1.6.09

Dá-lhe Olsen!


Olá, camaradas, salve!
De volta ao lar, cento e vinte e-mails para responder... Calma, faremos com calma...
Como todas as pessoas inteligentes que conheço, sabemos que não vamos chegar a lugar nenhum, portanto, sem pressa agora...
A música aí é uma espécie de Hino não oficializado da Escócia; também era entoada quando os soldados vinham dos campos de batalha, ou melhor, retornavam das guerras para casa...
Tem mais histórica, se alguém quiser ir fundo, veja lá "Scotland the Brave", trocentas versões na internet...
Acredito que é uma boa trilha para "animar" o que o texto da crônica sugere, os outros "bravos" rapazes que a falta do que fazer preferem não fazer nada.

Com o carinho de sempre, vai a de hoje:

ALMOÇO DAS ESTRELAS


Por Olsen Jr.

O escritor Scott Fitzgerald estava certo “Muitas vezes as ocasiões importantes na vida começam por parecer incidentes”.

Segundo consta, já se passaram dez anos. Lembro bem que estávamos na sacada mais democrática de Florianópolis, no Restaurante “Polly`s”, um final de tarde, a turma reunida aleatoriamente e integrada pelo animador Aldírio Simões, o dublê de arranjador, compositor e perito em informática Irê Silva, sempre pronto para qualquer festa o autointitulado “Comendador” Roberto Laus, o jornalista e escritor Raul Caldas Filho e esse outro, infra assinado, poeta e escritor...

Em comum, o bom humor e a vontade de viver aqui na Ilha o que sugeria o título do livro do velho Hemingway “Paris é uma Festa” ... Procurávamos um lugar para bater papo sossegadamente, e se possível que tivesse uma comidinha boa e honesta. Até nos propúnhamos em trazer o cozinheiro, quer dizer, cada semana um se encarregava, ou fazia o seu prato favorito ou trazia alguém para fazê-lo. As despesas seriam rateadas entre aqueles que participassem. Os convidados deveriam passar pelo “crivo” daquele grupo inicial, apenas para que nada fugisse do controle...

Tudo começou timidamente, mas com sucesso. Saímos do Polly`s pela praticidade do novo lugar, na sede da Embratel onde tínhamos a presença franqueada pelo marqueteiro Danilo Aranovich Cunha e não incomodávamos ninguém e tampouco éramos incomodados... Só mais tarde, quando o grupo cresceu assustadoramente, hoje tem mais de 150 integrantes, é que nos transferimos para o Lira Tênis Clube, no alto da Felipe Schmidt com Tenente Silveira, como queiram.

Muitas pessoas foram agregando-se a idéia da reunião, toda a última sexta-feira de cada mês (ignora-se quem decidiu isso, provavelmente porque todos já receberam o “seus” proventos e ninguém teria a desculpa de não comparecer por causa da grana, que aliás, ninguém deixou de comer por não poder dar sua cota no dia) e também, de acordo com o slogan que foi sugerido e adotado sem maiores delongas: “se você não resolveu os seus “abacaxis” até sexta-feira ao meio dia não vai pensar em resolvê-los sexta à tarde” era só o que faltava...

Assim, após as refeições, a turma continua reunida e deambulando. Agora lembrei outro ponto positivo que une o grupo: comer, beber e meter o pau no governo... Na dúvida, qualquer governo serve...

Ao bom humor credito a longevidade dessa turma. Muita gente se conhece só no dia. É gratificante fazer parte de um Clube que não tem estatutos, nem mensalidades... Reúne-se uma única vez a cada trinta dias, vai quem quer, todos podem opinar, o que não quer dizer que a opinião vá ser acatada, ouve-se por deferência, uma vez que ninguém leva a diretoria à sério, igualmente... Uma curiosidade: é o mesmo presidente e uma mesma diretoria, desde que o Clube foi fundado, uma ditadura de fazer inveja, mas ninguém quer derrubá-la porque quando “ela” cair, cai todo o mundo junto... Questão de solidariedade... É isso!

Depois que o Clube foi fundado, pode verificar: o índice de portadores de úlcera gástrica na cidade caiu assustadoramente, porque as pessoas que conseguem fazer piada ou blague ou ainda, glosar a própria “desgraça”, são pessoas que vivem melhores e envelhecem sendo jovens, quem sabe não poderemos servir ainda como referentes para essa rapaziada varonil (do nosso Brasil) que não larga dos computadores (os novos senhores) e esquecem de viver a vida (que não é só luta renhida) e suas ofertas essencialmente “grátis” sem a presença do caos (pode perguntar para o Beto Laus) e ter todas as últimas sextas-feiras de cada mês, como gostamos, só de paz e de amor (claro, para isso, basta só confirmar a presença com o comendador) para sentir a vida, porque não basta estar vivo, é preciso viver.

Honestamente, é o que todos tentamos!

Ilustrações: Gallo Sépia.

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