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Engenhos do distrito abrem
Engenhos do distrito abrem
as portas no final de semana
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OUTONO, poema de
Emanuel Medeiros Vieira
Emanuel Medeiros Vieira
Três dos cinco engenhos do distrito de Santo Antônio de Lisboa vão estar em atividade neste final de semana, produzindo farinha de mandioca e alguns derivados como o biju. Todos os engenhos vão funcionar no sábado (23.7), mas o ponto alto será no domingo (24.7), durante todo o dia.
É a oportunidade para se conhecer ou matar as saudades do processo de produção da farinha, desde a colheita e transporte da mandioca até o engenho, onde será cevada (ralada), obtendo-se uma massa branca. Essa massa é submetida a pressão para retirar o excesso de umidade, ficando pronta para ser forneada e transformada em farinha ou usada como matéria-prima da cacuanga, biju e rosca.
A iniciativa integra o Circuito Cultural do Distrito de Santo Antônio de Lisboa “De Coração Aberto” promovido pelas entidades comunitárias da região com o apoio da Prefeitura Municipal.
Vão abrir as portas para produção e visitação os engenhos de Cláudio Andrade, na Praia Comprida/Caminho dos Açores, com a participação de Beto Andrade, e os de Djalma Dias (Barreira, Santo Antônio) e Amauri dos Santos (Barra do Sambaqui). (O desenho acima é de Jandira Lorenz).
Encontro
No domingo (24.7), às 10 horas, acontece o 1º Encontro de Engenhos da Região de Florianópolis, reunindo produtores tradicionais em atividade e coordenadores de engenhos com nova configuração (cultural). Após o encontro os participantes do encontro sairão em visita aos demais engenhos em funcionamento – os de Amauri dos Santos (Barra do Sambaqui) e Djalma Teodoro Dias (Barreira/Santo Antônio).
Engenho dos Andrade
Praia Comprida/Caminho dos Açores, nº 1180.
Edificação de 1860. Pertence à família de Agenor de Andrade (falecido). Última farinhada tradicional: 1987. Desde 1998 abriga a Divina Farinhada, abrindo a Festa do Divino Espírito Santo (setembro). O conjunto casa e engenho foi tombado como patrimônio histórico-cultural pelo Município em 1995 (a pedido da família), e pelo Estado em 2000. Tramita no Iphan o tombamento federal.
Engenho de Djalma Teodoro Dias
Fica na rua Teodoro Manoel Dias, localidade da Barreira (Santo Antônio de Lisboa), junto ao trevo de acesso ao distrito na SC-401. No local havia um engenho tocado pela família Damasceno que se deteriorou com o tempo. Foi adquirido de Durval Pires da Cunha que não durou muito tempo. O engenho atual foi montado por Djalma, abrigado por construção de alvenaria (tijolo a vista) em 2001.
Engenho de Amauri dos Santos
Rodovia Isid Dutra (estrada geral da Barra do Sambaqui), nº 1.245. Erguido por volta de 2001. Anteriormente a família usava o engenho de Aurino dos Santos (irmão de Amauri), localizado um pouco após a Capela da Santa Cruz e São Sebastião. Depois que o engenho de Aurino foi vendido Amauri montou o seu. Seu funcionamento integra a programação anual da Festa da Santa Cruz da Barra do Sambaqui.
É a oportunidade para se conhecer ou matar as saudades do processo de produção da farinha, desde a colheita e transporte da mandioca até o engenho, onde será cevada (ralada), obtendo-se uma massa branca. Essa massa é submetida a pressão para retirar o excesso de umidade, ficando pronta para ser forneada e transformada em farinha ou usada como matéria-prima da cacuanga, biju e rosca.
A iniciativa integra o Circuito Cultural do Distrito de Santo Antônio de Lisboa “De Coração Aberto” promovido pelas entidades comunitárias da região com o apoio da Prefeitura Municipal.
Vão abrir as portas para produção e visitação os engenhos de Cláudio Andrade, na Praia Comprida/Caminho dos Açores, com a participação de Beto Andrade, e os de Djalma Dias (Barreira, Santo Antônio) e Amauri dos Santos (Barra do Sambaqui). (O desenho acima é de Jandira Lorenz).
Encontro
No domingo (24.7), às 10 horas, acontece o 1º Encontro de Engenhos da Região de Florianópolis, reunindo produtores tradicionais em atividade e coordenadores de engenhos com nova configuração (cultural). Após o encontro os participantes do encontro sairão em visita aos demais engenhos em funcionamento – os de Amauri dos Santos (Barra do Sambaqui) e Djalma Teodoro Dias (Barreira/Santo Antônio).
Engenho dos Andrade
Praia Comprida/Caminho dos Açores, nº 1180.
Edificação de 1860. Pertence à família de Agenor de Andrade (falecido). Última farinhada tradicional: 1987. Desde 1998 abriga a Divina Farinhada, abrindo a Festa do Divino Espírito Santo (setembro). O conjunto casa e engenho foi tombado como patrimônio histórico-cultural pelo Município em 1995 (a pedido da família), e pelo Estado em 2000. Tramita no Iphan o tombamento federal.
Engenho de Djalma Teodoro Dias
Fica na rua Teodoro Manoel Dias, localidade da Barreira (Santo Antônio de Lisboa), junto ao trevo de acesso ao distrito na SC-401. No local havia um engenho tocado pela família Damasceno que se deteriorou com o tempo. Foi adquirido de Durval Pires da Cunha que não durou muito tempo. O engenho atual foi montado por Djalma, abrigado por construção de alvenaria (tijolo a vista) em 2001.
Engenho de Amauri dos Santos
Rodovia Isid Dutra (estrada geral da Barra do Sambaqui), nº 1.245. Erguido por volta de 2001. Anteriormente a família usava o engenho de Aurino dos Santos (irmão de Amauri), localizado um pouco após a Capela da Santa Cruz e São Sebastião. Depois que o engenho de Aurino foi vendido Amauri montou o seu. Seu funcionamento integra a programação anual da Festa da Santa Cruz da Barra do Sambaqui.
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OUTONO
Por Emanuel Medeiros Vieira
PARA MEUS IRMÃOS
Que é feito de ti, remoto/Verbo divino
Encarnado/Que é feito de vós, ó sombras/Que o
O tempo leva de rastos? (Cecília Meireles)
Que é feito de ti, remoto/Verbo divino
Encarnado/Que é feito de vós, ó sombras/Que o
O tempo leva de rastos? (Cecília Meireles)
No crepúsculo:
pretérita dor faz rir,
não gargalhada escancarada.
O espelho revela o rosto.
Revela?
O farelo de pão no bigode,
navalha em desuso,
retratos mortos na parede.
Mortos?
Riem: não o sorriso estóico,
mas da felicidade que não sabe que é feliz.
(Descobre-se mais tarde.)
Meus mortos querem um piquenique,
morango, vinho e pão na grama,
outro domingo, e chove,
todos os anos passaram,
o futuro chegou tão cedo
boné, chinelo, pijama,
papéis escritos na segunda gaveta,
os olhos já não explodem o mundo,
gaita-de-boca, regata,
todas as mão entrelaçadas,
“Sê sábio como quem não fosse” – pedia o professor,
a Morte à espreita na soleira da porta,
“estou pronto”,
estou?
menino na casca,
pássaro cansado/ celebrante.
Sim, um pássaro pousou na janela (é verdade)
e exorcizou este chumbo –
a memória de tantos mortos amados.
Os poetas sempre enxergam antes:
“Se o meu mundo cair, eu que aprenda a
levitar”.
pretérita dor faz rir,
não gargalhada escancarada.
O espelho revela o rosto.
Revela?
O farelo de pão no bigode,
navalha em desuso,
retratos mortos na parede.
Mortos?
Riem: não o sorriso estóico,
mas da felicidade que não sabe que é feliz.
(Descobre-se mais tarde.)
Meus mortos querem um piquenique,
morango, vinho e pão na grama,
outro domingo, e chove,
todos os anos passaram,
o futuro chegou tão cedo
boné, chinelo, pijama,
papéis escritos na segunda gaveta,
os olhos já não explodem o mundo,
gaita-de-boca, regata,
todas as mão entrelaçadas,
“Sê sábio como quem não fosse” – pedia o professor,
a Morte à espreita na soleira da porta,
“estou pronto”,
estou?
menino na casca,
pássaro cansado/ celebrante.
Sim, um pássaro pousou na janela (é verdade)
e exorcizou este chumbo –
a memória de tantos mortos amados.
Os poetas sempre enxergam antes:
“Se o meu mundo cair, eu que aprenda a
levitar”.
(Brasília, maio de 2006, e Salvador, julho de 2011)
2 comentários:
Caro Emanuel,
Meus parabéns, desculpe-me a brevidade. Mas o poema está em alta dose, bom pra não poder subir mais.
abraços
francisco miguel de moura
Caro Emanuel,
considero este um de teus mais belos poemas. Achei bonita a citação de teu professor (sábio como quem não fosse). Quem dera!
Abraços.
Ewandro Magalhães
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