DÁ-LHE OLSEN!
Olá, camaradas, salve!
Ainda, já se vão 36 anos, e continuo insistindo na valorização do escritor como tal, assim, sem menosprezo, do mesmo jeito que valoriza um encanador, um pedreiro, um pintor de parede, para começar, sem precisar deles, mas constatando que podem ou devem servir para alguma coisa em algum lugar em algum tempo...
Ah! Quase esqueço, tem os jogadores de futebol...
Vai a de hoje, com o carinho de sempre...
A música, claro, do nosso tempo, a boa música não tem tempo específico...
Até!
O abraço do viking!
Ainda, já se vão 36 anos, e continuo insistindo na valorização do escritor como tal, assim, sem menosprezo, do mesmo jeito que valoriza um encanador, um pedreiro, um pintor de parede, para começar, sem precisar deles, mas constatando que podem ou devem servir para alguma coisa em algum lugar em algum tempo...
Ah! Quase esqueço, tem os jogadores de futebol...
Vai a de hoje, com o carinho de sempre...
A música, claro, do nosso tempo, a boa música não tem tempo específico...
Até!
O abraço do viking!
O PREÇO A PAGAR
Olsen Jr.
olsenjr@matrix.com.br
olsenjr@matrix.com.br
No último verão, depois de quatro anos “padecendo” com a canícula, tomei a decisão de chamar um técnico para “dar uma olhada” no ar condicionado. Ele chegou, indiquei o aparelho e fui cuidar da minha vida. Menos de 10 minutos depois ele me chama e diz que não há nada de errado com o aparelho.
Contesto e afirmo que há quatro anos tento fazer o “desgraçado” funcionar... Com ar professoral, sem parecer afetado, ele explica “as palhetas estavam fechadas, quando ligado, o ar batia e voltava, desarmando o sistema, o aparelho funcionava sem eficácia”... Simples e objetivo, mas ele ainda acrescentou “poderia levar o equipamento para a oficina, ficar com ele lá durante dez dias, e dizer que era um problema grave, cobrar um terço do que ele vale, e ainda assim seria lucro para o usuário, mas não sou desses profissionais, faço bem o meu trabalho”...
Quanto custa?
Ele me cobrou a visita (quase o mesmo de uma corrida de táxi) e um “plus” relativo ao que se chama know-how, quer dizer, o seu conhecimento (estudo mais a prática) e concordei sem questionar (depois de pronto seria um cretino se o fizesse) porque como profissional também valorizo os profissionais de outras áreas.
O encanador, o eletricista, o pedreiro (quando você encontra um), todos cobram, porque o indivíduo tem de sair de sua casa, deslocar-se, constatar um problema, avaliá-lo e fazer um diagnóstico, isso tem um custo. Só não vê quem não quer. Nunca questionamos uma consulta médica, odontológica, óptica... Porque trata da saúde, isso é sagrado, em termos.
Na década de 1970 e 1980 quando bebia com o escritor João Antônio, cansei de ouvir sua prédica irada nos botecos que frequentávamos em Blumenau e Rio de Janeiro, dizia “você escreve um livro, o cara que faz a capa ganha, o revisor ganha, o ilustrador ganha, depois de pronto o distribuidor ganha (a maior fatia, 50% sobre o preço de capa) e então, pôrra! Só o escritor que não ganha, justamente quem escreve o livro, isso tem de acabar”...
Fui prestigiar o amigo, escritor Mário Prata num batepapo com estudantes na UFSC, lá pelas tantas ele comentou “você pega uma bula de remédio, um manual de um aparelho eletrônico, com todo o respeito, aquilo é feito por técnicos para técnicos, não entendo absolutamente nada, então por que não se contrata um escritor para fazer essa ponte entre o consumidor? Não seria lógico, tornar a informação acessível para o leigo com uma linguagem fluente? Acrescenta...
Ano passado escrevi a apresentação de um restaurante para um cardápio. Depois de entrevistar várias pessoas, conversar com antigos clientes fiz um contraponto do que foi e do que se tornou: começo, meio e fim.
Literariamente falando, um miniconto. Até o garçom mais avesso à leitura, apreciou o texto, porque estava leve e agradável, coisa rara no setor. Well, puseram o nome do meu pai como autor e não recebi sequer um agradecimento em troca. Uma maravilha o modus operandi dos íncolas.
Conhecido escritor amigo (pediu para não citar o nome) foi sondado através de seu irmão, por um clube de serviço para fazer uma palestra sobre “Criação em artes”... O interpelado, foi prático, disse para a pessoa que o consultava, que o irmão era uma pessoa bem acessível e que ele daria o telefone e então eles poderiam combinar o tema e o cachê... Quando falou em custo, o outro estrilou “como, o teu irmão vai cobrar?”, “pô! O cara está virando um mercenário”, “não sabia que ele iria cobrar”... A palestra nunca aconteceu, pelo óbvio, tem gente que vive disso.
Tudo na vida tem um preço. Ignoro o que se deva pagar em determinadas circunstâncias, talvez dependa dessas mesmas circunstâncias, enfim, seríamos mais fortes se houvesse mais gente tentando fazer da literatura um ofício e não um mero passatempo, porque o preço dessa subserviência é a eterna insignificância!
Contesto e afirmo que há quatro anos tento fazer o “desgraçado” funcionar... Com ar professoral, sem parecer afetado, ele explica “as palhetas estavam fechadas, quando ligado, o ar batia e voltava, desarmando o sistema, o aparelho funcionava sem eficácia”... Simples e objetivo, mas ele ainda acrescentou “poderia levar o equipamento para a oficina, ficar com ele lá durante dez dias, e dizer que era um problema grave, cobrar um terço do que ele vale, e ainda assim seria lucro para o usuário, mas não sou desses profissionais, faço bem o meu trabalho”...
Quanto custa?
Ele me cobrou a visita (quase o mesmo de uma corrida de táxi) e um “plus” relativo ao que se chama know-how, quer dizer, o seu conhecimento (estudo mais a prática) e concordei sem questionar (depois de pronto seria um cretino se o fizesse) porque como profissional também valorizo os profissionais de outras áreas.
O encanador, o eletricista, o pedreiro (quando você encontra um), todos cobram, porque o indivíduo tem de sair de sua casa, deslocar-se, constatar um problema, avaliá-lo e fazer um diagnóstico, isso tem um custo. Só não vê quem não quer. Nunca questionamos uma consulta médica, odontológica, óptica... Porque trata da saúde, isso é sagrado, em termos.
Na década de 1970 e 1980 quando bebia com o escritor João Antônio, cansei de ouvir sua prédica irada nos botecos que frequentávamos em Blumenau e Rio de Janeiro, dizia “você escreve um livro, o cara que faz a capa ganha, o revisor ganha, o ilustrador ganha, depois de pronto o distribuidor ganha (a maior fatia, 50% sobre o preço de capa) e então, pôrra! Só o escritor que não ganha, justamente quem escreve o livro, isso tem de acabar”...
Fui prestigiar o amigo, escritor Mário Prata num batepapo com estudantes na UFSC, lá pelas tantas ele comentou “você pega uma bula de remédio, um manual de um aparelho eletrônico, com todo o respeito, aquilo é feito por técnicos para técnicos, não entendo absolutamente nada, então por que não se contrata um escritor para fazer essa ponte entre o consumidor? Não seria lógico, tornar a informação acessível para o leigo com uma linguagem fluente? Acrescenta...
Ano passado escrevi a apresentação de um restaurante para um cardápio. Depois de entrevistar várias pessoas, conversar com antigos clientes fiz um contraponto do que foi e do que se tornou: começo, meio e fim.
Literariamente falando, um miniconto. Até o garçom mais avesso à leitura, apreciou o texto, porque estava leve e agradável, coisa rara no setor. Well, puseram o nome do meu pai como autor e não recebi sequer um agradecimento em troca. Uma maravilha o modus operandi dos íncolas.
Conhecido escritor amigo (pediu para não citar o nome) foi sondado através de seu irmão, por um clube de serviço para fazer uma palestra sobre “Criação em artes”... O interpelado, foi prático, disse para a pessoa que o consultava, que o irmão era uma pessoa bem acessível e que ele daria o telefone e então eles poderiam combinar o tema e o cachê... Quando falou em custo, o outro estrilou “como, o teu irmão vai cobrar?”, “pô! O cara está virando um mercenário”, “não sabia que ele iria cobrar”... A palestra nunca aconteceu, pelo óbvio, tem gente que vive disso.
Tudo na vida tem um preço. Ignoro o que se deva pagar em determinadas circunstâncias, talvez dependa dessas mesmas circunstâncias, enfim, seríamos mais fortes se houvesse mais gente tentando fazer da literatura um ofício e não um mero passatempo, porque o preço dessa subserviência é a eterna insignificância!
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