15.3.11

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CASTRO ALVES (Emanuel Medeiros Vieira) - Agenda: Revolução Árabe em debate - Serviços do DAQUI na Rede - ALMA JAPONESA (Dorvalino Furtado Filho)

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o número 2 do

DAQUI Jornal

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Castro Alves
(E Dia Nacional da Poesia)



Por Emanuel Medeiros Vieira


Stamos em pleno mar... Dois infinitos/Ali se estreitaram
num abraço insano/Azuis dourados/Qual dos dous é o céu?

Qual o oceano
?. (Versos de Navio Negreiro, de Castro Alves)



A praça Castro Alves, em Salvador (que tem umas das mais belas vistas que conheço), se transformou na segunda-feira, dia 14 de março – Dia Nacional da Poesia -, no palco das comemorações pelo 164ª aniversário do nascimento do chamado poeta dos escravos que, como observou alguém, se mantém firme e forte a mirar a cidade, do alto da praça que leva o seu nome.

(O Dia da Poesia foi criado em homenagem ao poetabaiano.)

O poeta Douglas de Almeida foi organizador do evento que homenageou Castro Alves, muito apropriadamente no Dia Nacional da Poesia.

As comemorações começaram às 9h, na Praça da Piedade, e seguiram pelas ruas do centro, terminando na Praça Castro Alves, onde poemas foram declamados.

“O objetivo é fazer com que as pessoas tomem o gosto pela leitura através da poesia”, explicou o organizador.

A festa teve um bolo de 164 centímetros em referência aos anos de nascimento do poeta, e contou com a participação de cerca de 200 pessoas (em plena manhã de segunda-feira ).

Não, a Bahia não é só carnaval...

O evento teve também a presença de jovens estudantes do Colégio Estadual Ypiranga, que fica no sobrado em que Castro Alves viveu seus últimos dias, no Largo Dois de Julho.

O estudante Iago Barbosa, de 11 anos, recitou alguns trechos do poema “Baile na Flor”.

Ele revelou: “A poesia faz parte da minha vida. Nos meus estudos, ela é peça-chave. Através dela, consigo desenvolver melhor a minha leitura e até criar minhas próprias poesias”.

Repito: Iago tem apenas11 anos.

Como repito à redundância, os poetas, como os cegos, enxergam na escuridão.

Saber que um jovem de 11 anos está preocupado com a leitura e tem consciência da importância da poesia, nutre de esperanças o meu coração.

Como diria o meu pai, nem tudo está perdido.

Ou como acreditava Machado de Assis, alguma coisa escapa ao naufrágio das ilusões.

(Repetindo não textualmente o mestre, diria que a literatura enobrece, honra e consola.)

Para Douglas de Almeida, a figura mítica de Castro Alves está no imaginário das pessoas.

Quem vive em Salvador, sabe bem disso.

E ele viveu apenas 24 anos.*

*Castro Alves nasceu em 14de março de 1847, na Fazenda Cabaceiras, antiga Freguesia de Muritiba, perto da Vila de Curralinho, hoje cidade Castro Alves.

Morreu em 6 de julho de 1871, em Salvador.

Curta vida? Sim. Muito breve. Mas tempo suficiente para construir uma bela obra (lírica e social), e denunciar, com incrível força (que resiste ao tempo) a escravidão e a brutalidade do tratamento dispensado aos escravos – como as condições desumanas em que eles viajavam nos navios negreiros.

Referência iluminadora, Castro Alves continuará entre nós. Para sempre. Saudando o povo baiano e brasileiro na linda praça que leva o seu nome.

Viva Castro Alves! Viva a poesia!

(Salvador, março de 2011)

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Agenda
Revolução Árabe
em debate na UFSC


Amanhã, quarta-feira (16.3), às 9h30, debate sobre o tema Revolução Árabe. Local: Local: Mini auditório do CFH - Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC - bairro Trindade, Florianópolis. Convidados: Luis Gustavo, correspondente do Opinião Socialista (cobriu os recentes acontecimentos na Praça Tahir, no Egito; Khader Othman, do Comitê Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino e Tarcisio (PSTU).

No dia 30 de março será comemorado o Dia da Terra Palestina (Yawm Al-Ard), lembrando a repressão ocorrida contra os palestinos da Galiléia, em 1976, pelo exército israelense, durante manifestação contra a invasão de suas terras. O saldo foi de 90 mortos e 300 pessoas presas.

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Qual o horário do ônibus? Tem problemas com o fornecimento de água e luz? Coleta do lixo? As respontas podem ser encontradas no link "Serviços", incluindo Receita Federal, Correios, IPVA, Detran, IPUF, Mapa Interativo de Santa Catarina e 102, entre outros ítens. Confira.

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ALMA JAPONESA

Por Dorvalino Furtado Filho*

Nenhuma tragédia consegue matar o ânimo e nem apagar a luz do sorriso dos japoneses que clareia os caminhos da reconstrução, pois eles sempre ensinaram o mundo a recomeçar a viver.
Quando perguntava em Aomori qual a melhor forma associativista para pescadores em SC, meus orientadores diziam: “Previna e una com filosofia para que os jovens saibam se levantar quando caírem”...

Questionava, também, por que eles valorizavam o “antigo” em meio a uma geração de tecnologia de ponta? Respondiam: “O antigo melhora e ajuda o presente”...

Deduzi, então, porque os ´velhos´ são tão amados e reverenciados no Japão.

Jovens e velhos morrem hoje no Japão e por terremoto que estão acostumados como desafio de sobrevivência, mas não estavam preparados contra tsunamis assassinos com ondas gigantes que arrastam tudo, mas não consegu, ainda, arrastar a solidariedade de um povo que começa a renascer herói. Lá aprendi a ter mais fé diante das tribulações profissionais e pessoais.

Eles sempre diziam, quando relembrávamos as tribulações ou tragédias por terremotos passados: “Estamos vivos, vamos em frente”...

Gambate Kudassái”, uma expressão deles cada vez que eu dizia: “Até logo, tchau”, que significa: “ não desanime, se esforça”...

Hoje, chorei com pequena alegria, ao saber que no Japão, principalmente em Aomori, eles já começam a resgatar a vida. Acredito, assim, que os japoneses só desanimam diante de um terremoto ou tsunami moral.

Santa Catarina sempre esteve próxima de Aomori e JICA, tanto por cursos oferecidos como por intercâmbios culturais e cooperações econômicas, e os japoneses que aqui vivem dignificam um sincero Tratado de Amizade.

Expresso o sentimento ou solidariedade espiritual de muitos catarinenses que tiveram suas auras mais coloridas em Aomori ou no Japão: MINA SAMÁ, DOMO ARIGATÔ, GAMBATE KUDASSÁI. (Gente de Deus, obrigado, e por favor não caiam, força...).

*Dorvalino Furtado Filho, ex-estagiário em aquicultura e pesca em Aomori/Japão. Texto publicado na edição de hoje (15.3) do jornal Diário Catarinense (Florianópolis-SC), encaminhado pelo autor ao Sambaqui na Rede para reprodução.




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