Re-eleições do presidente
Por Amílcar Neves*
Re-eleições de presidente podem ser bastante benéficas.
Note-se que a palavra vem usada no plural - re-eleições -, o que implica um mínimo de três mandatos consecutivos: primeiro o sujeito ganha a eleição, depois a re-eleição e, daí em diante, ele só pode conseguir re-eleições, quantas queira ou possa.
Claro que muitas vezes isso é, ou seria, um tremendo desastre. George W. Bush, por exemplo: elegê-lo já foi uma temeridade, re-elegê-lo significou uma afronta ao mundo. Ou Fernando Collor, que sequer logrou chegar ao final do mandato, logrou, no entanto, muita gente.
Mas há circunstâncias em que as re-eleições de presidente são desejáveis.
Veja-se o caso do professor Lauro Junkes, presidente da Academia Catarinense de Letras: eleito em 2003 para suceder ao acadêmico Paschoal Apóstolo Pítsica, que faleceu em meio ao seu nono e profícuo mandato na entidade (com oito re-eleições às costas, pois), navega à frente da sua quarta diretoria - mas precisa ir bem mais longe, com várias re-eleições, porque ainda tem muito a fazer pela Academia e pela Literatura do seu Estado.
Afora a edição de 2008 da obra completa em poesia e prosa de Cruz e Sousa (1861-1898), com a incorporação de dezenas de textos do autor recentemente descobertos e identificados, Lauro pesquisou, organizou e publicou, na Coleção ACL, o resgate da obra de Luiz Delfino (1834-1910), Virgílio Várzea (1863-1941), Maura de Senna Pereira (1904-1992), Marcelino Antônio Dutra, o pioneiro (1809-1869), Altino Flores (1892-1983), Santos Lostada (1860-1923), Araújo Figueredo (1864-1927) e Delminda Silveira (1854-1932). Mas isso, parte das nossas raízes literárias e culturais, não é tudo.
Lauro Junkes nos deve a publicação em livro das análises sistemáticas que vem fazendo, ao longo do tempo, das obras contemporâneas de escritores catarinenses. Muito desse inestimável painel - seja crítica, seja registro - saiu na imprensa, especialmente quando os jornais tinham suplementos literários. Entretanto, boa parte desse trabalho, ímpar e gigantesco, encontra-se inédito. Lauro avalia que, no total, tenha cerca de duas mil páginas que acompanham a produção literária do pessoal da terra nos últimos 35 anos. Isso tudo precisa vir à luz.
Por isso, e pelo trabalho que vem fazendo pela Academia, Lauro Junkes é um presidente que necessita de muitas re-eleições mais. Alguém duvida?
Note-se que a palavra vem usada no plural - re-eleições -, o que implica um mínimo de três mandatos consecutivos: primeiro o sujeito ganha a eleição, depois a re-eleição e, daí em diante, ele só pode conseguir re-eleições, quantas queira ou possa.
Claro que muitas vezes isso é, ou seria, um tremendo desastre. George W. Bush, por exemplo: elegê-lo já foi uma temeridade, re-elegê-lo significou uma afronta ao mundo. Ou Fernando Collor, que sequer logrou chegar ao final do mandato, logrou, no entanto, muita gente.
Mas há circunstâncias em que as re-eleições de presidente são desejáveis.
Veja-se o caso do professor Lauro Junkes, presidente da Academia Catarinense de Letras: eleito em 2003 para suceder ao acadêmico Paschoal Apóstolo Pítsica, que faleceu em meio ao seu nono e profícuo mandato na entidade (com oito re-eleições às costas, pois), navega à frente da sua quarta diretoria - mas precisa ir bem mais longe, com várias re-eleições, porque ainda tem muito a fazer pela Academia e pela Literatura do seu Estado.
Afora a edição de 2008 da obra completa em poesia e prosa de Cruz e Sousa (1861-1898), com a incorporação de dezenas de textos do autor recentemente descobertos e identificados, Lauro pesquisou, organizou e publicou, na Coleção ACL, o resgate da obra de Luiz Delfino (1834-1910), Virgílio Várzea (1863-1941), Maura de Senna Pereira (1904-1992), Marcelino Antônio Dutra, o pioneiro (1809-1869), Altino Flores (1892-1983), Santos Lostada (1860-1923), Araújo Figueredo (1864-1927) e Delminda Silveira (1854-1932). Mas isso, parte das nossas raízes literárias e culturais, não é tudo.
Lauro Junkes nos deve a publicação em livro das análises sistemáticas que vem fazendo, ao longo do tempo, das obras contemporâneas de escritores catarinenses. Muito desse inestimável painel - seja crítica, seja registro - saiu na imprensa, especialmente quando os jornais tinham suplementos literários. Entretanto, boa parte desse trabalho, ímpar e gigantesco, encontra-se inédito. Lauro avalia que, no total, tenha cerca de duas mil páginas que acompanham a produção literária do pessoal da terra nos últimos 35 anos. Isso tudo precisa vir à luz.
Por isso, e pelo trabalho que vem fazendo pela Academia, Lauro Junkes é um presidente que necessita de muitas re-eleições mais. Alguém duvida?
*Amilcar Neves, escritor. Crônica publicada na edição de hoje (1.7.2009) do jornal Diário Catarinense. Reproduzido com autorização do autor.
Foto: Academia Catarinense de Letras
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