A CRÔNICA DO OLSEN
E mais sobre o diploma do jornalista!
E mais sobre o diploma do jornalista!
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O bom e velho Olsen, globetrotter, com o pé na estrada, antecipando a crônica de amanhã...
A música é duca, feita na década de 1960 (Ben King, Jerry Leiber e Mike Stoller, estes últimos da famosa dupla de compositores Leiber/Soller dos quais os Beatles eram fãs e gravaram várias composições...
A crônica, levemente enfesada, afinal o juizinho que apitou o jogo Corinthians X Internacional, que filho da puta... Não deu um pênalti logo no início do jogo em favor do Inter (o Alecssandro foi derrubado dentro da área, e como diz o Arnaldo César Coelho "a regra é clara", dentro da área é pênalti) e no final, permitiu que o "Corintia" (como eles dizem lá em Sampa) cobrassem uma falta com a bola em movimento...
Well, deu no que deu...
Mas como diz o gaúcho aqui, ainda não terminou....
Um abraço fraterno do viking, autoexilado na Lagoa da Conceição.
A música é duca, feita na década de 1960 (Ben King, Jerry Leiber e Mike Stoller, estes últimos da famosa dupla de compositores Leiber/Soller dos quais os Beatles eram fãs e gravaram várias composições...
A crônica, levemente enfesada, afinal o juizinho que apitou o jogo Corinthians X Internacional, que filho da puta... Não deu um pênalti logo no início do jogo em favor do Inter (o Alecssandro foi derrubado dentro da área, e como diz o Arnaldo César Coelho "a regra é clara", dentro da área é pênalti) e no final, permitiu que o "Corintia" (como eles dizem lá em Sampa) cobrassem uma falta com a bola em movimento...
Well, deu no que deu...
Mas como diz o gaúcho aqui, ainda não terminou....
Um abraço fraterno do viking, autoexilado na Lagoa da Conceição.
ENQUANTO ISSO NAS RUAS
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Por Olsen Jr.
No bar, só vi isso em Buenos Aires. Antes de pedir o café, todos os presentes concentrados na leitura dos jornais diários. Não há jornais para todos. Resigno-me com os comentários dos outros enquanto espero, ouço: “esse Sarney é incrível, ele já era um espertalhão quando eu era criança. Onde este senhor está mais dia menos dia vão descobrir alguma falcatrua. Olha só isso, ele afirma que o problema não é ele, mas o senado”. As palavras chegaram da mesa ao lado, imagino um “imortal” da Academia Brasileira de Letras, político de carreira (a única profissão em que o sujeito não precisa comprovar idoneidade), cria uma editora na casa que preside claro, uma editora precisa de um diretor, de um secretário, de um executivo, de alguns membros para o conselho editorial, e assim, mais parentes vão ocupando os espaços, aliás, espaços que foram criados para a ocupação de parentes, de amigos, de amigos dos amigos. Não se pode negar a “engenhosidade” do método. O código penal chama de outra coisa.
No estacionamento, movimento intenso de carros. Observo o pai segurando a criança pela mão no canteiro que separa as duas pistas no meio daquele rush. Do outro lado, sinalizo com o farol para não ter pressa que vou aguardar, ele agradece. Quando passa o último veículo, avança com a criança pela mão, faz um aceno com a cabeça em sinal de agradecimento e depois, antes de entrar no seu próprio automóvel, olha para mim e ergue o polegar, sinal de positivo, como se não estivesse acreditando no gesto. Mundo triste esse quando de tanto assimilar a barbárie passamos a nos assombrar com os gestos de boa vontade.
No posto de gasolina, o cara entra com o carro por onde os veículos devem sair, naturalmente, depois, irá sair pela entrada, visivelmente embriagado, emendando a madrugada com a manhã, ouve do atendente (depois de abastecer) um solene “não se preocupe senhor, a coisa toda vai, vai, vai até que piora”...
No caixa-eletrônico, espero enquanto ouço alguém na minha frente dizer “quando não se tem dinheiro nenhum banco presta”.
Na casa lotérica, escuto “meu time (referia-se ao Vasco) não perdeu nenhum jogo e foi eliminado, uma pena conclui, não pergunto se “eles” ganharam alguma, mas ouço antes de sair que as trombetas tocadas na Copa das Confederações chamam-se “vavuleras”, pô, cultura inútil...
Na banca de jornal, alguém convida alguém para tomar um a cerveja, o convidado responde, “não, muito obrigado, hoje vou me “poipá” (fazia menção ao “poupar” no sentido de economizar) era dose pra mamute...
No almoço, o garçom diz para mim que só tem desgostos com os times de futebol por quem torce (o Avaí e o Vasco, este na segunda divisão) sugiro que torça por um clube grande, o Internacional, por exemplo, ele diz que irá comprar uma camiseta no dia seguinte quando tiver folga, parece convencido...Depois alguém passa por mim e afirma que não tiro mais a camisa (referia-se ao Intenacional), digo que tenho 17 delas, todas diferentes, justamente para ninguém encher o meu saco. A velhinha que está na minha frente, em outra mesa, faz um sinal com a cabeça no sentido de aprovação, depois soube que ela também era torcedora do Inter, coisa de louco...
No café, o sujeito respondendo a pergunta: por que você vem aqui? Afirma “todo o mundo vai lá ou vão ali (referia-se a outros cafés), como não sou todo o mundo, venho aqui”... Quem mandou perguntar?
Penso nessas frases todas, colhidas aqui e ali, com uma lógica ingênua e fatalista, como se tudo estivesse escrito antes de nascermos, e o homem não pudesse mais mudar aquela escrita...
Então, quando chegou a minha vez de fazer um pedido, lembro dessa pasmaceira toda, e da subserviência acólita e não vacilo, digo logo, “me dê com espaguete ao fungui com um contrafilé...
E se me perguntarem por que? Afirmo, pelo menos o filé é contra !
Ilustrações: Uochiton S.
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Diploma: ABI repudia a decisão do STF
17.6.2009
17.6.2009
Nesta quarta-feira, 17, o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional a exigência de diploma de nível superior para o exercício da profissão de jornalista.
O Ministro Gilmar Mendes foi o relator do Recurso Extraordinário nº 511961, e votou contrariamente à exigência do diploma como requisito para o exercício da profissão. Na opinião dele, a Constituição Federal de 1988, ao garantir a ampla liberdade de expressão, não recepcionou o Decreto-Lei nº 972/69, que exigia o diploma.
O voto do relator foi acompanhado pelos Ministros Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Eros Grau, Carlos Ayres Britto, Ellen Gracie, Cezar Peluso e Celso de Mello. O Ministro Marco Aurélio de Melo votou pela permanência da exigência do diploma. Os Ministros Joquim Barbosa e Carlos Alberto Menezes Direito não estavam presentes na sessão.
Em Brasília, onde foi participar da entrega de uma premiação, o Presidente da ABI, Maurício Azêdo, foi informado da decisão do STF e emitiu a seguinte declaração:
“A ABI lamenta e considera que esta decisão expõe os jornalistas a riscos e fragilidades e entra em choque com o texto constitucional e a aspiração de implantação efetiva de um Estado Democrático de Direito entre nós, como prescrito na Carta de 1988.
A ABI tem razões especiais para lamentar esse fato porque, já em 1918, há mais de 90 anos portanto, organizou o 1º Congresso Brasileiro de Jornalistas e aprovou como uma das teses principais a necessidade de que os jornalistas tivessem formação de nível universitário. Com esse fim, chegou a aprovar a possível grade curricular do curso de Jornalismo a ser implantado.
A ABI espera que as entidades de jornalistas, à frente a Federação Nacional dos Jornalistas-Fenaj, promovam gestões junto às lideranças do Congresso Nacional, para restabelecer aquilo que o Supremo Tribunal está sonegando à sociedade: um jornalismo feito com competência técnica e alto sentido cultural e ético”.
Maurício Azêdo, Presidente da ABI."
(Fonte: ABI)
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Uma decisão danosa
Por Alberto Dines em 18.6.2009
Por Alberto Dines em 18.6.2009
Difícil avaliar o que é mais danoso: a crítica do presidente Lula à imprensa por conta das revelações sobre o comportamento do senador José Sarney (PMDB-AP) ou a decisão do Supremo Tribunal de eliminar a obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo. São casos diferentes, porém igualmente prejudiciais à fluência do processo informativo. E exibem a mesma tendência para o sofisma, a ilusão da lógica.
Fiquemos com a decisão do STF. Embora irreversível, não é necessariamente a mais correta, nem a mais eficaz. A maioria do plenário seguiu o voto do presidente da Corte, Gilmar Mendes, relator do processo, que se aferrou à velha alegação de que a obrigatoriedade do diploma de jornalista fere a isonomia e a liberdade de expressão garantida pela Constituição.
Para derrubar esta argumentação basta um pequeno exercício estatístico: na quarta-feira em que a decisão foi tomada, nas edições dos três jornalões, dos 29 artigos regulares e assinados, apenas 18 eram de autoria de jornalistas profissionais, os 11 restantes eram de autoria de não-jornalistas. Esta proporção 60% a 40% é bastante razoável e revela que o sistema vigente de obrigatoriedade do diploma de jornalismo não discrimina colaboradores oriundos de outras profissões.
No seu relatório, o ministro Gilmar Mendes também tenta contestar a afirmação de que profissionais formados em jornalismo comportam-se de forma mais responsável e menos abusiva. Data vênia, o ministro-presidente da Suprema Corte está redondamente enganado: nas escolas de jornalismo os futuros profissionais são treinados por professores de ética e legislação e sabem perfeitamente até onde podem ir.
É por isso que na Europa e Estados Unidos onde não existe a obrigatoriedade do diploma de jornalismo, são as empresas jornalisticas que preferem os profissionais formados em jornalismo, justamente para não correrem o risco de serem processadas e punidas com pesadas indenizações em ações por danos morais.
O STF errou tanto no caso da derrubada total da Lei de Imprensa como no caso do diploma. E foi induzido pela mesma miopia.
(Fonte: Observatório da Imprensa)
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