13.2.11



DAQUI Jornal nº1
circulando no distrito

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Confira também as crônicas de
OLSEN JR. e AMÍLCAR NEVES


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Celso Martins, Cláudio Andrade, Helena Rodrigues e Joana Cabral.

Música de qualidade, pirão com lingüiça, cachaça de primeira e, sobretudo muita gente e animação marcaram o lançamento do número 1 do DAQUI Jornal, realizado no último sábado (12.2) no Engenho e Casarão dos Andrade, na Praia Comprida/Caminho dos Açores. Lideranças comunitárias, artistas, intelectuais, políticos e jornalistas prestigiaram o evento que teve o apoio da Associação dos Moradores de Santo Antônio de Lisboa (Amsal).

Independente, sem vinculação político-partidária, o DAQUI Jornal nasce com oito páginas em cores, três mil exemplares e circulação no distrito de Santo Antônio de Lisboa (Sambaqui, Barra do Sambaqui, Santo Antônio, Barreira, Praia Comprida/Caminho dos Açores e Cacupé), além de Ratones, Daniela e Praia do Forte. Com tiragem mensal, circulará por volta do dia 10 de cada mês, apoiando as ações e reivindicações da região e estimulando o potencial de trabalho e criação de seus moradores.

Sob responsabilidade da empresa DAQUI Edições (constituída para viabilizar o projeto), a publicação tem na coordenação editorial o jornalista e historiador Celso Martins, mais a acadêmica de jornalismo e cantora Joana Cabral (coordenação comercial) e o apoio da artista visual Helena Rodrigues (contato comercial). Além das entidades comunitárias da região, diversos voluntários apóiam o esforço de jornalismo comunitário e independente.

O evento foi coberto pelo jornalista Gilead Maurício e o fotógrafo Edson Luiz (Velho Bruxo), material que será publicado na edição número 2 do DAQUI Jornal, com lançamento previsto para o dia 13 de março. Músicos do grupo Gente da Terra marcaram presença, assim como o casal de músicos australianos Carl Cleves e Parrisa Bouas e uma banda uruguaia especializada em chorinho. A coordenação geral ficou a cargo do escultor Cláudio Andrade, presidente da Amsal.

Os vereadores Celso Sandrini (PMDB) e Edinon da Rosa (Dinho, PSB), prestigiaram o lançamento, assim como o ex-vereador Nildomar Freire (PT), entre outros. Os exemplares do jornal estão disponíveis no comércio local.

Fotos: Edson Luiz (Velho Bruxo)

Chico Pereira e Fernanda Schneider.

Áureo Moraes e Simone

Juarez Branco

Carl Cleves e Parrisa Bouas, músicos auastralianos




Sandrini

Rute Gebler


Janio Pires




Leonardo Cabral (d) e a degustação de ostras



Diego W. Passos e Sérgio Luiz Ferreira se servem de pirão, feijão e linguiça

Caminha, grande apoiador do DAQUI Jornal

Blogueira Angelita Brandão

Grupo de apoiadores no final da festa

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GULLIVER REVISITADO

Por Olsen Jr.

Conversávamos sobre (re)leituras. Um amigo, diletante, bom leitor, afirmava a propósito de inúmeros lançamentos com novas traduções, edições completas, enfim, que não encarava uma nova leitura de um livro que tivesse gostado muito quando era adolescente.

A preocupação era simples, não pretendia desfazer o encantamento causado pela primeira descoberta.

Também tenho essa prevenção, mas arrisco. Algum tempo atrás reli o “Moby Dick”, do Melville, para surpresa minha, este segundo contato com a obra foi mais produtivo e prazeroso. Agora estou namorando “Alice no País das Maravilhas”, do Lewis Carroll.

Após ler a biografia do autor e também de saber que o John Lennon em uma entrevista afirmou que era o livro que “ele” gostaria de ter escrito, retomar esse texto hoje deve ser infernal.

Karl May e Edgar Rice Burroughs releio com frequencia sem perder o tal encantamento ao qual o meu amigo se referiu. Neste caso porque os “heróis” destes autores (“Mão de Ferro” e “Tarzan”) tinham um forte código de ética e se pautavam por ele para definirem um comportamento.

Agora, o filme “As Viagens de Gulliver”, inspirado na obra homônima de Jonathan Swift, já pode ser visto em Florianópolis.

Uma curiosidade sobre o livro que lhe deu origem, lembro (texto in “Memórias de um Fingidor”, p. 100) “Li a obra aos nove anos como literatura infantil. Na época longe estava de supor que se tratava ma maior crítica (jamais escrita) a um sistema de governo onde, o personagem principal, depois de sair de sua terra natal e morar em um país de seres minúsculos, e posteriormente, em outro habitado por gigantes, conclui que as misérias humanas são as mesmas e o tamanho das pessoas não conta diante do mal.”

“Finalmente, após outras aventuras, descobre o país ideal, governado por cavalos. Ao atribuir valores humanos aos animais e qualidades (instintivas) mais afeitas aos macacos (nos homens), Swift desmascarava o falso conceito do homem como animal racional.
Jamais o perdoaram por isso, embora a crítica do seu tempo reconhecesse na sátira um grande amor à verdade, uma aversão à hipocrisia e um empenho em desfazer as ilusões do povo do qual fazia parte.”

Na comédia que já pode ser vista por aqui, o diretor Rob Letterman optou pelo entretenimento. O ator Jack Black está muito engraçado e o filme ficou divertido.

Outro dia encontrei num sebo o livro “Percy Wynn”, Francis Finn que conta a vida de um colegial norte-americano com nove anos... Também tinha nove anos quando o li e estava num internato em São Carlos... Well, essa emoção não recupero mais!

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Atestado de maioridade

Por Amílcar Neves*

Quando pouco se espera, surge a notícia, trazendo a comprovação da maioridade atingida pelo Avaí. Na realidade, a comprovação de uma situação que os números e o desempenho em campo já gritavam aos quatro ventos, já faiscavam pelos cinco continentes, já insinuavam nos sete mares. Só os surdos e os cegos não ouviam, não viam, não percebiam a realidade fulgurante que se impunha.

O Brasileirão é um dos campeonatos mais importantes do planeta. Tão importante que o mundo todo vem aqui em busca dos melhores jogadores. Isto vale especialmente para os chamados grandes campeonatos, aqueles de uns poucos países europeus que não cansam de se abastecer aqui de craques. Como, outrora, fizeram à exaustão com ouro, prata, pedras preciosas, pau-brasil, impostos, o que de melhor cá houvesse. Craques que muitas vezes desconhecemos porque daqui foram levados com 18, 17, 15 anos - ou menos. Como se fizessem uma ultrassonografia para descobrir o DNA de craque antes mesmo que o próprio garoto possa perceber que, de verdade, ele é um cracaço em gestação.

Pois desse campeonato assim rico de talentos só participam 20 clubes. O Avaí é um desses, um dos 20 melhores do Brasil (com 27 unidades na Federação, muitas aí já ficam fora dessa elite). Ao terminar em sexto lugar em 2009, o Avaí só teve, no ano, cinco times melhores do que ele. Sorte de iniciante, acaso que logo cederá lugar à verdade do futebol? Pode ser. Apenas acontece que, na última sexta-feira de julho, data em que esta crônica vai para o papel, o time azul e branco da Ressacada, após 11 rodadas, é o quinto melhor do país em 2010.

Mas então chega o atestado formal, oficial, indiscutível do alto nível do futebol avaiano: Renan, o garoto Renan de 19 anos de idade e 192 centímetros de altura, nascido aqui do lado, em Nova Trento, morando aqui perto, em São João Batista, formado nas bases do Avaí, revelado e atuando na equipe principal do Leão da Ilha, o goleirão Renan Soares Reuter foi convocado pelo novo técnico Mano Menezes para o selecionado brasileiro, para a Seleção principal - pois nas seleções nacionais de base já temos os goleiros Vítor, na Sub-16, e Alex, na Sub-19.

Se mantiver os pés no chão, o que parece ser da sua personalidade, Renan irá muito longe, a começar pela titularidade da Seleção que disputará as próximas Olimpíadas - tomara que ainda envergando a gloriosa camisa avaiana.

*Amilcar Neves é avaiano e escritor de crônicas, contos e romances, com sete livros publicados.

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PS

Caríssimas leitoras, prezados leitores,

Alguns problemas ocorridos desde o final do ano passado, incluindo desde dificuldades persistentes de conexão à rede de computadores até a queima da memória do computador, o que exigiu a formatação do disco rígido (mas não apenas isso), dificultaram sobremaneira a manutenção de minhas correspondências, tanto eletrônicas quanto físicas.

Tentarei colocar tudo mais ou menos em dia neste mês de fevereiro, dando alguma satisfação, enfim, a quem entrou em contato com este escriba. Isto inclui remeter-lhes as crônicas que foram ficando pelo caminho, agora trazendo no assunto da mensagem o título, o gênero do texto, o veículo em que saiu impresso e a data de publicação.

Leiam-nas se acharem de alguma valia ou simplesmente as ignorem - a elas, mas não a mim, se for possível.

Grande a fraterno abraço,

Amilcar Neves.

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