3.6.10



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Procissão de Corpus Christi
Santo Antônio de Lisboa, 3.6.2010
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Invasão militar da Udesc
Texto de Gabriela Pieroni e Nota da AGB


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PROCISSÃO DE CORPUS CHRISTI
Santo Antônio de Lisboa




























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INVASÃO MILITAR DA UDESC



Estado de excessão não,
em jogo nossas liberdades


Por Gabriela Pieroni*


Queridos colegas e professores,

Em 2005 eles tentaram entrar, atiraram bomba de gás lacrimogêneo dentro da antiga FAED e os alunos tiveram onde se recolher da selvageria: a sala de aula. A Universidade não contestou formalmente a agressão. Pois este ano eles entraram, espancaram, intimidaram, prenderam e ficaram esperando na porta! Como é perigoso deixar as coisas pra depois...

Estão circulando textos e falas de repúdio às cenas de repressão e violência policial explícita que ocorreram na UDESC na noite de segunda-feira. Apesar disto, mais uma vez a Polícia não se intimidou e agiu com truculência no Ato ocorrido no Ticen ontem, cercando por todas as partes a "caminhada pacífica pelo centro " votada pelos manifestantes, que não puderam mover-se daquele raio de contenção. Mesmo assim, o Ato seguiu. De forma improvisada as pessoas deram-se as mãos e cercaram pacificamente os policiais — que "perdidos" no seu afazer e pouco preparados para lidar com a não-violência — tentaram criminalizar a ação, "protegendo" a população que entrava no terminal urbano dos perigosos agressores de mãos dadas. No tumulto, dezenas destas pessoas que passavam viraram-se contra seus "protetores" dispensando seus cuidados e se unindo aos manifestantes.

Além deste espaço de conflito (importante mas traumático), que outro espaço além da ESCOLA nós temos para conversar sobre estes atos e unir setores da sociedade para pensar/agir na cidade? Com este potencial poucos. Quem a não ser o EDUCADOR (nós, nossos professores da UDESC, os que estarão em nosso lugar...) tem mais cartas nas mangas para prestar este papel nestes momentos?

Imagens e vídeos estão disponíveis, mostrando como as mídias podem nos servir, além das redes de relacionamento on line. Eles mostram também como a parceria FAED/CEART — tão aguardada desde a mudança do prédio pro Itacorubi e de fato um pouco frustante — ocorreu e foi decisiva, tanto nas mobilizações, como na reação à violência. Notas oficiais foram divulgadas e um dossiê está sendo preparado para uma representação da Udesc no Minitério Público. Todos escrevem para curar-se da folia de presenciar tais violências, falamos demais no calor do acontecimento para não morrer engasgados, produzimos documentos e notas oficiais já mais ponderados e por fim, devemos agir num coletivo, não?

Sugiro que na volta das atividades, toda a comunidade acadêmica pare por um dia no mínimo para ir entregar "em mãos" este dossiê no Ministério Público ou seja onde for, para que a população veja que nosso espaço potencial de problemáticas, de saber/poder, ainda não se perdeu completamente nos seus sentidos. Para que a Dona Zenir, que se fazia ouvir na rua ontem a noite não precise ficar explicando porque havia parado por ali, ao lado dos "estudantes baderneiros": " Porque eu também pago, todo dia, pra mim e pra minha filha, e olha que eu venho é fazer faxina, o dinheiro não dá".

A TV, o senso-comum da conversa de Bar do BOX 32 (onde passávamos convidando empresários a pagar a conta e vir participar do Ato) não convenceu D. Zenir de que ela é extemporânea. Imagino que para ela será uma emoção muito grande ver o professor de sua filha, a estagiária, o funcionário da escola, a direção, junto com ela nas ruas.

Sugiro também que os professores usem suas aulas nesta próxima semana para — além de pensar um pouco mais a cidade (modelos de transporte público, planos diretores , segurança..) — propor uma ação coletiva mais impactante para o momento.

Aproveito para saudar nossos professores que estiveram na Udesc na noite de segunda-feira, aos que atenderam aos chamados dos alunos, também aos que se pronunciaram no outro dia, ao Celso Martins, jornalista sério e comprometido, ex-aluno de História da FAED que está cobrindo de forma sensível e bem completa com o blog sambaquinarede2@blogspot.com.br, aos músicos, artistas do Ceart que acalmaram os nervos, Karem Kilim, Hans Denis e Juliana Kroeger e todos que produziram fotos, cartazes e audiovisuais, quem esteve transpirando nos corredores, respirando fundo na frente na polícia ou conspirando na frente do computador, espero que possamos nos reunir todos esta próxima semana.

Até mais,

*Gabriela Pieroni, aluna de História da FAED/UDESC (e já faz muito tempo).

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INVASÃO DO CAMPUS DA
UDESC PELA POLÍCIA MILITAR

NOTA DE REPÚDIO


Aos trinta e um dias do mês de maio, em virtude de uma manifestação estudantil na entrada do campus universitário da UDESC (bairro Itacorubi), contrária ao aumento das tarifas do transporte coletivo de Florianópolis, a Polícia Militar de Santa Catarina, conduzida pelo coronel Newton Ramlow, além de agredir verbal e fisicamente os estudantes, efetivou prisões e invadiu o campus universitário.

Conforme nota de repúdio elaborada pela APRUDESC (Associação dos Professores da UDESC), “apesar da alegação de ‘garantia da ordem e do direito de ir e vir dos cidadãos’, o aparato policial, paradoxalmente, prejudicou o fluxo de veículos, confinou os estudantes dentro do campus e promoveu uma sucessão de atos de violência e brutalidade. Policiais armados de cassetetes, arma taser, gás pimenta e cães criaram um confronto desigual e inadmissível em contraste com os manifestantes, que promoviam uma passeata pacífica, fundamentada em uma postura de cidadania legítima e coerente com o que se espera de acadêmicos críticos e preocupados com os problemas da cidade em que vivem, entre eles, o estado vergonhoso do transporte coletivo de Florianópolis.”

A diretoria da Associação dos Geógrafos Brasileiros – Seção Florianópolis repudia tanto a violência contra os manifestantes, como a entrada da Polícia Militar no campus universitário, duas agressões que se contrapõe diretamente às normas de um Estado Democrático e de Direito, e solidariza-se com as necessárias reivindicações da população de Florianópolis.

Diretoria Executiva da Associação dos Geógrafos do Brasil (AGB-Florianópolis)

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