8.3.10

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LINDÃO É O NOVO
PRESIDENTE DA ABS

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Jornalistas hondurenhos
debatem em Florianópolis

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9ª Mostra de Cinema Infantil
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Ciclo Leon Hirszman no Badesc

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ABS tem nova direção

A presença de chapa única na eleição da nova diretoria da Associação do Bairro de Sambaqui (ABS) não motivou os moradores: apenas 47 pessoas depositaram seus votos ao longo do último domingo. Desse total, 46 apoiaram a chapa Mãos à Obra e um anulou o voto. Composição: Diretoria Executiva - Presidência: Rodrigues José Viana; Vice-Presidência: Dóris Gomes; Secretaria: Silvia D`eça Neves Luz da Conceição Blasi; Tesouraria: Marcelo Rocha; Relações Públicas: Maria Helena Silva Rodrigues. Conselho Fiscal - Giseli da Silva, Hélio Fausto e Leonardo Campos Gomes.



Rodrigues Viana (Lindão): restauração do Casarão, o grande desafio.

Dóris Gomes, nova vice-presidente da ABS.

Dóris, Giseli da Silva (Conselho Fiscal) e Marcelo Rocha (tesoureiro).

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Sindicato discute
Jornalismo de Resistência



Por Elaine Tavares

Jornalista hondurenho Rony Martinez

fará conferências em todo o Estado

O Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina realiza no mês de março mais uma edição do Círculo da Palavra, desta vez com uma série de atividades envolvendo o debate acerca da prática do Jornalismo. A proposta é discutir com profissionais e estudantes os desafios de um jornalismo que se compromete e assume postura diante da vida do país. Para exemplificar isso traz a Florianópolis o jornalista hondurenho Rony Martinez, repórter da Rádio Globo Honduras, emissora privada que, desde o dia do golpe militar que instaurou a ditadura em Honduras, decidiu fortalecer o jornalismo de resistência.

A Rádio Globo Honduras, desde a quartelada, abriu seus microfones para defender a Constituição e o direito legítimo do presidente Zelaya de seguir governando, entendendo que a proposta de ouvir a população sobre uma nova Constituição para o país era democrática e acertada. Como estratégia de atuação, o grupo de jornalistas e locutores-apresentadores, comandados pelo veterano jornalista Dom David Romero, decidiu entregar a palavra ao povo hondurenho. Todos os dias, durante toda a programação, as gentes entravam no ar falando da situação de sua província, sua cidade, seu bairro. Assim, a rádio acabou sendo um dos poucos veículos comerciais a garantir espaço para as informações da luta de resistência. Cada marcha organizada, cada ato de protesto, cada reunião, tudo ia ao ar, mostrando que o povo hondurenho não estava em casa aceitando a ditadura imposta pelas armas. Era o jornalismo em seu estado puro, informação contextualizada e interpretada.

O trabalho da Rádio Globo Honduras logo começou a incomodar a ditadura que imediatamente mandou fechar as portas e lacrar o transmissor. A rádio foi invadida, apesar do cerco que a comunidade fez ao prédio. Os trabalhadores tiveram de fugir por uma janela, pendurados em uma corda, os transmissores foram levados e o povo ficou sem a rádio. Mas, no dia seguinte, de lugares não sabidos a rádio voltaria, transmitindo via internet, jamais interrompendo o fluxo de informação sobre a luta do povo hondurenho. Mais tarde garantiria a volta ao canal aberto, sem abrir mão da defesa dos direitos constitucionais da gente de Honduras. Por todo este trabalho de informação e dignidade a Rádio Globo Honduras ganhou o Prêmio Ondas, promovido pela Sociedade Radiofônica de Barcelona, Espanha, como a melhor rádio ibero-americana.

Rony Martinez, que chega a Florianópolis no dia 14 de março é um jovem jornalista que atua diretamente com Dom David, num programa diário, todas as manhãs. Sua ação nestes meses de ocupação do país por um governo golpista é a expressão concreta de que é possível fazer jornalismo sério e comprometido mesmo nas situações mais assustadoras. Junto com a fala do jornalista hondurenho sobre esta experiência de jornalismo de resistência e libertação haverá o lançamento de um filme de média-metragem produzido por um grupo de cineastas e jornalistas de Florianópolis, chamado “De um golpe, Honduras”.


Agenda Rony Martinez

16/3/10 – 9h

Conferência e Debate – Conjuntura de Honduras e Jornalismo de Resistência – Rony Martinez – Auditório do CSE/UFSC.


17/3/10

Conferência e Debate – Jornalismo de Resistência – Rony Martinez – Auditório Estácio de Sá - 19h.


18/3/10

Conferência e Debate – Jornalismo de Resistência – Rony Martinez – Auditório Unisul - Logo após o debate, apresentação do filme “De um golpe, Honduras”.

15h - Coletiva de imprensa para os meios alternativos: TEMA: Radio Globo Honduras e o Filme De Um Golpe, Honduras – Local : Sindicato dos Jornalistas.


19/3/10

II Encontro pela Soberania Comunicacional – Auditório do Sindicato dos Bancários - Promoção: Portal Desacato e Revista Pobres e Nojentas. Apoio: Sindicato dos Jornalistas

DEBATE: 9h - O jornalismo de resistência e libertação – Rony Martinez, Elaine Tavares, Jilson Santos (AGECON) e Raul Fitipaldi.

DEBATE: 14h – O uso da Internet na Luta pela Soberania Comunicacional – Marco Arenhart, Urda Klueger, Celso Martins e Ronnie Huete.

Entrega do Prêmio Volodia Teitelboim. Premiados: Urda Klueger, Míriam Santini de Abreu, AGECON e Rony Martínez Chávez. Coordenação: Vanessa Bortucan.

Lançamento do Filme “De um golpe, Honduras”. Roteiro: Raul Fitipaldi. Direção: Aline Razzera Maciel.


20/04/10

Visita à Rádio Campeche – Participação no Programa Campo de Peixe com transmissão unificada com Tegucigalpa/Honduras. 11h


21/04/10 – Encontro com comunicadores do Meio Oeste - Fraiburgo – Agecon – Escola Agrícola 25 de Maio


22/04/10 – Conferência e Debate – Jornalismo de Resistência – Rony Martinez – Auditório IELUSC/ Joinville - Logo após o debate, apresentação do filme “De um golpe, Honduras”.


23/04/10 – Viagem para São Paulo – Encontro com Mídia Alternativa.


24/04/10 - Viagem para Honduras.

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Ronnie Huete:
ameaçado

de morte



O Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina também apoiou a vinda do jornalista hondurenho Ronnie Huete Salgado, ameaçado de morte duas vezes em Tegucigalpa, onde desenvolvia as atividades profissionais. Correspondente de Prensa Latina, colaborador da Rede FIAN-Honduras e membro da Juventude Popular Morazanista, Ronnie recebeu ameaças por telefone celular, mesmo sistema usado contra outras pessoas que posteriormente foram encontradas mortas. Só nos dois primeiros meses do ano, quatro ativistas da Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP) de Honduras foram executados por forças paramilitares.

Na próxima semana Ronnie decide se pede refúgio político ao Brasil ou retorna a Honduras. Enquanto isso, participa da II Semana Comunicacional e realiza sondagens. Se optar por retornar a Honduras, Huete Salgado será correspondente para a América Central da revista Caros Amigos. No caso de permanência no Brasil, pretende trabalhar e fazer um mestrado ou doutorado, possivelmente em Florianópolis-SC, onde se instalou provisóriamente. Mantém na internet o blog Morazan Resiste, alimentado com opiniões próprias e informações vindas de Honduras. (C. M.)


Ronnie denuncia a repressão em Honduras
a lideranças do PT em Florianópolis-SC.


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9ª Mostra de Cinema Infantil
de Florianópolis abre inscrições

Estão abertas até 15 de abril as inscrições para a 9ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, que ocorre de 19 de junho a 4 de julho na capital catarinense, com exibição de filmes nacionais e estrangeiros.

Regulamento e ficha de inscrição:
www.mostradecinemainfantil.com.br.

Luiza Lins
Diretora da Mostra
luizalins@mostradecinemainfantil.com.br

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Badesc lança projeto DocBrasil


Ciclo Leon Hirszman, com mediação de José Rafael Mamigonian. Estréia dias 11 e 12 de março (quinta e sexta-feira), às 19 horas, na Fundação Cultural Badesc - rua Visconde de Ouro Preto, 216 (Centro), Florianópolis-SC. Fone (48) 3224-8846. Entrada franca.

Expoente do Cinema Novo e diretor de filmes ficcionais consagrados como São Bernardo e Eles não usam black-tie, Leon Hirszman é pouco conhecido por seus documentários. A seleção dos filmes é cineasta José Rafael Mamigonian, curador do projeto DocBrasil.


PROGRAMAÇÃO

Dia 11, quinta, às 19h

Deixa que eu falo (Eduardo Escorel, 2007, 83min)

Eduardo Escorel, companheiro e colaborador artístico de Leon Hirszman em vários filmes, refaz a trajetória do amigo cineasta e de sua época por meio de uma cuidadosa montagem de materiais de arquivo. Traçando uma síntese das esperanças e frustrações de toda uma geração, o filme destaca a rara virtude em Leon de combinar rigor político, capacidade de aglutinação e paixão pelo potencial transformador da arte.


Dia 12, sexta, às 19h

Maioria Absoluta (Leon Hirszman, 1964, 20min)

Filmado em som direto, o documentário retrata o cotidiano dos trabalhadores rurais analfabetos do Nordeste, que vivem na extrema miséria. Incapazes de escrever, são - no entanto - conscientes de sua condição e perfeitamente habilitados a propor as soluções que esperam para os seus problemas.


Nelson Cavaquinho (Leon Hirszman, 1969, 13min)

Um registro belo e pungente do sambista em seu ambiente, conversando e tocando com amigos e vizinhos, em casa, no bar, no terreiro. Cenas da vida no subúrbio mesclam-se às memórias e improvisos, compondo um sensível panorama, ao mesmo tempo melancólico e alegre, do compositor e do seu povo à margem da sociedade.


Cantos de Trabalho no Campo: Cana de Açúcar
(Leon Hirszman, 1976, 10min)

Entre 1974 e 1976, seguindo os passos de Mário de Andrade e Humberto Mauro, Leon realizou três documentários produzidos pelo MEC sobre os cantos entoados pelos trabalhadores rurais nordestinos. Neste trabalho, documenta as cantorias dos trabalhadores da cultura da cana-de-açúcar na região de Feira de Santana, Bahia.


ABC da Greve (1979, 75min)

Documentário de longa-metragem sobre a primeira greve brasileira fora da fábrica. Cobrindo os acontecimentos na região do ABC paulista, em 1979, o filme acompanha a trajetória do movimento de 150 mil metalúrgicos em luta por melhores salários e condições de vida. Sem obter suas reivindicações, decidem pela greve, afrontando o governo militar, que responde com uma intervenção no sindicato da categoria. Mobilizando numeroso contingente policial, o governo inicia uma grande operação de repressão. Sem espaço para realizar suas assembléias, os trabalhadores são acolhidos pela Igreja. Passados 45 dias, patrões e empregados chegam a um acordo. Mas o movimento sindical nunca mais foi o mesmo.

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