24.6.10

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Sambaqui e seus
"personagens"

José Fletes

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Brasil x Portugal no Baiacu
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Os jornalistas
e o caso Dunga

Nota do SJSC

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Resultados
do Seminário

de Cultura

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Portal DESACATO
com novo formato


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Foto: Celso Martins.

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“PERSONAGENS”
DO SAMBAQUI


Por José Fletes (*)

V. quer aliviar o estresse de um dia pesado de trabalho? De ter ficado na fila da ponte ou no Centro de Floripa? Venha para o Sambaqui! Distrito ao Norte da Ilha, em 30 minutos V sai do inferno e chega ao paraíso! Com um visual privilegiado da cidade, avista a ponte Hercílio Luz , a Beira-mar e o Estreito, com um por do sol como poucos, senta num banco e aprecia o final de tarde....., lendo um livro ou o jornal ou simplesmente contemplando a beleza à sua frente, V recarrega as energias e será outro, em poucos minutos!

Ah! E o mais importante, V pode se deparar com alguns dos “personagens” que motivaram este breve relato. Existe um Bar muito freqüentado de há muito por todo tipo de “personagem”, tanto da cidade como do bairro. Bar que reúne aos domingos para bater altos papos, os amigos da Confraria do Sambaqui há 50 anos. São muitos ex-políticos, ex-funcionários públicos, ex-profissionais liberais e alguns que continuam na ativa. A idade mínima é de 50 anos! O Bar do Vadinho (do Sr Flázio Isidoro, falecido há quatro anos e o qual não tive a honra de conhecer, pois aqui cheguei há dois anos) hoje administrado pelo seu filho César e sua esposa Dona Cila, muito atenciosos, sempre sorridentes e conversando sobre as estórias que aqui se contam.

Pois então, estava outro dia no Bar do Vadinho, como costumeiramente, tomando uma gelada e degustando uma manjubinha (bem mais gostoso do que sardinha) no molho, preparada por Da. Cila, com uma farinha de mandioca, umas torradas e uma pimenta caseira, quando o “Torrão” (é um construtor empírico de mão cheia segundo os que o conhecem bem, diz que pesca e que é bom churrasqueiro) chega com o Adão (mulato, um magrinho que quando toma algumas pingas fica distribuindo sorrisos à toa). –“Torrão” cumprimenta o César e o Adão para tirar a dele, - Ave César! Ao qual lhe responde: -AVeadão! Percebi nesse momento que tinha estória para contar, pois a seguir a conversa rolou fácil. “Torrão” se refere ao Adão como o 5° “elemento” do Sambaqui. Pela ordem cita: o “Dionísio” como o 1°, o “Janete” (Tiroga) como o 2°, o “Boquinha” como o 3° e o “Evaldo” como o 4°. Desses, conheço e já bati altos papos com o “Dionísio”, figura inteligente, de grande bagagem cultural, conversa sobre a vida e quando “são” sobre a política do município e do estado. É uma figura, querida por muitos e odiada por poucos, pois quando está ”fora de órbita” (o que é o normal) incomoda alguns, mas sem desrespeitar ninguém. Se atira na frente do ônibus, anda no meio da rua e fica fazendo seus discursos indecodificáveis. Já o “Janete”, é daquelas figuras que se apresenta como Pit Bull de dia e à noite, bem, à noite imita (?) e mostra como se comporta quem vira, se vira ... Dias atrás, no seu aniversário, fez um churrasco de costela bovina e suína, de lamber os dedos. Aprovou como churrasqueiro e derrubou o Frozza que até o momento tinha o primeiro lugar. O “Evaldo” e o “Boquinha” ainda não os viram por aqui. Contaram-me que desapareceram do convívio no Bar, pois aprontaram e deram tantos fora, que os colocaram na geladeira.

Mas, a lista não termina aqui. Tem mais alguns: o 6° elemento é o Severino “Apagão” (da Paraíba) pois se conta, e é verdade referendada por todos os que assistiram, que há alguns anos ele tinha um Santana, saiu bem tarde da noite acima do limite alcoólico (naquela época não tinha a lei) e derrubou um poste, causando o apagão no Sambaqui; o 7° elemento o “Kelé”, do qual só consegui saber como característica principal que virou surfista de baleia, que andou colocando dentadura e que a perdeu por aí; o 8° elemento, o “Mijão”, que literalmente se mijou nas calças, pois não conseguiu abrir o fecho ao chegar no sanitário e ao retornar ao grupo o que o entregou foi sair sem camisa, já que estava com ela em volta da cintura para camuflar o acidente!; o 9° elemento é o “Frozza”, mecânico de mão cheia, o segundo lugar como churrasqueiro, grande contador de estórias, ávido leitor de cultura geral, de história e política. Tive a oportunidade de levar meu bólido, uma Brasília 74 vermelha para conserto e só retornou dez dias depois, pois ele vai pegando carro mais do que dá conta, até encher o pátio da casa, mas vale a pena esperar. Que o digam os clientes da Barra e do Sambaqui! E o 10° elemento e, por enquanto, o que fecha a lista, o “Belga”. Um “negão” de amplo sorriso, grande conversador das estórias de Santo Antonio e do Sambaqui, que circula nos Bares da vida e o do Vadinho de há muito. Jogador de dominó, diz que pesca e que faz um bom churrasco!

E assim vai indo a vida no dia-a-dia, o bar reunindo pescadores de elite e amadores, pecadores, separados, casados fujones,... Dos pescadores, os mais mentirosos: os amadores! Para encerrar, uma figura folclórica, é o vizinho do bar que sempre que aparece para regular a lenta, o segue como segurança o “Xepa”, um cachorrinho feio, mas feio! Parece o demônio da Tasmânia. O curioso que tem gente que tira fotos..., do “Xepa” e o dono fica de fora (o qual se queixa de não fazer parte do registro). Essas estórias prometem continuar. Contarei num próximo relato.

(*) Professor da UFSC, morador da Barra do Sambaqui.

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Nota do SJSC
sobre o caso Dunga


O treinador brasileiro, Dunga, envolveu-se em uma polêmica com a Rede Globo, ao ofender, com palavras de baixo calão, a um jornalista da emissora. Independentemente do que se pode pensar de todo o episódio, que envolve a decisão unilateral do presidente da CBF em beneficiar a Globo com entrevistas exclusivas, situação que, corretamente, não foi aceita por Dunga, o que tem de ser observado é a posição do treinador diante do repórter.

Quem trabalha com comunicação sabe que, muitas vezes, o trabalhador não está visceralmente ligado aos interesses da empresa. É certo que há muitos que “vestem a camisa” de forma acrítica, mas isso não está em questão. O que realmente deve chamar à atenção aos jornalistas é que uma autoridade – seja ela política ou futebolística – não pode ofender um profissional por conta do que a empresa onde ele trabalha anda fazendo.

A rede Globo é realmente um monopólio neste país e, com figuras como Ricardo Teixeira, busca impor uma dominação midiática. Mas, o profissional que a representa não pode ser agredido por isso. O jornalista, mal ou bem, está cumprindo sua função. Se o jornalista é um equivocado ou não, não importa. Precisa ser respeitados no exercício da sua profissão como qualquer outro trabalhador.

Por isso, repudiamos a atitude de Dunga. Se estava o treinador incomodado com as armações globais que se manifestasse publicamente sobre isso. Profissionais como o jornalista em questão, e até mesmo o todo poderoso William Bonner, que já chamou o brasileiro médio de Homer Simpson, nada mais são do que trabalhadores assalariados da Globo. Mais dia, menos dia, também eles sofrerão na pele o que isso significa. Mas, para nós, do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, o que deve ser preservado é o respeito ao trabalhador que foi ofendido. Todo o nosso repúdio à rede Globo e as suas maracutaias. E a nossa completa desaprovação à atitude do treinador. Bater no menor elo da corrente não é a melhor opção.

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Seminário de Cultura
cumpriu os objetivos


O Seminário de Cultura de Santa Catarina, promovido pelo Fórum Cultural de Florianópolis, realizado no último sábado (19), no Auditório da Reitoria da UFSC, em Floripa, contabilizou um enorme sucesso. Participaram efetivamente do evento mais de 165 pessoas, entre acadêmicos, docentes, produtores, artistas, trabalhadores da cultura, profissionais que atuam na gestão da cultura, representantes de associações e de grupos comunitários. Mais de 50 entidades e 14 municípios catarinenses estavam lá representados.

O principal objetivo do evento foi cumprido: a integração da sociedade civil nos processos de políticas públicas para a área da cultura; a informação e o esclarecimento sobre os processos desde a primeira Conferência Estadual de Cultura; e a organização de um grupo de trabalho para a criação do Fórum Cultural de Santa Catarina, a partir da criação de uma rede cultural da sociedade civil, com trabalhadores e diletantes da cultura e da arte, Universidades, Associações e Pontos de Cultura.

Nossa ideia é a composição de uma força tarefa, a partir de um grupo de articuladores representativo de Santa Catarina, cujo trabalho culminará na fundação do Fórum. Portanto, se você tem interesse em participar deste processo, poderá se manifestar respondendo este e-mail, acrescentando fone e endereço.

Após a abertura do Seminário, que contou com a participação artística de Jeisson Dias & Banda, e com as falas das autoridades presentes, a tarde foi tomada por palestras e debates.

No primeiro bloco, tivemos as palestras de Chistiane Ramirez, presidente do Fórum Cultural de Florianópolis, que tratou dos fóruns e as suas atribuições no contexto político e social; Maurício Dantas, Gerente de Políticas Culturais do Minc, que apresentou um cenário de mudanças positivas com o Plano Nacional de Cultura; João Roberto Peixe, coordenador do Sistema Nacional de Cultura; que expos o modelo de estrutura e gestão do Sistema Nacional de Cultura; e Eugênio Lacerda, gerente de Projetos da Fundação Catarinense de Cultura, abordando o Sistema Estadual de Cultura. Após debate, deu-se sequência ao último bloco de palestras, com Paulo Brum, assessor para assuntos parlamentares do MinC, que falou sobre o marco inicial da cultura e das proposições referente à área, que tramitam no Senado Federal; e Marcos Wachowicz, professor do Centro de Ciências Jurídicas da UFSC, que esclareceu questões referentes ao Direito Autoral.

Em breve, o Fórum estará disponibilizando em seu Blog todo o material de apoio utilizado pelos palestrantes. Não esqueça de enviar seu e-mail para participar deste grande momento estadual da sociedade civil na construção de um Fórum Estadual.

Agradecemos todos (as) os (as) participantes e também os seguintes órgãos e entidades que estiveram representadas no evento:

Alquimidia org, Ass. Moradores das Areias (AMAREIAS), Associação Cultural Baiacu de Alguém - Ponto de Cultura, Associação da Cadeia Produtiva de Música de Santa Catarina - MUSICATARINA, Caminhos da imigração Alemã, Casa da Criança, Cia Experimentus Teatrais, Cia Teatral Além do Palco, Cineclube de Tubarão, Cinemateca Catarinense, Concrejato Serviços Técnicos de Engenharia S/A e Centro Técnico Templo da Arte, Conselho de Dirigentes Culturais dos Municípios de SC, Cooperilha, Coral Hélio Teixeira da Rosa do Tribunal de Contas de Santa Catarina, CORO CARPE DIEM, Diretório Central dos Estudantes da UFSC, E.B.M. José do Valle Pereira, Escola do Teatro Bolshoi, Estúdio Full Gás, Fórum Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes, Fundação Catarinense de Cultura, Grupo Cultural Siri Goiá, Grupo de capoeira Angola, Grupo de Dança Folclórica Italiana Belli Balli, Grupo Náufrago, IMCARTI Instituto de Musica Canto e Arte de Itajaí, Instituição Casa Familiar do Mar, INSTITUIÇÃO- CASA FAMILIAR DO MAR LUIZ CARLOS PERIN, Instituição Kaiowas Grupo de Dança, Irmandade do Senhor Jesus dos Passos e Imperial Hospital de Caridade, MEMORIAL DA PESCA, MULT Produções e Eventos, Museu Histórico de Santa Catarina, Ong Arte Movimenta, Pontão de cultura da UFSC, Pró Musica Florianópolis, REDE Itajaiense de Teatro, Scientia Consultoria Cientifica, Secretaria de Estado da Educação, UDESC, UFSC, Unimed, Unisul, Universidade do Extremo Sul Catarinense, Universidade Federal de Santa Catarina- Observatório da Realidade Organizacional eUniversidade Federal de Uberlândia.

Christiane Ramirez – Presidente
Murilo Silva – 2º secretário


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Novo
PORTAL

DESACATO


Olá,

com muita satisfação convidamos aos companheiros ao lançamento do novo formato e dos novos conteúdos do portal Desacato. Na tentativa de melhorar a qualidade da nossa Militância Comunicacional, apresentaremos um sistema de mais fácil acesso no campo do software livre, com um modelo estético compatível com essa demanda. Teremos mais categorias e possibilidades técnicas, que servirão também para contribuir com a Rede Popular Catarinense de Comunicação e com os companheiros colaboradores espalhados pelo Brasil e pelo mundo, esperamos que o novo modelo de Desacato seja uma ferramenta útil a todos os veículos e a tod@s as colaboradores.

No lançamento, teremos o prazer de homenagear ao colega Celso Martins, militante do jornalismo libertário. O convite é de R$ 10,00 com almoço incluído e a programação geral está em anexo [acima]. Depois da atividade, poderão ficar na sede do Baiacu de Alguém, assistindo gratuitamente e em telão o jogo da Copa do Mundo que se inicia às 15 h.

Um abraço a tod@s e obrigado pela divulgação desta atividade,

Pelo Conselho Editor,
Raúl Fitipaldi


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