13.7.10



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Sambaqui no dia-a-dia
A COSTELA E

A ENGENHOCA

Fotos

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Estaleiro OSX

A DESTRUIÇÃO DA

VIDA E DO HUMANO

Emanuel Medeiros Vieira


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A engenhoca do Toninho

Churrasqueira movida a eletricidade criada por Toninho Pires da Cunha.






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A DESTRUIÇÃO DA
VIDA E DO HUMANO


Por Emanuel Medeiros Vieira

Daqui da velha Bahia, os informes que recebo da Ilha parecem trechos do Apocalipse.
Exemplos: estaleiro, pretendida destruição do Farol de Santa Marta.
É o império da pecúnia e dos vis capitalistas tupiniquins, apoiados por gente que teria obrigação de defender a vida.
Não, não foi essa Ilha em que nasci.
Tanta "modernidade" para o triunfo da morte e da cobiça?
É claro, minha abordagem, não é técnica.
"Papo de saudosista", dirão os defensores da morte.
Não é nostalgia.
O quero dizer?

O que percebo aí, aqui em Salvador (com construtoras, em conluio com a prefeitura e muita corrupção), é a destruição do resto da mata atlântica, para a edificação de prédios horrorosos em benefício de alienados novos-ricos; para isso, um suspeitíssimo Plano Diretor foi aprovado (em troca do vil metal) e está sendo questionado pelo Ministério Público e pelos órgãos ambientais), e em outros lugares, é a negação da vida e a destruição do humano.
É uma luta dura? É. Mas não podemos desistir.
Não querem mais vidas, mas robôs.
É o império da feiúra e a destruição da natureza em função de uma suposta "modernidade".
É um dos efeitos da globalização excludente, de um tipo de uniformidade (que nunca é igualdade) em detrimento dos valores maiores da civilização.
È a volta da barbárie travestida de muito dinheiro, trajes chics celulares da última geração e gerentões soberbos.
Não bastaram todos os aterros, todos os túneis, toda a poluição?
Como será trilhada nossa caminhada no planeta?
Outros escreverão tecnicamente.
A minha palavra é em favor da ilha.
Para ser universal, antes é preciso ser local, muitos já disseram antes de mim.
Que todos se mobilizem!
Pois nunca podemos subestimar a força do Mal.
Nunca!
A beleza ajuda-nos a viver de maneira mais plena.
Qual a meta da vida?
O filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard (precursos dos existencialistas) dizia que é "preciso ser o eu que verdadeiramente se é".
Com a negação externa das condições existenciais, essa plenitude do ser não poderá ocorrer.
A psicologia da individuação revela que a meta desse processo que leva ao ser total não é a PERFEIÇÃO, MAS SIM A PLENITUDE.

Lembro-me de um verso de John Keats (1795-1821), poeta inglês que morreu pobre e tuberculoso aos 26 anos:
"Tudo o que é belo, é uma alegria para sempre."
Em inglês: "A thing of beauty is a joy forever."
Serão tiradas toda a beleza e toda a alegria em função do deus da pecúnia?
Até quando?
Só o combate aos podres poderes poderá nos dar a resposta.
É mais importante pegar na flecha que acertar no alvo.

Salvador, julho de 2010

2 comentários:

Ana Maria Lopes disse...

Querido Emanuel,
Em todos os seus textos, que são um verdadeiro prazer de ler, eu vejo sua indignação e sua vontade de transformar o mundo. Talvez seja essa chama que nunca se apaga o combustível que o alimenta para a vida. Parabéns pela luta do bom combate. Abreijos carinhosos e muito axé. Ana Maria

Anônimo disse...

Emanuel:
Indignação e pertinácia não te faltam, nunca! Como a muitos de nós, por ver tanta insanidade, tanta voracidade e tanta ganância...
A eles só interssa a publicidade enganosa e sensacionalista, a busca do LUCRO e a desgraça da natureza e da vida. A beleza, o bem-estar, a qualidade de vida, para todos: isto não lhes interessa nunca...
Vivemos, eternamente, o nosso combate contra os insanos e contra as suas insanidades, contra as ganâncias deles, contra as publicidades nojentas deles, que infernizam a nossa vida, todos os dias...
PARABÉNS, Emanuel, pela tua contínua e sadia INDIGNAÇÃO, POR UM PLANETA E POR UMA VIDA MAIS FELIZ...
Com abraços do,
Geronimo W. MACHADO,
De Fpolis (SC) BR.