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A crônica semanal
de Amílcar Neves
Lá vem a tempestade:
Faça um estoque de velas!
A crônica semanal
de Amílcar Neves
Lá vem a tempestade:
Faça um estoque de velas!
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Enigma nas sociais
Por Amílcar Neves*
Circulou tanto, e de forma tão intensa, que chegou até Manoel Osório. Se chegou até ele, avesso às coisas das tecnologias de ponta e do mundo virtual, é porque efetivamente realizou uma bela carreira.
Tratava-se de uma frase. De duas frases, se formos rigorosos e precisos. Lendo-a, lendo-as, as pessoas passavam rapidamente adiante e nem se importavam com elas. Quer dizer, não se importavam com elas mais do que pelo fato de lhes surgirem tantas e tantas vezes, e tão amiúde, como uma campanha publicitária. Reconheciam-nas mas eximiam-se de mergulhar nelas, de tentar entendê-las, saboreá-las, decifrá-las. Estas coisas demoram muito e, ao cabo, muitas vezes não levam a nada que valha a pena. Melhor partir de pronto para a próxima frase, a próxima imagem, a próxima novidade: aquilo que mal terminamos de ler, ver ou usar já passou, instantaneamente, a ser coisa velha, lida, vista e usada. Superada, pois.
O novo, o novo - há que buscar o novo, o inédito, o surpreendente, feito os fogos de artifício que explodem em cores, formas e sons diferentes e logo se apagam para dar vez a novas explosões coloridas que extraiam sinceros e ruidosos pontos de exclamação dos peitos.
Imaginem: Manoel Osório é como as pessoas que não assistem a dois segundos de qualquer telenovela ou supostas exibições de realidade (reality shows, no idioma da matriz), mas que, ainda assim, acabam bombardeadas por comentários e fotos relacionados a essas atrações que hipnotizam as massas. Assim foi com Manoel Osório, que foge das redes sociais eletrônicas, essas nas quais muitos seguem-se mutuamente e, indiscriminadamente, abrem a intimidade ao mundo em geral, enquanto outros, bem mais pragmáticos, contentam-se em explorar comercialmente esses filões cibernéticos vendendo, para os carentes e solitários, desde produtos do mundo físico e real até ideias, conceitos e crenças do universo das autoajudas.
A Manoel Osório chegaram as frases que só intrigam o público das redes sociais pela insistente repetição com que vêm de todos os lados, e em todos os formatos inimagináveis, assim isoladas de tudo e fora de qualquer contexto. A ele, lhe pareceu que elas trazem embutido um profundo desespero, uma ampla e cabal falta de perspectivas. Por isso, grudaram nele, apesar de vistas uma única vez. Dizem:
Cinco horas depois, o mundo continua redondo. Ou, melhor, esférico.
Tratava-se de uma frase. De duas frases, se formos rigorosos e precisos. Lendo-a, lendo-as, as pessoas passavam rapidamente adiante e nem se importavam com elas. Quer dizer, não se importavam com elas mais do que pelo fato de lhes surgirem tantas e tantas vezes, e tão amiúde, como uma campanha publicitária. Reconheciam-nas mas eximiam-se de mergulhar nelas, de tentar entendê-las, saboreá-las, decifrá-las. Estas coisas demoram muito e, ao cabo, muitas vezes não levam a nada que valha a pena. Melhor partir de pronto para a próxima frase, a próxima imagem, a próxima novidade: aquilo que mal terminamos de ler, ver ou usar já passou, instantaneamente, a ser coisa velha, lida, vista e usada. Superada, pois.
O novo, o novo - há que buscar o novo, o inédito, o surpreendente, feito os fogos de artifício que explodem em cores, formas e sons diferentes e logo se apagam para dar vez a novas explosões coloridas que extraiam sinceros e ruidosos pontos de exclamação dos peitos.
Imaginem: Manoel Osório é como as pessoas que não assistem a dois segundos de qualquer telenovela ou supostas exibições de realidade (reality shows, no idioma da matriz), mas que, ainda assim, acabam bombardeadas por comentários e fotos relacionados a essas atrações que hipnotizam as massas. Assim foi com Manoel Osório, que foge das redes sociais eletrônicas, essas nas quais muitos seguem-se mutuamente e, indiscriminadamente, abrem a intimidade ao mundo em geral, enquanto outros, bem mais pragmáticos, contentam-se em explorar comercialmente esses filões cibernéticos vendendo, para os carentes e solitários, desde produtos do mundo físico e real até ideias, conceitos e crenças do universo das autoajudas.
A Manoel Osório chegaram as frases que só intrigam o público das redes sociais pela insistente repetição com que vêm de todos os lados, e em todos os formatos inimagináveis, assim isoladas de tudo e fora de qualquer contexto. A ele, lhe pareceu que elas trazem embutido um profundo desespero, uma ampla e cabal falta de perspectivas. Por isso, grudaram nele, apesar de vistas uma única vez. Dizem:
Cinco horas depois, o mundo continua redondo. Ou, melhor, esférico.
*Amilcar Neves, escritor.
Crônica publicada na edição de hoje (10.3.2010) do
jornal Diário Catarinense (Florianópolis-SC).
Reprodução autorizada pelo autor.
Crônica publicada na edição de hoje (10.3.2010) do
jornal Diário Catarinense (Florianópolis-SC).
Reprodução autorizada pelo autor.
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Lá vem a tempestade
Os estoques de velas nos estabelecimentos de comércio na região de Sambaqui estão no limite. A cada tempestade de final de tarde a cena se repete: a energia elétrica fica na chamada meia-fase e depois cai. Já sabemos que vamos aguardar umas duas a três horas até que o fornecimento seja normalizado. Desse modo, calejados que estão, os moradores tratam desligar da tomada os aparelhos elétricos, como geladeira, freezer, televisão, som e computador das tomadas. O mercado e o armazém do Vilmo fecharam no final da tarde de ontem (9.3). No primeiro também fazem pão em forno elétrico. Nos dois casos os produtos refrigerados ou congelados acabam danificados.
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