24.7.09

A crônica do velho Olsen


Olá, camaradas, salve!

Antes que me perguntem sobre a eleição na Academia Catarinense de Letras, quero repetir as palavras do Millôr Fernandes, "A Academia Brasileira de Letras se compõe de 39 membros e um morto rotativo"... Mais ou menos, mas às vezes, invariavelmene, o tal morto pode ser teu amigo, como aconteceu agora, só que em Santa Catarina, a Cadeira nº 08 era do amigo, antropólogo, professor Silvio Coelho dos Santos...

Não deu, pela primeira vez na história, acredito, nenhum candidato venceu, quer dizer, ninguém fez os 20 votos necessários, no segundo turno fiz 14 votos e meu adversário 11 votos...

Haverá nova eleição em agosto ou setembro... Aviso aos torcedores, estou no páreo...

Levo um "fardo" comigo, sou um escritor... Ah! Tem gente na Academia que não suporta isso... Ah, ah, ah...

A música que ilustra a crônica foi gravada em 1971, depois da separação dos Beatles (oficialmente só aconteceria em 1972, por força de contrato) mas "os rapazes" já estavam gravando independentemente... Esta foi do George Harrison (o Ringo Starr deu uma força na bateria) e aí está "My Sweet Lord"... Posteriormente, no mesmo ano, Geoge emprestou a força de um solo de guitarra (da sua) para o Ringo gravar "It Don't come easy" (de matar) mas os outros não deixaram por menos, John Lennon gravou "Mother" e o Paul McCartney "Another Day"... Todas galgaram (galgaram é duca) os primeiros lugares nas paradas... Depois o Paul fez "Mary had a little lamb" (uma cançãozinha de ninar despretenciosa, mas que implacou) e o John matou a pau com "Power to the people"... E vai por aí...

Buenas, mas e a crônica?

Ah! Quase esqueço, está aí... Cutucando a ortodoxia católica (da qual faço parte, não da ortodoxia, mas dessa herança jesuítica como diria o Paulo Francis comentando a respeito do Vinícius de Moraes, deixa pra la) com humor...

Um abração e o carinho de sempre do poeta, viking, autoexilado na Lagoa da Conceição...

Até!

NÃO DISCUTO SOBRE ISSO!


Por Olsen Jr.
olsenjr@matrix.com.br

Religião e política, à mesa lá em casa, sempre foram assuntos proibidos. Sabia-se de antemão que ninguém chegaria a lugar nenhum, evitava-se assim a insalubridade das diferenças sendo confrontadas de corpo presente.

Continuo com a prática em minha própria vida. Tem situações, ditas de “foro íntimo” que ninguém tem o direito de “meter o bedelho”. O que não impede, naturalmente, de me divertir um pouco com algumas concepções manifestadas por alguns contemporâneos.

A tarde já ia a meio, estou no café lendo a “Ilustrada” da Folha, uma matéria sobre os Beatles, um dos meus vínculos com o passado (remember as 48 biografias deles lá na minha biblioteca) quando ouço na mesa ao lado, bem animada, alguém “requentando” um assunto que já esteve nas primeiras páginas algum tempo atrás, dizia: “sabem, uma das coisas que sempre me impressionou quando era criança, foi aquela história do “limbo”, não conseguia imaginar aquilo, o cara, sem ter cometido pecado nenhum, era condenado àquela coisa, ficava lá, toda a vida, nem para frente e nem para trás, aquela ideia de eternidade, de vazio, de dormência, nunca entendi...

Agora, outro dia, o Papa Bento XVI aboliu o tal limbo... Assim, de uma canetada, acabou com uma dúvida que carregava comigo da noite para o dia”...

Ouço algumas gargalhadas... Não sei como o tal assunto começou, mas presto atenção porque no fundo, também tinha aquele sentimento, aliás, eu mesmo poderia ter dito aquilo que o sujeito acabara de dizer.

Viajei um pouco no tempo, quando tinha seis ou sete anos e me preparava para a primeira comunhão. O Colégio “Bom Pastor”, em Chapecó, e a irmã Lucrécia dava as últimas instruções para a turma em uma espécie de sabatina, com direito a perguntas e respostas, era para sanar as dúvidas todas. Cada aluno apontava o dedo, levantava e perguntava. Bueno pensei também vou perguntar, era só para mostrar interesse pela matéria, afinal, naquele tempo a gente sempre fazia o que “eles” ou “elas” pediam, sem questionar muito, ainda mais em se tratando de religião.

Aí, imbuído daquela coragem insana dos leigos, digo para a irmã (tudo bem pensado e ensaiado antes, em pensamentos) “se para tomar a comunhão precisamos estar em jejum, então depois de receber a hóstia, devemos continuar em jejum”... A sala toda veio abaixo de riso, a irmã me deitou os dois olhos piedosos e dissimulou um riso observando a irmã Gilda, a diretora que acabara de entrar, e deu a sua explicação... Depois o Renato Breda me deu dois tapinhas nas cosas e afirmou que a pergunta tinha sido boa, a irmã que não entendera direito. Nada como ter um bom amigo, na verdade eu queria perguntar se o tempo de jejum antes deveria ser observado depois, quer dizer, o mesmo tempo, enfim...

Aí foi a minha vez de abrir um sorriso, só eu entendi, naturalmente.

A conversa na mesa ao lado ia mais animada do que aquela minha recordação passageira.

O sujeito que falara sobre o limbo deveria ser um humorista, era muito espirituoso com o que parecia uma impertinência da Santa Sé, argumentava com desenvoltura: “ora,
vejam bem, se o Papa pode liquidar com o limbo numa canetada, lembro na época que o argumento foi simples, afirmaram que era uma “visão excessivamente restrita da salvação” e concluíram como Deus é piedoso ele iria “querer que todos os seres humanos sejam salvos”, o Papa também poderia dar uma mexida geral, começando com aquela história do “pecado original”, pô! O cara já nasce com uma dívida com os senhores lá do paraíso... Risos... E isso sem contar aquela outra história do “purgatório” que deve ser uma espécie de condenação com juros e correção por nossas falhas espirituais, tais é louco”, concluiu enquanto a turma caia na gargalhada...

Sem humor não vai, por isso não discuto!

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Conferência Municipal de Cultura

"Colegas, hoje, sexta-feira (24/07), às 17 horas, a Fundação Municipal de Cultura Franklin Cascaes estará promovendo a 2ª reunião preparatória da 2ª Conferência Municipal de Cultura (Florianópolis).

É muito importante que todos se façam presentes. Principalmente, entre outras questões, argumentar sobre a necessária definição do futuro Conselho Municipal de Cultura no ambiente da Conferência.

Vamos garantir que o mesmo seja DELIBERATIVO.
A reunião será na Casa da Memória (rua Padre Miguelinho, s/n, esquina com rua Anita Garibaldi, Centro).

Um abraço e até lá,
Murilo Silva."

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AVISO

No final de semana o Sambaqui na rede vai comentar alguns detalhes da Operação Tijoladas no Mosquito, ou seja, o cerco que está se formando em torno do blogueiro Amilton Alexandre.

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