O músico, poeta, folclorista, animador e pesquisador da memória do Contestado, Vicente Telles, liga perguntando se faria algum comentário de minha passagem por Irani e Concórdia, entre os dias 18 e 21 de outubro passado. O também músico e poeta Júlio Gomes, fotógrafo de primeira, amigo fraterno, caboclo, indaga o mesmo.
Estive na região a convite das prefeituras de Concórdia e Irani para lançar o livro “O mato do tigre e o campo do gato – José Fabrício das Neves e o Combate do Irani”, surgido em 2007 pela Editora Insular (Florianópolis). O trabalho que resulta de meu TCC no curso de História na Udesc (2003-2007), aborda o combate inicial do Movimento (ou Guerra, como dizem) do Contestado.
O acaso me levou ao Contestado, tema que sempre procurei estudar, mas que nunca ousara entrar na seara, realizar alguma pesquisa, quanto mais escrever um livro sobre. Ao definir com o professor Emerson de Campos o tema do TCC, acabamos chegando num antigo “coronel” de Concórdia, José Fabrício das Neves, que já aos 13 anos participava dos combates da Revolução Federalista (1893-1895). Terminado o conflito, viera com sua família e muitas outras, para os campos do Irani/Palmas, época em que o atual município de Concórdia era um sertão. A idéia era trabalhar o fenômeno do Coronelismo.
Ao chegar em Concórdia em março de 2007, procurei o Arquivo Histórico do município atrás de informações sobre o personagem. Entre as fontes preciosas obtidas então, estava uma entrevista de Antônio Martins Fabrício das Neves, residente em Irani, onde falava de uma sociedade entre seu antepassado e o monge José Maria de Castro Agostinho. E, mais ainda, da participação de ambos do episódio que passou à História com o nome de Combate do Irani, travado no final da madrugada de 22 de outubro de 1912. Isso subverteu o objeto inicial da pesquisa e acabei seguindo para o Irani, distante uns 35 quilômetros de Concórdia.
Recebido por Vicente Telles, e depois “adotado” por ele, acabei realizando cerca de 30 entrevistas nessa região e também nas cidades paranaenses de Palmas, Pinhão, Coronel Domingos Soares, Guarapuava e Coronel Vivida. Emergiu então um Combate do Irani que não está nos livros sobre o tema, assim como personagens completamente desconhecidos do Contestado como um todo. Afinal, quem já ouviu falar de José Alves Perão, o José Felisberto? O que sabem os pesquisadores do tema sobre os Quitério, os Belchior, os Fabrício das Neves? Nada! Ou muito pouco.
A historiografia corrente diz que José Maria se encontrava em Taquaruçu (então Curitibanos, hoje Fraiburgo), quando foi hostilizado por um “coronel” que chamou a Força Pública da Capital catarinense para dispersar o ajuntamento. Acossado, José Maria seguiu para o Irani com cerca de 40 homens e, ao atravessar o rio do Peixe, entrou em território paranaense. Isso fez surgir no Paraná um clamor contrário à “invasão” catarinense, num momento em que os dois estados disputavam os limites de seus territórios.
É sabido o deslocamento de um efetivo militar de Curitiba sob o comando de um brilhante militar, o coronel João Gualberto, encarregado de dispersar esse novo ajuntamento. Ocorrido o combate, morreram o oficial e o monge. Um ano depois o Contestado reiniciaria em Taquaruçu. É isso, à rigor, o que diz nossa historiografia. Autores paranaenses citam José Fabrício da Neves com adjetivos como “assassino” e outros, dado ter sido ele o autor dos disparos que tiraram a vida de João Gualberto, durante o combate na região onde mora Vicente Telles e onde me hospedo sempre que estou por lá.
No dia de minha banca, o professor Paulo Pinheiro Machado, da UFSC, me entregou dois CDs com a cópia integral das 518 páginas do Processo do Irani, encabeçado por José Fabrício das Neves e outras 62 pessoas. Esse documento estava perdido no Fórum de Palmas-PR, desde a década de 1950. Nenhum historiador havia se debruçado sobre ele. Maurício Vinhas de Queiroz cita o documento, mas o faz com base em anotações de Joaquim Ribas, residente em Porto União.
Em resumo, o livro “O mato do tigre e o campo do gato” tem por base as 30 entrevistas iniciais e o citado Processo, o que resultou numa obra diferente das demais. Foram quatro meses seguidos de viagens, atravessando um inverno nem tão intenso assim para os habitantes da região, mas sumamente rigoroso para quem reside no litoral. Raramente me hospedei em hotéis – a maior parte das vezes foi acolhido nas residências dos próprios entrevistados, privando a convivência familiar desses caboclos. Foi nessas ocasiões que pude testemunhar a força ainda presente da religiosidade de São João Maria, e a simplicidade dessa gente, a culinária, o modo como elas encaram a memória de seus antepassados combatentes do Contestado.
Foi por esse trabalho que recebi o convite para participar da Jornada do Contestado realizada em Concórdia e Irani, através de palestras e debates. Trabalho que ilustra, primeiro, a forte presença em Concórdia de caboclos remanescentes do Contestado e, segundo, a figura de uma liderança social, no caso José Fabrício, que passou à História como um “bandido” desalmado, sem eira nem beira, malfeitor dos mais aprimorados, cujo destino devia ser o esquecimento. Ele e seus companheiros.
“Era proibido falar de José Fabrício em nossa família”, revela Vicente Telles, sobrinho-neto do personagem. “Aliás, era proibido falar no Contestado”, salienta. Telles foi o primeiro a perceber a injustiça feita com seu tio-avô e estimulou ainda mais o trabalho, indicando fontes preciosas e muitas vezes acompanhando as entrevistas. “O meu tio-avô morreu como bandido e agora está sendo ressuscitado como herói”, observa. Mesmo que não seja um “herói” propriamente, “bandido” também não foi. O mérito de meu trabalho foi mostrar esse personagem, e muitos outros, como partícipes da linha de frente do Movimento do Contestado, com todas as virtudes e mazelas de um ser humano.
E mais: José Maria de Castro Agostinho (é assim que ele aparece no Processo), tinha como base a região entre o rio Uruguai (Queimados, atual Concórdia) e Palmas-PR, passando pelos campos do Irani. Chamado a Campos Novos, depois a Taquaruçu, nada mais fez do que voltar para sua gente ao ser hostilizado pelo coronelismo e a Força Policial. No Irani/Concórdia, o moradores viviam sob constante ameaça de expulsão, desde que um “coronel” de Palmas escriturara aquelas terras em seu nome. Os mesmos “coronéis” que insuflaram a opinião pública do Paraná, ao alardear a tal “invasão” por catarinenses. Isso foi cortina de fumaça para encobrir a disputa pela terra.
O combate ocorrido no Banhado Grande no final da madrugada de 22 de outubro de 1912, teve a participação de centenas de refugiados gaúchos da Revolução Federalista, entre os quais muitos antigos maragatos, como o próprio José Fabrício e o coronel da Guarda Nacional Miguel Fragoso (primeiro industrial de Concórdia). Eram pessoas que atuavam na lavoura, na criação de porcos alimentados com milho e na extração da erva mate e da madeira, escoadas através do rio Uruguai. Foi essa gente que se armou para a defesa da terra, combatentes sociais que acabaram perseguidos como facínoras ou bandidos.
Creio ter sido essa a principal contribuição. Restam muitas lacunas. Diversos personagens continuam no completo esquecimento. Mas tudo isso garante matéria-prima em abundancia aos pesquisadores. Quando o livro foi lançado em novembro de 2007, Vicente Telles reclamou da pouca repercussão, mas acabou concordando que devido à densidade e ineditismo do mesmo, as reações viriam aos poucos. Calculamos que em dois anos as pessoas teriam lido o trabalho e verificado que não se tratava de mais uma compilação de informações já conhecidas.
De fato, dois anos depois do surgimento de “O mato do tigre e o campo do gato”, o conteúdo do mesmo parece ter sido assimilado. Matérias em jornais e entrevistas a emissoras de rádio, palestras e debates, tornaram conhecido o conteúdo do livro. Alguns trabalhos acadêmicos passaram a usá-lo como fonte. Os professores da rede pública, sobretudo os de História, foram os precursores de sua divulgação e discussão. Aos poucos as pessoas estão se apropriando (positivamente) das novidades, incorporando-as em suas falas, discursos, nas salas de aulas, nas redações e Academia.
Seguramente foi esse o motivo do convite para minha participação na Jornada do Contestado e da concessão do título de Cidadão Honorário de Irani em data ser estabelecida pela Câmara Municipal. As deferências e homenagens, estou seguro, são dirigidas à obra, ao que ela significa para a memória de seus moradores e dirigentes. Como a obra não pode fazer palestras, participar de debates ou comparecer ao Legislativo de Irani para receber a distinção, acaba sobrando para o autor. E pelo carinho com que tenho sido recebido até hoje, agradeço por tudo, me dispondo a continuar com as pesquisas.
Concluindo, devo destacar que ao lançar o livro nas mesmas cidades de Santa Catarina e Paraná onde realizei as buscas, gravamos cerca de 50 horas de depoimentos e cenas em vídeo. As gravações feitas pelo repórter-cinematográfico Marco Nascimento passam agora a ser editadas. A idéia é que esse trabalho seja mostrado a partir de 2010, acrescentando detalhes não presentes em "O mato do tigre e o campo do gato".*
Estive na região a convite das prefeituras de Concórdia e Irani para lançar o livro “O mato do tigre e o campo do gato – José Fabrício das Neves e o Combate do Irani”, surgido em 2007 pela Editora Insular (Florianópolis). O trabalho que resulta de meu TCC no curso de História na Udesc (2003-2007), aborda o combate inicial do Movimento (ou Guerra, como dizem) do Contestado.
O acaso me levou ao Contestado, tema que sempre procurei estudar, mas que nunca ousara entrar na seara, realizar alguma pesquisa, quanto mais escrever um livro sobre. Ao definir com o professor Emerson de Campos o tema do TCC, acabamos chegando num antigo “coronel” de Concórdia, José Fabrício das Neves, que já aos 13 anos participava dos combates da Revolução Federalista (1893-1895). Terminado o conflito, viera com sua família e muitas outras, para os campos do Irani/Palmas, época em que o atual município de Concórdia era um sertão. A idéia era trabalhar o fenômeno do Coronelismo.
Historiografia
Ao chegar em Concórdia em março de 2007, procurei o Arquivo Histórico do município atrás de informações sobre o personagem. Entre as fontes preciosas obtidas então, estava uma entrevista de Antônio Martins Fabrício das Neves, residente em Irani, onde falava de uma sociedade entre seu antepassado e o monge José Maria de Castro Agostinho. E, mais ainda, da participação de ambos do episódio que passou à História com o nome de Combate do Irani, travado no final da madrugada de 22 de outubro de 1912. Isso subverteu o objeto inicial da pesquisa e acabei seguindo para o Irani, distante uns 35 quilômetros de Concórdia.
Recebido por Vicente Telles, e depois “adotado” por ele, acabei realizando cerca de 30 entrevistas nessa região e também nas cidades paranaenses de Palmas, Pinhão, Coronel Domingos Soares, Guarapuava e Coronel Vivida. Emergiu então um Combate do Irani que não está nos livros sobre o tema, assim como personagens completamente desconhecidos do Contestado como um todo. Afinal, quem já ouviu falar de José Alves Perão, o José Felisberto? O que sabem os pesquisadores do tema sobre os Quitério, os Belchior, os Fabrício das Neves? Nada! Ou muito pouco.
A historiografia corrente diz que José Maria se encontrava em Taquaruçu (então Curitibanos, hoje Fraiburgo), quando foi hostilizado por um “coronel” que chamou a Força Pública da Capital catarinense para dispersar o ajuntamento. Acossado, José Maria seguiu para o Irani com cerca de 40 homens e, ao atravessar o rio do Peixe, entrou em território paranaense. Isso fez surgir no Paraná um clamor contrário à “invasão” catarinense, num momento em que os dois estados disputavam os limites de seus territórios.
Processo do Irani
É sabido o deslocamento de um efetivo militar de Curitiba sob o comando de um brilhante militar, o coronel João Gualberto, encarregado de dispersar esse novo ajuntamento. Ocorrido o combate, morreram o oficial e o monge. Um ano depois o Contestado reiniciaria em Taquaruçu. É isso, à rigor, o que diz nossa historiografia. Autores paranaenses citam José Fabrício da Neves com adjetivos como “assassino” e outros, dado ter sido ele o autor dos disparos que tiraram a vida de João Gualberto, durante o combate na região onde mora Vicente Telles e onde me hospedo sempre que estou por lá.
No dia de minha banca, o professor Paulo Pinheiro Machado, da UFSC, me entregou dois CDs com a cópia integral das 518 páginas do Processo do Irani, encabeçado por José Fabrício das Neves e outras 62 pessoas. Esse documento estava perdido no Fórum de Palmas-PR, desde a década de 1950. Nenhum historiador havia se debruçado sobre ele. Maurício Vinhas de Queiroz cita o documento, mas o faz com base em anotações de Joaquim Ribas, residente em Porto União.
Em resumo, o livro “O mato do tigre e o campo do gato” tem por base as 30 entrevistas iniciais e o citado Processo, o que resultou numa obra diferente das demais. Foram quatro meses seguidos de viagens, atravessando um inverno nem tão intenso assim para os habitantes da região, mas sumamente rigoroso para quem reside no litoral. Raramente me hospedei em hotéis – a maior parte das vezes foi acolhido nas residências dos próprios entrevistados, privando a convivência familiar desses caboclos. Foi nessas ocasiões que pude testemunhar a força ainda presente da religiosidade de São João Maria, e a simplicidade dessa gente, a culinária, o modo como elas encaram a memória de seus antepassados combatentes do Contestado.
Combatentes sociais
Foi por esse trabalho que recebi o convite para participar da Jornada do Contestado realizada em Concórdia e Irani, através de palestras e debates. Trabalho que ilustra, primeiro, a forte presença em Concórdia de caboclos remanescentes do Contestado e, segundo, a figura de uma liderança social, no caso José Fabrício, que passou à História como um “bandido” desalmado, sem eira nem beira, malfeitor dos mais aprimorados, cujo destino devia ser o esquecimento. Ele e seus companheiros.
“Era proibido falar de José Fabrício em nossa família”, revela Vicente Telles, sobrinho-neto do personagem. “Aliás, era proibido falar no Contestado”, salienta. Telles foi o primeiro a perceber a injustiça feita com seu tio-avô e estimulou ainda mais o trabalho, indicando fontes preciosas e muitas vezes acompanhando as entrevistas. “O meu tio-avô morreu como bandido e agora está sendo ressuscitado como herói”, observa. Mesmo que não seja um “herói” propriamente, “bandido” também não foi. O mérito de meu trabalho foi mostrar esse personagem, e muitos outros, como partícipes da linha de frente do Movimento do Contestado, com todas as virtudes e mazelas de um ser humano.
E mais: José Maria de Castro Agostinho (é assim que ele aparece no Processo), tinha como base a região entre o rio Uruguai (Queimados, atual Concórdia) e Palmas-PR, passando pelos campos do Irani. Chamado a Campos Novos, depois a Taquaruçu, nada mais fez do que voltar para sua gente ao ser hostilizado pelo coronelismo e a Força Policial. No Irani/Concórdia, o moradores viviam sob constante ameaça de expulsão, desde que um “coronel” de Palmas escriturara aquelas terras em seu nome. Os mesmos “coronéis” que insuflaram a opinião pública do Paraná, ao alardear a tal “invasão” por catarinenses. Isso foi cortina de fumaça para encobrir a disputa pela terra.
Sobre o Combate
O combate ocorrido no Banhado Grande no final da madrugada de 22 de outubro de 1912, teve a participação de centenas de refugiados gaúchos da Revolução Federalista, entre os quais muitos antigos maragatos, como o próprio José Fabrício e o coronel da Guarda Nacional Miguel Fragoso (primeiro industrial de Concórdia). Eram pessoas que atuavam na lavoura, na criação de porcos alimentados com milho e na extração da erva mate e da madeira, escoadas através do rio Uruguai. Foi essa gente que se armou para a defesa da terra, combatentes sociais que acabaram perseguidos como facínoras ou bandidos.
Creio ter sido essa a principal contribuição. Restam muitas lacunas. Diversos personagens continuam no completo esquecimento. Mas tudo isso garante matéria-prima em abundancia aos pesquisadores. Quando o livro foi lançado em novembro de 2007, Vicente Telles reclamou da pouca repercussão, mas acabou concordando que devido à densidade e ineditismo do mesmo, as reações viriam aos poucos. Calculamos que em dois anos as pessoas teriam lido o trabalho e verificado que não se tratava de mais uma compilação de informações já conhecidas.
De fato, dois anos depois do surgimento de “O mato do tigre e o campo do gato”, o conteúdo do mesmo parece ter sido assimilado. Matérias em jornais e entrevistas a emissoras de rádio, palestras e debates, tornaram conhecido o conteúdo do livro. Alguns trabalhos acadêmicos passaram a usá-lo como fonte. Os professores da rede pública, sobretudo os de História, foram os precursores de sua divulgação e discussão. Aos poucos as pessoas estão se apropriando (positivamente) das novidades, incorporando-as em suas falas, discursos, nas salas de aulas, nas redações e Academia.
Cidadão Honorário
Seguramente foi esse o motivo do convite para minha participação na Jornada do Contestado e da concessão do título de Cidadão Honorário de Irani em data ser estabelecida pela Câmara Municipal. As deferências e homenagens, estou seguro, são dirigidas à obra, ao que ela significa para a memória de seus moradores e dirigentes. Como a obra não pode fazer palestras, participar de debates ou comparecer ao Legislativo de Irani para receber a distinção, acaba sobrando para o autor. E pelo carinho com que tenho sido recebido até hoje, agradeço por tudo, me dispondo a continuar com as pesquisas.
Concluindo, devo destacar que ao lançar o livro nas mesmas cidades de Santa Catarina e Paraná onde realizei as buscas, gravamos cerca de 50 horas de depoimentos e cenas em vídeo. As gravações feitas pelo repórter-cinematográfico Marco Nascimento passam agora a ser editadas. A idéia é que esse trabalho seja mostrado a partir de 2010, acrescentando detalhes não presentes em "O mato do tigre e o campo do gato".*
*O livro pode ser encontrado na Óptica Brasil (Santo Antônio de Lisboa)
ou diretamente com o autor (celsodasilveira@gmail.com).
Preço do exemplar: R$ 25,00.
ou diretamente com o autor (celsodasilveira@gmail.com).
Preço do exemplar: R$ 25,00.
Instituto Federal de Educação Ciência e
Tecnologia Catarinense, Campus Concórdia-SC.
Outubro de 2009.
Tecnologia Catarinense, Campus Concórdia-SC.
Outubro de 2009.
Nenhum comentário:
Postar um comentário