8.3.11

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Fotos: Celso Martins e Milton Ostetto

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NÓS, (E) OS ANIMAIS


Por Olsen Jr.

Parece que o mundo saturou. Você pega um jornal e começa a ler com aquela sensação de déjà vu. Sentimento que não ameniza na política e na página policial.

A impressão sempre é que o jornal é de ontem. Aquele círculo contínuo de solidão e de dor e você fica pensando que aquilo tudo um dia terá um fim, mas não tem porque você já pensou a mesma coisa o ano passado, o retrasado, o outro ano enfim, até onde possa lembrar.

Banalizaram a vida. Morre-se por pouca coisa. Morre-se por nada. O casal pranteando a morte da filha menor, brutalmente assassinada... As centenas de mortos na tentativa de se manter um poder ditatorial no Egito... “A morte de uma pessoa é uma tragédia; a de milhões, uma estatística”, lembrou o facínora Joseph Stalin que, aliás, sabia muito bem o estava dizendo...

Estava pensando nisso quando fui levar a minha filha até sua casa. O marido havia sofrido um acidente de moto, com fratura exposta, mas estava tudo sob controle, teria de fazer outra cirurgia dali alguns dias. Você dirige e deve “cuidar” mais dos outros do que de você próprio. Tudo que você imaginar que alguém não vai fazer esse alguém faz.

Eles possuem quatro cachorros, dois Show-Show, de raça mongólia, voluntariamente comprados a Bohemia e o Edy; uma viralata de nome Taiga que foi atropelada, cuidada e assimilada e integra a família canina e finalmente, o Messi, um Collie que apareceu sem eira nem beira e também foi adotado. O último era só pele e osso quando foi aceito. Passado pouco mais de um mês já se pode vislumbrar o que o carinho de duas pessoas pode fazer com um animal. Todos “eles” tem seus hábitos e manias, facilmente constatáveis e motivo de riso, às vezes, quando comentados em família.

Aquele dia, entretanto, chegamos cedo para esperar a amiga da minha filha que iria adotar o Messi. Ele estava muito alegre, era um cão dócil, tendo comida, água e carinho não queria outra vida. Mas acontece que as pessoas se apegam aos animais, e entre eles havia um belo folguedo sempre, antes das refeições quando se entoava uma música aludindo à comida, eles apareciam abanando os rabos, contentes. Um doce condicionamento.

Saí mais cedo para deixar a minha filha se despedir do Messi e aquelas conversas intermináveis que ela tinha com todos eles. Na condição de poeta também me apego aos animais. Não posso tê-los em minha casa, mais sei o que significam. Estão sempre alegres e dispostos a dar e receber afetos.

No outro dia liguei, minha filha disse que a despedida foi tranqüila, que sua amiga gostava muito de cachorros e que o Messi continuaria tendo um lar... Quer saber? Não escondi uma pontinha de inveja daquele cão.

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CONVITE
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