Parecer informal
Pavimentação da Rodovia
Rafael da Rocha Pires
(Estrada Geral de Sambaqui)
Pavimentação da Rodovia
Rafael da Rocha Pires
(Estrada Geral de Sambaqui)
Por Cezar Gouvêa*
As obras de pavimentação estão sendo realizadas de forma totalmente empírica e ao arrepio de qualquer orientação técnica. Objetivamente listo algumas observações diretas do que está sendo feito:
1 - Falta de projeto geotécnico - A comunidade desconhece e o próprio pessoal envolvido na obra não conta com um projeto geotécnico mínimo para sua realização com sucesso. Não se sabe de quaisquer atividades de coleta de material no sub-leito da rua, prévia e indispensável para que se possa dimencionar o pavimento que teria que ser construido, com definição de eventuais camadas de reforço e regularização, sub-base e base, bem como a qualidade do material a ser usado nessas camadas (CBR, densidade máxima e umidade ótima). Assim, além de não saber quais seriam essas características, tampouco se define qual a espessura que deveria ter o conjunto do pavimento.
A obra está sendo realizada pela retirada das lajotas e escarificação de uma espessura aleatória de 15 centímetros, que depois seria supostamente composta pela 'base'. Anoto que a espessura mínima especificada pelas normas técnicas para a base em qualquer obra rodoviária é de 22 centímetros.
2 - Falta de controle geotécnico do material que está sendo usado para compor a 'base' da obra, do qual não se conhece a capacidade de suporte nem a compactação máxima, impedindo que se faça qualquer controle da qualidade do trabalho executado.
3 - Utilização de um rolo compactador vibratório demasiado leve, que não terá qualquer condição de atingir o mímimo de compactação necessário para prover uma camada de base adequada para qualquer tipo de via, menos ainda para uma rodovia onde trafegam caminhões com altas cargas, como é nossa Geral do Sambaquí.
4 - Inexistência de um ensaio de campo fundamental para o controle da qualidade do serviço executado, o de 'grau de copactação' in situ (GC), sem o que não se pode determinar se a camada tem as mínimas condições de suporte para ser submetida ao tráfego.
5 - Total ausência de fiscalização por parte da PMF, da empreiteira ou de qualquer instituição que possa fazer uma supervisão mínima das condições de execução da obra, que poderá até ser feita a contento pela consciência dos contratados, mas nunca o será pelo exercício consciente de uma auditoria séria dos responsáveis por sua realização.
Quero afiançar que como grato morador desse paraíso, contribuinte de impostos sempre mais elevados, cidadão consciente dos meus direitos e deveres de cidadania, continuarei exercendo essa fiscalização que a vida profissional me qualificou a fazer, e a alertar meus concidadãos dos riscos que corremos de ter uma 'revitalização' reversa em poucos meses ou anos. E com o desperdício do dinheiro público e com mais anos intermináveis de obras a perturbar nosso socego e conforto - moradores que aqui nasceram e que elegeram viver aquí, todos com os mesmos direitos.
Não importa que tipo de superfície de rolamento que venham a sobrepor ao pavimento, seja o asfalto, o 'pave', blokret, ou as famosas "pedrinhas de brilhante" cantadas por quem possa dizer como na música infantil: "se essa rua, se essa rua fosse minha...!"
Lamentavelmente, alguns vizinhos leigos estão mais preocupados com a natureza da superfície de rolamento, que será colocada sobre a base mal feita, do que com a forma como se executa a parte fundamental do pavimento de nossa artéria principal.
1 - Falta de projeto geotécnico - A comunidade desconhece e o próprio pessoal envolvido na obra não conta com um projeto geotécnico mínimo para sua realização com sucesso. Não se sabe de quaisquer atividades de coleta de material no sub-leito da rua, prévia e indispensável para que se possa dimencionar o pavimento que teria que ser construido, com definição de eventuais camadas de reforço e regularização, sub-base e base, bem como a qualidade do material a ser usado nessas camadas (CBR, densidade máxima e umidade ótima). Assim, além de não saber quais seriam essas características, tampouco se define qual a espessura que deveria ter o conjunto do pavimento.
A obra está sendo realizada pela retirada das lajotas e escarificação de uma espessura aleatória de 15 centímetros, que depois seria supostamente composta pela 'base'. Anoto que a espessura mínima especificada pelas normas técnicas para a base em qualquer obra rodoviária é de 22 centímetros.
2 - Falta de controle geotécnico do material que está sendo usado para compor a 'base' da obra, do qual não se conhece a capacidade de suporte nem a compactação máxima, impedindo que se faça qualquer controle da qualidade do trabalho executado.
3 - Utilização de um rolo compactador vibratório demasiado leve, que não terá qualquer condição de atingir o mímimo de compactação necessário para prover uma camada de base adequada para qualquer tipo de via, menos ainda para uma rodovia onde trafegam caminhões com altas cargas, como é nossa Geral do Sambaquí.
4 - Inexistência de um ensaio de campo fundamental para o controle da qualidade do serviço executado, o de 'grau de copactação' in situ (GC), sem o que não se pode determinar se a camada tem as mínimas condições de suporte para ser submetida ao tráfego.
5 - Total ausência de fiscalização por parte da PMF, da empreiteira ou de qualquer instituição que possa fazer uma supervisão mínima das condições de execução da obra, que poderá até ser feita a contento pela consciência dos contratados, mas nunca o será pelo exercício consciente de uma auditoria séria dos responsáveis por sua realização.
Quero afiançar que como grato morador desse paraíso, contribuinte de impostos sempre mais elevados, cidadão consciente dos meus direitos e deveres de cidadania, continuarei exercendo essa fiscalização que a vida profissional me qualificou a fazer, e a alertar meus concidadãos dos riscos que corremos de ter uma 'revitalização' reversa em poucos meses ou anos. E com o desperdício do dinheiro público e com mais anos intermináveis de obras a perturbar nosso socego e conforto - moradores que aqui nasceram e que elegeram viver aquí, todos com os mesmos direitos.
Não importa que tipo de superfície de rolamento que venham a sobrepor ao pavimento, seja o asfalto, o 'pave', blokret, ou as famosas "pedrinhas de brilhante" cantadas por quem possa dizer como na música infantil: "se essa rua, se essa rua fosse minha...!"
Lamentavelmente, alguns vizinhos leigos estão mais preocupados com a natureza da superfície de rolamento, que será colocada sobre a base mal feita, do que com a forma como se executa a parte fundamental do pavimento de nossa artéria principal.
* Cezar Gouvêa, Professor Titular aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso, sempre atuando na área da Geotécnica, como docente e profissional liberal. Participou de projetos de pavimentação de rodovias - mais de mil quilômetros realizados, como executor, fiscal e supervisor - e de mais de 80 mil metros quadrados de vias urbanas na cidade de Cuiabá, como presidente da Companhia de Desenvolvimento de Mato Grosso que contratava a obra.
Conheceu Florianópolis quando realizava o projeto e a supervisão da pavimentação da BR-470 (conhecida então como SC-23), “ocasião em que me apaixonei pela cidade em sua melhor época, e decidi viver aqui, quando me aposentasse, sonho que consegui realizar em 1996”.
Conheceu Florianópolis quando realizava o projeto e a supervisão da pavimentação da BR-470 (conhecida então como SC-23), “ocasião em que me apaixonei pela cidade em sua melhor época, e decidi viver aqui, quando me aposentasse, sonho que consegui realizar em 1996”.
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