19.2.10

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A SAÚDE DE VERZOLA

ILHA PERDIDA
Laudelino Sardá

Engenho de Dentro na
lente de Ben Kraijnbrink


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ALÉSIO VERZOLA
CONTINUA NA UTI


O ex-preso político catarinense Alésio Verzola, servidor aposentado da Casan e morador de Sambaqui, continua internado em estado grave na UTI do Hospital de Caridade (Florianópolis-SC).

Ele é mantido amarrado ao leito, pois tentou retirar os instrumentos de respiração artificial e outros, num dos poucos momentos de lucidez. Devido a essa situação, Alécio revive os momentos da prisão e das torturas de 1975, durante a Operação Barriga Verde, murmurando para ser solto, que não tem nada a revelar.

Seus companheiros apelam aos amigos para que o visitem, pois isso pode contribuir com sua saúde: ao ver pessoas conhecidas e familiares, ele pode compreender que está internado em um hospital e não na prisão. Alésio pode ser visitado todos os dias das 14h30 às 15h30. Edson Puente (Ed), um dos que o visitou, relata: "Quando apertei sua mão ele reagiu, a pressão melhorou. Ele não pode falar mas acho que me reconheceu. É importante que as pessoas façam a mesma coisa, pois isso ajuda".

Os familiares de Verzola também precisam de apoio nesse momento difícil. Alésio sempre foi muito querido pela mãe, dona Maria, e os irmãos e irmãs, além dos vizinhos no Morro do Céu.

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Verzola nas filmagens de "Audácia"

Fotos: Velho Bruxo

Filmado por Marco Nascimento (Canto do Moreira, Ratones, Florianópolis).

Alésio dá entrevista Franciso Pereira (Filho).

Nas dunas da Lagoa da Conceição/Joaquina.

No CIC, durante a primeira projeção de "Audácia".

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ILHA PERDIDA

Por Laudelino José Sardá*

Santa Catarina viveu o boom do desenvolvimento a partir do final dos anos 1950 com a visão sistêmica de Alcides Abreu. A criação das microrregiões despertou o potencial de cada cidade, com suas particularidades e unidade étnica decorrentes de um processo imigratório organizado. O Estado teve a felicidade de receber europeus produtivos, dispostos a construir vidas novas. Por isso, somos um arquipélago, com várias ilhas culturais e altamente produtivas, apesar de termos perdido, a partir dos anos 1980, a noção de planejamento integrado. Infelizmente, Florianópolis é um dos patinhos feios neste arquipélago, em função, principalmente, dos seus péssimos gestores, preocupados em construir viadutos, promover eventos caros e supervalorizados, ignorando a necessidade de saber o que é preciso fazer para organizar a cidade e permitir que o seu crescimento respeite os limites da qualidade de vida e do meio ambiente. A microrregião da Grande Florianópolis é um modelo de desintegração.

A procuradora da República Ana Lúcia Hartmann tem sido acusada de impedir o crescimento da cidade. Acredito que, se não fosse a coerência dessa funcionária, a Ilha estaria devastada de vez, porque os que alegam estar criando emprego e progresso não enxergam o binômio crescimento e meio ambiente. Predomina o egocentrismo, achando que a Ilha não precisa de limites para se desenvolver. Enquanto não se pensar a Ilha do geral para o particular, criando leis severas e controle rígido do crescimento, continuaremos sob o signo da destruição. Humanizar a cidade exige organização, desde as mais simples medidas, de sinalizar bem as ruas, por exemplo, à autorização para a localização de escola, supermercados, boates, prédios, etc. Primeiramente, é preciso definir o que queremos para a Ilha. A nossa cidade perdeu a sua naturalidade em nome de poucas pessoas que a embalam como se ela fosse a sua possessão ou abastança.

*Jornalista e professor

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Desfile do Engenho de Dentro

Wictor Dutra (Vitinho), dirigente do Engenho de Dentro.

Fotos de Ben Kraijnbrink
Confira

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