquanto a formiga trabalhava, a cigarra cantava. Quando chegou o inverno, a cigarra foi pedir auxílio para a formiga. Esta indagou “o que você fez o tempo todo?”... “Eu cantei” responde a cigarra... “Então - responde a formiga – Pois agora, dance!”...
Aquela era a concepção obtusa do que deve ser o trabalho. A arte que não possui um sentido prático imediato nunca é considerada na visão mundana e faz o artista duvidar do “seu fazer” ou de que alguém prescinda de sua arte.
Mas o escritor Monteiro Lobato criou uma versão moderna para a mesma fábula.
Enquanto passavam a primavera, verão e outono a cigarra cantava e a formiga trabalhava como sempre. Quando chegou a estação do frio e do recolhimento, a cigarra foi pedir ajuda para a formiga. Esta indagou “o que você fez durante o ano?” e a formiga respondeu “Eu cantei o tempo todo”... E a formiga mostrando reconhecimento diz “então era você que nos alegrava durante o trabalho, que amenizava com o seu canto a dureza do dia-a-dia... Olha só, não acredito, tens toda a nossa admiração e carinho, pode entrar que vamos abrigá-la”...
Na condição de escritor nestes “Tristes Trópicos”, como diria Claude Lévi-Strauss, tinha passado boa parte da vida abraçando causas coletivas, os interesses sociais sempre em detrimento do universo particular do indivíduo, o bem estar do grupo e não de uma unidade de sua composição...
Os verões, as primaveras, os outonos e agora chega à vez dos invernos... E é este Ser que avança pelas ruas desertas das cidades vazias buscando um laivo de reconhecimento, de uma voz que o conforte, mesmo vinda das profundas entranhas do anonimato, basta apenas que num sussurro breve, mas honesto, diga com clareza: seja bem vindo em nosso meio, meu caro, porque você é um escritor, e um escritor sempre fará com que este nosso mundo seja melhor!
Penso nisso enquanto ouço várias estultices vindas da mesa próxima. Percebo tudo como parte da vida... Por que “eles” deveriam estar conversando sobre o que eu gostaria de ouvir? E quem sugere que este meu silêncio também não pode estar causando constrangimento na mesa em que estão?
Estava me sentindo como a cigarra, duvidando da própria arte... Na fábula “A cigarra e a formiga”, em sua versão clássica.
Durante o ano, enquanto a formiga trabalhava, a cigarra cantava. Quando chegou o inverno, a cigarra foi pedir auxílio para a formiga. Esta indagou “o que você fez o tempo todo?”... “Eu cantei” responde a cigarra... “Então - responde a formiga – Pois agora, dance!”...
Aquela era a concepção obtusa do que deve ser o trabalho. A arte que não possui um sentido prático imediato nunca é considerada na visão mundana e faz o artista duvidar do “seu fazer” ou de que alguém prescinda de sua arte.
Mas o escritor Monteiro Lobato criou uma versão moderna para a mesma fábula.
Enquanto passavam a primavera, verão e outono a cigarra cantava e a formiga trabalhava como sempre. Quando chegou a estação do frio e do recolhimento, a cigarra foi pedir ajuda para a formiga. Esta indagou “o que você fez durante o ano?” e a formiga respondeu “Eu cantei o tempo todo”... E a formiga mostrando reconhecimento diz “então era você que nos alegrava durante o trabalho, que amenizava com o seu canto a dureza do dia-a-dia... Olha só, não acredito, tens toda a nossa admiração e carinho, pode entrar que vamos abrigá-la”...
Na condição de escritor nestes “Tristes Trópicos”, como diria Claude Lévi-Strauss, tinha passado boa parte da vida abraçando causas coletivas, os interesses sociais sempre em detrimento do universo particular do indivíduo, o bem estar do grupo e não de uma unidade de sua composição...
Os verões, as primaveras, os outonos e agora chega à vez dos invernos... E é este Ser que avança pelas ruas desertas das cidades vazias buscando um laivo de reconhecimento, de uma voz que o conforte, mesmo vinda das profundas entranhas do anonimato, basta apenas que num sussurro breve, mas honesto, diga com clareza: seja bem vindo em nosso meio, meu caro, porque você é um escritor, e um escritor sempre fará com que este nosso mundo seja melhor!
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A Operária. 1925. Kuzma Petróv-Vodkin (1878-1939).
Editorial de Artes Aurora. Leningrado (URSS), 1985.
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“Corrompemos o ar,/devastamos as matas,/envenenamos a corrente dos rios./E agora o que
Esperamos?/Nos campos brumosos, o silvo da perdiz/é um duro lamento repetido./A lebre,
diante do cano da escopeta,/Somente pôde olhar com piedade o caçador.” (César Cantoni)
A principal obra do PAC na Bahia, com investimento previsto de R$4,2 bilhões, a Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol) teve sua construção embargada pelo Ibama.
Como lembra a jornalista Patrícia França, a justificativa do órgão é de que a Valec Engenharia, a estatal do Ministério dos Transportes, responsável pela execução do projeto, não cumpriu as condicionantes ambientais de instalação da obra.
A estatal Valec é uma das investigadas no esquema de corrupção do PR (Partido da República) no ministério dos Transportes.
(O sentido das palavras foi completamente corrompido.
Esse partido (?) fisiológico, afetado por tantas denúncias de corrupção – quem sabe, uma ratoeira para lesar o contribuinte brasileiro –, tem o nome de Partido da República...
Nada mais anti-republicano que ele...)
O presidente da Valec, José Francisco das Neves, foi demitido no início do mês.
O embargo do Ibama atinge os quatro primeiros lotes da ferrovia, localizados entre Caetité e Ilhéus, num total de 537quilômetros.
Teoricamente, o referido trecho beneficiaria a indústria de extração de minério de Caetité.
O segundo trecho, ligando Caetité a Barreiras, somando 485 Km, permitiria o escoamento da produção agrícola do Oeste baiano.
O terceiro, ligaria Barreiras a Figueirópolis (em Tocantins), onde ocorreria a integração dom a ferrovia Norte-Sul.
O Ibama listou 20 condicionantes ambientais específicos.
Entre eles, o levantamento das áreas rurais potencialmente interferidas pela ferrovia, intervenção em cursos d’água, impacto sobre a fauna e invertebrados, utilização de dormentes apenas de madeira oriundas de reflorestamento, projetos de reassentamento e indenizações à indígenas e quilombolas.
Editorial de Artes Aurora. Leningrado (URSS), 1985.
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NOVAS CARTAS BAIANAS
FERROVIA TEM CONSTRUÇÃO
EMBARGADA PELO IBAMA
Por Emanuel Medeiros Vieira
FERROVIA TEM CONSTRUÇÃO
EMBARGADA PELO IBAMA
Por Emanuel Medeiros Vieira
“Corrompemos o ar,/devastamos as matas,/envenenamos a corrente dos rios./E agora o que
Esperamos?/Nos campos brumosos, o silvo da perdiz/é um duro lamento repetido./A lebre,
diante do cano da escopeta,/Somente pôde olhar com piedade o caçador.” (César Cantoni)
A principal obra do PAC na Bahia, com investimento previsto de R$4,2 bilhões, a Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol) teve sua construção embargada pelo Ibama.
Como lembra a jornalista Patrícia França, a justificativa do órgão é de que a Valec Engenharia, a estatal do Ministério dos Transportes, responsável pela execução do projeto, não cumpriu as condicionantes ambientais de instalação da obra.
A estatal Valec é uma das investigadas no esquema de corrupção do PR (Partido da República) no ministério dos Transportes.
(O sentido das palavras foi completamente corrompido.
Esse partido (?) fisiológico, afetado por tantas denúncias de corrupção – quem sabe, uma ratoeira para lesar o contribuinte brasileiro –, tem o nome de Partido da República...
Nada mais anti-republicano que ele...)
O presidente da Valec, José Francisco das Neves, foi demitido no início do mês.
O embargo do Ibama atinge os quatro primeiros lotes da ferrovia, localizados entre Caetité e Ilhéus, num total de 537quilômetros.
Teoricamente, o referido trecho beneficiaria a indústria de extração de minério de Caetité.
O segundo trecho, ligando Caetité a Barreiras, somando 485 Km, permitiria o escoamento da produção agrícola do Oeste baiano.
O terceiro, ligaria Barreiras a Figueirópolis (em Tocantins), onde ocorreria a integração dom a ferrovia Norte-Sul.
O Ibama listou 20 condicionantes ambientais específicos.
Entre eles, o levantamento das áreas rurais potencialmente interferidas pela ferrovia, intervenção em cursos d’água, impacto sobre a fauna e invertebrados, utilização de dormentes apenas de madeira oriundas de reflorestamento, projetos de reassentamento e indenizações à indígenas e quilombolas.
(Salvador, julho de 2011)
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Mulheres nos arredores de Moscou. Konstantin Iuon (1875-1958).
Editorial de Artes Aurora. Leningrado (URSS), 1985.
Editorial de Artes Aurora. Leningrado (URSS), 1985.
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C L E P T O C R A C I A
Por Emanuel Medeiros Vieira
C L E P T O C R A C I A
Por Emanuel Medeiros Vieira
“Dnit pagou, Pagot
Dnit fraudou, fraudou.
Lá dentro do esquema
Todo mundo se arrumou
MT, MT, MT
Por que todo mundo olha tanto pra você?”
(É a marchinha do Dnit – espécie de paródia com a crise no Ministério dos Transportes)
Segundo Caldas Aulete, cleptomania é a tendência irresistível para o roubo.
Mas no Brasil, a doença maior é a da impunidade.
Governabilidade não é licenciosidade.
Mensalões, operações policiais, corruptos e corruptores, fichas-sujas, leniência, apodrecimentos completo dos valores republicanos.
Não é moralismo: mas em 66 anos de vida, talvez nunca tenha visto essa complacência com o mal e com a impunidade.
Essa apropriação do público pelo privado já havia sido detectada – com densidade e brilhantismo – por Raymundo Faoro na sua obra “Os Donos do Poder”.
Mas estamos chegando a níveis impressionantes e inimagináveis
Tal impunidade, gera nas pessoas de bem um sentimento de nojo e de impotência.
Por isso o correspondente do jornal “El País” no Brasil, ficou estarrecido com a ausência de mobilização da nossa gente contra a corrupção.
Não éramos assim.
Estamos nos transformando numa gente desfibrada?
NOVAS CARTAS BAIANAS: CONSTRUTORA DEMITE 5 MIL TRABALHADORES
A empresa baiana de construção civil R. Carvalho, demitiu essa semana 5 mil trabalhadores – 4,2 mil só na cidade de Feira de Santana.
Enquanto isso, o gerente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Reis, se recusou a falar com os jornalistas. E deveria fazê-lo.
Entre as obras paradas, está a construção de moradias pelo programa federal “Minha Casa, Minha Vida”.
Dnit fraudou, fraudou.
Lá dentro do esquema
Todo mundo se arrumou
MT, MT, MT
Por que todo mundo olha tanto pra você?”
(É a marchinha do Dnit – espécie de paródia com a crise no Ministério dos Transportes)
Segundo Caldas Aulete, cleptomania é a tendência irresistível para o roubo.
Mas no Brasil, a doença maior é a da impunidade.
Governabilidade não é licenciosidade.
Mensalões, operações policiais, corruptos e corruptores, fichas-sujas, leniência, apodrecimentos completo dos valores republicanos.
Não é moralismo: mas em 66 anos de vida, talvez nunca tenha visto essa complacência com o mal e com a impunidade.
Essa apropriação do público pelo privado já havia sido detectada – com densidade e brilhantismo – por Raymundo Faoro na sua obra “Os Donos do Poder”.
Mas estamos chegando a níveis impressionantes e inimagináveis
Tal impunidade, gera nas pessoas de bem um sentimento de nojo e de impotência.
Por isso o correspondente do jornal “El País” no Brasil, ficou estarrecido com a ausência de mobilização da nossa gente contra a corrupção.
Não éramos assim.
Estamos nos transformando numa gente desfibrada?
NOVAS CARTAS BAIANAS: CONSTRUTORA DEMITE 5 MIL TRABALHADORES
A empresa baiana de construção civil R. Carvalho, demitiu essa semana 5 mil trabalhadores – 4,2 mil só na cidade de Feira de Santana.
Enquanto isso, o gerente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Reis, se recusou a falar com os jornalistas. E deveria fazê-lo.
Entre as obras paradas, está a construção de moradias pelo programa federal “Minha Casa, Minha Vida”.
(Salvador, julho de 2011)
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